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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

VIVA O SUBÚRBIO CARIOCA

A FALSA SUPERIORIDADE DOS MERIDIONAIS
O início da maluquice é determinar o valor de alguém pela sua situação geográfica. Isso é só o começo. É uma espécie de síndrome de G.P.S. Estou cansado de apresentar provas da loucura humana. Estou ficando exausto, principalmente porque o pessoal caga e anda pra mim.
Convencionaram que quem mora na Zona Sul do Rio de Janeiro é bacana ou para atualizar a gíria, é maneiro. De onde as pessoas tiraram tamanho disparate? Qual terá sido a origem de tão desmedida sandice? A localização geográfica não é tão determinante assim. Dezesseis por cento da população do Rio de Janeiro mora na Zona Sul. Esse pessoal da Zona Sul não tem representatividade. É uma minoria metida a besta que ainda por cima, tem todos os privilégios  oferecidos pela prefeitura.
Morar na sul é legal porque as pessoas da Zona Sul são mais ricas, tomam banho de mar, acumulam mais iodo e têm melhor nível cultural. Ledíssimo engano. As maiores fortunas do Rio de Janeiro moram no subúrbio. E nível cultural elevado, hoje, ninguém tem mais. Acabou esse negócio de nível cultural. Isso é coisa do passado. Atualmente é uma calamidade cultural em todas as latitudes. E quanto ao banho de mar e ao iodo, as águas da Zona Sul são um caldo de merda.
Eu gosto do subúrbio. O subúrbio ainda preserva valores que me são muito caros e datam dos anos oitenta e noventa. Não vejo na Zona Sul do Rio,  a cordialidade, a humanidade e  a generosidade que encontro no subúrbio. A Zona Sul sofre de complexos formidáveis de inferioridade. Insistem em se parecer com uma espécie híbrida, algo entre os europeus e os americanos.
Como acham que são ricos, não precisam de ninguém. Exibem os seus egos e os seus cachorros nos meridionais calçadões  chiquerézimos. Quanta veleidade e pretensão!
No subúrbio sinto-me mais à vontade. Posso ser brasileiro, posso não me parecer com o estereótipo estúpido da globalização. No subúrbio encontro o Brasil no que ele tem de melhor. A miscigenação, a presença redentora da África com a sua alegria e as melhores relações com a vida. Dia desses, até gente ingênua eu achei no subúrbio. A ingenuidade é uma relíquia que deve ser valorizada nestes tempos de gente esperta e arrogante demais.
Suburbano toma menos anti-depressivos que gente rica da Zona Sul. Concluo que o sul não traz felicidade. E são esses infelizes que desprezam quem está em outra longitude. A geografia como critério é uma bosta desprovida coerência e lógica. Se vocês querem julgar, julguem, mas adotem outro juízo de valor. Toda a minha vida, ouvi essa babaquice  de que Zona Sul é uma maravilha. Estou de saco cheio dessa parvoíce. 
Gente fina, chega de preconceito.

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