.

.

.

.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ESPREGUIÇANDO-SE NA SUPERFÍCIE DAS COISAS

OS COMENTARISTAS DO ÓBVIO

Não se pode exigir que as pessoas filosofem o tempo todo sobre as nuances tortuosas ou menos tortuosas da Condição Humana. Todos têm direito à sua cota de abobrinhas. O que às vezes é insuportável é um latifúndio de abóboras gigantes.
O cara que só fala de futebol transforma o universo num estádio de futebol com 44 pernas  atrás de uma bola. Isto é simplicação, covardia, diversão, estupidez ou desespero? A meu ver, isto é covardia e desespero. O indivíduo não tem coragem para lidar com a intrincada complexidade da existência e envereda pelo caminho jumentoso do mono-discurso. Até parece que ele está feliz bocejando na superfície das coisas, mas em geral trata-se de um infeliz. Refugia-se nas quatro linhas e recusa-se a conhecer outras geografias; ele só conhece o gramado.
Talvez muito em função da minha idade provecta, não tenho mais paciência para o óbvio. Discorrer minutos preciosos sobre a evidência das coisas, torra-me o saco.
No campo do mono-discurso, temos também as pessoas (mulheres) que falam horas a fio sobre o que combina em termos de vestuário e como eliminar olheiras com truques mirabolantes, isso para não falar das liquidações e das verdadeiras palestras sobre o cabelo.
Há também os que falam(homens) dos melhores exercícios para aumentar os músculos. É uma área muito rica pois existem centenas de piruetas para conseguir ficar inchado como um Sapo. Há os que só falam da vagina e suas regiões fronteiriças, elaborando assim verdadeiros tratados verbais da geopolítica da Perseguida. O pior é que tudo isso é apresentado como se fosse receita de bem-estar e felicidade. Isso é muito curioso.
O que é que os Outros sabem tanto assim de você a ponto de redigirem o manual da sua felicidade? Acho que só eu sei o que fazer para ser feliz. Não me agrada muito essa gastronomia promíscua da felicidade. Se você acha que tem uma boa receita, descreva-a mas não a imponha a ninguém.
Essa história de que somos todos iguais perante a lei, que há coisas que são boas para todos, é mais inverossímel que personagem de novela. Agradeço que se comente menos o óbvio e que se evitem os papos metereológicos de segunda-feira de manhã. Agradeço que não se agrida tanto o silêncio com toneladas de pesadas abobrinhas.
P.S- Sei pareço arrogante, mas não sou. Apenas estou cansado das mesmices.

4 comentários:

  1. Concordo com tudo!
    Precisamos nos encontrar para falar apenas coisas inteligentes e verdadeiras.
    Beijos,
    Ana Cabral

    ResponderExcluir
  2. Muchas gracias por compartir tan interesante reflexión Joaquín. Estoy totalmente de acuerdo en lo que dices. He disfrutado mucho. Feliz semana. Un abrazo :)

    ResponderExcluir
  3. Não resisti a possibilidade de te livrar das abobrinhas e te trouxe um pepino rs. Tenho máquinas que fazem minhas tarefas diárias, calculadoras que pensam por mim, computadores que me conectam com tudo e com todos, um bombardeio diário de notícias horripilantes e fúteis que emburrecem ainda mais meu cérebro por overdose de sandices que sequer me dizem respeito.... Meu amigo querido, vou me sujeitar a ser tratada como criança ou débil mental , assistindo um programa na TV aberta ,que no mínimo descansa minha mente dos bombardeios certeiros de tantas coisas que estão longe de mim, e me me façam esquecer das coisas que estão perto e me dizem respeito. A ideia e esta ♥

    ResponderExcluir


Não diga besteira