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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

10 Estratégias de Manipulação

 COMO MANIPULAR PESSOAS
Noam Chomsky é um linguista, filósofo, cientista cognitivo, comentarista e ativista político norte-americano, reverenciado em âmbito acadêmico como “o pai da linguística moderna“, também é uma das mais renomadas figuras no campo da filosofia analítica.
“Em um estado totalitário não se importa com o que as pessoas pensam, desde que o governo possa controlá-la pela força usando cassetetes.
Mas quando você não pode controlar as pessoas pela força, você tem que controlar o que as pessoas pensam, e a maneira típica de fazer isso é através da propaganda (fabricação de consentimento, criação de ilusões necessárias), marginalizando o público em geral ou reduzindo-a a alguma forma de apatia” (Chomsky, N., 1993)
Inspirado nas idéias de Noam Chomsky, o francês Sylvain Timsit elaborou a lista das “10 estratégias mais comuns de manipulação em massa através dos meios de comunicação de massa“
Sylvain Timsit elenca estratégias utilizadas diariamente há dezenas de anos para manobrar massas, criar um senso comum e conseguir fazer a população agir conforme interesses de uma pequena elite mundial.
Qualquer semelhança com a situação atual do Brasil não é mera coincidência, os grandes meios de comunicação sempre estiveram alinhados com essas elites e praticam incansavelmente várias dessas estratégias para manipular diariamente as massas, até chegar um momento que você realmente crê que o pensamento é seu.
1. A Estratégia da Distração
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética.
Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real.
Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais.
2. Criar problemas e depois oferecer soluções
Este método também é chamado “problema-reação-solução“. Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar.
Por exemplo: Deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas desfavoráveis à liberdade.
Ou também: Criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. (qualquer semelhança com a atual situação do Brasil não é mera coincidência).
3. A estratégia da gradualidade
Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas, neoliberalismo por exemplo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990.
Estratégia também utilizada por Hitler e por vários líderes comunistas. E comumente utilizada pelos grandes meios de comunicação.
4. A estratégia de diferir
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária“, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.
É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente.
Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5. Dirigir-se ao público como crianças
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental.
Quanto mais se tenta enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante.
Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.”
6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos.
Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.
7. Manter o público na ignorância e na mediocridade
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão.
“A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.
8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade
Promover ao público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto. Introduzir a idéia de que quem argumenta demais e pensa demais é chato e mau humorado, que lhe falta humor de sorrir das mazelas da vida.
Assim as pessoas vivem superficialmente, sem se aprofundar em nada e sempre ter uma piadinha para se safar do aprofundamento necessário a questões maiores.
A idéia é tornar qualquer aprofundamento como sendo desnecessário. Pois qualquer aprofundamento sério e lúcido sobre um assunto pode derrubar sistemas criados para enganar a multidão.
9. Reforçar a auto-culpabilidade
Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços.
Assim, no lugar de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E, sem ação, não há questionamento.
10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem
No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, à neurobiologia, à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado sobre a psique do ser humano, tanto em sua forma física como psicologicamente.
O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que dos indivíduos sobre si mesmos.

Yogui.co
manipulacao-em-massa

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Qual é o seu nível de trauma?

O seu nível de trauma é fundamental para determinar a sua fé na humanidade ou a total incredulidade nos símios enlouquecidos.
São conhecidíssimos os traumas de infância fruto do contato com os nossos pais e com a família. Seguem-se outros traumas porque o contato com humanos pode traumatizar profundamente. Não pense que  a vida em grupo é inócua e gratuita. Tudo depende da quantidade de traumas que você acumulou.
Se alguém da sua família já foi vítima de uma bala perdida, de um erro médico, se você já foi traído pelo "amor da sua vida", se o seu colega puxa-saco já o delatou injusta e estupidamente, se os seus amigos já mentiram descaradamente e trouxeram com as suas mentiras, graves prejuízos emocionais, se você já viveu uma guerra civil e se tornou refugiado, se você já foi vítima de algum assalto, se você já caiu em alguma arapuca financeira, se o seu patrão já o humilhou diante de todos, se o seu irmão morreu no SUS por falta de atendimento, se o seu sócio o roubou indecentemente e você não tem como provar, se você já foi extorquido pela polícia, se já foi difamado pelo vizinho, se você trabalha demais, paga muitos impostos e vive na merda, se já foi a piada preferida dos seus maravilhosos companheiros de escola, se o preconceito já o atingiu com violência por ser diferente, tudo isso traumatiza mortalmente.
Qualquer forma de vida em grupo é uma furada. Continuará no meio do bando ou não ou mais ou menos, tudo depende de quanto a manada o feriu.
Saiba no entanto, que se o trauma for insuperável, você não é obrigado a conviver com os membros da sua espécie. Existem outras espécies no planeta. Os canários belgas, por exemplo, dizem que são muito amistosos.

sábado, 10 de setembro de 2016

O desejo sexual das mulheres

Muitos conflitos têm a sua origem na diferença. O desejo sexual feminino é de uma sofisticação desconcertante. São pouquíssimos os homens capazes de abarcar tamanha complexidade.
Podemos começar pela fisiologia que é crucial. Os 64 nanogramas de testosterona produzidos pelas mulheres nunca poderão ser comparados aos 800 ou mais, produzidos pelos homens. No meu ponto de vista, começa por aí o quiproquó. E nem vou falar do estrogênio que só as mulheres produzem porque dizem que esse é o hormônio da chatice.
Se à fisiologia adicionarmos toda a parafernália cultural que nos cerca, temos os dois elementos desta equação. (A cultura como já disseram por aí, é a nossa segunda natureza.)
No desejo feminino cabe quase tudo. Ela é capaz de erotizar qualquer coisa. Erotiza a inteligência do macho, o poder que ele detem, o dinheiro, o charme, etc. A mulher é a  virtuose do sexo. Ela é que entende do assunto. (Quase não existem sexólogOS. As sexólogAS praticamente monopolizam o mercado da sexologia.) ( Quase tudo o que existe nos porno-shops destina-se às mulheres.) O homem, ao contrário do que se pensa, é um ser muito pouco erótico. O primitivismo do desejo masculino pode levar os homens a situações de pura estupidez sexual. Já uma mulher muito primária nos seus instintos pode ser chamada de puta.
Sabedora do caráter elementar e do estado quase puro do desejo dos homens, as mulheres negociam como ninguém o prazer erótico. 
O desejo feminino custa mais a manifestar-se e para isso também existem razões biológicas, mas quando se manifesta  chega a ser surpreendente para homens educados, doutrinados e acostumados a supor  que eles são os reis do sexo. 
É conhecido o fato de que as mulheres custam mais a ir para a cama, mas uma vez instaladas nesse móvel mítico, de lá não querem mais saír.
É muito difícil para quem tem um brinquedo fácil e que arma muito rápido, entender a preguiça de um brinquedo que por ter tantas firulas deixa de ser brinquedo e passa a parecer uma coisa muito séria.

sábado, 27 de agosto de 2016

Cachorro - O humano alternativo

HOMO CANIS
É surpreendente, chocante e impressionante o horror que o ser humano tem a si próprio. O maior tabu desta sociedade, é sem nenhuma sombra de dúvidas a solidão. Quase ninguém acha significação em si mesmo. A necessidade e a dependência  do outro, patrocina qualquer absurdo e até promove cães à categoria de gente.
A domesticação do cão remonta a milhões de anos. O cão por ter tanta proximidade com o ser humano há tantos milênios, é quase humano.
O cão é um humano com muitas vantagens. A sua subserviência atrai todas as almas solitárias, sem exceção. Em Paris, a solidão da cidade luz é resolvida à base de lambidas e latidos.
Na falta de congêneres, serve qualquer um que se assemelhe. Não existe animal mais humano que o cachorro. O cachorro conhece profundamente a demagogia e negocia com o seu dono como gente grande.
Todos os mendigos que amargam os horrores do abandono, do preconceito e da exclusão, têm um cachorro. O cachorro ameniza a dor de estar absolutamente só no mundo. Mas afinal, ainda que ninguém queira escutar, isto é o essencial, o definitivo e o irrefutável da condição humana. 
Os frívolos que me perdoem, mas solidão é fundamental.
Chega a ser ridículo e muito patético, guindar um cão à categoria de humano e eu adoro cães. Calçar cães, vestir cachorros e falar com eles como se eles entendessem português, pode ser um sinal de grande desespero existencial. Por coincidência, o número de pessoas que opta por um humano alternativo, aumentou considerávelmente. 
Diante de um ser humano, cada vez mais intratável, intransigente, orgulhoso, inacessível e esquivo restam-nos os admiráveis cachorros.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Diálogo à brasileira

O EFEITO PARALISANTE DO DIÁLOGO EXCLAMATIVO IMOBILISTA HIPERCAPITALISTA NEOMEDIEVAL BRASILEIRO 

“Perinde ac cadaver”
LEIA EM VOZ ALTA  (Chame alguém para ler com você)
Brasuca Verde – Que Coisa!!

Brasuca Amarelo – Puxa vida!
Brasuca Verde – Incríve!
Brasuca Amarelo – Como pode!
Brasuca Verde – É........!
Brasuca Amarelo – Demais , né?!
BrasucaVerde – Pois é!
Brasuca Amarelo – E se .........
Brasuca Verde – Melhor, não.
Brasuca Amarelo – Mas , oh, ah ......
Brasuca Verde – Não adianta . Não adianta .
Brasuca Amarelo – É..... é ....Isso pode dá merda!
Brassuca Verde – É assim memo .
Brasuca Amarelo – As coisa tá brabo ,né?
Brasuca Verde – Tá .
Brasuca Amarelo – Como foi acontecê isso, rapá ?
Brasuca Verde – Sei lá !
Brasuca Amarelo – Ah, num esquenta .
Brasuca Verde – Náu...... náu...... Esquentar, eu? Náu ....náu .
Brasuca Amarelo – Pessoal stressado, né?
Brasuca Verde – Hu, huu, han ...hun, hun......
Brasuca Amarelo – O negócio é o seguinte: muita calma nessa hora .
Brasuca Verde – Tô contigo e num abro .
Brasuca Amarelo- É por aí . É por aí .
Brasuca Verde – Chá p´ra lá !
Brasuca Amarelo – Que se dane!
Brasuca Verde – É isso aí. Fazer o quê?
 

Obs: PERINDE AC CADAVER é expressão latina que se traduz COMO UM CADÁVER para significar a obediência irrestrita a alguém, da mesma maneira que um corpo morto, sem vontade, está sujeito ao comando alheio. É o lema dos Jesuítas, atribuído por Giuseppe Fumagalli a São Francisco de Assis. Tommaso de Celano afirmou que o 'poverello' propunha tal espécie de obediência mecânica aos franciscanos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Viciados em pornografia

SINAL DOS TEMPOS
PORNOGRAFIA - O NOVO NARCÓTICO
Um número cada vez maior de homens jovens sofre de disfunção erétil, diz psicoterapeuta.
Jovens do sexo masculino, estão sofrendo problemas de saúde sexual, como a disfunção erétil, por causa do consumo exagerado de pornografia virtual.
O alerta é de uma das principais psicoterapeutas britânicas.
Segundo Angela Gregory, da Universidade de Notthingham, homens entre 18 e 25 anos são os mais suscetíveis a sofrer com o vício em pornografia online.
Ela acrescenta que grande parte dos acessos ao material pornográfico se dá por meio de celulares e laptops.
"O que eu vi nos últimos 16 anos, particularmente nos únicos cinco anos, foi um aumento no número de pacientes relatando problemas de saúde sexual", diz ela.
"No passado, homens com disfunção erétil que nos procuravam eram mais velhos e o problema estava associado a diabetes, esclerose múltipla ou doenças coronarianas. Mas essa situação mudou"- acrescenta.
Angela destaca que os pacientes mais jovens não apresentam nenhuma dessas doenças.
"Eles não têm nenhuma doença orgânica; já foram consultados por clínicos-gerais e tudo parece normal"- explica.
"Mas mesmo assim apresentam disfunção erétil. Por isso, uma das primeiras perguntas que faço aos pacientes é sobre o volume de pornografia que eles consomem, bem como seus hábitos de masturbação. Isso pode ser a raiz do problema para entender por que eles não conseguem manter uma ereção com seu(sua) parceiro(a)", acrescenta.

Vício

O britânico Nick (nome fictício) confessa que começou a consumir pornografia na internet quando ganhou seu primeiro laptop, aos 15 anos.
"Rapidamente, fiquei viciado. Via pornografia todos os dias", diz.
"Não havia nada que me estimulasse. Por causa disso, com o passar do tempo, passei a procurar conteúdo cada vez mais exagerado para conseguir ter uma ereção"- relata.
"Isso passou a prejudicar minha vida. Nunca sonharia em colocar em prática o tipo de pornografia que consumia"- acrescenta.
Não demorou muito para que Nick começasse a sofrer com problemas de saúde sexual.

Sem ereção

"Descobri que quando estava na cama com uma mulher, apesar de me sentir atraído e querer fazer sexo com ela, nada me excitava. Meu impulso sexual estava totalmente focada na pornografia".
"No meu ápice, provavelmente via pornografia online por duas horas todos os dias".
Quando percebeu que tinha um problema, Nick decidiu procurar ajuda.
"Tive uma consulta com uma médica e ela me disse que eu não tinha nenhum problema de saúde. Por outro lado, me falou que vinha ouvindo relatos similares de muitos pacientes com o mesmo problema."
Como parte de sua reabilitação, Nick passou 100 dias sem consumir pornografia virtual e ficou aliviado quando as coisas começaram a voltar ao normal.
"Minha libido voltou e encontrei uma menina. Foi ótimo"- conta.
"Pela primeira vez, fui capaz de flertar e depois de algum tempo fazer sexo normalmente".
"Me senti equilibrado e feliz".

Apoio

Depois de vencer o vício, Nick passou a oferecer apoio a outros usuários com o mesmo problema.
"Quando me recuperei, passei bastante tempo em fóruns na internet para ajudar outras pessoas que estavam passando pela mesma situação".
"Hoje, há muito mais informação disponível do que no passado".
"Você deve conversar com seus amigos, pessoas que estão próximas de você ou naquelas em quem você confia. Não se preocupe, há muitas pessoas no mesmo barco"- recomenda.
Adaptado de MSN On line

sábado, 20 de agosto de 2016

Frívolos e mimados


Recentemente Theodore Dalrymple publicou o livro "Podres de mimados" com prefácio do Luiz Felipe Pondé. Mais uma vez se aborda esta sensação insuportável que sempre existiu e que agora atinge o seu paroxismo.
Vive-se um desespero que Nietzsche chama de ressentimento. Todos acham que merecem muito mais. Todos, sem exceções, são fantásticos e maravilhosos e tudo melindra todos. Não se pode dizer mais nada sob pena de ser processado ou punido de alguma forma. Tudo pode ser pretexto para que o mimado arme o maior berreiro. Que saco!
Adultos de birra, fazem-me perder o tino. Qualquer crítica ou opinião dissonante é chamada de fobia. A sua simples opinião pode ser guindada à categoria de crime gravíssimo.
Gostaria de ser indiferente, mas a indiferença não faz parte do meu estilo. Detesto esta época cheia de nove horas e não me toques. Que gente babaca!
Nos anos 70, 80 e 90, chamava este comportamento de frescura. Hoje, esta prática cultural está disseminada, predomina e é institucionalizada pelo politicamente correto.  
Considerando a brevidade e o absurdo do ato de viver, é no mínimo ridículo, insultuoso e estúpido ter que conviver com gente tão fresca. Tudo o que não é chupeta é ofensivo. 
Não há nada mais difícil de suportar que crianças estragadas e podres por tanta pretensão e arrogância.
Para você que é mimadinho assim, deixo aqui o meu cordial "vá se foder."

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O hino e o ânus do rei

QUANDO SUA MAJESTADE LOUIS XIV ADOECEU
Parece que uma vez, ao sentar-se no seu coche, Luis XIV ter-se-ia picado na ponta de uma pena da almofada do assento, a picada infectou e causou um pequeno abcesso no ânus que devia ter sido logo aberto e drenado.
Os médicos do rei, receosos de intervir nas bases da monarquia, optaram por um tratamento mais leve à base de unguentos. Este tratamento não deu qualquer resultado e ao fim de quatro meses o rei continuava com o abcesso e com dores insuportáveis.
Em meados de Maio os cirurgiões diagnosticaram uma fístula o que os deixou transtornadíssimos e finalmente o 1.º cirurgião, Félix de Tassy, decidiu-se por uma intervenção para abrir o abcesso. Para isso desenhou um instrumento especial, uma verdadeira peça de ourivesaria com lâmina de prata.
Mas foram precisos mais 5 meses para fabricar esse instrumento precioso.
A operação só foi feita no dia 17 de Novembro, sem anestesia, e foram necessárias mais duas intervenções porque foi muito difícil fechar a ferida para que pudesse cicatrizar.
Só no Natal de 1686 os cirurgiões declararam o rei como curado o que pôs fim aos rumores que no estrangeiro já corriam de que Luis XIV agonizava.
Como ação de graças foram rezadas muitas missas em todo o reino e as Senhoras da Maison Royale de Saint-Louis, em Saint Cyr (colégio interno feminino criado por Mme de Maintenon) decidiram compor um cântico para celebrar a cura do rei.
A superiora, Mme de Brino (sobrinha de Mme de Maintenon), escreveu os seguintes versos:
Grand Dieu sauve le roi !
Longs jours à notre roi !
Vive le roi. A lui victoire,
Bonheur et gloire !
Qu'il ait un règne heureux
Et l'appui des cieux!

Os versos foram entregues a Jean-Baptiste Lully para que este compusesse a música e as meninas de Saint Cyr passaram a cantar este pequeno cântico sempre que o rei vinha visitar o colégio.
Anos mais tarde, em 1714, o compositor Georg Friedrich Haendel, de passagem por Versalhes, ouviu este cântico e achou-o tão belo que tomou nota da letra e da música. Mais tarde, já em Londres, Haendel pediu a um clérigo chamado Carrey para lhe traduzir os versos de Mme de Brinon.
O padre traduziu-lhe de imediato a letra e escreveu estas palavras que iriam dar a volta ao Mundo:
God save our gracious King,
Long life our noble King,
God save the King!
Send him victorious
Happy and glorious
Long to reign over us,
God save the King !

Haendel agradeceu-lhe e dirigiu-se de imediato à Corte onde ofereceu ao rei - como se fosse de sua autoria - o cântico das Meninas de Saint Cyr.
George I, encantado, felicitou o compositor e determinou que daí em diante o "God save the King" devia ser sempre executado nas cerimónias oficiais.
E foi assim que este hino, que nos parece profundamente britânico, nasceu da colaboração:
- de uma francesa (Mme de Brinon),
- de um italiano naturalizado francês (Jean-Baptiste Lully - ou Lulli) ,
- de um inglês (Carrey),
- de um alemão naturalizado inglês (Georg Friedrich Händel - ou Haendel).
- do ânus de Sua Majestade Luis XIV.
De fato, um verdadeiro hino europeu!
Duas questões:
Se Louis XIV por acaso não tivesse enfiado uma pena no real traseiro, qual seria hoje o hino britânico?
Acham possível que a partir de hoje possam ouvir o "God save the Queen" sem pensar naquela pena?

sábado, 13 de agosto de 2016

Testosterona - A grande musa inspiradora

Se você é um romântico fundamentalista, se acredita fanáticamente que o amor romântico é a grande solução existencial, por favor, não leia este texto. Estas palavras não são adequadas à sua crença. Leia outra coisa.
O amor romântico está intrínsecamente ligado à testosterona. Só quem já teve variações na produção desse hormônio, poderá eventualmente me entender. E eu não procuro exatamente ser compreendido; isso é coisa raríssima no planeta.
Se misturarmos a testosterona à psicose estressante imposta à humanidade inteira do ocidente pelos alucinados dos séculos XVIII e XIX, inventores do amor romântico, teremos o resultado desta equação. Os românticos do século XIX conseguiram a proeza de transformar melancolia e doença em arte.
Poucos delírios coletivos sobreviveram tão intactos à passagem inclemente do tempo.
Definitivamente, amor, testosterona e desvario não combinam. Para mim, o amor é um sentimento supra-hormonal porque aprecio a seriedade e não gosto de brincadeiras de mau gosto.
Sou grato às décadas que enfrentei com a coragem de ser lúcido e fico satisfeito por não ter que morrer com mais esta ilusão; já bastam todas as outras que limitam os horizontes da minha louca caminhada. As neurociências libertarão muito mais ainda o ser humano de grande parte dos mitos que o povoam. Não há amor romântico sem testosterona.
Todos os poetas são grandes produtores de testosterona. Todos os compositores de música "pé na bunda" estão intoxicados de testosterona. O romantismo endêmico, nos impede de ver claro.
Homens amam mulheres e vice-versa ou homens e mulheres apenas obedecem à ditadura orgânica de miasmas viscerais devidamente temperados por pitadas fatais de práticas culturais espúrias? 
P.S. - Em tempo, as mulheres também produzem testosterona, até 64 nanogramas por decilitro de sangue. 

sábado, 6 de agosto de 2016

O declínio do erotismo

Representação de Cupido em "Resistência ao Amor", de William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)
Começo por uma informação primordial. A testosterona produzida atualmente é 50% da que era produzida nos anos cinquenta. Para mim, isto é crucial e revelador. Na minha modesta e leiguíssima opinião, isso se deve, entre outras coisas, ao excessivo  consumo de sódio. O excesso de sódio reduz drásticamente os níveis de testosterona no organismo humano.
Eu sou de uma geração que eu poderia chamar de pré-sódica. Hoje, não há mais alimentos; há produtos alimentícios e a quantidade de sódio é assombrosa. Se você quer emagrecer e ter saúde, vá para a cozinha e faça a sua comida. No pós-modernismo líquido e neo-liberal, ninguém sabe mais o que consome.
Mas vamos ao assunto. Segundo pesquisa publicada esta semana na revista científica Archives of Sexual Behavior, a porcentagem de jovens de 20 a 24 anos que afirma não ter parceiros sexuais desde os 18 anos é de 20%. Em 1960, a porcentagem era de 6%.Não vou me alongar nas nuances da pesquisa.
Com a proliferação desenfreada da pornografia, principalmente made in USA, não são apenas as pessoas que não conversam mais; os corpos também não dialogam mais como antes. Não gosto nem um pouco desta época terminal, mas é nela que consigo alguma felicidade, apesar de tudo e apesar de todos.
Não resisto à grosseria de afirmar que este é o planeta-punheta. É difícil lutar contra a tentação de rimar e ser poeta...
A testosterona falta e a banalização sobra. Com pouca  testosterona e achando que Pokemon Go é mais interessante que sexo, caminhamos para a apatia e para o orgasmo desacompanhado. O erotismo é coisa do passado. Hoje fala-se com os ausentes e goza-se com as imagens de estranhos e desconhecidos. Que época esquisita!