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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

VIVA O SUBÚRBIO CARIOCA

A FALSA SUPERIORIDADE DOS MERIDIONAIS
O início da maluquice é determinar o valor de alguém pela sua situação geográfica. Isso é só o começo. É uma espécie de síndrome de G.P.S. Estou cansado de apresentar provas da loucura humana. Estou ficando exausto, principalmente porque o pessoal caga e anda pra mim.
Convencionaram que quem mora na Zona Sul do Rio de Janeiro é bacana ou para atualizar a gíria, é maneiro. De onde as pessoas tiraram tamanho disparate? Qual terá sido a origem de tão desmedida sandice? A localização geográfica não é tão determinante assim. Dezesseis por cento da população do Rio de Janeiro mora na Zona Sul. Esse pessoal da Zona Sul não tem representatividade. É uma minoria metida a besta que ainda por cima, tem todos os privilégios  oferecidos pela prefeitura.
Morar na sul é legal porque as pessoas da Zona Sul são mais ricas, tomam banho de mar, acumulam mais iodo e têm melhor nível cultural. Ledíssimo engano. As maiores fortunas do Rio de Janeiro moram no subúrbio. E nível cultural elevado, hoje, ninguém tem mais. Acabou esse negócio de nível cultural. Isso é coisa do passado. Atualmente é uma calamidade cultural em todas as latitudes. E quanto ao banho de mar e ao iodo, as águas da Zona Sul são um caldo de merda.
Eu gosto do subúrbio. O subúrbio ainda preserva valores que me são muito caros e datam dos anos oitenta e noventa. Não vejo na Zona Sul do Rio,  a cordialidade, a humanidade e  a generosidade que encontro no subúrbio. A Zona Sul sofre de complexos formidáveis de inferioridade. Insistem em se parecer com uma espécie híbrida, algo entre os europeus e os americanos.
Como acham que são ricos, não precisam de ninguém. Exibem os seus egos e os seus cachorros nos meridionais calçadões  chiquerézimos. Quanta veleidade e pretensão!
No subúrbio sinto-me mais à vontade. Posso ser brasileiro, posso não me parecer com o estereótipo estúpido da globalização. No subúrbio encontro o Brasil no que ele tem de melhor. A miscigenação, a presença redentora da África com a sua alegria e as melhores relações com a vida. Dia desses, até gente ingênua eu achei no subúrbio. A ingenuidade é uma relíquia que deve ser valorizada nestes tempos de gente esperta e arrogante demais.
Suburbano toma menos anti-depressivos que gente rica da Zona Sul. Concluo que o sul não traz felicidade. E são esses infelizes que desprezam quem está em outra longitude. A geografia como critério é uma bosta desprovida coerência e lógica. Se vocês querem julgar, julguem, mas adotem outro juízo de valor. Toda a minha vida, ouvi essa babaquice  de que Zona Sul é uma maravilha. Estou de saco cheio dessa parvoíce. 
Gente fina, chega de preconceito.

domingo, 25 de janeiro de 2015

NA JUGULAR - SEGUNDO ANIVERSÁRIO

Visualizações/Estatísticas -  Janeiro de 2014

















Estados Unidos  9994
Malásia 6162
Brasil 6089
Rússia 1498
Alemanha 418
Sérvia 155
Ucrânia 139
França 76
Reino Unido 51
Portugal 47














Visualizações/ Estatísticas - Janeiro 2015

   Brasil
189095
   Estados Unidos
16657
   Malásia
6162
   Portugal
3090
   Rússia
1755
   Índia
1273
   França
1088
   Alemanha
1032
   Indonésia
768
   Espanha
433

Em um ano, quase decupliquei o número de visualizações. (1000% a mais) Passei de 24.590 a 233.581 visualizações, com 396 postagens. Quanto aos meus leitores, continuo sem saber quem me lê. Os meus leitores são anônimos, invisíveis e valiosos. Em dois anos, tive apenas 163 comentários. Para um blog que só aborda temas polêmicos, é irrisório. Outra coisa: quase ninguém me indica com + no Google +. No Google+, a grande maioria não lê as minhas postagens e muitos dos que as leem, detestam. Preferem várias imagens com UMA única frase. 
As pessoas também se recusam a seguir o meu blog. Muitas vezes, a pessoa me adiciona e logo depois me desadiciona. Tentei adicionar vários colegas de trabalho. Só três, tiveram a coragem de ver os seus nomes impolutos, maravilhosos e politicamente corretos, associados às minhas postagens terríveis e nauseabundas.
Considerando a "modernidade líquida" e os tempos bicudíssimos em que vivemos, massacrados por  um excesso torturante de imagens e por frivolidades dolorosas, tantas visualizações deste blog, quando amargamos a crise da boa palavra escrita e a absoluta fobia à reflexão, fazem de NA JUGULAR, um sucesso silencioso e tranquilo para uma minoria muito seleta.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

SOLIDÃO E LIBERDADE

" Quem não ama a solidão também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre."
Arthur Schopenhauer
É isso mesmo. E ainda há pessoas que não gostam de Schopenhauer. Não gostam porque não o conhecem. Baseiam-se nas falsas reputações. Aliás, todas as reputações são falsas.
Para a maioria que foi educada para depender, esta frase é indeglutível. No culto à dependência, não há lugar para a liberdade, muito menos para a felicidade. "Independência ou morte" não é uma boa frase para a nação brasileira, mas é uma excelente frase para qualquer pessoa.
Jesus impressiona pela sua retórica. Uma frase que me impressiona do Jesus é:" Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." A verdade do Cristo não me interessa, mas a verdade é sempre libertadora, nisso ele tem razão.
Para quem foi treinado para olhar sempre pra fora, esta frase não faz sentido. A grande maioria espera  que tudo venha de fora. Só estão atentos aos movimentos exteriores. Nunca foram educados para introjetar, para se ensimesmar. A cultura oriental favorece muito mais a introjeção. Esta frase dita por um ocidental destoa do padrão de pensamento em vigor há séculos. A humanidade só quer fugir de si mesma e da sua condição e isso não traz bem-estar nenhum. É um caminho perverso e estúpido. Quase todos são fugitivos de si mesmos.
Procuram refúgio na família, na religião, nos amigos, nos negócios, no poder, nas drogas lícitas e ilícitas, nos amores e não conseguem porra nenhuma. Continuam infelizes. Esse folclore cultural de amigos e amores e coisas que tais é uma mentira do cacete.
A verdade é assim: aceite que você é só e se vire da melhor maneira. Continue sorrindo para os outros. Mantenha a convivência mas saiba que eles não passam de moscas sobre a sua angústia. Eles não servem para promover a sua felicidade. Eu não estou realizando um exercício de egocentrismo, eu estou lhe apresentando a única solução existencial segura, confiável e duradoura. Procure refúgio em si mesmo. Para isso, faça-se forte.
Eu não quero fugir de mim mesmo apostando em coisas exógenas. Eu quero ficar cada vez mais concentrado em mim, na minha história, nas minhas experiências e no meu aprendizado. Não me interesso mais pelo que os outros dizem e fazem; é irrelevante pra caralho. Eu quero é saber de mim. E não é por ser um grande egoísta que ajo assim. Eu porque cansei de blá blá blá e lero lero.

sábado, 17 de janeiro de 2015

COMER OU NÃO COMER, EIS A QUESTÃO


"Os romanos agregaram o prefixo "com-" (juntos), por entender que comer é um ato que se pratica preferentemente junto com outras pessoas e a desinência verbal, que no infinitivo era "edere". Formou-se assim o vocábulo "comedere", que nas línguas romances ibéricas foi perdendo a raiz indoeuropéia "ed" e converteu-se primeiro em "comere" e logo em "comer", não só em português como também em castelhano, em galego e em catalão." ( Hoje, contrariamos a origem da palavra. A maioria come só e apressadamente. Não sabemos mais comer ou o Sistema não nos deixa nem comer em paz.)
 O NOVO HAMLET
Há teóricos americanos (e esta tese só poderia ser americana; os mais problemáticos comedores) que defendem a tese segundo a qual o grande objetivo da vida de qualquer ser vivo, inclusive dos humanos, é comer. Para eles, trabalhamos, criamos e vivemos para comer. Comer é a grande razão de viver.
Atualmente comer é um dos maiores tormentos da humanidade. Comer tornou-se um problema muito complexo com múltiplas variáveis. A quantidade de transtornos ligados ao ato de comer, assusta. (Nem vou falar do sobrepeso que atinge bilhões de pessoas.) A obesidade mórbida, a anorexia nervosa, a  bulimia, a ortorexia e a  ebriorexia são alguns dos transtornos já catalogados pela controversa DSM5.
Talvez você nunca tenha ouvido falar de Ortorexia e Ebriorexia. A Ortorexia, caracteriza-se por uma excessiva seleção de alimentos, o que leva a pessoa vítima deste transtorno a não comer quase nada. Já a Ebriorexia, comum entre adolescentes, é a primazia do álcool em detrimento da alimentação. A adolescente, a grande maioria é de mulheres, bebe sem controle e não se alimenta. O objetivo final é ficar magra. 
Os transtornos alimentares que atingem principalmente mulheres estão intimamente ligados à aceitação sexual e social. Comer tornou-se um ato complexíssimo  que não cumpre mais a função nutricional. O comer está a serviço da beleza física, do poder de sedução e é fruto do excessivo culto ao corpo.
Comer é uma forma corriqueira de compensação emocional e busca de prazer fácil, pois trata-se de uma sociedade autômata que só sabe trepar, comer, comprar, trabalhar, acumular, se drogar, dormir mal e se exibir no Face.
Os mais novos esqueceram que isto aqui não é nenhum Shangri-lá. Acham que podem gozar sem limites negando o sofrimento que por vezes é essencial. Falta disciplina e respeito.
Na busca pela aceitação dos outros, muita gente morre por não comer ou por comer demais. Os adolescentes e os adultos jovens são as vítimas preferidas da publicidade e da visão de mundo imposta pela maioria. O que você ainda não assimilou é que os Outros podem te matar. Para tanto, basta que você siga as práticas culturais que estão na moda. O cigarro matou bilhões de pessoas porque estava na moda e era bonito. Milhões de pessoas morreram porque o bronzeado é lindo e sensual. A publicidade fomentadora de modismos é genocida em potencial. Na medida do possível, livre-se dos outros. Com certeza que há gente a mais na sua rede social.
Quando ouço certos diálogos que só valorizam a estampa e a carcaça, tenho vontade de intervir, mas acabo ficando apenas à beira da náusea. Resigno-me com as gargalhadas que vou dar quando a tatuagem sair de moda e as gordurinhas localizadas forem consideradas imprescindíveis à boa saúde por essa medicina suspeita que nos domina.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

OS RESTOS

São muito poucos os que aprenderam a nutrir-se emocionalmente por conta própria. Na inóspita vida gregária, contentamo-nos com os restos dos sentimentos e das emoções que os outros nos concedem a duras penas e chamamos isso de amor e amizade. Recuso-me a chamar de amor e amizade essa troca sórdida de interesses que passa pela chantagem, pela ameaça, pela trapaça e pela dependência
Quando mais jovens até chegamos a pensar que temos uma importância real para os outros, próximos ou distantes, mas é pura ingenuidade.
Quem teve a coragem de amadurecer, já descobriu que os outros, próximos ou distantes, primeiro se empanturram de si próprios, depois, jogam no chão as migalhas do melhor dos seus íntimos para que nós como hienas civilizadas, recolhamos às lambidas, o que sobrou do fausto banquete egocêntrico. E ainda creditamos esta miséria grupal  a uma certa grandeza d'alma. Não faltam adjetivos e substantivos para qualificar e nomear esta desgraça: amor, amizade, generosidade, solidariedade, etc. Vivemos das sobras, pobres hienas tecnológicas!
Eu quero muito mais. Se é para doar que se doe de verdade.

domingo, 11 de janeiro de 2015

AS TEO-DEPENDÊNCIAS

Noventa por cento dos habitantes deste planetinha são fruto de falha contraceptiva. O que é inadmissível, considerando-se a explosão demográfica. Se eu tivesse cometido alguma falha contraceptiva e do meu erro resultasse um ser humano, a primeira coisa que eu diria à vítima inocente, seria:- Foi mal. Desculpa o mau jeito.
Ninguém aceitaria vir para este planetinha infernal. Ninguém. Conhecendo os fatos e as características desta bola linda e maravilhosa com 7 bilhões de loucos alucinados andando e correndo sobre ela, ninguém aceitaria vir para cá. Senão vejamos os fatos:
Dilma, Obama, bispo Macedo, Fausto Silva, Estado Islâmico, o pessoal do Maomé e suas metralhadoras mortíferas, os Capitalistas Desalmados, os ladrões do petróleo, Brasília, o Ebola e o Heszbollah, a Coréia do Norte, os lugares comuns como "Crescei e multiplicai-vos", os papos metereológicos de segunda-feira, os Aiatolás e o retorno à Idade Média, os Talibãs e a loucura armada, Silas Malafaia e Marcos Feliciano, o comunismo retardado de Cuba, o Putin puto com o Gorbachev, os impostos brasileiros, os malucos do politicamente correto, a hipocrisia e o moralismo protestante, o festival de milagres, o Pelé que não dá bola pra nada nem pra teste de DNA, o Roberto Carlos, agora musculoso que nem ele acredita no amor arruinado que canta, a falta de seriedade dos católicos, a amputação do clitóris pelo pessoal de Maomé, a mentira como corolário, os Workaholics e a incapacidade de relaxar, os pastores evangélicos, a cura gay, os viciados em cerveja, futebol e vulva,  o assassinato do senso de humor, Otávio Mesquita, rei da televisão, João Kléber, star da infidelidade, o BBB19, o cantareira,  a falta d'água e o preço da energia elétrica. Ufa! Cansei! Sabendo disto e de algumas coisas mais, ninguém viria para esta bola doidona.
Para as vítimas da falha contraceptiva, existe um Kit de boas vindas que as espera junto com os recepcionistas planetários, papai e mamãe. Não é lindo?! Papai e mamãe que já integram a loucura geral há muitos anos, não se conformaram com o non-sens da existência e durante décadas foram doutrinados e tiveram os seus cérebros esfregados e lavados com os mantras estapafúrdios que fazem parte do KIT. 
O Kit de boas vindas que compõe o Mega kit educacional tem no seu bojo um elemento crucial: Deus. Ao inventarem Deus e lhe atribuírem mil qualidades e poderes, os Megakiteiros têm argumentos fantasiosos para dar algum sentido à vida do pobre bebê. E o bebê cresce ouvindo esse blá blá blá interminável sobre a divindade única e fica muito confuso, a verdade é essa.
De tanto ser obrigado a ouvir os devaneios dos Megakiteiros, a criança começa a ficar viciada  nas pretensas maravilhas de Jeová. Ninguém fala dessa dependência. Só se fala de crack. Claro que o crack é mais nocivo, mas ser viciado em Jeová não é uma coisa positiva. A história está aí para provar que se trata de um vicío muito perigoso. 
O Jeová consegue dar algum sentido a este manicômio cósmico, mas há muitos efeitos adversos e colaterais. Então, se você não puder evitar, por favor,  Deus só com muita moderação.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A FESTA PROCRIATIVA

Acho impossível que na fila do supermercado, do banco ou qualquer outra, neste calor insuportável, você não pense que dois terços daquele pessoal podia ter sido evitado. E os pais daquele gente toda teriam gozado na mesma. Ou será que não?
Será que só eu acho que as relações sexuais quando inevitáveis pela força hercúlea dos hormônios podem redundar em simples orgasmos gratuitos? Será que os orgasmos têm que vir acompanhados de um pobre bebê? Bebê não é boneca pra brincar; é um ser humano digno de muito respeito e que vai acabar se ferrando neste planeta.
Quando você pega o metrô entupido de gente, sem espaço para respirar, você ainda pensa em fazer mais um filhinho? Não chega? Esse que você já fez não serve para te divertir e para dar um sentido à tua vidinha? Têm que ser dois, três, cinco?
Por favor, trepe sem deixar tantos vestígios.

O CORPO COMO CAPITAL

Só investe no corpo quem é muito infantil. É coisa de quem ainda não sabe investir. É coisa de jovem burro. Eu também, quando era muito burro e muito jovem, fiz alguns investimentos no corpo. E olhando para o meu corpo agora, algumas décadas depois, me alegro por não ter insistido muito nesse investimento. Se tivesse insistido, estaria em situação pré-falimentar. (Todo o corpo um dia vai à falência.) Não que o meu corpo seja uma monstruosidade, muito pelo contrário, mas levando em consideração a cartilha de quem investe no corpo pra valer, o meu corpo não dá mais dividendos. O meu corpo virou um grande fracasso. Aliás, todos os corpos são grandes fracassos anunciados. Não é por aí meu amigo.
Se você é muito jovem e um pouco inteligente, diversifique os seus investimentos. A beleza do corpo é admirável, mas não dá para levar muito a sério. Eu juro que nunca me enamorei de uma estátua. O que  pode encantar é o movimento da forma. A forma em si não desperta melhores sentimentos. Desperta outras coisas como libido e tesão e mais nada. Basear a sua vida numa trepada interminável, não me parece um estratégia interessante. A história da humanidade pode ser resumida numa frase: "Condenados a gozar e o que é muito pior, a procriar."
Quando as pessoas descobrirem que sexo é só um grande engodo, aí podemos até pensar em ser felizes. Antes dessa descoberta é só escravidão e pouco mais. Se você conseguir abstrair e incorporar a ideia de que sexo é um comando hormonal poderoso e que você é muito mais que isso, você terá chegado a um terreno propício para a liberdade. Antes disso, o que você denomina liberdade sexual é escravidão muito próxima da escravidão dos hebreus. A humanidade adora uma escravidão. Os escravos das Academias ainda não conseguiram olhar para dentro de si próprios. Só olham pra fora. E quem olha pra fora não se vê com exatidão, só vê os Outros e é escravo das convenções e das ideias estranhas e injustas que os outros inventaram.
Então, grande musculoso, belo corpo, bela figura, saiba que também existem outros tipos de beleza. E se  o seu negócio é beleza e tesão, saiba que também há vida feliz fora dessa sua prisão. E continue malhando; a Academia é deve ser um pouco melhor de Bangú dois.
P.S.- Entendo perfeitamente que os jovens invistam no corpo como  promoção pessoal a curto e médio prazo. O que eu não entendo é velho e principalmente velha coroca que continua investindo na merda do corpo. Isso, eu nunca vou entender. É estupidez demais para os meus pobres neurônios. Chegar aos 50 anos e continuar reivindicando a juventude como único valor supremo é uma lástima.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A CERVEJA E A LIBIDO

La Muse Verte - Albert Maigan - 1895
"A musa verde" era o nome poético que se dava
ao absinto consumido na época 
Nunca consegui entender muito bem o que é que tantas mulheres semi-nuas fazem nas propagandas  de cerveja. A Ambev, esse gigante capitalista sem muitos escrúpulos, pretende insinuar que a cerveja aguça o apetite sexual. Não aguça não. Álcool não aumenta a libido. Pelo contrário, álcool acaba com a libido. Um pouco de álcool descontrai, relaxa e favorece a aproximação sexual e só, acabou. Um pouco. Então viciados em orgasmos de plantão, é melhor  parar de beber. (O orgasmo é o maior vício mais ou menos secreto da humanidade.)
O cúmulo do cinismo é que depois de feita a propaganda extremamente enganosa, dizem:- " Beba com moderação." Nestes tempos  de EXCESSO e de exagero, quem bebe com moderação? Quem? Quem? Hoje, beber é motivo de orgulho para essa gurizada que anda por aí. Nos anos 60,70 e 80, a moda era fumar. Hoje é beber muito até cair. Ouço alguns idiotas dizerem:-" Bebi muiittto!"
Uma maneira de coibir a auto-destruição hepática é falar de impotência e de baixa libido. Nas campanhas anti-tabaco, funcionou. Eu não sou moralista. Muito pelo contrário. Façam dos vossos fígados, dos vossos cérebros e das vossas genitálias e periferias, o que quiserem. O que eu não suporto é a Ambev enganando os incautos.
Cerveja que é uma bebida alcoólica, por incrível que pareça, não combina com mulheres nuas e sexo. Sexo vicia, mas álcool vicia mais ainda e é muito mais deletério. A mensagem das marcas de cerveja que se multiplicam a cada dia que passa, é absolutamente falsa. Nunca vimos tanta marca de cerveja. Nos anos setenta e oitenta criava-se uma nova marca de cigarros por mês. Daqui a duas décadas vão fazer campanhas terroristas contra o álcool como agora fazem contra o cigarro. Sou contra o cigarro e também sou contra o terrorismo que é feito contra os fumantes. Terrorismo, nunca. Parafraseando Che," Hay que combatir, pero terrorismo jamás."
Se vocês acham que eu sou um chato e sou do contra, leiam o artigo a seguir e concluam vocês mesmos que querem acabar com o tesão e promover os brochas à categoria de garanhões.

Álcool, drogas e função sexual: uma revisão. Alcohol, drugs and sexual function: a review.

Jordon Peugh
Steven Belenko
National Center on Addiction and Substance Abuse ~ Columbia University (New York)

Journal of Psychoactive Drugs 2001; 33(3): 223-33.

A visão das drogas como afrodisíacos sempre esteve presente no imaginário popular. No entanto, as conexões entre álcool, drogas e função sexual são mais complexas. As substâncias psicoativas podem afetar a função sexual a partir da alteração de neurotransmissores (especialmente a serotonina, noradrenalina e dopamina); pela ação direta ou indireta na liberação de hormônios capazes de aumentar a libido (testosterona, progesterona e estrógeno); ou por atuarem diretamente sobre o fluxo sanguíneo ou outros mecanismos fisiológicos dos órgãos sexuais.
Por outro lado, as reações humanas a tais alterações são complexas e influenciadas por fatores psicológicos e sociais. Isso torna difícil a quantificação do papel específico das substâncias sobre a função sexual. No presente artigo, os autores revisaram a literatura trabalhos acerca do tema e os apresentaram seus achados divididos por substância psicoativa, levando em consideração seus efeitos agudos e crônicos.
Álcool
O consumo difundido do álcool em nosso meio fez deste a substância mais estudada quanto a sua ação no desempenho sexual. Seu consumo sempre esteve associado à facilitação do comportamento e do desejo sexual. Simultaneamente, é considerado prejudicial à potência e ao desempenho sexual. Já foi sugerida que a ação depressora do sistema nervoso central causada pelo álcool contribui, direta ou indiretamente, para a disfunção da ereção, redução da secreção vaginal, redução do desempenho sexual e outras disfunções sexuais.

Homens
Em doses diminutas, o álcool possui discreta ou nenhuma ação sobre a função sexual masculina. O desejo sexual pode aumentar quando se utilizam baixas doses da substância. Doses elevadas, no entanto, prejudicam a ereção, interferem na ejaculação e causam redução do desejo sexual (libido). Além disso, as expectativas, os estímulos externos e as relações interpessoais também afetam a função sexual e interferem nos resultados observados.

O consumo crônico e prolongado, no entanto, prejudica todos os aspectos da função sexual masculina, em especial a ereção (quadro 1). Disfunções sexuais chegam a atingir mais de 80% dos dependentes de álcool.

Quadro 1: Principais complicações sexuais entre os usuários crônicos de álcool do sexo masculino.
·  Piora da ereção (tempo e intensidade)
·  Redução dos níveis de testosterona
·  Redução no número de espermatozóides
·  Piora nos testes de desempenho


Apesar de tais alterações mostrarem-se em parte reversíveis após a abstinência, queixas de disfunção sexuais podem persistir. Pode haver piora da função erétil, em decorrência de lesões neurológicas, prejudicando-a definitivamente. Além disso, o surgimento de complicações, tais como depressão ou a piora do relacionamento conjugal ao longo dos anos, também afetam diretamente a função sexual masculina, tornando difícil isolar o papel exclusivo do álcool sobre esse assunto.
Mulheres
Muitas mulheres afirmam que o álcool aumenta seu prazer sexual. Por outro lado, estudos com marcadores fisiológicos apontam para o sentido aposto, isto é, quanto maior a quantidade de álcool, menor o prazer sexual e a capacidade de atingir o orgasmo.

Há algumas explicações para tal contradição: [1] o impacto da desinibição desencadeada pelo consumo, [2] a interpretação das modificações corporais induzidas pelo álcool como aumento do prazer sexual, [3] a influência das expectativas acerca dos efeitos do álcool, [4] mensuração inadequada dos marcadores fisiológicos do prazer sexual.

O consumo crônico de álcool traz às mulheres disfunções sexuais e problemas ginecológicos. A disfunção sexual, por seu turno, também pode ser uma possível causa de alcoolismo entre elas. Dado a noção cultural de que o álcool aumenta o prazer, mulheres com disfunção sexual freqüentemente buscam no álcool uma forma de sanar tais deficiências.

Quadro 2: Principais complicações sexuais entre os usuários crônicos de álcool do sexo feminino.
·  Inexistência de orgasmo
·  Piora da lubrificação vaginal
·  Intercurso sexual doloroso