Os médicos nos quais eu não confio nem um pouco, dizem que o Viagra pode matar como qualquer outro medicamento. Confesso que tenho muita dificuldade em lidar com esta medicina que pode matar e mata. Desaconselham todavia o uso de Viagra para quem faça uso regular de medicamentos da classe dos Nitratos (Isordil, Sustrate, Monocordil, Isossorbida, etc.), utilizados para quem tem doença coronariana, particularmente angina de peito. Os nitratos que são potentes vasodilatadores combinados com o Viagra que também é vasodilatador podem levar o indivíduo à morte por hipotensão arterial.
Há casos conhecidos de morte súbita em que o homem tinha 68 anos de idade e a sua parceira 27. Não quero citar nomes. É óbvio que o libidinoso inveterado tomava Viagra ou coisa que o valha. Para mim, são casos de morte anunciada.
Acho deplorável que um homem de 70 anos não tenha descoberto outras fontes de prazer a não ser o que provem dos genitais e arredores. Creio que a partir de uma certa idade é muito mais elegante e confortável colecionar orgasmos ao invés de acumulá-los como um adolescente idiota escravo da testosterona.
Uma das grandes vantagens do envelhecer é receber das mãos tiranas e cruéis da testosterona, a carta de alforria. Isso não significa abandonar a atividade sexual, mas praticá-la, harmonizando-a com a nossa cronologia. É ridículo e por vezes fatal, praticar atletismo sexual aos 60 anos. Como é possível para esses viagrentos-viagrosos não terem outra maneira de obter prazer? São os eternos adolescentes da artrite, da artrose e da barba branca.
Como é possível que certos homens não tenham dado um único passo que fosse, no terreno pantanoso das suas almas e acabem as suas vidas literalmente de pau na mão?
Se tiverem tempo, leiam este artigo de O GLOBO.
Há casos conhecidos de morte súbita em que o homem tinha 68 anos de idade e a sua parceira 27. Não quero citar nomes. É óbvio que o libidinoso inveterado tomava Viagra ou coisa que o valha. Para mim, são casos de morte anunciada.
Acho deplorável que um homem de 70 anos não tenha descoberto outras fontes de prazer a não ser o que provem dos genitais e arredores. Creio que a partir de uma certa idade é muito mais elegante e confortável colecionar orgasmos ao invés de acumulá-los como um adolescente idiota escravo da testosterona.
Uma das grandes vantagens do envelhecer é receber das mãos tiranas e cruéis da testosterona, a carta de alforria. Isso não significa abandonar a atividade sexual, mas praticá-la, harmonizando-a com a nossa cronologia. É ridículo e por vezes fatal, praticar atletismo sexual aos 60 anos. Como é possível para esses viagrentos-viagrosos não terem outra maneira de obter prazer? São os eternos adolescentes da artrite, da artrose e da barba branca.
Como é possível que certos homens não tenham dado um único passo que fosse, no terreno pantanoso das suas almas e acabem as suas vidas literalmente de pau na mão?
Se tiverem tempo, leiam este artigo de O GLOBO.
RISCO DE ALTA POTÊNCIA
Há relatos de morte súbita em motéis em que entre os pertences da vítima havia medicamentos com a substância sildenafil.
Será que estamos assistindo
a um surto silencioso de morte súbita de homens associada ao uso de
sildenafil, medicamento usado para disfunção erétil?
Há relatos
isolados de profissionais que atendem casos de morte súbita em motéis
que encontram, entre os pertences da vítima, embalagens de produtos
farmacêuticos indicados para disfunção erétil, contendo a substância
sildenafil. Desconhecemos registros das equipes de emergência (sejam
órgãos da Defesa Civil, do Samu ou do Corpo de Bombeiros) que poderiam
ajudar a esclarecer a dimensão do problema. Desconhecemos relatos de
parceiros, amigos e familiares dos que morreram. Tampouco médicos ou
outros profissionais de saúde têm se pronunciado sobre o assunto.
Desconhecemos alertas públicos das autoridades sanitárias para prover a
população de informações sobre o produto ou seus riscos.
A
aparente ocorrência de aumento de casos de morte súbita de homens em uso
do sildenafil — paralelo ao extraordinário crescimento das vendas no
país, de dois milhões de unidades/ano para 30 milhões, com o fim da
vigência de sua patente — merece investigação de caráter público.
O
sinal de alerta tem a ver com a saúde da nossa coletividade. O
sildenafil é fármaco usado para duas indicações terapêuticas diferentes:
hipertensão pulmonar e disfunção erétil. Recomendações técnicas
preconizam comprimidos de 5mg ou 20mg no primeiro caso e de 25 a 100mg
no segundo. Recente episódio relacionando o Ministério da Saúde, o
laboratório do Ministério da Marinha e o laboratório Labogen, do doleiro
Alberto Youssef, resultou em grande confusão e desinformação sobre as
duas condições.
A hipertensão pulmonar reflete estados patológicos
e a disfunção erétil associa-se a mudanças relacionadas ao
envelhecimento, embora haja notícias de uso recreativo em adultos
jovens. Assim como outras condições de saúde com importantes componentes
culturais, tais como a anorexia, as cirurgias plásticas estéticas, o
uso abusivo de tranquilizantes, antidepressivos e outros, a disfunção
erétil é tema silenciado. Seja o silêncio resultado do eventual
constrangimento pela perda funcional, ou do forte machismo da nossa
sociedade, que associa desempenho sexual a vigor e poder.
Nunca é
demais lembrar que o capítulo da lei 8080/90 que trata da Vigilância
Sanitária determina ser de responsabilidade das autoridades sanitárias
eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, além de intervir nos
problemas sanitários decorrentes da circulação de produtos. E que houve
episódios trágicos envolvendo o uso de medicamentos. Só para citar
alguns, muitas vidas foram perdidas após o uso do mercúrio contra a
febre amarela, no século XIX. E, no século XX, registraram-se mortes de
crianças com insuficiência renal, após o uso de xaropes com
dietilenoglicol, e de asmáticos por uso de aerossóis com isoproterenol.
Na década de 1960, ocorreram mais de 15 mil casos de malformação
congênita em crianças cujas mães usaram talidomida.
A falta de
conhecimento completo em relação ao uso de fármacos trouxe à tona, de
forma trágica, o que a ciência sustenta há décadas: não há substância
farmacologicamente ativa isenta de riscos e nem todos os riscos são
conhecidos antes de o produto estar no mercado.
Para que se tenha
ideia da magnitude do problema, há contraindicação para o uso do
sildenafil concomitante ao uso de nitratos usados para tratar doença
cardiovascular, e para os indivíduos com hipotensão, derrame recente ou
infarto do miocárdio. Vale perguntar: quantos brasileiros que estão
consumindo as 30 milhões de unidades por ano de sildenafil sabem disso?
As
consequências do uso de produtos para disfunção erétil são tema que não
vem sendo tratado com responsabilidade pelos gestores do nosso sistema
de saúde. Medidas reguladoras do Ministério da Saúde — tais como
submeter a compra nas farmácias a controle rigoroso do receituário — são
importantes para estancar os possíveis efeitos adversos. Investigar a
ocorrência de complicações e mortes associadas ao uso do produto, e
divulgar os resultados, permitirá prover e não privar os indivíduos da
informação necessária para decidir de forma consciente e informada se
desejam, ou não, correr os riscos inerentes aos fármacos. Seja ele
constrangedor, obsequioso ou cúmplice, até quando aceitaremos o
silêncio?
Suely Rozenfeld e Álvaro Nascimento - pesquisadores da Fiocruz
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