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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A oficialização do preconceito

"Quem não tem preconceitos não tem cuidados linguísticos."
Joaquim Esteves 
O preconceito já foi um sentimento privado e inconfesso. Hoje, com esta onda avassaladora e mundializada do "politicamente correto", o preconceito passou à esfera pública, oficial e quase institucional.
Se o caro leitor, não tiver nenhum preconceito em relação a uma determinada condição por que razão irá usar de tantos e tão variados melindres lexicais para se referir a ela?
A nossa civilização é um viveiro de preconceitos. Quem se diz sem preconceitos está mentindo vergonhosamente. O combate ao preconceito é um trabalho interior, cerebral, íntimo e racional. Fiscalizar as palavras não resolve nem atenua o problema. O que pode mitigar o problema é corrigir os pensamentos, os comportamentos e as atitudes. Atacaram o mais acessível e o mais fácil: as palavras. Este ataque só engrendrou uma caça às bruxas subliminar, com censura, cortes e sanções estúpidas. Falta coragem, sanidade, lucidez, bom-senso e muito esforço para atacar as visões estúpidas de mundo, a ignorância que é o melhor sinônimo para mal e um apurado senso de justiça. Que se eduquem os preconceituosos. Modular a expressão é elementar, ineficaz, ridículo e hipócrita.
No que diz respeito ao preconceito o buraco é muito mais acima.

À espera do espetáculo redentor

Está todo mundo "conectado" à espera do grande acontecimento que trará calma, tranquilidade, paz, conforto, segurança, sucesso e sobretudo muita felicidade. Isso é tão improvável quanto o fim da corrupção no Brasil.
Por grande acontecimento, entenda-se casamento, procriação, promoções no trabalho, grandes viagens, festas de arromba, imbatíveis performances sexuais, popularidade, aventuras, etc.
A minha experiência pessoal, aponta para outras realizações. O que realmente me fez feliz e mudou a minha vida, foram pequenos gestos, momentos de solidão, frases curtas, certas entonações, imperceptíveis reflexões e ligeiras alterações de rota; nada de muito espetacular. 
O espetáculo se consome a si próprio. É só para ver.  É só para matar o tempo e o tédio. Não tem substância e serve apenas para impressionar os incautos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A história acabou

Quem ouve um jovem adulto ou um adolescente falar, tem a impressão que o mundo começou exatamente quando ele nasceu. Nada o precede. Ninguém o antecede. Ele é o marco indelével na história da espécie humana no planeta afável. 
Na nova criação do mundo, Adão mudou de nome e  se chama Bill Gates. E Eva? Não há notícias de Eva no Gênesis pós-moderno. Será que era o Steve Jobs?
As crianças produzem frases com inflexões de adultos. Discursam com autoridade e impressionam  toda a burguesia. Fico atônito com tantas certezas disseminadas no ar.
Eu, não sou quase nada. O que pode saber quem já viveu tantas décadas? O que pode saber quem já percorreu tantas léguas? E o que pode saber quem fez do sofrimento a sua melhor escola? Nada. Não sabe nada.
Os mancebos tomaram a sabedoria de assalto e realizam a proeza de pisar e dominar sem ter dinheiro, no reino do capitalismo indomável. É um feito digno da miracologia evangélica.
Antiguidade é posto, dizia-se no passado. Hoje, não há mais passado. A antiguidade é um estorvo e uma ignomínia. Só valem os músculos e a tez aveludada com Asepxia da Ultrafarma.
Só vale o que existe. Só interessa o que é. Poucas coisas preexistiram e o que foi, já era. "Deletaram" o percurso dos pioneiros e dos visionários "sinistros". "Deletaram" o respeito e a reverência. O poder são várias teclas ou uma só. A história acabou.

sábado, 26 de setembro de 2015

ELAS PENSAM MAIS EM SEXO

Pesquisas realizadas em vários países confirmam: as mulheres têm pensado e falado cada vez mais sobre sexo. O que mostra que esse assunto já não é mais um tabu, pelo contrário, elas estão compartilhando opiniões sobre o tema também com seus parceiros. Com isso, a ida ao sex shop, por exemplo, deixou de ser pecaminosa para ser uma visita agradável e divertida e que vai trazer novas experiências à rotina sexual. Aliás, elas compram muitos mais produtos eróticos e assistem, sim, a filmes com conteúdos eróticos. Tudo sem pudor. O direito ao prazer ninguém mais tira delas e pesquisas revelam bem o cenário. Mulheres já são maioria entre os assinantes de canal pornô.
Segundo uma pesquisa do canal Playboy TV, marca que controla seis canais de conteúdo erótico, as mulheres representam mais da metade dos assinantes dos canais da programadora. Divulgado em novembro de 2014, o levantamento mostra que elas representam 54% dos 450 mil assinantes. Em 2010, esse número era de 49%. Para 78% das 1.660 pessoas entrevistadas, a ideia de consumir conteúdo erótico é "colocar bastante pimenta na relação sexual", além daqueles que desejam aprender com os profissionais da tela (68%).
Masturbação
Apesar do assunto ainda ser tabu para muitas mulheres, a masturbação, de acordo com uma pesquisa realizada com pessoas do sexo feminino, acima de 18 anos, e que utilizam iPhone no Brasil mostrou que 70% das brasileiras se masturbam. Além disso, 81% delas conseguem atingir o orgasmo se tocando. A pesquisa, respondida por aplicativo em celular em julho de 2014, foi feita pela Hibou, uma empresa especializada em pesquisa e monitoramento de consumo.
Com a revolução feminina, opina a psicóloga e especialista em sexualidade Juliana Bonetti, elas inserem na sociedade uma nova identidade que ainda está em transformação. "As mulheres, por causa de fatores sociais e culturais, têm mais dificuldades em expressarem-se sexualmente. Mas, na medida em que leem e vivenciam por meio da literatura ou filmes o lado erótico e pornográfico, vão, pouco a pouco, se permitindo vivenciar as próprias fantasias", afirma.
A psicóloga e terapeuta sexual Paula de Montille Napolitano recorda ainda a repressão sexual contra as mulheres para explicar como algumas ainda tratam o conteúdo erótico como tabu. "O direito ao prazer sexual foi socialmente conquistado pelas mulheres há pouco tempo. Antigamente este desejo não era permitido nem mesmo em pensamentos. O importante é não deixar com que esses tabus impeçam a mulher de aproveitar esses recursos para aumentar o prazer", avalia.
Pornografia
A pornografia pode trazer vantagens para a vida a dois. "Dependendo do casal, a pornografia pode trazer benefícios. Mas, claro, quando os dois gostam e aprovam. Esse tipo de conteúdo pode ser incrementado junto às preliminares, por exemplo, trazendo à tona também a comunicação de outras fantasias sexuais", reforça a psicóloga Juliana Bonetti. A sexóloga Karina Brum conta que o próprio mercado de filmes eróticos tem feito filmes com roteiros mais trabalhados, realistas e naturais, diferentes das cenas cruas de sexo explícito dos filmes tradicionais.
"Mulheres não gostam do pornô tradicional. Por isso, algumas empresas de conteúdos pornográficos têm diretoras no lugar de diretores, hoje. Sem contar que os roteiros têm mais enredo do que só as cenas cruas de sexo explícito. A visão de uma mulher, enquanto diretora da cena, torna tudo mais excitante e divertido. Toda mulher gosta e precisa sentir-se desejada, mas este desejo não deve ser mecânico, como nas cenas dos filmes tradicionais. E o mais impressionante é que esta geração feminina procura se motivar e se autoconhecer, cada vez mais, por meio dos filmes", afirma Karina.
Fonte: MSN - Brasil

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A frescura revisitada



Na minha época maravilhosa que não volta mais, esse negócio de susceptibilidades, chama-se FRESCURA e era totalmente ridículo.
Hoje, todo mundo ficou muito sensível. Não podemos mais falar. Tudo ofende, tudo fere, tudo é forte, tudo contem alguma forma de preconceito e tudo é passível de processo criminal. A humanidade está à flor da pele. 
De repente, todos ficaram importantes demais ao mesmo tempo. O que eu mais ouço é esta frase insuportável e viciada que sempre denota alguma forma de autoritarismo: " Não pode". Não pode e não pode. 
As pessoas não se dão conta da censura, da ditadura e do "cala a boca" generalizado que vivemos. Só os que têm parâmetros de comparação porque encelheceram, podem constatar este fenômeno. A geração Y e a geração Z acham que descobriram a pólvora sem fumo, mas estão vendidos a um sistema pavoroso que eles aplaudem. Pobres criaturas!
Um sinônimo perfeito para as susceptibilidades da modernidade era viadagem. Lá pelos anos oitenta, era muito comum dizer-se, quando alguém extrapolava a esfera do admissível em termos do egocentrismo pomposo, "para com essa viadagem!".
Então é isso, extrapolamos o que seria admissível em termos de egocentrismo pomposo, hipocrisia, teatralidade, vaidade e presunção. E quase tudo permanece com antes, só não se diz, mas pensa-se e faz-se.
É F........., meu véio! F....... não pode e nunca houve na história do planeta tanta difusão de pornografia e tanto eufemismo.
P.S.-  Se eu escrever a palavra toda, o meu blog vai ser bloqueado pelo Bing, pelo Google, pelo Facebook  e companhia limitada. Isto não é uma forma de inquisição?

A abstinência do poder

A fisiologia do poder
O poder age no organismo humano como certos psicotrópicos e a maioria das drogas ilícitas. Não sou neurocientista, mas parece-me evidente que o exercício do poder também provoca uma descarga torrencial de dopamina (A dopamina é uma substância química liberada pelo cérebro que desempenha uma série de funções, incluindo prazer, recompensa, movimento, memória e atenção.)
O contato com qualquer forma de poder aciona o sistema de recompensas do cérebro e induz ao vício.
O maior castigo para qualquer deputadozinho é não se reeleger. O pior sofrimento para todos os que detêm alguma forma de poder é estarem privados dele. A fissura do poder sobre os outros é o grande barato desse pessoal. Fica explicado o fascínio que o poder exerce sobre todos nós. 
Ter poder é como estar drogado por uma substância cultural, abstrata e lícita. Todos os que estão no poder agem de maneira estranha, surpreendente e suspeita porque estão completamente drogados.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Espionagem em tempos de paz

A GUERRA GELADA

A espionagem segundo Sun Tzu, em Arte da Guerra, é um ato só permitido entre beligerantes, nações, grupos guerrilheiros em guerra e/ou guerrilha e consiste na prática de obter informações de caráter sigiloso relativas a governos ou organizações, sem a autorização desses, para conseguir vantagem militar, política, econômica, etc.
Quando disseram que acabou a guerra fria, logo começaram a preparar a guerra gelada. Estamos apenas no início  da guerra gelada.
A minha espécie, desgraçadamente, é incompatível com a paz. A nossa espécie é um projeto inconcluso e malogrado. Sempre me considerei e considero os que me cercam como acidentes cósmicos. E não fosse o caráter trágico desse projeto, até dava para relevar. 
A minha espécie é beligerante. Quase todos os hinos nacionais incitam ao embate e à guerra. Afinal, viver é lutar, não é repousar. Repousar é morrer. Neste contexto, o Brasil, para mim, é um país um pouco estranho.
Se vivemos num mundo onde imperam a denúncia e a espionagem de todos, de todas e de tudo, em larguíssima escala, é evidente que não estamos em paz. Acabei de apresentar-lhes o espetáculo relaxante do óbvio.
A paz que respiramos é falsa e tóxica. Não gosto de surpresas desagradáveis por isso estou preparado.   

Pela liberdade de sentimentos

 A globalização da ditadura
A patrulha obcecada do politicamente correto está em plena expansão e aprimoramento. De uns tempos a esta parte, não são apenas as palavras que são vigiadas; também se vigiam e controlam os sentimentos.
Todos têm que usar as palavras da moda e todos têm que sentir o que todos sentem. Vivemos num mundo ameaçado. As liberdades correm perigo, mas é tudo muito sutil, subliminar e enigmático como as novas tecnologias. Não é só a liberdade de expressão que corre riscos severos; a liberdade de sentir também é extremamente visada. Pelo que se ouve e lê por aí, até parece que todos gostam e amam.
Começa com o like do Foicebook e acaba no teatro barato de quem não tem a decência de afirmar que odeia visceralmente certas e determinadas coisas, sob pena de ser confundido com a incitação ao ódio. Ninguém mais pode ser indignado, veemente, espontâneo e autêntico. Esqueceram-se que a camada de verniz civilizatório qualquer chuvinha a apaga.
Por existirem os zelosos vigilantes da incitação ao ódio é que usufruímos de um mundo florido e verdejante. Não é mesmo?
O coração é a terra mais sagrada que conheço. Nem eu piso a terra misteriosa e secreta do meu coração. O que é asqueroso e revoltante é que pessoas completamente alheias às batidas e às contrações do meus ventrículos, em nome da hipocrisa institucional, pretendam tomar de assalto o recanto mais primordial do meu ser.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Os escravos da mesma ideia

"Não tenho medo de mudar de ideia porque não tenho vergonha de pensar." 
Autor desconhecido
Os pensadores eventuais
Mudar de opinião nesta ou em qualquer outra sociedade, sempre foi visto como a suprema heresia.
A explicação é muito simples: quem muda de opinião com frequência não é previsível e dificilmente pode ser controlado. Por isso se estimula tanto o cumprimento da palavra empenhada e outras armadilhas. No século XIX era bem pior. Estamos melhorando neste sentido, mas ainda falta muito.
Parece que quem muda de opinião não é uma pessoa séria. Quanta injustiça! Sério é o caro que passa uma vida inteira de 80 anos dizendo as mesmas baboseiras.
Desconhece-se que a linearidade de pensamento é impossível para quem pensa com regularidade.
Quem passa muitos anos sem mudar de opinião, das duas uma: ou não faz sinapses ou é louco. As duas hipóteses são equivalentes.

10 mentiras da história mundial

Mentiras da história mundial
A História é um mar de distorções. O que você pensa que é, talvez não seja assim. Talvez alguém, há muito tempo, tenha construído uma meia-verdade e a tenha repetido tantas vezes que virou uma verdade completa. Temos aqui 10 fatos que são muito conhecidos na História.


10. Bin Laden não foi o primeiro a atacar os EUA em seu próprio território. O “mérito” é de Pancho Villa, que em 1916 cruzou Rio Grande e atacou a cidade de Columbis, Texas, onde matou sete pessoas. A invasão durou menos de dez horas. 

9. Walt Disney não sabia desenhar e nunca desenhou nenhum de seus famosos personagens. Durante muitos anos foi dito que Mickey Mouse tinha sido criado por ele, mas atualmente sabemos que foi obra exclusiva do desenhista Ub Wickers que deixou Disney compartilhar a autoria para lhe retribuir um favor. A verdade é que Disney é um dos maiores pilantras que a História do empreendedorismo  já conheceu.

8. Os imperadores romanos não levantavam nem baixavam o polegar para decretar a morte ou o indulto de um gladiador. Mostrar o punho fechado era sinal de clemência: mas se mostravam o polegar para um lado (como quem pede carona), estavam ordenando a execução do perdedor.

7. As três caravelas de Colombo na verdade eram duas. Pinta e Nina. Porque a terceira embarcação que participou da descoberta da América era uma nau, outro tipo de barco de maior tamanho. Chamava-se Maria Galante, mas Colombo a rebatizou de Santa Maria.

6. A guilhotina não é um invento francês, e seu criador não foi o doutor Ignace Guillotin, que somente sugeriu a guilhotina como método oficial de execução. Os romanos já conheciam e usavam o método e alguns historiadores acham que foi inventada pelo cônsul Titus Manlius, que paradoxalmente, acabou sendo executado por ela. Um fato interessante é que a Ciência descobriu que as vítimas desse instrumento ainda permaneciam 10 segundos vivas após a cabeça ser cortada.

5. John Ford não era caolho. Passou a utilizar a venda sobre o olho direito ocasionalmente em 1934 para poder recuperar-se da operação de cataratas. A partir de então, acostumou-se a usar a venda em público como excentricidade e às vezes até a mudava de olho. 
4. Cemitérios de elefantes não existem. O aparecimento de um grande número de ossadas de paquidermes num mesmo lugar fez crer que existiam míticos locais nos quais os elefantes se dirigiam voluntariamente para morrer. O mistério foi explicado pelo biólogo Rupert Sheldrake que explicou o que  realmente ocorria. Os exemplares idosos ou doentes de uma mesma manada passavam a viver próximos dos mananciais de água e morriam ali.

3. Marlon Brando não recusou o Oscar que ganhou pelo “O Poderoso Chefão” (1972). Mas mandou para receber o troféu em seu lugar uma falsa índia (era uma mexicana disfarçada) que fez um discurso a favor dos direitos dos indígenas.

2. Catarina II da Rússia não morreu tendo relações com um cavalo. A soberana faleceu de um infarto, mas a lenda surgiu  da descoberta na sua coleção privada de peças eróticas onde não faltavam cenas de zoofilia.
  
1. Circular pela direita nem sempre foi o normal. De fato, no império romano circulava-se pela esquerda, um costume que foi mantido em toda Europa até a Revolução Francesa. O novo regime instaurou a norma de fazê-lo pela direita e Napoleão impôs essa norma  ao resto da Europa salvo à Inglaterra, Suécia e aos países que não conseguiu conquistar.