A palavra covarde é uma prova de que não
faltam histórias pitorescas no mundo da etimologia séria, o que torna um
tanto supérflua a insistência, compartilhada por tantos divulgadores do
tema, em espalhar lendas etimológicas por aí.
O vocábulo chegou ao português ainda no século 13, vindo do francês antigo cuard (hoje couard), um termo surgido em torno do ano 1100 com o mesmo sentido. Cuard era derivado de cüe ou coue (atualmente queue), isto é, “cauda, rabo”.
A ideia inicial era, literalmente, a de um animal que, dominado pelo
medo, traz a cauda baixa. Ou como se diz ainda hoje em português, numa
expressão popular: o covarde é aquele que tem “o rabo entre as pernas”.
O medo ainda tem alguma utilidade. Se não for exagerado ao ponto de provocar uma profusa diarréia na vítima infeliz, ele ainda pode protegê-la de arroubos intempestivos de coragem suicida. A covardia entretanto, é o outro nome da absoluta falta de dignidade. O covarde é indigno do nosso olhar.
A covardia é a mãe da crueldade porque o covarde testa a sua força e poder nos fracos e desamparados. Diante dos que estão à sua altura transforma-se num cão encolhido e começa a ganir. O medo é uma questão de imaginação, mas a covardia é uma questão de caráter.
Os covardes são os donos do mundo. Humilham quem não pode enfrentá-los e nem é por falta de coragem dos oprimidos; é pela absoluta impossibilidade de lutar contra monstros gigantes. Conhecem alguém mais covarde que o poder institucionalizado? Pois então, contra esse covarde não há força nem coragem individual capaz de derrotá-lo. Só o coletivo.
Considero-me refém dos covardes porque a minha coragem ao invés de me libertar pode eventualmente me suicidar.
O medo ainda tem alguma utilidade. Se não for exagerado ao ponto de provocar uma profusa diarréia na vítima infeliz, ele ainda pode protegê-la de arroubos intempestivos de coragem suicida. A covardia entretanto, é o outro nome da absoluta falta de dignidade. O covarde é indigno do nosso olhar.
A covardia é a mãe da crueldade porque o covarde testa a sua força e poder nos fracos e desamparados. Diante dos que estão à sua altura transforma-se num cão encolhido e começa a ganir. O medo é uma questão de imaginação, mas a covardia é uma questão de caráter.
Os covardes são os donos do mundo. Humilham quem não pode enfrentá-los e nem é por falta de coragem dos oprimidos; é pela absoluta impossibilidade de lutar contra monstros gigantes. Conhecem alguém mais covarde que o poder institucionalizado? Pois então, contra esse covarde não há força nem coragem individual capaz de derrotá-lo. Só o coletivo.
Considero-me refém dos covardes porque a minha coragem ao invés de me libertar pode eventualmente me suicidar.
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