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sábado, 24 de fevereiro de 2018

Comunhão e solidão

Conviver não é de graça, embora pareça quase gratuito e muito divertido. Já a solidão, essa é um tabu ou uma doença para animais de bando. O que resta saber é qual é o preço que você pode pagar. A gorda maioria, acha uma extorsão o custo da solidão. A convivência engana mais a consciência e os sentidos. A vida em comum até pode se apresentar como ausência total de solidão.
Digamos que os mais emocionalmente pobres podem pagar o preço da comunhão. A solidão é considerada muito mais onerosa. São raros os que optam pela solidão. Solidão é para poucos. Com certeza que só  escolhe e consegue pagar o alto tributo da solidão quem pertence à casta de almas ricas.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Humanizar a pós-civilização

Nunca se empregou tanto o verbo humanizar. Quase tudo tem que ser humanizado. É bastante suspeito. Dizem que temos que humanizar a saúde, o ensino, as prisões, o atendimento, a política, os transportes e até mesmo o baixo meretrício.
É insofismável. Viramos as costas ao humanismo. Nesta pós-civilização, para não usar a palavra barbárie porque hoje tudo é pós, as relações humanas vivem um grande embaraço.
Criaram-se modismos comportamentais que nos desumanizaram. Somos cada vez mais menos humanos. A novas tecnologias tão apreciadas e decantadas são as maiores responsáveis por este ser sub-humano e exótico que nos assusta e ameaça.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O devorismo

Devorar é um ação muito associada a Cronos na mitologia grega. Cronos devora.
Hoje, precisamos de muitíssimo pouco tempo para sermos devorados ou para devorarmos nossos congêneres. Consumir é um verbo ultrapassado e obsoleto. Já passamos do consumismo ao devorismo. Vivemos tempos de extrema voracidade e sofreguidão.
Devoramos coisas e pessoas no instante breve, curto e abrupto de alguns momentos ou de meia dúzia de posts. Depois, não há mais nada nem ninguém. Resta-nos apenas a sensação pungente de uma incompletude descomunal.
Texto© : JoaquimESTEVES