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quarta-feira, 6 de maio de 2015

VAGINAS PIRATAS

Por razões biológicas e culturais, é notória  a arrogância genital feminina. Os homens topam qualquer parada abaixo da linha da cintura à exceção do orifício controverso. As mulheres parecem ser muito mais seletivas e senhoras de si. Os motivos são naturais ( a escolha ainda que inconsciente dos melhores genes) e principalmente culturais. Até aí, tudo bem.
Revoltante é quando a mulher exagera na sua arrogância genital e você pensa que está diante de uma vulva Louis Vuitton e não é nada disso. Não raros são os homens que investem tudo; tempo, energias e muito dinheiro para ter acesso a uma vagina de luxo, quando na realidade, trata-se apenas de estratégia barata.
Há homens que só frequentam genitálias Chanel, Gucci, Hermès  e Cartier. Triste e devastador é descobrir nas dobras da "piu bella wonderfull" a inscrição MADE IN CHINA.

NECROLATRIA

A necrolatria ou o culto dos mortos não é uma característica apenas de povos primitivos. A nossa sociedade judaico-cristã, neoliberal, pós-moderna do terceiro milênio adota a mesma prática.
Você tem que esperar pela sua morte para ser bom. Qual será o mecanismo mental coletivo que torna todos os mortos excelentes pessoas? 
A morte é uma promoção bizarra. A sociedade que também é bizarra, supervaloriza quem não existe mais e desvaloriza instintiva e compulsivamente os que existem. A proximidade nos afasta e a distância nos aconchega. Preferem que estejamos mortos para poderem nos amar e idolatrar. O amor poucas vezes é presencial. É muito confortável e miserável amar espectros e lembranças.  
Se existir prática mais doida do que esta, me avisem. Eu estou sempre por aqui, a não ser que chegue a minha promoção.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

O ANIVERSÁRIO DE UM ASSASSINATO

Dia primeiro de maio de 2005, morria assassinado no Hospital do Porto o meu pai, Joaquim Esteves Coelho. Tenho debaixo da minha cama pilhas de relatórios sobre o caso. Fiz correr muita tinta. Denunciei o assassinato perpetrado por médicos à imprensa (Televisão e Jornais) e ao Ministério Público. Todos foram considerados inocentes e o meu pai pagou com a própria vida pela negligência, imperícia e ignorância de uma classe que mata impunemente. E continuará matando.
Um número considerável de pessoas, morre do tratamento e não da doença. A doença é sempre considerada a causa da morte. Como não são feitas autópsias, nunca se descobre que muitos tratamentos são fatais.
O meu pai não foi para o céu nem para o inferno. Não me dou a esses luxos  e devaneios. O meu pai está aqui na minha imensa memória. E daqui ele nunca mais sai para ir ao médico.
Enfim.... Fiz dois blogs para o meu pai porque ainda não sei fazer sites. Um dia ele terá um site.
1- http://erromedicochaves.blogs.sapo.pt/
2- http://medicosassassinos.blogspot.com.br/
Para homenageá-lo escrevi um poema no ônibus vindo do meu trabalho enquanto o sol se punha.
E um dia
Sob os auspícios de um sol bizarro
Entardeceu para Sempre.
E nesse dia Expulso da luz  
Em exílio inédito  
Pousou os seus olhinhos alegres na paisagem infame de uma Escuridão INÍQUA.
É um poeminha muito curto e modesto. Para mim que navego como poucos no oceano das palavras, sou prolixo e já escrevi seis livros que nunca ninguém leu, diante da dor de perder o meu pai, fiquei lacônico e fui sucinto.

A MULHER-ABACAXI

O FEMINISMO XIITA
AS FEMINAZI
Ainda hoje tive pesadelos com a mulher-abacaxi. A mulher-abacaxi traumatiza qualquer ser testiculado.
A mulher-abacaxi é feminista fundamentalista-militante, está sempre de clitóris em riste e quer mandar em todos para tentar vingar todo o mal que fizeram aos seres ovarianos. Tem um vocabulário precário e para ela tudo é machismo. Não tem religião convencional, todavia considera a Delegacia de Mulheres um templo e é devota de Maria da Penha.
Ela quer determinar tudo. Desde a maneira como deve ser paquerada até as nuances milimétricas do comportamento masculino. O demônio para ela são todas as pessoas que nasceram de pênis. E o pior é que ela deseja sexualmente o demônio. Ela odeia o que ela também adora. Que situação melindrosa e corrosiva!
A mulher-abacaxi é muito culta, conhece toda a legislação em vigor, estudou em várias faculdades e flerta com o poder político e religioso. Ela quer igualdade a qualquer preço, mas não abre mão de certos privilégios arcaicos como receber flores, ostentar uma falsa fragilidade e não pagar o motel.  Já vem com a coroa na cabeça, a couraça no corpo e quase não tem celulite porque vive em tratamento estético-cosmético. A mulher-abacaxi parece um homem que menstrua.
A mulher-abacaxi ganha muito dinheiro e tem muito dinheiro. Diante da possibilidade de ameaça real ou imaginada, ela saca o cartão de crédito. A vingança tardou, mas chegou com o Mastercard. (Isso não tem preço.) E o Visa que ela também possui, avisa que agora as coisas mudaram. É a vingança do terceiro milênio que chegou junto com o Apocalipse. E neste fim de futuro, salve-se quem puder porque a uterocracia está em todos o lugares. 
Eu não tenho nada a ver com isso. O meu pênis não é culpa minha, eu juro. Apareceu por acaso na minha anatomia. Nunca maltratei nenhum ser que gesta. Eu sou inocente. Aliás, pela minha visão de mundo, pelos meus gostos e pelas críticas que faço ao meu caldo de cultura, nunca ninguém acreditou muito no poder do meu falo.
Peço misericórdia. Não me queimem na fogueira. A minha voz grave é apenas um detalhe. Acreditem. No auge da guerra dos sexos, eu desertei. Pronto. Agora todo mundo já sabe que eu sou um desertor.
P.S.- A mulher-melancia, a mulher-melão, a mulher-pera e todas as outras mulheres do pomar, são caricaturas que ofendem a dignidade feminina, mas para mim, são muito mais saudáveis e descontraídas e me agridem muito menos.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

MINHA ALMA GÊMEA É O TIÃO

À PROCURA DO POSSÍVEL
 
Manuel Soares percorreu léguas e consumiu décadas, preso nas teias do romantismo. Um belo dia, num rasgo de coragem e despreendimento, encontrou uma brecha no delírio.
O romantismo stricto senso ou seja o romantismo hormonal - homem x mulher, é uma espécie de religião planetária que promete salvação e felicidade aos seus fiéis seguidores. Em geral, esse sectarismo redunda em fracasso. O romantismo também uma questão de fé.
Encontrar a alma gêmea num produto cultural díspare, é impossível. Homens e mulheres, além de naturezas muito diferentes, são produtos culturais dissonantes. O folclore e o festival de publicidade que assola a "Bola Louca" e gira em torno do mito romântico, faz com que até pareça possível a um homem achar a sua alma gêmea numa mulher e vice versa. Aliás, eu nem acredito em almas gêmeas. Estou repetindo o que a insanidade coletiva gerou. 
Para não dizerem que sou insuportável, posso até admitir a existência de eventuais almas primas de segundo grau. Todavia, estou farto da apelação que fazem ao músculo cardíaco afogado em testosterona e estrogênio. É o que se poderia chamar de amor infartado. Esse amor fajuto regado a hormônios já está me dando nojo.
Manuel  Soares, dia desses, surpreendeu-me um pouco dizendo-me que a sua alma gêmea era o Sebastião. Manuel é um homem casado com filhos e lúcido. Sebastião, também é casado, tem uma filha e é síndico do prédio de Manuel. Qualquer insinuação sexual entre Tião e Manuel neste caso, é absolutamente descabida, desnecessária e estúpida. Estou escrevendo sério. Não brinco em web sites.
Manuel admira Sebastião porque reconhece nele os seus próprios princípios, valores, pensamentos, ideias, atitudes e comportamentos. A mulher com quem é casado há décadas ainda é para ele um ser esquisito. E a recíproca também deve ser verdadeira.
E é assim com muita gente. Com muita frequência, homens e mulheres embora tenham uma inelutável e inexorável atração sexual, não se reconhecem como seres humanos compatíveis.
Muitas das bodas que comemoram por aí, são bodas  de bijuteria barata sub-paraguaia.

terça-feira, 28 de abril de 2015

DÊ UM SUSTO NO SEU MEDO

Em primeiríssimo lugar, livre-se dos cagões. Os fóbicos e os medrosos têm que tomar remedinho psiquiátrico. Vivemos sob o signo do medo que nos enfraquece e paralisa. Isso pode se tornar uma pandemia. Medo do vizinho, medo do patrão, medo do governo, medo do colega, medo de gato preto, medo de perder, medo da solidão, medo de envelhecer, medo da polícia, medo dos ladrões, medo do desemprego, medo de ganhar, medo de estar muito bem, etc,etc.
Existem medos inatos e medos aprendidos. Certos e determinados medos até podem ser úteis para nos perservar de acessos de coragem intempestiva e prejudicial. O que não dá para tolerar é a proliferação dos cagões. Não aguento mais tanta gente gagada por tudo e por nada. Eles acham que estão se protegendo, eu acho que eles estão me atrapalhando e enfraquecendo a coletividade.
Conheço cagões que acreditam em eternidade. Já pensaram o que é chegar cagado à eternidade? Sim, existem pessoas que morrem do próprio peido. Causa Mortis: o próprio peido - peidou e morreu. Morrer de medo é uma das formas mais indignas de morrer.
Mas afinal pra que serve todo esse medo? Talvez para dar muito poder a quem nos assusta. Sei que a "Bola Louca" é superpovoada de monstros, monstrinhos e monstrões. É chegada a hora de enfrentá-los.
O que é que você tem tanto assim a perder? O bem mais precioso que temos, dizem que é a vida. Há controvérsias. Mas então, considerando que a única coisa realmente fundamental que você parece possuir é  a sua vida, em algumas situações, é melhor perder a vida.  Em certos contextos de extrema humilhação, de grande injustiça e indignidade, a morte é uma enorme recompensa. Quem conseguir deixar de temer a morte está a um passo do êxtase.
Sei que nos dominam pelo medo. Sempre foi assim e sempre será. Os que têm alguma forma de poder por mais ínfima que seja, estão viciadíssimos em usar o medo e o temor para nos chantagear, controlar e dominar. Essa estratégia nunca falhou, sempre funcionou.
Vamos contrariar um pouco a arrogância, a podridão e o abuso dos poderosos, adestrar os nossos esfíncteres e procurar comandar as nossas vidas.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

COM O RABO ENTRE AS PERNAS

 LUTAS MUITO DESIGUAIS
“Covarde” vem do Latim CODA, “cauda”. No Francês havia a palavra COUARD, “de cauda abaixada”. A imagem é muito clara: o animal (ou, metaforicamente, a pessoa) que tem o rabo entre as pernas sinaliza que está desistindo da luta, está com medo, que não tem coragem para enfrentar a situação.
A palavra covarde é uma prova de que não faltam histórias pitorescas no mundo da etimologia séria, o que torna um tanto supérflua a insistência, compartilhada por tantos divulgadores do tema, em espalhar lendas etimológicas por aí.
O vocábulo chegou ao português ainda no século 13, vindo do francês antigo cuard (hoje couard), um termo surgido em torno do ano 1100 com o mesmo sentido. Cuard era derivado de cüe ou coue (atualmente queue), isto é, “cauda, rabo”.
A ideia inicial era, literalmente, a de um animal que, dominado pelo medo, traz a cauda baixa. Ou como se diz ainda hoje em português, numa expressão popular: o covarde é aquele que tem “o rabo entre as pernas”. 
O medo ainda tem alguma utilidade. Se não for exagerado ao ponto de provocar uma profusa diarréia na vítima infeliz, ele ainda pode protegê-la de arroubos intempestivos de coragem suicida. A covardia entretanto, é o outro nome da absoluta falta de dignidade. O covarde é indigno do nosso olhar.  
A covardia é a mãe da crueldade porque o covarde testa a sua força e poder nos fracos e desamparados. Diante dos que estão à sua altura transforma-se num cão encolhido e começa a ganir. O medo é uma questão de imaginação, mas a covardia é uma questão de caráter.
Os covardes são os donos do mundo. Humilham quem não pode enfrentá-los e nem é por falta de coragem dos oprimidos; é pela absoluta impossibilidade de lutar contra monstros gigantes.  Conhecem alguém mais covarde que o poder institucionalizado? Pois então, contra esse covarde não há força nem coragem individual capaz de derrotá-lo. Só o coletivo.
Considero-me refém dos covardes porque a minha coragem ao invés de me libertar pode eventualmente me suicidar.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

A SOLIDÃO TABU

PAREM DE FALAR MAL DA SOLIDÃO
Começo com Galeano nesta frase-síntese absolutamente genial.
" Só quem está só pode eventualmente se encontrar."
Joaquim ESTEVES
Comecei com Galeano e continuo comigo. Não chego a ser genial, mas tenho a coragem e a vontade de propalar para o mundo inteiro que solidão  não é coisa ruim.
No ocidente somos doutrinados e condicionados para achar que tudo o que há de muito bom e precioso está fora de nós. Todo o árduo e injusto processo educacional consiste em roubar o indivíduo de si próprio. As pessoas não se dão conta, mas vagam por aí afora sem se pertenceram, perdidas e muito longe das suas essências. 
Numa sociedade viciada em falsos conceitos e que se alimenta de mitos, a solidão é difamada. Enaltece-se a vida em grupo como ideal de felicidade infalível e não é nada disso. Para um animal gregário, a solidão é vista como uma aberração e não é. É aqui que quase todos se enganam e se fodem. Ai de quem não tomou conta de si e desliza bêbado pelas ladeiras traiçoeiras da assim chamada vida social! 
A felicidade não está na dispersão e na pulverização do seu ser, mas na sua concentração em seu íntimo. É possível ser feliz sozinho. O que é muito improvável é ser feliz dependendo da presença do outro. 
Dê um jeito na sua vida. Afaste-se um pouco do bando para pensar, meditar e recuperar as energias que o grupo te furta. O grupo pratica abertamente a extorsão da sua sanidade e das suas energias. Nunca haverá harmonia fora de você. Dentro de você, a harmonia é possível e eu nunca falei com Buda.
Descubra urgentemente quem mora dentro de você e não aceite opiniões alheias, muito menos dos psicanalistas e dos soi-disant líderes espirituais. Ninguém sabe nada de você. Os outros só julgam o que você pode mostrar e você é muitíssimo mais do que a sociedade permite que você mostre. 
Vá com calma, vá com segurança e tenha o prazer inédito de abraçar essa pessoa desprezada que aguarda há muito tempo pelo tom da sua voz e pelo seu reconhecimento. A solidão é a sua festa. Reconcilie-se com a sua criança, com a sua história, com as superações e descubra que os outros dos quais você pensa depender não passam de um sopro breve de grande ilusão. 
E para o seu deleite ou não, segue o que já foi dito sobre solidão.









terça-feira, 21 de abril de 2015

ILUSÕES EM PÓ

 ILUSÕES EM PÓ E ESPERANÇAS A GOSTO
A esperança é a proteína da alma. Para mim que já tive a alma obesa de tanta ilusão, cortei os carboidratos que engordavam vergonhosamente o meu âmago. As ilusões são os carboidratos da alma.
Há ilusões sólidas, raladas, líquidas, fatiadas, em barra e em pó.
Hoje, depois que a vida se encarregou de reduzi-las a pó, só consumo ilusões em pó. Agradeço e louvo a vida pela sua competência em moer ilusões. Ainda há os comedores de enganos que insistem em ingerir ilusões em postas e depois reclamam da azia, da náusea e da infelicidade. Almas fermentadas e flatulentas nunca despertaram o meu interesse. Desprezo-as.
Se a vida ainda não reduziu as suas ilusões a pó, você anda vivendo às avessas ou pela metade. Preste atenção. Bonitas são as esperanças, até as mais tênues, frágeis e vãs, que dão beleza e graça à tragédia da condição humana.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

PROGRAMADOS PARA FERIR

Estão todos armados. Todos os que foram domesticados por esta sociedade de araque, estão armados até os dentes. Temos medo uns dos outros porque suspeitamos do arsenal de cada um.
Só os bebês estão desarmados porque acabaram de chegar ao FRONT. O "status quo" se encarregará de armá-los oportunamente. Com pouquíssimos anos de vida no planetinha já todo mundo está armado
Abraçamos e beijamos os bebês pois sabemos de antemão que eles ainda não foram armados para nos ferir. Todos os outros estão armados e a qualquer momento podem disparar uma bomba em forma de palavras. Por isso não beijamos nem abraçamos qualquer um. Abraçamos e beijamos apenas aqueles que se dispuseram a baixar as armas. E mesmo assim, há muito desencanto. São pouquíssimos os que se desarmam para gostar, amar e ajudar.
Quem está disposto a depor as armas? Ninguém. Se você se desarmar numa sociedade extremamente competitiva e beligerante, você será deglutido por aqueles que erroneamente você chama de semelhantes. 
As armas que constituem o nosso arsenal particular são palavras, preconceitos, ignorância, expressões, posturas e comportamentos que  rasgam sem piedade os véus do nosso íntimo.
Então, diante dos fatos e das evidências, às armas cidadãos!