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sábado, 6 de dezembro de 2014

OS SUPLÍCIOS DO AMOR ROMÂNTICO

Se você estiver apaixonado(a), por favor não leia este texto. Você ainda não está em juízo perfeito para ler textos deste gênero. Espere um pouco. O efeito dessa droga também vai passar. Eu garanto.
 A ANTOLOGIA POÉTICA DO TESÃO
Quem já se desintoxicou dessa droga perigosa chamada amor romântico, vai poder entender o que eu vou dizer. Quem ainda está viciadão nessa maconha emocional, não vai entender nada. Eu não me preocupo. Estou acostumado a não ser entendido. Aliás, não ser compreendido é o meu verdadeiro ofício.
Será que o encantamento ou estado hipnótico recíproco provocado pela química dos hormônios é razão suficiente para que dois seres vivam juntos? Será que o complexo impulso sexual pode ser chamado de amor? Amor? O que mais se observa é competição e disputa para ver quem consegue tirar mais do outro. Os verbos que mais caracterizam o amor romântico são: usufruir, subtrair, esconder, chantagear, mentir, trapacear, aproveitar, beneficiar-se e trepar. O último verbo é geralmente usado para apagar todos os ressentimentos e toda a raiva acumulada. É uma contenda inglória de dominadores e dominados.
O que se observa, salvaguardadas as exceções de praxe, é uma guerra emocional nojenta com todos os ingredientes da guerra suja que inclui principalmente por parte da mulher toda a sorte de estratégias sexuais. As mulheres são hábeis negociadoras genitais. Apesar de algumas evidências em contrário, a vagina continua superfaturada e o pênis, reles legume enrugado de fim de feira.
A química hormonal associada a vícios culturais herdados por homens e mulheres ao longo de séculos promovem essa coisa tediosa que é o amor romântico. Quanta literatura, quanta música, quanta pseudo-arte monocórdia já se rendeu a essa falácia impropriamente chamada de amor. E virou epidemia. Tudo responde pelo nome de amor. Tudo é amor, quando na verdade tudo é apenas tesão. Sugiro a consulta regular do dicionário no sentido de se achar as palavras adequadas para o que eu chamo agora de "tesão florido." Quantos jardins já foram plantados na genitália dos, ia dizer amantes, mas a expressão certa é "dos sequestrados pelo tesão."
Poderíamos respeitar um pouco mais o amor. Não coloquemos esse sentimento raríssimo da espécie em lugares tão inadequados. O amor não cabe nas partes baixas.
Só se fala em amor romântico quando há sexo. Conclui-se que é um fenômeno estreitamente ligado  à atividade sexual. Por consequinte, amor é uma palavra muito impertinente neste contexto.
Reivindico mais objetividade, clareza e maturidade ao abordar a questão sexual humana. Abomino  as derivações alucinadas do instinto sexual a que são submetidas as pessoas pois isto traz muito conflito e sofrimento inútil. E nem vou me aprofundar nas canções fastidiosas, grandes causadoras de estafa mental  e na miríade de filmes temperados na mais pura babaquice que têm o amor romântico como único tema. E basta.

2 comentários:

  1. Cara, você consegue de alguma maneira infinitamente incompreensível dizer exatamente o que penso e muitas vezes tenho preguiça de escrever. Sensacional.

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  2. "Amor romântico é paixão"... coisa passageira, química herdada. Amor é outra coisa!

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