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sábado, 6 de novembro de 2021

Os prazeres da modernidade

A pós-modernidade perdeu o refinamento, as nuances e as sutilezas de outras eras. Sinto saudades de sentimentos mais sofisticados. É chocante depararmo-nos com o animal humano em estado puro.
A voracidade no comer e a crueza no sexo caracterizam este momento que teima em não desaparecer. É o horror dos MasterChefs e a pornografia a céu aberto.
Parece que as almas feneceram e só sobrou a besta fera escondida no politicamente correto. Todas estas práticas culturais associadas às novas tecnologias, dão-me ânsias incoercíveis de vômito. Desculpem, acabei de vomitar e não pedirei licença para vomitar outras vezes.

A super utopia

Já fomos enganados por várias utopias. A utopia não tem a intenção de iludir, entretanto, descobrimos a posteriori que fomos redondamente ludibriados. Quando a utopia é criada parece possível e até real.
Desde a República de Platão, passando pelo cristianismo, pela revolução francesa, pelo romantismo, pela revolução Bolchevique, não cansaram de nos enganar.
Hoje, com as profecias distópicas de Aldous Huxley e George Orwell praticamente confirmadas, paradoxalmente nasce um super utopia, a maior de todos os tempos. 
Pretende-se que numa atmosfera distópica se realize uma hiper utopia. Pretendem os ignaros que o mundo seja justo e livre de preconceitos na marra.
Vive-se uma espécie de tirania da ultra utopia. Quem discordar desse devaneio perigoso está condenado à execração pública.
Para os super utópicos o mundo não pode ter uma réstia de racismo, de misoginia, de machismo, de homofobia, etc. É lindo, porém é falso, assustador e impossível.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

As vísceras expostas do mundo

Vísceras não são bonitas. Sempre apalpei as vísceras hediondas do mundo. Sabia que eram acessíveis ainda que a maioria as negasse. 
Sou apaixonado pela anatomia do mundo  e agora nem preciso imaginar. As redes sociais e esse despudor da modernidade expõem os bastidores metabólicos do bando. Que nojo! 
Pra disfarçar sobram utopias extemporâneas. A cambada desvairada diz que sonha e luta por um mundo perfeito, sem racismo, sem machismo, sem misoginia, sem homofobia, sem injustiças e sem  preconceito nenhum. É próprio das legiões violentas, sonâmbulas e variadas impor fanaticamente aos ajuizados as suas demências mais terminais.
P.S. - Antes de ser contra os preconceitos, sou contra os delírios sem decoro nem decência.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

O varejo das almas - Crônicas

 

Este livro é uma continuação desordenada e aleatória do meu primeiro livro “Na Jugular – Dissecando Vivos.”
Como no livro de 2016, discorro sobre tudo o que me indigna. Poderia classificar de forma inédita, a minha literatura como “uma literatura indignada e catártica”.
A “minha literatura”, pelas suas características didáticas, objetivas e frontais, está condenada ao descaso e ao esquecimento. E isso é um bom sinal.
Os best-sellers preferem tergiversar e não dizer nada. As massas que nunca leram nada, absolutamente nada, sucumbem ao encanto fátuo dos que cultivam lugares comuns.
A humanidade não caminha. Está sempre no mesmo lugar. E o que me apaixona não é a geopolítica, nem ciência e muito menos a economia. O que sempre me moveu foi e é a metafísica.
Gosto de grandes almas. Não dessas alminhas mesquinhas que atrapalham e poluem o varejo e ao que parece, é ao que eu estou condenado e é o que me resta.
Para os que acharam as minhas palavras muito fortes e contundentes, saibam que são palavras de um inocente.

“Acho que um livro deve ser uma ferida, deve mudar a vida do leitor de uma forma ou de outra. Um livro deve derrubar tudo.”
Émil Cioran

Livro de 2021 - O varejo das almas

 Servindo-se de ensaios e crônicas, o autor tendo como pano de fundo a atmosfera inconsistente da modernidade líquida, critica duramente as práticas culturais das duas últimas décadas.
Amparado por uma escrita veemente, incisiva e indignada, direciona as suas armas mais fulminantes, de maneira vigorosa e repetida, contra o politicamente correto, a hipocrisia institucionalizada, o crepúsculo do humanismo e a psicologia insensata das massas.
Todavia, a essência do seu discurso neste contexto insano, tem como projeto e desígnio primordial a busca e o encontro da felicidade por meio de caminhos alternativos, inusitados e muito impopulares.

sábado, 7 de agosto de 2021

Os novos expurgos

Com o advento da discriminação positiva e considerando que o monstro do ser humano está em toda a parte, surgem os novos expurgos da modernidade.
Trata-se de um processo tresloucado e aleatório que visa limpar o planeta eliminando sumariamente os diferentes.
Temos todos que viver o suplício no inferno do igual. Quem não gostar de transexuais está condenado à execração pública. Todos têm que gostar exatamente das mesmas coisas e pessoas.
Quem não gostar de anões, estará cometendo o pior crime de que se tem notícia na história da humanidade.
Essa minoria ruidosa que quer depurar tudo, inclusive o passado, faz muito alarido, mas não tem representatividade.
O pior é que essa minoria com o apoio das redes sociais e com esse discurso falso e inútil só tem a credibilidade de quem grita mais alto.
Na terceira década do século 21 o barulho é ensurdecedor e os resultados concretos não aparecem no horizonte.

sábado, 5 de junho de 2021

Dádiva

A vida é uma dádiva. E eu nem pedi este mimo sutil. Fui contemplado com um brinde bizarro e mal-ajambrado. Não sei como se brinca com este presente insólito e não consigo usufruir deste infortúnio embalado em papel de oferenda.
Mente quem diz que a dádiva é maravilhosa.
Uma dádiva para quê? Para que serve esta dádiva? Não me divirto com favores malditos. 
E ainda dizem que eu tenho que agradecer a fraude desta oferta dolorosa.

sábado, 22 de maio de 2021

Errata

Vivemos enredados nas loucuras uns dos outros. Somos insanos por natureza. Somos um acidente da matéria. Somos um descuido cósmico. Somos um tropeço metafísico perturbador e enigmático.
Vivemos o abandono e a sofrida orfandade de quem não conhece os seus pais.
Somos uma máquina de sofrer. Somos um absurdo teimoso que insiste em achar sentidos.
Somos os patrões da inutilidade. Tantas estradas, atalhos e encruzilhadas para acabarmos podres e fétidos. Somos a erva daninha gigante e racional que devasta os lírios do mundo inteiro.

domingo, 2 de maio de 2021

Os titeriteiros

O esplêndido profeta George Orwell acertou em muita coisa, mas errou num detalhe: não é o Big Brother, são os Big Brothers.
Gostaria muito de conhecer pessoalmente os funcionários do Google, da Microsoft, do Facebook, etc.
Os gigantes das novas tecnologias se apropriaram de um poder jamais visto. Nunca ninguém teve tanto poder nas mãos. Pessoas de todas as nacionalidades, de todos os matizes, de todas as faixas etárias, imploram para ser manipuladas.
A comunicação com esses gigantes é complicada e muitas vezes, impossível. Sentimo-nos impotentes diante das façanhas dos nossos bonequeiros. Submetemo-nos de bom grado e agradecemos a dominação e o controle   com um grande sorriso nos lábios.

A guerra não é mais furtiva

Com raras exceções, os "soi-disant" sentimentos, propalados em verso e prosa, entre homens e mulheres, não passam de resíduos químicos da testosterona.
De uma forma geral, salvaguardados os casos atípicos, a relação entre homens e mulheres é uma situação de dependência química e psíquica devidamente dissimulada e orquestrada pelo folclore cultural.
Hoje, essa guerra ortodoxa e tácita não é mais furtiva. A guerra foi declarada pela terceira onda do feminismo.
Neste exato momento, os homens estão acuados, sangrando e muito assustados. As mulheres vencem e têm certeza da vitória. Todavia, a  verdadeira guerra explícita começou há pouco tempo. Que vença o mais forte.