.

.

.

.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Um mundo assustador

Daria muito para ser otimista, mas parece que o mundo não colabora nada comigo. Não bastassem as questiúnculas de praxe, agora temos novas questões graúdas que tornam este mundo ainda mais assustador.
Primeiro, a liberdade de expressão está seriamente ameaçada pela praga incontrolável do politicamente correto que se alastra como moléstia fatal. Não se pode mais dizer nada. Quase todos estão preparados para se ofender gravemente. Pouca coisa não melindra esta humanidade cada vez mais sensível e susceptível. Mas a sensibilidade de toda essa gente nunca chega a Alepo, na Síria, onde morrem centenas de crianças por semana. Quanta frescura! Quanta hipocrisia!
Para piorar o meu espanto, fervilham pensamentos incipientes e deveras confusos sobre o que chamam de gênero. De tanto ler sobre o assunto, eu não sei mais o que é gênero? O que é gênero, afinal?
Junte-se a este caos empobrecido, o ciberismo. Hoje, o pessoal ainda não tem sete vidas, mas já possui duas: a real e a virtual. Todo mundo extremamente conectado, num relacionamento suspeito com criaturas igualmente suspeitas e muito distantes. É tudo muito suspeito e esquisito
Nem queria falar do sentido de humor que também está muito comprometido, mas já que é para não ser lido, aqui vai um texto bem longo em homenagem especial a você.
Para piorar este quadro feérico e digno de Hieronymus Bosch, sobra-nos a arrogância, principalmente dos adolescentes. Todos sabem de tudo e um dos responsáveis é o Google e eu adoro o Google, mas não o uso como uma ferramenta de arroto e pretensão.
O epílogo deste livro de horrores, é o feminismo chiita. Qualquer coisa, por mais espontânea e desprovida de significado que seja, atinge mortalmente as mulheres. Eu não sou culpado das humilhações e dos maus tratos a que submeteram as mulheres ao longo de séculos. Eu não mereço esta vingança.
Hoje, querem fazer justiça instantânea e urgente a todas as minorias e não só, com ares de retaliação e revide. Não é assim que se faz justiça. Neste caso, o buraco nem chega a ser mais embaixo; o buraco é lateral
Cara, eu não tenho nada a ver com isso. Sou inocente nessa história de desforras, revanches e desagravos.
Aumentaram os predadores neste mundo inóspito. Os predadores sempre existiram. As seguradoras sabem muito bem o que é um mundo predatório e você também.
Falta inventarem um seguro novo para as novas ameaças. Reivindico um seguro contra a pós-modernidade.

Um comentário:

  1. Caro Joaquim.
    O que pode ser dito, que você ainda não o tenha feito neste texto?
    Só me resta a exclamação: É assustador!
    Grande abraço!

    ResponderExcluir


Não diga besteira