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sexta-feira, 29 de maio de 2015

MENTES BRILHANTES PRECISAM DE SOLIDÃO

Por que as mentes mais brilhantes precisam de solidão?
Entrar em contato consigo traz benefícios. Darwin recusava todos os convites para festas.  Do isolamento nasceu o primeiro computador Apple.
Segundo o professor Robert Lang, da Universidade de Nevada (Las Vegas), especialista em dinâmicas sociais, muitos de nós acabarão vivendo sozinhos em algum momento, porque a cada dia nos casamos mais tarde, a taxa de divórcio aumenta, e as pessoas vivem mais. A prosperidade também incentiva esse estilo de vida, escolhido na maioria dos casos voluntariamente, pelo luxo que representa. A jornalista Maruja Torres, em sua autobiografia, Mujer en Guerra (da editora Planeta España, não publicada em português), já se vangloriava do prazer que lhe dava cair na cama e dormir sozinha, com pernas e braços em X. A isso se soma a comodidade de dispor do sofá, poder trocar de canal sem ter que negociar, improvisar planos sem avisar nem dar explicações, andar pela casa de qualquer jeito, comer a qualquer hora…
Como se fosse pouco, o sociólogo Eric Klinenberg, da Universidade de Nova York, autor do estudo GOING SOLO: The Extraordinary Rise and Surprising Appeal of Living Alone (ficando só: o extraordinário aumento e surpreendente apelo de viver sozinho, em tradução livre), está convencido de que viver só significa, também, desfrutar de relações com mais qualidade, já que a maioria dos solteiros vê claramente que a solidão é muito melhor que se sentir mal-acompanhado. Há até estudos que asseguram que a solidão facilita o desenvolvimento da empatia. Outra socióloga, Erin Cornwell, da Universidade Cornell, em Ítaca (Nova York), concluiu, depois de diversas análises, que pessoas com mais de 35 anos que moram sozinhas têm maior probabilidade de sair com amigos que as que vivem como casais. O mesmo acontece com as pessoas adultas que, embora vivendo sozinhas, têm uma rede social de amizades tão grande ou maior que a das pessoas da mesma idade que vivem acompanhadas. É a conclusão do estudo feito pelo sociólogo Benjamin Cornwell publicado na American Sociological Review.

A base da criatividade e da inovação

As pessoas são seres sociais, mas depois de passar o dia rodeadas de gente, de reunião em reunião, atentas às redes sociais e ao celular, hiperativas e hiperconectadas, a solidão oferece um espaço de repouso capaz de curar. Uma das conclusões mais surpreendentes é que a solidão é fundamental para a criatividade, a inovação e a boa liderança. Estudo realizado em 1994 por Mihaly Csikszentmihalyi (o grande psicólogo da felicidade) comprovou que os adolescentes que não aguentam a solidão são incapazes de desenvolver seu talento criativo.
Susan Cain, autora do livro Quiet: The Power of Introverts in a World That Can’t Stop Talking (silêncio: o poder dos introvertidos num mundo que não consegue parar de falar), cuja conferência na plataforma de ideias TED Talks é uma das favoritas de Bill Gates, defende ao extremo a riqueza criativa que surge da solidão e pede, pelo bem de todos, que se pratique a introversão. “Sempre me disseram que eu deveria ser mais aberta, embora eu sentisse que ser introvertida não era algo ruim. Durante anos fui a bares lotados, muitos introvertidos fazem isso, o que representa uma perda de criatividade e de liderança que nossa sociedade não pode se permitir. Temos a crença de que toda criatividade e produtividade vem de um lugar particularmente sociável. Só que a solidão é o ingrediente essencial da criatividade. Darwin fazia longas caminhadas pelo bosque e recusava enfaticamente convites para festas. Steve Wozniak inventou o primeiro computador Apple sentado sozinho em um cubículo na Hewlett Packard, onde então trabalhava. Solidão é importante. Para algumas pessoas, inclusive, é o ar que respiram.”
Cain lembra que quando estão rodeadas de gente, as pessoas se limitam a seguir as crenças dos outros, para não romper a dinâmica do grupo. A solidão, por sua vez, significa se abrir ao pensamento próprio e original. Reclama que as sociedades ocidentais privilegiam a pessoa ativa à contemplativa. E pede: “Parem a loucura do trabalho constante em equipe. Vão ao deserto para ter suas próprias revelações”.

A conquista da liberdade

“Só quando estou sozinha me sinto totalmente livre. Reencontro-me comigo mesma e isso é agradável e reparador. É certo que, por inércia, quanto menos só se está, mais difícil é ficá-lo. Mesmo assim, em uma sociedade que obriga a ser enormemente dependente do que é externo, os espaços de solidão representam a única possibilidade se fazer contato novamente consigo. É um movimento de contração necessário para recuperar o equilíbrio”, diz Mireia Darder, autora do livro Nascidas para o Prazer (Ed. Rigden, não publicado em português).
Também o grande filósofo do momento, Byung-Chul Han, autor de A Sociedade do Cansaço (Ed. Relogio D’Agua, de Portugal), defende a necessidade de recuperar nossa capacidade contemplativa para compensar nossa hiperatividade destrutiva. Segundo esse autor, somente tolerando o tédio e o vácuo seremos capazes de desenvolver algo novo e de nos desintoxicarmos de um mundo cheio de estímulos e de sobrecarga informativa. Byung-Chul Han preza as palavras de Catão: “Esquecemos que ninguém está mais ativo do que quando não faz nada, nunca está menos sozinho do que quando está consigo mesmo”.

Autoconsciência e análise interior 

“Para mim a solidão representa a oportunidade de revisar nosso gerenciamento, de projetar o futuro e avaliar a qualidade dos vínculos que construímos. É um espaço para executar uma auditoria existencial e perguntar o que é essencial para nós, além das exigências do ambiente social”, diz o filósofo Francesc Torralba, autor de A Arte de Ficar Só (Ed. Milenio) e diretor da cátedra Ethos da Universidade Ramon Llull. Na solidão deixamos esse espaço em branco para ouvir sem interferências o que sentimos e precisamos. “A solidão nos dá medo porque com ela caem todas as máscaras. Vivemos sempre mantendo as aparências, em busca de reconhecimento, mas raramente tiramos tempo para olhar para dentro”, diz Torralba.

As 5 chaves para desfrutar da solidão

1. Você é sua melhor companhia. A premissa básica é mudar a crença de que quem está acompanhado está melhor.
2. Uma oportunidade para nos conhecermos melhor e descobrir nosso rico mundo interior.
3. Em vez de se torturar, é preciso aproveitar a solidão para ler, pintar ou praticar esporte.
4. Escrever um diário. Ajuda a expressar sentimentos e a contemplar-se com mais conhecimento e carinho.
5. Como indica o psicólogo Javier Urra, com a solidão recuperamos “o gosto pelo silêncio e pelo domínio do tempo”.
Na verdade, a solidão desperta o medo porque costuma ser associada ao vazio e à tristeza, especialmente quando é postergada longamente por uma atividade frenética e anestesiante. Para Mireia Darder, é bom enfrentar esse momento tendo em mente que a tristeza resulta simplesmente do fato de se soltar depois de tanta tensão e de ter feito um esforço enorme para aparentar força e suportar a pressão frente aos que nos cercam. “Não se pode esquecer que para ser realmente independente é preciso aprender a passar pela solidão. O amor não é o contrário da solidão, e sim a solidão compartilhada”, diz Darder.
Em nossa sociedade, a inatividade —que surge com frequência da solidão— é temida e desperta a culpa. Fomos preparados para a ação e para fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas é quando estamos sozinhos que podemos refletir sobre o que fazemos e como o fazemos. O escritor Irvin Yalom, titular de Psiquiatria na Universidade de Stanford, confessava que desde que tinha consciência se sentia “assustado pelos espaços vazios” de seu eu interior. “E minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de outras pessoas. De fato detesto os que me privam da solidão e além disso não me fazem companhia.” Algo que, segundo Francesc Torralba, é muito frequente: “Embora estejamos cercados de gente e de formas de comunicação, há um alto grau de isolamento. Não existe sensação pior de solidão que aquela que se experimenta ao estar em casal ou com gente”.

A SOLIDÃO IDEOLÓGICA

Tantas ideias para rebater o absurdo. Milhões de elucubrações. Bilhões de turistas da maionese, a verdadeira. Quanto mais eles falam, mais o ABSURDO, cresce e se agiganta. Tantos ismos: são comunismos, capitalismos, cristianismos, socialismos, protestantismos, budismos, espiritismos, catolicismos, xamanismos, monoteísmos, hinduísmos, judaísmos, islamismos, maniqueísmos, adventismos, bramanismos, messianismos, xintoísmos, neopentecostalismos, taoísmos, confucionismos, ocultismos, satanismos, gnosticismos, ismos, ismos.
O absurdo já teve tempo e ismos para se tornar um monstro feroz e imbatível que devora todas as moléculas da condição humana.
Eu cá estou sózinho, sem nenhum ismo para engordar o ventre da Besta.
Tenho nas entranhas um ESPANTO que se espreguiça e se alonga nas superfícies da minha perplexidade. Estou só, livre e nú e me surpreendo com tanta gente vestida de ismos e desfilando os seus mitos, suas apostas e delírios. Espanta-me tanta gente vivendo e morrendo pelos seus ismos.
Sinto-me só e feliz porque não acredito nem um pouco nas vestes de quem nem consegue reconhecer o absurdo. Desculpem o mau jeito, estou sem um ismo, mas ofereço-lhes o meu espanto.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

VOCÊ SABE O QUE É UMA CAM MODEL?

O INSTINTO SEXUAL NÃO TEM LIMITES

Transcrevo esta entrevista do BRASIL POST que me parece muito reveladora da época em que vivemos.

A APOLOGIA DA PROSTITUIÇÃO TECNOLÓGICA


“Liguei a câmera, fiz uma graninha em pouco mais de uma hora, adorei e comecei a fazer toda noite”

T.* tem 21 anos e mora em São Paulo, mas milhares de pessoas a conhecem como Gween Black. Cam model há dois anos, passa o dia cuidando de suas redes sociais (que incluem Twitter, Fan Page no Facebook, Tumblr e Snapchat) para, quando a noite cai, sentar-se na frente de um conjunto de webcams e luzes, tudo montado em seu próprio quarto, para entreter plateias que variam em idade, nacionalidade e fetiches.  
Da onde veio a ideia de ser cam model?
Sempre fui exibicionista e usava cosplays em eventos, cada vez com uma fantasia diferente. Uma amiga minha estava passando por problemas financeiros e decidiu fazer isso. Ela veio falar comigo, sabendo que eu tinha muitas perucas. Até então eu achava que isso era mito da internet, mas não é. Chegava a postar algumas fotos minhas no gonewild (uma seção do reddit na qual usuários podem postar nudes apenas pelo prazer do exibicionismo) e alguns caras se ofereciam para me agenciar, mas decidi entrar nos sites especializados por conta própria. Em 26 de junho de 2013, aconteceu. Liguei a câmera, fiz uma graninha em pouco mais de uma hora, adorei e comecei a fazer toda noite.
Você só usa Gwenn Black em entrevistas. É uma questão de segurança?
Sim. Nenhuma modelo fornece nome real ou dados bancários. É a internet, né? Isso já é motivo suficiente.
Como você se sente com o perigo que circunda as sex workers (termo que engloba todas as profissões relacionadas a entretenimento e sexo, desde prostitutas até operadores de disk sexo)? Temos stage names justamente por isso, e às vezes precisamos trocar de nome. Os sites também permitem que você bloqueie um estado ou país se precisar. É uma medida que visa a segurança da menina. Recebo mensagem de ódio toda semana no meu Tumblr falando que sou puta. Estava até falando disso com meu pai, que sempre me apoiou. Parece que essa pessoa nunca abriu um site pornô, né? Até parece que as meninas dos pornôs não são pagas. Você é pago para tudo isso. Troca de serviços define um trabalho. Faço as pessoas rirem ou sentirem algo e, em troca, ganho dinheiro.
Esse exibicionismo da sua época de cosplay também era algo sexual, que te permitiu ir mais facilmente pro show de cam models?
Não, era muito mais uma questão de personagem mesmo. Eu tinha bastante vergonha do meu corpo, achava que era muito feia. Passei minha adolescência sendo zoada por muita gente. Eu era a feia da turma, da escola. Gostava de alguém no colégio e era zoada por isso. Tinha a autoestima muito baixa. Quando comecei a ouvir que as pessoas me achavam bonita, duvidava, até que percebi que se eles não estivessem achando isso, não estariam dando tokens (a moeda corrente nos sites de camming). Eu tinha muito problema com a cor dos meus mamilos, e isso era um problema muito grande pra mim. Quando eu ficava topless, escondia meu corpo, ficava com vergonha, e hoje eles chamam de cocoa nipples (mamilos de cacau, em tradução livre). Eu tive muito problema com aceitação do corpo, mas até me soltar foi uma coisa de espelho – a webcam é isso, né? Sua imagem refletida. Demorou quanto tempo pra isso acontecer?
Seis meses para que eu me sentisse confortável com meu corpo.  
Quando você começou a se sentir mais confortável com seu corpo as gorjetas aumentaram?
Muito! Encontrei meu nicho, porque nesses sites existe todo tipo de modelo. Aquela que não tira a roupa, aquelas que usam três dildos ao mesmo tempo, e eu encontrei o nicho de modelos mais “maluquinhas”, que contam piadas, usam umas roupas meio doidas e se divertem. Eu me visto de dinossauro, tenho fantoches, gosto bastante de fazer isso. Ser uma palhaça. Às vezes até falo que é um maternal pra adultos, porque às vezes eu estou cantando, dançando, com bambolê… Mas pelada. (risos)
Desde o começo você faz shows de cosplay?
Sim, porque eu tinha vergonha. Eu nem conseguia gozar, me masturbar, eu tinha vergonha. Sexta-feira passada eu bati meu recorde de gozadas online: 10 vezes em três horas. E todo mundo dá risada na sala.
Então se vestir de Chewbacca é rotina para você?
Sim! Quarta-feira de madrugada eu posso decidir me vestir de Stormtrooper e me masturbar fazendo sons de Chewbacca.  
Há quanto tempo você é apenas cam girl?
Faz um ano. Até então eu também trabalhava num escritório de contabilidade.
 Qual é o tempo de vida útil de uma cam model? Quanto tempo você acha que dá pra continuar tirando uma grana com isso?
Quanto tempo você quiser, porque tem público pra qualquer faixa etária. Tem modelos de 60 anos muito populares e de 18 também. Gordas, magras, altas, baixas, negras, brancas. Não tem discriminação.
Por quanto tempo você quer continuar nessa indústria?
Até os 30 anos.
Você acha que esse mercado vai chegar no Brasil?
Tem acontecido, mas do jeito que chegou não me atraiu. Meu público ainda é americano e europeu. O problema no Brasil é o preconceito – as pessoas vão tratar essas modelos como prostitutas e na verdade é uma sala digital. Gwenn Black é uma mulher digital, que não existe.
Pedir pra sair, trocar contatos: isso acontece?
Eu recebo um pedido de casamento por mês. (risos)

terça-feira, 26 de maio de 2015

NOVE HORAS DE ORGASMO

 15 CURIOSIDADES SOBRE O USO DO TEMPO NA VIDA

Considera-se um tempo médio de vida de 75 anos

 
Onze meses olhando mulheres
Uma pesquisa da Kodak demonstrou que homens passam em média 43 minutos por dia (cerca de 11 meses ao longo da vida) observando integrantes do sexo oposto. A pesquisa também apontou supermercados como os lugares em que isso mais acontece.



Nove horas de orgasmo  
Uma pesquisa alemã apontou como 12,4 segundos o tempo de duração do orgasmo feminino, o que coloca seu prazer sexual com duração média de nove horas durante a vida.
Noventa minutos de orgasmo
O mesmo estudo situou o clímax sexual masculino dura em média de 1,7 segundos. Se você multiplica isso pela média de relações sexuais que o homem tem na vida, isso dá menos de 90 minutos de orgasmo na vida.
OBS: - Esta comparação entre os tempos de orgasmo masculino e feminino, comprova que tudo o que escrevi neste Blog em relação à sexualidade de homens de mulheres, está correto. A conclusão é irrefutável e uma só: quem deveria gostar mesmo de sexo é  a mulher. A cultura atrapalha pra caramba a vida sexual das mulheres e indiretamente a dos homens.
O homem é um deficiente sexual. As mulheres, compelidas pelo papel cultural que são obrigadas a desempenhar, precisam disfarçar  essa sexualidade exuberante e avassaladora com flores, romantismos arruinados, decadentes e coisas que tais. A mulher é o ser sexual por excelência. O homem é uma fraude sexual. A mulher, uma fraude sentimental. Ressalvadas estão, todas as exceções.

Cem sms por dia
Segundo um estudo de 2010 do Centro de Pesquisas Pew de Washington DC, um em cada três adolescentes manda 100 sms ao dia.

Um ano decidindo roupa
Uma pesquisa da confecção Matalan descobriu que as mulheres passam quase um ano (287 dias úteis) decidindo o que vai vestir melhor no seu corpo.
Mulheres: 136 dias se arrumando
Segundo estudo da firma Skinbliss, as mulheres passam 136 dias se arrumando, seja fazendo maquiagem, tomando banho ou experimentando roupas. 

Vinte e sete dias esperando por transporte público
Ficar esperando por trens e ônibus toma ao final de uma vida 27 dias. (Parece mais, não parece?)

Dois anos de reunião
Um empregado de empresa passa, em média, dois anos de sua vida em reunião.

Um ano e meio arrumando o cabelo
Uma mulher passa, ao longo de toda uma vida, 14 mil horas — ou 1,5 ano — escovando, penteando, lavando, secando, alisando, cortando e fazendo permanente no cabelo.

Dezessete anos fazendo dieta
Pesquisa de Kevin Dorren, fundador e cozinheiro-chefe do Diet Chef, revelou que mulheres passaram 17 anos de suas vidas de dieta. 

Oito anos e meio comprando
A empresa de pesquisa em marketing OnePoll.com analisou os hábitos de compras de cerca de 2 mil mulheres e estimou em 8,5 anos o tempo que passam fazendo "comproterapia"

93% da vida em ambiente fechado
Há muito do mundo que o americano médio precisa ver. A agência de proteção ambiental dos EUA estimou que um americano passe 93% de sua vida em ambiente fechado, seja dentro de um imóvel ou um carro.

Quatro anos comendo
Em média uma pessoa passa 38 mil horas, ou cerca de 4,4 anos da vida, comendo

Sete dias deitado acordado
Especialistas em saúde canadenses estimaram em sete dias o tempo total que uma pessoa passa deitada na cama acordada, esperando o sono.

Quatro meses se barbeando
Segundo pesquisa da Reader's Digest, os homens passam 3 mil horas, ou quatro meses da vida, fazendo a barba.



A ROSA COMO FANTASIA E DISFARCE

As rosas seduzem a humanidade há mais de cinco mil anos. Há rosas de todas as cores e fascinam pelo perfume e pela beleza. Até as de plástico que são muito cafonas e Made in China, guardam algum encanto sintético. 
Não tenho uma personalidade anti-rosácea, mas colocar rosas onde certamente elas não crescem nem vigoram, perturba a minha paciência ocidental.
Apesar das evidências em contrário, há gente empenhada em confundir minha visão com falsas rosas.
Não é apenas no jardim que a vida é possível com amor, paz e felicidade. A vida também floresce impetuosa e linda  nas frinchas da terra seca.
Tire as suas rosas da minha realidade porque eu não preciso de rosas para sonhar. Tantas rosas assim infectam os meus passos nos caminhos duros da minha segunda-feira. Deixe-me fazer um mundo melhor sem o patrocínio dos seus"bouquets."
Eu não sou viciado em rosas. As minhas flores têm o cheiro do real. Não quero que o perfume das rosas me cause delírios e alucinações. 
Sinto-me confortável sentado no velho canapê do dia a dia. Ainda consigo ver poesia nestes canteiros maltratados pelos loucos da minha espécie.
Então, afaste essas rosas de mim e deixe-me respirar o ar podre do meu planeta. Aliás, você, obsesssiva-compulsiva por rosas, ao invés de me alegrar, está me cravando no peito os espinhos de saudade dos que hoje já são o adubo racional das rosas mais frescas.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

O SOFRIMENTO ÚTIL

¡Ay mísero de mí...!
[Soliloquio: Fragmento de La vida es sueño]

Pedro Calderón de la Barca
¡Ay mísero de mí, y ay, infelice!  Apurar, cielos, pretendo,
ya que me tratáis así
qué delito cometí
contra vosotros naciendo;
aunque si nací, ya entiendo
qué delito he cometido.
Bastante causa ha tenido
vuestra justicia y rigor;
pues el delito mayor
del hombre es haber nacido. 

Arthur Shopenhauer cita a parte final desta estrofe em "O mundo como vontade e representação."

O sofrimento só serve para te mostrar que a vida não é uma dádiva. A despeito da propaganda muito falaciosa que se faz da vida, quem já teve o seu tempo de sofrimento útil, constatou que a vida é muito parecida com "O processo" de Kafka. Os seus pais é que gozaram e você é que se fodeu.
Quem não mudar a premissa, altenará crises de alegria com crises de angústia e não passará disso até morrer. É necessário mudar a premissa: definitivamente a vida não é um dom, um presente ou coisa que o valha. A vida está muito mais próxima de uma punição sem delito transitado e julgado. 
O sofrimento só é Útil para te levar a esta conclusão. Todo e qualquer outro sofrimento é estéril, estúpido e cancerígeno.
Na grande maioria da vezes, a pessoa sofre e não muda a premissa. Continua sempre a achar que foi premiada com a vida e um dia chegará então ao decantado Shangri-lá.
Eu não preciso sofrer mais. Eu já aprendi. E aprendi demais. Aprendi que também posso ser  feliz a milhares de léguas do paraíso e a alguns centímetros do inferno.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

PEDALANDO PARA NÃO MORRER

Jaime Gold fazia parte do grupo de cardiologistas não sedentários. Sessenta por cento dos cardiologistas são sedentários. Não conheço Jaime Gold, mas com certeza era alguém que buscava coerência entre o pessoal e o profissional. Fazia o que dizia que deveria ser feito. Só isso já é admirável.
O que chama a minha atenção neste caso hediondo, além da completa ausência de tudo, Sáude, Educação, Segurança e Vergonha na cara, é o paradoxo de Jaime Gold. Cuidava da sua forma física para não ter problemas de saúde porque os conhecia melhor que ninguém. Programava a sua permanência no planeta. Pensava em ser longevo. No entanto, a estupidez e a bárbarie que se apossou do Brasil e do mundo, interrompeu criminosamente a sua trajetória de homem coerente.
Qualquer um de nós, por mais honrados, honestos e idôneos que sejamos, estamos sujeitos às facas dos monstros que compartilham conosco a mesma cidade MARAVILHOSA. Falta tudo e sobra desrespeito pela vida humana. Falta tudo e sobra indiferença e descaso pelos que sofrem perdas como esta. E os "menores" já deixaram de ser "menores" há muitas décadas.  O mundo mudou muitíssimo. Já acabou a época dos "menores". Isso é coisa do passado.
Denuncio o absurdo da condição humana e a invasão sutil dos bárbaros que queimam os nossos sonhos mais secretos e nos condenam à perplexidade e à revolta. Malditos sejam para sempre, todos os que detêm o poder e não fazem nada pelo bem comum. Malditos sejam para sempre, os que cospem e mijam nos princípios morais que edificaram esta civilização estranha. Malditos sejam para todo o sempre, os que perderam a noção do valor absoluto de uma vida humana. E você, Jaime, continue pedalando em nome da sua responsabilidade e da sua coerência. 

A TOXICIDADE DAS RELAÇÕES HUMANAS

Existem as duas formas: Toxicidade e toxidade.
A toxicidade da vida gregária não é coisa recente.  Ao termos que viver em comunidade, sujeitamo-nos a toda a sorte de venenos que a coletividade exala. Quem levar muito a sério a sua vida social, ficará alucinado com os gazes da atmosfera grupal.
Faz-se a apologia da vida em comum, estimulando as pessoas a cometer o pior erro de suas vidas: considerar a solidão como moléstia abominável. Aí é que mora o perigo. Nunca passa pela cabeça da maioria que a vida social é uma espécie de suruba psico-emocional com graves efeitos colaterais.
Ao respirar as substâncias tóxicas e ao participar por instinto ou aculturamento da suruba, o indivíduo submete-se ao flagelo das D.S.Ts. (Doenças Socialmente Transmissíveis). A consequência de ser infectado, não é a morte, é a infelicidade crônica.
Não sei por que razão não são capazes de dizer que o lugar mais limpo e oxigenado da existência na terra, é a solidão. Não prego a abstinência social. Jamais faria uma coisa dessas. Muito menos a masturbação social compulsiva praticada abertamente no Facebook. Todavia, faça um detox, relacione-se socialmente só de camisinha, por favor.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

OS NOVOS TAGARELAS

AS CONVERSAS DA PÓS-MODERNIDADE













O DESESPERO ONTOLÓGICO

Para mim, está muito claro que não se sabe de NADA, absolutamente NADA.
Sei que hoje é quase impossível não ferir susceptibilidades. Estamos todos muito susceptíveis.
Se uma opinião causa feridas é com certeza uma opinião que se tornou importante demais. E se alguém se deixou ferir por uma simples opinião é por que faltam alicerces sólidos às convicções dos feridos.
Não se sabe nada de muito revelador e definitivo sobre a origem da nossa espécie e muito menos ainda sobre o além-túmulo. 
O Criacionismo equipara-se em delírio a qualquer conto de fadas com direito a Papai Noel de Shopping Center. É de uma puerilidade estonteante. Tem a mesma textura narrativa de qualquer história infantil e exagera pelo maniqueísmo e pela ênfase dada ao castigo, ao sofrimento e à humilhação. Só quem estava deveras desesperado em busca de um sentido para a existência, inventaria uma Criação tão capciosa e freudiana. Entretanto, o pior desta fábula é a apologia feita à obediência cega. Obedecer cegamente leva o ser humano à ignorância e à escuridão. Acho que desobedecer é fundamental.
Se Deus existe, sofre de mau humor crônico. Vide todo o antigo testamento. Sempre chateado, zangado e de cara feia. Parece-se com qualquer Chefe de Vendas ou gerente de Recursos Humanos. Recuso ter sido concebido e criado por um ser assim. E a ideia de ter sido banido de Éden, deixa-me com um forte sentimento de rejeição e me deprime. Sinto-me um exilado do paraíso, uma espécie de apátrida cósmico, um orfão metafísico. Poderia continuar a falar de Adão e Eva, mas ficaria muito chato. Então é isso. Expulsos do paraíso pelo Criador por causa de um pseudofruto sob os auspícios de uma cobra falante para sobreviver no país da Petrobrás.
Por outro lado, o evolucionismo de Darwin tem muitas lacunas e deixa muitas dúvidas e interrogações. A evolução das espécies não me convence completamente. Como foi possível, apenas por obra e arte do "gene egoísta" chegarmos a este nível de sofisticação intelectual? A evolução não explica tudo. Há muitos enigmas não resolvidos na história para adultos escrita pelo Charles. 
Só os arrogantes  e estúpidos de carteirinha, ousariam afirmar que a escatologia está decifrada.
Eu acho que somos um acidente da matéria. Falta sentido e sobra perplexidade. Não estou mais à procura de sentidos mirabolantes para a minha vida. Não tenho mais o desespero dos monoteístas que se matam para tentar provar que o sentido deles é melhor que o dos outros. Aceito perfeitamente patinar no non-sens.
Vivo o mistério de respirar com a tranquilidade de que não posso furar o enigma. Procuro criar alguma coisa ou a mim mesmo e faço da minha vida uma oferenda generosa a tudo aquilo que não consigo entender.
P.S. - E a propósito, quando será que as pessoas não vão achar tão divertido e coerente "fazer enigmas"? Quando será que esta irresponsável festa procriativa vai acabar?