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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O novo autoconhecimento

Estamos quase sempre muito distraídos em busca de alguma coisa exterior e nada nos estimula a fazer percursos mais internos. No mundo ocidental, há um excesso de janelas abertas para vasculhar o alheio.
O olhar sobre o outro poderia ser útil e louvável, mas quase sempre é superficial, irresponsável  e fugidio. Não adianta muito olhar para fora. O que vemos, é na maioria das vezes, desagradável; isso para para quem tem olhos de ver. Aprender com o  adverso é uma senda budista que pode trazer muita felicidade.
No novo autoconhecimento, deveríamos juntar às práticas meditativas já apregoadas, as descobertas das neurociências e da medicina. Saber às quantas anda  a nossa serotonina e demais neuro-transmissores é fundamental para um autoconhecimento mais preciso e pragmático. A taxas hormonais não devem ser esquecidas, principalmente a testosterona que molda de forma decisiva o temperamento humano. O colesterol, a glicose e todas as outras informações hemogramáticas, também não devem ser negligenciadas.
As elocubrações da psicanálise deram lugar a informações mais precisas que determinam o nosso humor e o nosso comportamento. Não devemos nunca esquecer que somos uma programação química e cultural e que já é possível escapar a ambas, se quisermos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Um mundo assustador

Daria muito para ser otimista, mas parece que o mundo não colabora nada comigo. Não bastassem as questiúnculas de praxe, agora temos novas questões graúdas que tornam este mundo ainda mais assustador.
Primeiro, a liberdade de expressão está seriamente ameaçada pela praga incontrolável do politicamente correto que se alastra como moléstia fatal. Não se pode mais dizer nada. Quase todos estão preparados para se ofender gravemente. Pouca coisa não melindra esta humanidade cada vez mais sensível e susceptível. Mas a sensibilidade de toda essa gente nunca chega a Alepo, na Síria, onde morrem centenas de crianças por semana. Quanta frescura! Quanta hipocrisia!
Para piorar o meu espanto, fervilham pensamentos incipientes e deveras confusos sobre o que chamam de gênero. De tanto ler sobre o assunto, eu não sei mais o que é gênero? O que é gênero, afinal?
Junte-se a este caos empobrecido, o ciberismo. Hoje, o pessoal ainda não tem sete vidas, mas já possui duas: a real e a virtual. Todo mundo extremamente conectado, num relacionamento suspeito com criaturas igualmente suspeitas e muito distantes. É tudo muito suspeito e esquisito
Nem queria falar do sentido de humor que também está muito comprometido, mas já que é para não ser lido, aqui vai um texto bem longo em homenagem especial a você.
Para piorar este quadro feérico e digno de Hieronymus Bosch, sobra-nos a arrogância, principalmente dos adolescentes. Todos sabem de tudo e um dos responsáveis é o Google e eu adoro o Google, mas não o uso como uma ferramenta de arroto e pretensão.
O epílogo deste livro de horrores, é o feminismo chiita. Qualquer coisa, por mais espontânea e desprovida de significado que seja, atinge mortalmente as mulheres. Eu não sou culpado das humilhações e dos maus tratos a que submeteram as mulheres ao longo de séculos. Eu não mereço esta vingança.
Hoje, querem fazer justiça instantânea e urgente a todas as minorias e não só, com ares de retaliação e revide. Não é assim que se faz justiça. Neste caso, o buraco nem chega a ser mais embaixo; o buraco é lateral
Cara, eu não tenho nada a ver com isso. Sou inocente nessa história de desforras, revanches e desagravos.
Aumentaram os predadores neste mundo inóspito. Os predadores sempre existiram. As seguradoras sabem muito bem o que é um mundo predatório e você também.
Falta inventarem um seguro novo para as novas ameaças. Reivindico um seguro contra a pós-modernidade.

sábado, 15 de outubro de 2016

7 costumes brasileiros reprovados em outros países

Hábitos culturais e regras de comportamento diferentes fazem muita gente queimar o filme em outros países. Veja algumas das mancadas mais comuns dos brasileiros que vão para o exterior!
1. Usar a mão esquerda para cumprimentar os outros
País – Índia

Aviso aos canhotos: nada de cumprimentar os indianos com um efusivo aperto de mãos. Ou melhor: se for fazer isso, utilize sempre a mão direita. Tudo porque, em muitos lugares da Índia – muitos mesmo, incluindo hotéis de boa qualidade –, não há papel higiênico. Bem, aí o jeitinho que os indianos inventaram para se limpar é usando a canhota a seco mesmo… Então, não pega bem estender a mão esquerda para alguém. Até mesmo pagar uma conta com ela é a maior sujeira… E é bom se acostumar, que na Índia ninguém usa muito talher para comer. A galera ataca o rango com a mão. Bem, pelos menos é com a mão direita!
2. Mostrar a sola dos sapatos
País – Iraque

Nesta época de guerra, gastar a sola dos sapatos no Iraque já é um mico… Mas a situação pode ficar mais explosiva se você exibir a sola. Deixá-la à mostra enquanto conversa com alguém é uma grande falta de educação entre os iraquianos. Se você for louco o suficiente para curtir as próximas férias por lá, nada de sentar com as pernas cruzadas naquele estilão despojado, com uma delas aberta, o que deixa a sola do sapato à mostra. O costume local pede que você mantenha as pernas unidas, como as mulheres fazem. Seus “companheiros lá de baixo” vão se sentir mais sufocados, mas é melhor ir se acostumando com o aperto…
3. Ficar tocando em alguém durante uma conversa
País – Bélgica

Se você faz o tipo superextrovertido, amigão de todos, procure controlar um pouco o entusiasmo quando for à Bélgica. Aqueles cumprimentos do tipo: “Como é que você tá, rapaz!”, seguido de um tapão nas costas, simplesmente não têm a ver com o estilo dos belgas. É um gesto incompreensível, porque não faz parte do costume dos caras. E sabe aquele colega de escola que insiste em pegar no seu braço enquanto conta uma história superchata? Fazer isso na terra dos melhores chocolates do mundo é pior ainda. Os belgas não gostam de ser tocados ou apalpados enquanto conversam.
4. Desfilar pelas ruas com um belo bronzeado no corpo
País – China

Exibir o bronzeado pode ser o máximo nas praias brasileiras. Mas pense duas vezes antes de pegar sol se você vai à China. Aparecer todo bronzeadão vai acabar com o seu moral. É que os chineses prezam a cor de pele mais “branca” possível. Racismo? Bem, tá mais para um lance de status social. Lá, ter a pele menos bronzeada é um sinal de prosperidade, pois indica que você não tem de trabalhar exposto ao sol, como muitos camponeses pobres. Imagine como os chineses ficariam confusos ao conhecer os “emergentes” da Barra da Tijuca…
5. Servir bebida alcoólica a si mesma (mulheres)
País – França

Haja machismo! As mulheres que são chegadas a um vinho, ou a qualquer outra bebida alcoólica, precisam segurar a onda na França quando tiverem vontade de se servir. Mesmo em encontros informais, em bares ou restaurantes, é considerada uma tremenda falta de educação pelos franceses a mulher abastecer o próprio copo de bebida. A missão cabe a algum marmanjo que a acompanhe ou que esteja por perto. Tá certo que costume é costume, mas não deixa de ser uma contradição isso ainda rolar no país da intelectual Simone de Beauvoir, uma das maiores feministas da história…
6. Passar a mão na cabeça de uma criança
País – Tailândia
Ao desembarcar na Tailândia, os brasileiros precisam controlar o sangue latino. Os tailandeses não se tocam quando se encontram. Eles apenas unem as mãos espalmadas e inclinam levemente o tronco, abaixando a cabeça. E por falar em cabeça… Evite arrumar uma confusão ao cruzar com uma criança na rua: lá, passar a mão na cabeça dos pimpolhos é uma ofensa. Isso porque o budismo – principal religião do país – considera que a cabeça é o lugar onde fica guardada a alma da pessoa. E nem adianta consertar dizendo que aquela belezinha é a cara da mãe. Os pais da criança já vão estar fulos da vida com você!
7. Chegar atrasado ou levar um amigo extra a uma festa
País – Suécia
Se você for convidado para uma festa na Suécia, não pense em levar um amigo junto para se sentir mais à vontade. Os suecos são bem formais e especificam no convite se você pode ou não levar alguém – simplesmente não haverá lugar na mesa para um penetra… E é bom manter o relógio adiantado. Para qualquer compromisso recomenda-se chegar cinco minutos antes. Os suecos também são duros com vizinhos barulhentos. Certa vez um diplomata brasileiro convidou um vizinho para a sua festa só para evitar reclamações. Não é que o cara foi, curtiu a festa, voltou pra casa e… chamou a polícia!
Estrangeiros também têm hábitos culturais que pegariam mal aqui no Brasil
Imagine você passar pelo pior boteco do seu bairro e ver dois rapazes alegres, de mãos dadas e com um sentado no colo do outro. Será que a birosca virou um point GLS? Bom, pode ser apenas um encontro de dois amigos nepaleses. Macho que é macho senta no colo um do outro no Nepal…
Na rua, do nada, um senhor de idade lhe mostra a língua. Antes de tirar satisfação, cheque se ele é do Tibete, região sob domínio da China. Lá, os mais velhos se cumprimentam desse jeito, pois uma crença diz que o diabo tem a língua azul. Ou seja, o velhinho pode ter só lhe mostrado que é uma pessoa do bem…
Recém-chegado à sua casa, o estudante do programa de intercâmbio devora o rango que sua mãe fez e solta um arroto monstro na frente dela… Se o visitante for um coreano, ele não quis fazer desfeita nenhuma. O arroto na Coréia é sinal de que a pessoa gostou e ficou satisfeita com a refeição…

MSN - Adaptação

sábado, 8 de outubro de 2016

Bastidores

Bastidores é um pluralia tantum que nomeia os corredores que contornam a cena, as coxias.
A coxia é o lugar situado dentro da caixa teatral - mas fora de cena - no palco italiano, em que o elenco aguarda sua deixa para entrar em cena em uma peça teatral. Trata-se de uma armação móvel de cenário, feita de madeira e pano, montada nas partes laterais do palco, para delimitar em conjunto com as bambolinas, o espaço cênico.
Por metonímia, chamam-se "bastidores" quaisquer espaços situados fora de cena, no qual os atores aguardam sua entrada na cena.
Sempre achei muito mais instigante o que não é dado ver, mas que existe. Sou fascinado por origens e etimologias.
No esconde-esconde social, de uns tempos a esta parte, deixei de acreditar nos meus sentidos e passei a crer na minha experiência. 
Para todos os que temem as inconveniências do envelhecer, eu declaro enfáticamente que foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Que bom que eu sobrevivi para usufruir do meu budismo informal  deste ínicio de pôr do sol da minha existência. E quando eu me extinguir, será com certeza uma extinção feliz com um lamento. Gostaria de continuar sempre até ficar muito, muito cansado.
Voltando aos bastidores, o que eu quero dizer, em síntese, é que se tomassemos conhecimento dos bastidores, se conhecessemos verdadeiramente a vida privada das pessoas e das instituições, não pararíamos nunca de nos surpreender e poderíamos chegar ao asco e até ao vômito.
E não me venham com a pseudo intimidade das redes sociais. Intimidade editada, é falsa, ridícula, tendenciosa e profundamente cansativa. Eu não aguento mais ser espectador da vida alheia sem pedir e sem querer. Está para breve o meu abandono do Facebook.
No Google+ ainda se lê. Salve os meus amigos de cultura hispânica do Google +. 

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Dos microorganismos a Einstein

O pudor é um sentimento em extinção, todavia, peço um pouco de pudor aos que deliram por compulsão. Em 3,5 bilhões de anos de pura, maravilhosa e óbvia evolução, o protozoário, o fungo, a bactéria e o vírus, tornaram-se Albert Einstein. "C'est simple comme bonjour."
O pessoal do Jardim do Éden, também não tem pudor. Adão e Eva, são protagonistas de uma das maiores  alucinações coletivas do ocidente. Sugiro menos desespero e mais aceitação para o que não tem sentido.
É possível flanar pelas avenidas do non-sens, se se aprendeu a viajar budisticamente pelas veredas reveladoras de si mesmo.

sábado, 1 de outubro de 2016

Texerofobia

Texto, vem do latim texere (construir, tecer), cujo particípio passado textus também era usado como substantivo e significava "maneira de tecer" ou "coisa tecida" e ainda mais tarde, "estrutura". Foi só lá pelo século 14 que a evolução semântica da palavra atingiu o sentido de "tecelagem ou estruturação de palavras" ou "composição literária" e passou a ser usada em inglês, proveniente do francês antigo "texte."
Inauguro mais uma fobia com um neologismo de minha autoria, nesta época de psicopatas e muitos transtornos. Num mundo em que o não gostar de alguma coisa ou de alguém é rotulado como fobia, acho que a fobia a textos é uma das mais deletérias. 
Aliás, como os pós-modernos podem ser tão arrogantes e pretensiosos se não leem absolutamente nada? De onde provém tanto "conhecimento"? Vivemos um momento histórico de muito orgulho e exacerbada vaidade onde sobram vácuos e flatos.
É deprimente, mas eu não quero antidepressivos; também quero poder ter o direito de lamentar e ficar triste. Abaixo os Tiranos da moda e do momento.