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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A ESCALA DAS CONCESSÕES II

O EPÍLOGO
Muitas concessões não significam nunca, mais afeto e mais amor. Muitas concessões significam menos ódio, menos raiva, menos indiferença e quiça muita ingratidão. Os cientistas falam em resquícios de um cérebro reptiliano para explicar as incongruências estúpidas e malsãs do comportamento humano.
Quanto mais você concede mais o outro desenvolve e aprimora a tendência cruel e imbecil de achar que você um Babaca. Pobre gente ordinária!
Para impor algum respeito aos excluídos do Serengeti, você é obrigado a doar menos. Você tem que quantificar e contabilizar as suas concessões ao outro. Temos que dosar o que podemos oferecer. É lamentável que as pessoas não consigam mais entender o abismo que existe entre doação e babaquice. 
Concluo que para sermos muito respeitados(e na realidade não se trata de respeito, mas de temor) temos que nos amesquinhar cada vez mais e dar aos outros os restos de nós mesmos, os despojos dos nossos seres, as secreções das nossas personalidades, as migalhas dormidas e escuras dos nossos espíritos exuberantes. E é com isto que todos se satisfazem e ainda têm o descalabro de chamar isto de afeto e de amor.
O amor é muito decantado porque quase ninguém o dá. Quem tem coragem de se desarmar primeiro? Se eu me desarmar primeiro é quase certo que serei emocionalmente assassinado pelos cérebros reptilianos dos outros.
Só os que pairam acima da podridão humana podem eventualmente se desarmar.
"Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas."
Victor Hugo

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