.

.

.

.

terça-feira, 4 de março de 2014

O QUE ENFIARAM NA TUA CABEÇA

É espantosa a quantidade de coisas que enfiaram na tua pobre cabeça e na minha. Enfiaram justamente, numa época em que as nossas cabeças eram porosas, esponjosas e não estavam imunizadas contra a babaquice planetária. Isso foi por volta da infância e adolescência. Esse é o período ideal para enfiar porcaria no teu cérebro. Se você não imunizar a sua cabeça, você vai continuar a ser penetrado durante a vida inteira pela sofisticada indústria da babaquice. Vacine-se. E neste caso, trata-se de uma auto-imunização. A iniciativa tem que partir de você.
A pior coisa que enfiaram na tua cabeça é que só o outro ou os outros podem te dar significação. E fazem isto, aproveitando-se do teu instinto gregário. Você repete este pensamento, somatiza esta bosta, condiciona-se a isto e se torna uma aberração submissa a alguém ou ao grupo. (Acho que os outros devem fazer parte da tua vida, mas nunca para te dar significação. Os outros são elementos imprescindíveis e fundamentais do cenário.)
É exatamente o contrário, só você pode se dar significação. Mas como? Sofra, viva, frustre-se experimente, compare, reflita, conclua e descubra. Se você continuar à espera da significação que as pessoas darão à sua existência, você tá frito.
Nem vou falar dos mitos, das crendices, das crenças, das falsas fontes de felicidade, de todo esse lixo que jogaram na tua e na minha cabeça. Eu, não só limpei a lixeira em que transformaram a minha cabeça, como a povoei de coisas mais originais, fruto da minha observação e experiência. Mesmo sendo homem, nunca subestime a sua intuição. A intuição do homem comparada à da mulher é precária, mas mesmo assim é digna de crédito.
Limpar a lixeira é a coisa mais dolorosa do mundo. Significa abandonar conceitos que aderiram às nossas almas como nódoas. Parece que sem essas nódoas, você não é nada. Tens que ter coragem. Tens que abandonar as avenidas estúpidas pavimentadas pelos babacas de plantão e começar a trilhar um caminho mais próprio e apropriado.
É muito improvável que todos sejam felizes andando pela mesma avenida e fazendo o que todos os outros fazem. Considerando a nossa impressão digital  que é única e todas as outras singularidades que nos caracterizam, é impossível ser feliz adotando o comportamento insano da maioria.
Arranje algo parecido com um Omo abstrato e limpe-se e lave-se. Aguente firme. Plante flores novas, pinte cores novas, use cores suas, coloque um verde próprio, fertilize o novo espaço e transforme a velha lixeira num  canteiro inovador para sentir e pensar diferente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Não diga besteira