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quarta-feira, 3 de junho de 2015

A PERSEGUIÇÃO IMPLACÁVEL

UM ESPIÃO CHAMADO SMART
COM O ESPIÃO NA MÃO
ACARICIANDO O ESPIÃO
Vou começar pelo epílogo. Acabou a bateria. Quando acaba a bateria é o Apocalipse de João, capítulo zero, versículo último. O alegre perseguido tem a sensação de abandono e desamparo. Como é que ele vai continuar vivo sem todos aqueles "amigos"? Tem que carregar imediatamente o celular. Não há vida sem bateria. 
O perseguido adora a perseguição. Paga para ser perseguido e sente uma felicidade estranha em ser espionado. Aliás, se não for espionado pelo SMART, sente-se vazio e relegado.
Hoje, a vida  transita muito mais no espaço da espionagem e das mensagens automáticas do que na esfera presencial onde o outro é de fato uma pessoa e não um espectro.
O Voyeurismo não sexual está institucionalizado. O voyeur social foi adicionado ao voyeur sexual. Vivemos num mundo de voyeurs de toda a sorte.
O voyeurismo sexual era considerado uma perversão sexual. Atualmente, no jargão do politicamente correto, usa-se o vocábulo Parafilia. E o voyeurismo social? Não será também uma parafilia da sociedade? Não vos passa pela cabeça que uma grave perversão assolou a nossa civilização? 
Como é que alguém pode fazer questão de ser espionado e perseguido e encarar isso como uma manifestação celebrada de grande  consideração e afeto? 
No mundo da perseguição e da espionagem, há espiões light e espiões barra pesada. Os barra pesada, não fazem um único comentário, nem um +, nem uma curtida, nem adicionam, nem nada. O deleite do espião virtual é gozar desbragadamente sem testemunhas. É o punheteiro social por excelência.
A solidão que seria uma espécie de abstinência social, ninguém quer. Todo mundo acha horrível. O contato tête-à-tête ninguém pode porque não tem tempo. O tempo já está todo vendido para o capitalismo a preços módicos. O que nos resta então? Tocar punheta social?
O Facebook é o maior monumento tecnológico à masturbação social made in U.S.A. Eu ainda não tive coragem de me masturbar no Facebook. Por enquanto, vou ficando aqui pelo Google+ onde me parece que o pessoal até toparia a inominável aberração de me conhecer pessoalmente.

3 comentários:


Não diga besteira