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sábado, 26 de abril de 2014

ESTOU CALVO DE SABER


A INSANA CENSURA DA LINGUAGEM
De repente, todo o mundo ficou suscetível. Subitamente e sutilmente, todos ficaram melindráveis. Tudo magoa, tudo ofende, tudo é inadequado, impróprio e indecente. Não sei mais o que é permitido. Façam um Código de Decência Pública, mas por favor, não coloquem apenas as palavras proibidas, coloquem também as práticas e posturas inadmissíveis. 
A continuar assim, o registro da língua coloquial tende a desaparecer. Nada do que outrora era espontâneo e autêntico é tolerado. Nova indumentária para velhas hipocrisias.
Vivem-se tempos esdrúxulos. O politicamente correto tomou conta do pedaço. "Tomou conta do pedaço". Será que esta expressão ainda é autorizada ou será que já foi banida por ofender o puríssimo decoro da multidão? Paradoxalmente, com toda esta pureza idiomática, nunca se fez tanta merda neste planeta. Eu sei que merda, não pode. Não pode o vocábulo, mas pode a atitude nojenta, o comportamento hediondo, isso pode.
Os macacos de imitação estão imitando o país errado. O desejável seria ser original, mas já que isso é de todo impossível, parem de imitar os americanos puritanos que não têm nada a ver conosco. A cópia já conseguiu introduzir no Brasil essa coisa infame e deletéria chamada silicone. Isso para não falar dos piercings, dos alargadores de rosto, dos alargadores de orelha e da muito questionável "body art".
Já que fazem tanta questão de copiar e colar, copiem a Europa que tem muito mais a ver com as nossas raízes culturais e históricas. Parem de imitar americano maluco, obeso, acumulador, superficial e edipiano. Imitem outros menos enfermos. Querem reproduzir  no Brasil todas as moléstias e mazelas da América do Norte. Nós somos culturalmente muito ricos para nos sujeitarmos a cópias tão estúpidas. 
Agora que tanto falam em democracia, proíbem escritores, conspurcam a literatura de Machado de Assis, mudam letras de músicas infantis, alteram criminosamente as nossas características mais telúricas e o Estado-babysiter não para de intervir indecorosamente na nossa vida privada.
Está sendo perpetrado no Brasil e no mundo um crime de lesa-humanidade que impõe a todos uma única forma de expressão. Por isso nunca vivemos uma época com tamanha falta de criatividade. Escutem as músicas do momento. São um atentado auditivo, bárbaro, primitivo e violento. Leiam os blogs e constatem vocês mesmos. É tudo cópia. Cópia da cópia. É de chorar sentado e com as duas mãos no rosto. É de soluçar alto.
Exatamente no momento em que falam de direitos humanos e de outras mentiras mais. E a liberdade de expressão? Cadê a minha liberdade se sou vítima de gente louca que acha que vai mudar o mundo através de eufemismos e sinônimos?
Estou calvo de saber que este movimento planetário do "me engana que eu gosto" só vai produzir mais neuróticos, frustrados, violentos e infelizes. Calvo de saber, pode. Entendeu?!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

POR ONDE ANDAM OS CANALHAS?

Todos têm um discurso pronto e decorado para se promoverem à categoria das melhores pessoas do mundo. A população mundial tem aumentado consideravelmente,( a super população vai acabar por nos extinguir) por conseguinte o número de canalhas também. Claro que não é proporcional. O índice de canalhas é sempre muito maior que as taxas de aumento demográfico. Mas afinal, onde estão os canalhas?
A prova irrefutável do aumento dos canalhas é o estado do planeta. O planeta tem piorado sobremaneira desde a minha concepção. Ninguém se assume como canalha. O canalha deveria pelo menos ter a quase dignidade de se assumir como tal. Dizem que Brasília tem a maior concentração de canalhas por metro quadrado, mas nem parece. Um manto gigantesco de hipocrisia cobre toda essa gente.
Nunca na história deste planeta os malefícios dos canalhas foram tão evidentes. E já que está tudo tão escancarado e visível, por que os canalhas insistem em se esconder? Canalhas, apareçam! Gostaria muito de conhecer um canalha que saiu do armário.
Os viados já se assumiram, os sapatões também, os comunistas não comem mais criancinhas mas tornaram-se execráveis ditadores, a guerra fria acabou, embora sempre haja uma ameaça iminente para humanidade, o real é uma utopia porque é tudo virtual, as crianças mandam nos pais, o trabalho é assediado, deus está moribundo e o capeta assumiu, vive-se mal  e excessivamente, já se descobriu quase tudo, menos as tocas dos canalhas.
E aí canalhas? Cadê vocês? Tutti buena gente, não cola mais.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

COMEMORANDO AS PERDAS

"A pétala da flor queixava-se desolada à aurora por ter perdido a sua gota de orvalho, mas esta radiante, mostrou-lhe que havia perdido todas as suas estrelas."
Autor Desconhecido
O que chamamos perdas não passam de recomeços. Nunca entendi por que não se comemora o divórcio. Para o senso comum, só o casamento significa uma nova vida. Na minha opinião, o divórcio, esse sim é uma maravilhosa nova vida. O pós-divórcio tem elementos existencialmente ricos que o casamento nunca sonhou em possuir. Comemoremos  pois o divórcio.
A maioria das perdas da minha vida, racionalmente analisadas, não passaram de grandes alívios. Sou imensamente grato a todos as mulheres que me deram um pé na bunda. Pés benditos que me conduziram a esta felicidade sem fim que agora sinto. Todos os que não quiseram a minha companhia, facultaram-me o direito e privilégio de ter a minha própria companhia. Obrigado ex-amigos. Muito obrigado mesmo. É muito emocionado que lhes agradeço.
Os que rejeitei, rejeitei muito bem. Estou feliz por terem ido embora. A maioria das pessoas que aparece nas nossas vidas não serve para nós. Vamos nos acomodando e ficando com elas por carência afetiva braba. O pior problema da humanidade é a carência afetiva. Resolva-se essa carência visceral e tudo o mais estará resolvido. Enquanto procurarmos significação nos outros, corremos para o abismo. Você não precisa tanto assim dos outros. Veja que planeta fantástico você tem à sua disposição. Que planeta lindo! Temos as flores, os frutos, os oceanos, o vento, a chuva, os animais selvagens, o céu azul, o sol, a cores do horizonte e os espaços abertos. Descubra a miríade de coisas prazerosas que você pode fazer sem os outros. E você procura justamente o que há de pior no planeta: o ser humano. Coitado de você! Você que repete o credo coletivo e nunca chegará à felicidade. No máximo, você sempre será um colecionador de alegrias. No máximo, você apenas terá crises de entusiasmo vão.
Gostaria muito que soubessem todos quantos têm capacidade de aprender com a vida e a vida é uma excelente professora que as perdas podem tornar-se ganhos valiosos. Até a perda de entes queridos é uma excelente possibilidade para refletir sobre a transitoriedade da vida. Entristecemo-nos, como dizia Albert Camus, porque ignoramos e esperamos. Não ignore nada. Não ignore a sua finitude e a sua fragilidade.
Ao contrário do que dizem, a ignorância não é um bom caminho para a felicidade. A ignorância é um atalho muito perigoso e mesquinho para a verdadeira felicidade na terra. Não ignore. Procure ver todas as possibilidades. E não espere, faça acontecer.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

FAÇA SEU PLANO DE FUGA

"Só é possível ser feliz quando se nada contra a corrente da mediocridade."
Roberto Piva 
"Tudo o que escrevo é o meu plano de fuga da civilização de vocês."
Roberto Piva 
"A felicidade é sempre individual, nunca é coletiva."
Roberto Piva

Se você ainda não descobriu que a sua existência é uma arapuca, talvez precise sofrer mais um pouquinho. Se já descobriu que foi vítima de uma grande armadilha, faça seu plano de fuga.
Carl Gustav Jung falava em individuação. Eu sou um partidário entusiasta da individuação. Como ele, acho que a melhor saída existencial é a individual. Das saídas existenciais coletivas propostas, nenhuma me agradou. Durante décadas intuitivamente fui elaborando o meu plano de fuga pessoal e hoje estou fora da arapuca, embora pareça que  também estou preso e chafurdando na mediocridade.
As saídas existenciais proposta pelos mentores da arapuca - se é que há mentores - são: casamento, procriação, família, propriedade, religião, partido político, clube de futebol, amor romântico, vida social e outras drogas. Essas bobagens pelas quais muita gente dá a vida, não me dizem nada. Não adianta muito fugir com a manada porque ninguém sabe para onde vai. Com frequência se libertam de uma arapuca para cair noutra.
A fuga nem sempre é premeditada. Ela vai se configurando com o passar do tempo. É uma delícia fugir para lugares onde quase ninguém  está.(Eu por exemplo fugi para dentro de mim mesmo. Sou o único fugitivo nestas bandas. Este é o melhor lugar para uma fuga duradoura.) Fugir da manada para integrar outra manada, não é nada agradável.
A sociedade sabe que é uma arapuga por isso permite as fugas já citadas. Além disso, o ser humano tem um erro gravíssimo de fabricação: produz angústia. Para fugir da angústia de Kierkegaard faz-se qualquer coisa. Não há mãos a medir. 
Falta coragem para contrariar a força avassaladora da maioria insana e trilhar caminhos próprios.

sábado, 12 de abril de 2014

A METADE DA LARANJA

Como animais de bando, aprendemos muito cedo a procurar nos outros reconhecimento e significação. Começa pela dependência humilhante a que somos submetidos quando crianças. Dependemos de tudo e de todos. Ficamos condicionados a essa dependência sistemática e viciante no outro. Dizem que não se deve comparar ser humanos com animais, mas as programações químicas são muito parecidas, somos diferentes pela consciência que alguns têm e pela sociedade que criamos. Os outros animais gregários quando jovens são muito mais independentes que os humanos. Um bebê humano é quase que um prolongamento da mãe. É que não tem autonomia absolutamente nenhuma. Que lástima! Acho que essa dependência da mãe nos marca para todo sempre.
Na busca de significação no outro, só nos ferimos. Grande parte da infelicidade humana deriva disso. O grupo sabe intuitivamente o quanto o indivíduo depende dele e abusa da sua importância.
No relacionamente a dois a dependência e a desvantagem são tão assombrossas que o indivíduo nem é ele; é apenas uma parte dele próprio. No máximo cinquenta por cento. Há os que entram no negócio a dois com quarenta por cento ou menos.
Quem dominar a relação, sacrifica o outro. Esse negócio de negociação em relacionamento é o maior purgante que existe. Ninguém aguenta negociar o tempo todo . Há uma hora em que se estabelece um dominador e um dominado. Com muita frequência,  a dominação não é óbvia, mas há sempre um dominador e um dominado. Dois não podem dominar ao mesmo tempo. Da mesma forma, que dois não podem ser dominados ao mesmo tempo. Logo, há um dominador e um dominado seja ele qual for, homem ou mulher. Os dominadores alteram-se no poder conjugal.
A minha proposta é a seguinte: vasculhe-se, procure-se e ache significação em você mesmo e use o grupo para outras coisas, ganhar dinheiro e divertir-se, por exemplo. Não procure felicidade no grupo ou no outro. Essa é a maior furada da galáxia.
Isso não impede em absoluto que você tenha os seus eleitos prediletos com os quais haverá uma relação humana privilegiada, mas nunca nos moldes tradicionais do bando ou seja aplicando a velha fórmula: eu sou um incompetente existencial por isso faça-me feliz por favor.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A ANÓDINA VISTORIA DO DETRAN

Chega a ser ridícula o que eles chamam de vistoria. O nome está  muito bem escolhido. Trata-se realmente de uma vista d'olhos. Se o poder estabelecido pretende com essa palhaçada controlar, coibir ou prevenir alguma coisa, está muito enganado. Não sou nem um pouco deslumbrado pela europa, mas na Europa, a vistoria chama-se Inspeção Técnica. Só pela nomenclatura já vislumbramos uma grande diferença. Não são os olhos que determinam, é a técnica.
Na maioria dos países europeus, o carro fica estacionado num fosso. Um técnico especializado entra debaixo do carro e entre outras coisas fundamentais, avalia os freios. A maioria dos acidentes acontece por falha humana e por falha nos freios.
Vocês realmente acham que  a seta da direita mais a seta da esquerda junto com a  água no parabrisas evitam acidentes? É ridículo! A única coisa relevante que é inspecionada são os gazes. Apenas os gazes e olha lá! Não sei se aquelas geringonças velhas são confiáveis.
Os detetives de porra nenhuma submetem os pobres cidadãos a incontáveis horas de espera exaustiva para avaliar o exatamente o quê? É a ditadura da burocracia estéril. E nem quero falar muito de corrupção senão iria muito longe. A maioria daqueles seres uniformizados e com cara de grandes profissionais são subornáveis. Tudo depende muito do humor do jovem funcionário imberbe. Tudo ali é extremamente pessoal. Não tem absolutamente nada de técnico. Nada. É o que o cara decidir. E se ele quiser te ferrar te ferra. E na maioria das vezes ele te ferra para cavar propina. É só um teste.
Há muita gente que cai em exigência injustamente. Já chegaram a me dizer que o pneu do meu carro estava descalibrado e que por isso caía em exigência. Chega a ser nojento. E ninguém se rebela contra essa estupidez. E ninguém vai às ruas para contestar a autoridade pífia do Detran R.J.
Vejo pessoas dignas desrespeitadas e humilhadas pelo senhor Detran R.J. De tanto esperar as pessoas ficam embrutecidas como animais. Nós que somos trabalhadores muito honestos e fiéis pagadores dos nossos tributos não merecemos ser tratados como coisas. Merecemos respeito. As ações judiciais contra a administração pública são muito intrincadas e na grande maioria das vezes fracassam. Sinto-me refém com os pés e as mãos atadas.
Em nome de todas as vítimas silenciosas do Detran R.J., peço reparação moral e material.

terça-feira, 8 de abril de 2014

EU NUNCA CHEGAREI À INDIFERENÇA

Apesar de Isaac Asimov afirmar que o preço da liberdade é a indiferença, eu nunca chegarei à indiferença e me considero livre.(Não essa liberdade panfletária e improvável.) Ainda que ele diga com muita convicção e ênfase que o Universo é extremamente indiferente, eu nunca chegarei à indiferença.
Nunca fui indiferente a nada. Estou completamente conectado com tudo que se passa à minha volta e não só, e a minha reação nunca é a indiferença.
Ao contrário de Raul Seixas, eu tenho opinião formada sobre quase tudo, afinal já tive tempo hábil para tanto. A minha opinião não é velha, adapta-se mas não se metamorfoseia. Recuso-me a ser uma metamorfose ambulante. O que Raul sugere é impraticável embora pareça poético e revolucionário. Metamorfose ambulante? Que porra é essa? Transformar-me o tempo todo? Isto é mais uma das milhares de tolices da música popular brasileira com todo o respeito que possa merecer Raúl Seixas.
Os indiferentes se não são mortos-vivos, vivem o torpor do adormecimento em vigília mediante doses cavalares de anestesia intra-anímica. A ordem normal das coisas encaminha-se para a indiferença, para uma solene indiferença. Poucas vezes pressenti tanta indiferença. Os que acham que eventualmente representam alguma coisa para os outros de uma forma geral, não representam porra nenhuma. Correm nas veias rios tranquilos de indiferença.
Se o infortúnio não atingiu o cidadão de jeito, ele nem reage. Tudo o que transcorre fora dele, só provoca uma reação da parte dele, se lhe trespassar as entranhas endurecidas pela familiaridade com a indiferença. Ouso dizer que todo o indiferente tem traços visíveis de psicopatia.
As palavras que menos se escutam são as que mais são ditas no discurso íntimo e oculto longe do grande teatro social: - Foda-se! O que é que eu tenho a ver com isso?
Tem tudo a ver. Mas a covardia, a ignorância, a acomodação e preguiça refinam as performances da indiferença. Se o seu vizinho foi assaltado não comemore o fato, achando que você está livre dos bandidos. Você com certeza será o próximo.(O Brasil não tem tecido social.)
A despeito dos conselhos em contrário, que me enchem de raiva e indignação, vou continuar me demarcando para que todos saibam de maneira muito clara qual é a minha posição. Eu não só me posiciono como me demarco. É fácil saber quem eu sou. O que dizer de um indiferente contumaz? Que troço é esse que até parece humano?
Se você acha que está arrasando porque nada mais te toca, porque a sua sensibilidade já é uma múmia embalsamada e o seu coração um depósito de "deixa pra lá", você não passa de um monstrinho asqueroso. Você já teve morte cerebral. Chame o rabecão para te enterrar morto-vivo de merda.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

DOENÇAS PSICOLÓGICAS BIZARRAS

15. SÍNDROME DA REDUÇÃO GENITAL
Também conhecido como koro, esse distúrbio mental deixa a pessoa convencida de que seus genitais estão desaparecendo. A maioria dos casos até hoje foi relatada em países da Ásia ou da África, e em muitos deles a síndrome parece ter sido contagiosa! Um dos episódios mais estranhos ocorreu em Cingapura, em 1967, quando o serviço de saúde local registrou centenas de casos de homens que acreditavam que seu pênis estava sumindo. Um único caso da síndrome da redução genital foi registrado até hoje no Brasil, no Instituto de Psiquiatria da USP. Convencido de que seu pênis estava sumindo, o doente tentou se matar com duas facadas no abdômen!
14. SÍNDROME DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Doença que provoca distorções na percepção visual da vítima, fazendo com que alguns objetos próximos pareçam desproporcionalmente minúsculos. O distúrbio foi descrito pela primeira vez em 1955, pelo psiquiatra inglês John Todd, que o batizou em homenagem ao livro de Lewis Carroll. Na obra, a protagonista Alice enxerga coisas desproporcionais, como se estivesse numa “viagem” provocada por LSD. As vítimas da síndrome também vêem distorções no próprio corpo, acreditando que parte dele está mudando de forma ou de tamanho.
13. PICA
Esse nome também estranho não tem nada de pornográfico: pica é uma palavra latina derivada de pêga, um tipo de pombo que come qualquer coisa. E a pica a síndrome, é claro… faz exatamente isso: a pessoa sente um apetite compulsivo por coisas não comestíveis, como barro, pedras, tocos de cigarros, tinta, cabelo… O problema atinge mais grávidas e crianças. Após comerem muita porcaria involuntariamente, os glutões ficam com pedras calcificadas no estômago.Em 2004, médicos franceses atenderam um senhor de 62 anos que devorava moedas. Apesar dos esforços, ele morreu. Com cerca de 600 dólares no estômago…
12. MALDIÇÃO DE ONDINA
O nome bizarro é uma referência a Ondina, ninfa das águas na mitologia pagã européia. A doença, mais estranha ainda, faz com que as vítimas percam o controle da respiração. Se não ficar atento, o sujeito simplesmente esquece de respirar e acaba sufocado! A síndrome foi descoberta há 30 anos e já existem cerca de 400 casos no mundo. Pesquisadores do hospital Enfants Malades, de Paris, acreditam que a doença esteja relacionada com um gene chamado THOX2B. O sistema nervoso central se descuida da respiração durante o sono e o doente precisa dormir com um ventilador no rosto para não ficar sem ar!
11. SÍNDROME DE CAPGRAS
A Síndrome de Capgras (ou Delírio de Capgras) é um raro distúrbio no qual uma pessoa sofre de uma crença ilusória de que um conhecido, normalmente um cônjuge ou outro membro familiar próximo, foi substituído por um impostor idêntico. A síndrome de Capgras é classificada numa categoria de crenças ilusórias envolvendo erros de identificação a respeito de pessoas, lugares ou objetos. Pode ocorrer de forma aguda, passageira ou grave.
A ilusão é mais comum em pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, embora possa ocorrer em variadas condições, como dano cerebral e demência.[1] Embora seja comumente chamada de síndrome por poder ocorrer com ou paralelamente a várias outras desordens e doenças, alguns pesquisadores argumentam que deveria ser considerada mais um sintoma de algo do que uma síndrome em si mesma.
10 TOC: TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO
Quem não tem a sua mania? O TOC atinge boa parte da população, entretanto em um nível moderado onde as manias não passam a interferir significativamente na vida das pessoas. Mas, o que é o TOC?
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) consiste na combinação de obsessões (pensamentos recorrentes e insistentes que se caracterizam por serem desagradáveis, repulsivos ou contrários à índole do paciente) e compulsões (comportamentos estereotipados, repetitivos, desagradáveis e inúteis).No Transtorno Obsessivo- Compulsivo as obsessões vêm acompanhadas de compulsões, pois as pessoas com TOC tentam afastar suas obsessões pondo em prática algumas compulsões, como por exemplo:
Lavar as mãos constantemente, a ponto de torná-las avermelhadas e inflamadas;
Verificar incessantemente se desligou o fogão ou o ferro, devido a um temor excessivo de incendiar a casa;
Contar certos objetos sem parar, por uma obsessão de vir a perdê-los.
Uma vez que sabe do absurdo ou exagero de seus comportamentos os pacientes podem tentar evitar os pensamentos intrusivos e as compulsões, o que causa uma tensão insuportável, motivo pelo qual acabam cedendo às compulsões.
Os sintomas do TOC provocam angústia, consomem tempo e podem interferir de maneira significativa no trabalho, na vida social e nos relacionamento pessoais do portador. Como não sabem o que está acontecendo, muitos temem estar enlouquecendo, sentem vergonha e por isso são discretos com relação aos seus sintomas obsessivos e compulsivos, preferindo ocultá-los a procurar ajuda especializada.
Existem diversos relatos de pessoas com essa doença na internet. Boa parte das pessoas tem vergonha de falar sobre esse transtorno e por isso a doença alcança o estágio avançado, como no caso da senhora que não dormia porque tinha que olhar embaixo dos móveis e atrás das portas ou do homem que se jogou do segundo andar do prédio porque tinha medo dos possíveis micróbios na fechadura da porta o que o impedia de sair de seu apartamento. Outro caso interessante foi o do sujeito conhecido como “Homem Lixo”, que tinha a mania de recolher todo o lixo que encontrava em seu caminho e levar para seu apartamento: depois de 2 anos, os moradores do prédio não agüentavam mais o “odor agradável” saindo do residência do individuo e conseguiram um mandato para invadir a mesma. Encontraram uma montanha de lixo por todas as repartições da casa e segundo os laudos da polícia, já fazia dois anos que o sujeito recolhia o lixo e trazia para seu lar.
9. Paramnésia Reduplicativa
A paramnésia reduplicativa é a crença de que um local foi duplicado, existindo simultaneamente em dois ou mais lugares, ou que foi movido para algum outro lugar. Por exemplo, uma pessoa pode não acreditar que está no hospital no qual foi internada, mas sim em um outro hospital, idêntico ao primeiro, mas localizado em outro lugar do país.
8. Síndrome da Explosão na Cabeça
Quem sofre da Síndrome da Explosão na Cabeça leva sustos avassaladores com ruídos que ninguém mais ouve. A Síndrome da Explosão na Cabeça geralmente é causada por estresse ou fadiga.
A pessoa, sem mais nem menos, passa a ouvir explosões que só ela escuta porque as explosões em questão só acontecem dentro da cabeça delas. Não existe dor no processo, mas que dá medo, dá.
Principalmente porque as crises têm a tendência a começar depois da segunda ou terceira hora de sono.
Imagina você acordar com a explosão de uma bomba que estourou só na sua cabeça?
7. Síndrome de Cotard
Quem sofre dessa doença tem o hábito de achar que é um morto-vivo. As pessoas que sofrem da síndrome do cadáver ambulante tem a peculiaridade de acharem que estão mortas. Eles também têm o hábito de achar que estão apodrecendo, acham que todo mau cheiro do mundo vem deles e que partes de seu corpo – internas ou externas – se perderam. Tirando isso, são gente boa. Claro: nas ocasiões em que eles admitem que existem, porque, na maioria das vezes, eles pensam que não existem não.
É conhecida como Síndrome de Cotard por causa de Jules Cotard, o neurologista francês esta é uma síndrome que é resultante de dano cerebral ou de distúrbio mental.
6. Síndrome da Excitação Sexual Persistente
Recentemente reconhecida como tal pela literatura médica, a Síndrome da Excitação Sexual Persistente é justamente isso: uma excitação que não acaba mais e que não tem absolutamente nada a ver com desejo sexual. Foi documentada em 2001 pela médica norte-americana Sandra Leiblum.
Como se não bastasse ela ser uma síndrome raríssima, as pessoas que sofrem com esse problema raramente procuram ajuda. Há dois anos, uma inglesa chamada Sarah Carmen, de 24 anos, declarou publicamente sofrer da Síndrome da Excitação Sexual Permamente e saiu em todos os jornais do mundo – ela diz ter 200 orgasmos por dia e que isso é chato.
Ela não pode beber, não pode ir a lugar onde toque música alta e, durante a entrevista que deu ao jornal News Of The World, ela diz ter tido oito orgasmos.
5. Sindrome da Mão alienígena
Por causa do filme de Stanley Kubrick, estrelado por Petter Sellers, esta síndrome também é conhecida como Síndrome do Doutor Strangelove. Parece brincadeira, mas a pessoa que sofre dessa desordem neurológica pode, do nada, começar um quebra pau contra uma de suas mãos. A coisa chega em um nível tão inacreditável que a tal mão alienígena pode, inclusive, tentar estrangular o seu dono. Ela pode ser causada por um derrame, por aneurisma ou trauma. Seus sintomas podem ser combatidos,mas o distúrbio, em si, não tem cura.
4. Delírio de Fregoli
A síndrome caracteriza-se como uma condição na qual a pessoa acredita que um ou mais pessoas que lhe são familiares (conhecidas), usualmente perseguidores, repetidamente modificam sua aparência e passam a ocupar outros postos, por exemplo: de médico, carteiro, vendedor, etc. Portanto, para o portador da síndrome justificando como é possível ao seu perseguidor estar nos diversos ambientes dele, disfarçado.
É claramente uma idéia delirante de perseguição. Portanto espera-se encontrá-la em pessoas que estejam psicóticas: transtorno delirante persistente e principalmente esquizofrenias.
A síndrome recebeu este nome em homenagem ao ator italiano Leopoldo Fregoli, (1867-1936) capaz de em suas apresentações encenar desde um monólogo até uma ópera, sendo ele o único ator e cantor do espetáculo. Deu origem ao transformismo no teatro, tamanha a sua habilidade para interpretar diversos personagens como ator e cantor.
É importante estabelecer um diagnóstico diferencial entre a Síndrome de Fregoli e a Intermetamorfose. Enquanto na primeira as pessoas modificariam apenas sua aparência física, seria um disfarce externo, na Intermetamorfose a transformação seria completa, isto é, também interna, transformando a personalidade também.
3. Prosopagnosia
Prosopagnosia é uma deficiência da percepção que afeta o sistema nervoso. Basicamente, as pessoas que sofrem com esse problema têm dificuldade em reconhecer os rostos de pessoas ao seu redor – já que essa tarefa seria responsabilidade de uma área específica do cérebro que, nos doentes, estaria danificada.
A doença foi estudada no século XVIII por vários cientistas, e o termo prosopagnosia foi criado em 1947 pelo neurologista alemão Joachim Bodamer. É a junção das palavras gregas prosopon (que significa lado) e agnosia (que significa conhecimento). Desde aquela época centenas de casos foram reportados.
Pessoas que sofrem com essa doença normalmente têm dificuldade em
reconhecer outros, mesmo que os tenham encontrado várias vezes. A maioria dos casos acontece depois de um trauma na cabeça, derrames ou doenças degenerativas.
“O homem que confundiu sua esposa com um chapéu” é o nome de um livro sobre a prosopagnosia escrito pelo neurologista Oliver Sacks. O caso mais trágico retratado no livro é sobre um músico que não sabia que possuía esse defeito. Ele realmente confundiu sua esposa com um chapéu e tentou colocá-la na cabeça (como, só é possível imaginar).
Também conhecida como cegueira facial, a prosopagnosia é, normalmente, acompanhada de outros tipos de dificuldade de reconhecimento (plantas, carros, expressões faciais e emoções). A doença pode criar vários problemas sociais e, em casos mais extremos, os pacientes têm dificuldades até para reconhecer a própria imagem em um espelho.
2. Sindrome de Korsakov
A síndrome de Korsakov (ou Korsakoff) é uma neuropatologia associada à carência de Vitamina B1 (tiamina), traumas cranianos,encefalite herpética, intoxicação pelo monóxido de carbono e indiretamente mas muito comumente ao alcoolismo agudo, pois o álcoolprejudica a capacidade do organismo de absorver a Vitamina B1. Essa vitamina está associada à transformação do ácido pirúvico, que por sua vez realiza transformações bioquímicas de proteínas, gorduras e especialmente hidratos de carbono, sendo que em sua ausência as células nervosas são as mais afetadas.
Os sintomas da Síndrome de Korsakov são a amnésia anterógrada, amnésia retrógrada e muito comumente a confabulação e uma desorientação temporoespacial. Acompanham esses sintomas uma severa apatia e desinteresse por parte do doente, que muitas vezes não é capaz de ter consciência de sua condição.
A amnésia anterógrada está relacionada com o comprometimento da memória de curto prazo, ou seja, o doente se torna incapaz de formar novas memórias a partir do momento em que desenvolve a doença, e a amnésia retrógrada está relacionada à memória de longo prazo, assim o doente perde grande parte da memória que havia se formado antes da doença. É baseado nessa severa condição que o neurologista Oliver Sacks (em “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”) relaciona a síndrome de Korsakov à perda da identidade, pois vítima de uma amnésia retro-anterógrada o doente perde por inteiro sua linha biográfica, sua história, e permanece incapaz de construir outra, sendo obrigado a viver como uma pessoa sem história de vida. Essa linha seria fundamental para a formação do senso de identidade na consciência.
Como conseqüência desse severo quadro é que ocorre a confabulação, que seria uma tentativa do doente de preencher suas lacunas mnemônicas com imaginações e ficções aparentemente verossímeis, nas quais ele próprio poderia acreditar. Outra conseqüência seria a desorientação temporoespacial, claramente causada pela incapacidade da pessoa de marcar sua existência no tempo.
Há casos avançado, porém raros , onde o comportamento dessa doença se assemelha a doença fictícia “Sindrome de Goldfield” que é base do filme estrelado por Adam Sandler e Drew Barrymore, “Como se fosse a primeira vez”.
1. Coprolalia
Coprolalia é a tendência involuntária de proferir palavras obscenas ou fazer comentários geralmente considerados socialmente depreciativos e, portanto, inadequados. Coprolalia pode fazer referência a excremento, genitais ou atos sexuais.
Coprolalia é uma característica rara de pessoas afetadas pela síndrome de Tourette e pela síndrome de Lesch-Nyhan. Coprolalia é um termo emprestado do idioma grego (ou κόπρος) que significa “fezes” (dejetos fecais) e λαλία, que significa “tagarelas, conversa sem sentido”. Coprolalia comporta todas as palavras e frases que são consideradas tabus sociais ou que são tidas como inaceitáveis fora de certos contextos. O termo coprolalia não é utilizado para descrever xingamentos contextualizados. Coprolalia geralmente é expressada fora de contexto social e emocional. A cadência, o tom e o nível da voz podem ser mais diferentes do que ocorre normalmente na pessoa afetada por essa condição.
A verbalização de palavras tidas por obscenas em grande maioria dos casos tem que ver com o contexto psìquicoemocional a que o indivíduo acometido pelo distúrbio possa estar inserido.
Em certos casos a pessoa com coprolalia consegue repetir as palavras características de sua condição em sua mente. No entanto, essas subvocalizações podem ser extremamente angustiantes.

O AMOR JÁ TEM CURA

O Amor pode ter cura 

Cientistas propõem o uso de remédios e de outras intervenções para acabar com o sentimento quando ele traz mais sofrimento do que alegria

Cilene Pereira (cilene@istoe.com.br)

É difícil encontrar alguém que nunca sofreu por amor. E que no auge de sua dor não tenha imaginado como seria ótimo se existisse uma pílula, algo que pudesse ser comprado logo ali, na farmácia, para acabar com o sofrimento. Na opinião de um respeitado time de cientistas, esses remédios existem. Alguns já estão disponíveis, outros em estudo. Juntos, eles formam um arsenal capaz de curar amor – e devem começar a ser usados sempre que necessário. A proposta está sendo feita por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, uma das mais renomadas do mundo. Por seu teor polêmico, a proposição iniciou um grande debate entre os cientistas sobre a oportunidade de se recorrer a recursos para encerrar um amor – seria mesmo adequado tratar o sentimento como se lida com uma gripe, uma gastrite? – e as consequências éticas que podem advir do uso do que os estudiosos ingleses estão chamando de biotecnologia antiamor.
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No olhar do grupo de Oxford, porém, trata-se de lidar com o tema sob uma perspectiva diferente da convencional. Existe o amor de Platão, de Shakespeare. Fala-se aqui do ideal, do sentimento arrebatador, que nasce sem muita explicação e gera histórias inesquecíveis. E existe o amor entendido pela ciência. Nesse caso, não há espaço para romantismo. A emoção seria produto de respostas fisiológicas desencadeadas no cérebro a partir de um estímulo. Sua geração faria parte do arcabouço de emoções que a espécie humana desenvolveu ao longo de sua evolução com o objetivo de garantir sua sobrevivência. O medo, por exemplo, nos ajudou a ter reações de fuga diante de predadores. O amor, por sua vez, foi o sentimento que garantiu a continuidade da reprodução da espécie. E hoje, defendem os cientistas, é possível interferir nas etapas desse processo com a finalidade de interrompê-lo. “A neurociência está nos apresentando um entendimento novo do amor”, disse à ISTOÉ o pesquisador Brian Earp, de Oxford, coordenador do grupo que estuda os tratamentos para o sentimento. “Portanto, se pensarmos que ele é algo que emerge da química cerebral, começa a fazer sentido falar em cura.”
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SEM LIGAÇÃO
Em suas pesquisas com cobaias, Young conseguiu impedir a criação de laço afetivo
O consenso científico sobre o amor é o de que ele é dividido em três fases. A primeira é chamada de luxúria e caracteriza-se pelo desejo sexual. A segunda é a atração. As duas fases formam a paixão. Elas são associadas aos hormônios estrogênio e testosterona – responsáveis, respectivamente, pelas características femininas e masculinas. Também há o foco no objeto da paixão, podendo ocorrer inclusive pensamentos obsessivos a seu respeito. “Os apaixonados e os pacientes que sofrem de Transtorno Obsessivo Compulsivo dividem um mesmo tipo de pensamento. Os primeiros são focados nos parceiros, e os segundos, em suas obsessões”, disse à ISTOÉ a pesquisadora italiana Donatella Marazziti, da Universidade de Piza, na Itália. Ela é autora de um trabalho exemplar sobre esse aspecto. Primeiro, Donatella selecionou 20 voluntários em pleno estado da paixão e 20 portadores do transtorno. Ela quantificou nos dois grupos a concentração de uma proteína envolvida no transporte da serotonina, substância cerebral relacionada à regulação do humor. Tanto apaixonados quanto pacientes tinham baixa quantidade da proteína, o que significa que havia pouca disposição de serotonina. Um ano depois, seu nível já havia subido entre os amantes. E eles não manifestavam mais obsessão pelo parceiro.
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CAUTELA
Marchant, da Universidade do Arizona, teme o uso abusivo das drogas antiamor
As estruturas cerebrais acionadas nessas duas fases são as que compõem o sistema de recompensa. Ele é ativado quando se vive algo que dá prazer. Ao entrar em ação, há a liberação de dopamina. O composto é a base química que está por trás da alegria que sentimos quando desfrutamos de uma situação prazerosa. Esse sistema é o mesmo acionado nos casos de dependência, como a de drogas ou de álcool. No caso do amor, a recompensa é o prazer proporcionado pelo parceiro. É por essa razão que há o entendimento de que o amor pode se tornar um vício. “Há teorias sobre adição que sugerem que qualquer substância, comportamento ou relacionamento que apresente potencial de recompensa pode desencadear dependência”, diz Earp.
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No artigo que publicaram sobre o tema na revista científica “The American Journal of Bioethics”, os pesquisadores ingleses elencaram várias categorias de remédios que poderiam ser usadas para interromper a evolução da paixão. Os antidepressivos, por exemplo, reequilibram as concentrações de serotonina, reduzem pensamentos obsessivos, interferem na liberação de dopamina – portanto, haveria menos euforia diante do amado – e têm entre seus efeitos colaterais a queda da libido. Outras opções seriam as medicações que impedem a ação da testosterona, provocando diminuição do desejo. Apontam também a naltrexona, usada para tratar a dependência de opioides (receitados contra a dor) e contra o alcoolismo.
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A terceira etapa do amor é a do vínculo. Trata-se aqui do sentimento a longo prazo, sem o impulso da paixão, marcado por sensação de segurança e de proteção ao parceiro. Nessa fase, agem duas substâncias: a ocitocina e a vasopressina. A primeira é um hormônio envolvido na formação de laços afetivos e de fidelidade. “Ele é liberado quando há contato íntimo, um toque carinhoso”, explicou à ISTOÉ o americano Larry Young, diretor da Divisão de Neurociência Comportamental do Centro de Pesquisa Yerkes, da Emory University (Eua). Já a vasopressina atua na formação de vínculos nos cérebros masculinos. “Em outras espécies, ela é responsável por um comportamento associado à proteção de território”, disse Young. “Mas em espécies monogâmicas está relacionada a vínculo, provavelmente porque o cérebro masculino considera a fêmea parte de seu território.” Nessa química, também opera uma molécula chamada CRF, que ajuda a manter a relação por longos períodos. “Quando os amantes estão separados, a CRF os faz ter sentimentos negativos, até depressão”, completou Young.
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O americano é um dos mais proeminentes estudiosos da neurofisiologia do amor. Pesquisa o tema há 20 anos, usando como cobaias um tipo de ratazana cujo comportamento familiar se assemelha ao humano, mantendo longas relações com apenas um parceiro. Nas suas experiências, porém, ele provou que é possível manipular esse comportamento simplesmente agindo sobre as substâncias associadas ao vínculo. “Podemos bloquear qualquer um desses compostos e evitar que as cobaias construam laços ou se sintam mal quando um parceiro vai embora”, afirmou Young. Em um dos experimentos, ele usou um composto para impedir a ação da ocitocina nas fêmeas. Elas não criaram ligação com um parceiro e tornaram-se polígamas. “Teoricamente, drogas semelhantes poderão ser dadas às pessoas para manipular seu amor por seus companheiros”, disse o pesquisador.
O inglês Brian Earp, de Oxford, está otimista quanto à criação de mais recursos anti-amor. “Conforme o conhecimento do mecanismo cerebral por trás do sentimento se aprofundar, a tecnologia antiamor se tornará ainda mais poderosa”, acredita. Não se descarta, inclusive, a manipulação da memória por meio do emprego de técnicas adotadas hoje no tratamento de estresse pós-traumático. Nesse caso, o que se quer é apagar as lembranças ruins associadas ao evento que levou ao trauma. Um dos recursos é o uso do anti-hipertensivo propranolol. E mais opções estão em estudo, envolvendo treinamentos específicos e outras medicações. No caso do amor, os métodos seriam usados para fazê-lo desaparecer. “Pode-se imaginar terapia similar sendo usada para apagar a memória do amor”, afirmou a antropóloga Helen Fisher, da Rutgers University (Eua), também investigadora importante da área.
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MEMÓRIA
Estudiosa do amor no cérebro, Helen acha possível
apagar a lembrança do sentimento
Os pesquisadores defendem o uso de armas como essa para todos os casos nos quais a relação é claramente prejudicial e precisa ter um ponto final. “Imagine uma pessoa em um relacionamento violento. Ela sabe que precisa sair dessa situação, mas seu sentimento de vínculo é tão forte que não consegue”, disse Earp. “Se ela pudesse usar um remédio que possibilitasse uma separação emocional do parceiro, seria um uso possível.” O cientista cita outra circunstância. “Pense em alguém atraído por outra pessoa que não o seu parceiro, mas que quer continuar fiel”, exemplifica. “A tecnologia antiamor pode ajudá-lo a diminuir seus sentimentos de atração pelo outro.” Indivíduos com dificuldade para se recuperar de um rompimento e partir para outra experiência também se beneficiariam. Segundo Earp, em Israel já houve a adoção de uma das armas. Por determinação de rabinos, antidepressivos foram dados a jovens para aplacar sua libido de forma que ficasse mais fácil, no entendimento dos religiosos, seguir as normas da religião sobre o comportamento sexual.
A proposta de curar o amor desencadeou intensas reações na comunidade científica. Após a publicação do artigo do grupo inglês, pensadores de várias partes do mundo iniciaram um debate sobre as repercussões da proposta. A professora Kristina Gupta, da Universidade Georgetown (Eua), foi uma delas. Estudiosa da sexualidade humana, ela vê benefícios na aplicação de tecnologias para aplacar o sentimento. “Acho válido em alguns casos, como para alguém que quer terminar uma relação com um marido violento”, afirmou à ISTOÉ. “Mas é preciso se certificar de que os recursos não sejam usados para eliminar tipos de relacionamentos somente porque não são considerados aceitáveis pela sociedade. Um exemplo são as relações homossexuais”, completou.
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quinta-feira, 3 de abril de 2014

A FRAGILIDADE E A ESTUPIDEZ DO INTERNAUTA

Punheteiras chinesas não existem
A seguinte notícia vem sendo veiculada com alguma insistência na Internet.

China regulamenta profissão de Punheteira e a classifica como grau de risco 4

Profissão: masturbação
Em algumas clínicas nos Estados Unidos, para coleta de material destinado a espermograma, eles dão aos pacientes umas revistas pornográficas. No Brasil é entregue um recipiente em uma sala isolada. Mas na China há um cargo profissional regulamentado exclusivamente para mulheres denominado Punheteira (coletora de esperma).
Benefícios
Os salários das Punheteiras são de R$3.700 (aqui já convertido em real). A classificação dessa função relativa à segurança no trabalho é Grau de Risco 4. Alguém pode estar se perguntando: que risco haveria em tal tarefa? Segundo a Norma Regulamentadora nº 32, na China, as funcionárias estão expostas a grandes riscos, podendo adquirir lesão por esforço repetitivo (LER).

A VERDADE SOBRE ESTA SACANAGEM

Profissionais colhendo sêmen de pacientes manualmente. A profissão intitulada Punheteira que é regulamentada na China? Será que é verdade ou mentira?

Profissão Punheteira - Verdade ou mentira?Profissão Punheteira - Verdade ou mentira?Profissão Punheteira - Verdade ou mentira?
No início deste ano o S1 Notícias, sites e vários outros veículos publicaram a história para lá de inusitada na China que há profissionais especializadas na coleta de sêmen. Na busca para obtermos autenticidade dos fatos encontramos menções a esse fato, com algumas imagens.
De acordo com a notícia, a profissional denominado Punheteira (coletora de sêmen) é uma profissão reconhecida na China com salário de cerca de R$ 3.700,00 mensais.
As fotos mostram algumas moças uniformizadas e usando luvas de látex para fazer o colhimento de material dos doadores através de masturbação.
Verdadeiro ou farsa?
A história é falsa!
O site chegou a uma conclusão; O história não surgiu só aqui no Brasil, mas também em diversos outros países, com pequenas modificações. Na versão em inglês, por exemplo, é citado até o nome de um hospital em Xangai onde estariam fazendo a coleta assistida.
O rumor foi tão forte que o banco de sêmen de Xangai teve que vir a público se pronunciar, avisando que tudo não passou de mais um boato da web.
Em entrevista ao China.org.cn, Li Jin – um funcionário do hospital Renji – afirmou que lá “no hospital” nunca houve enfermeiras para ajudar na coleta de esperma. E que isso é feito pelo próprio doador, sozinho em uma sala especial, “para proteger a privacidade do doador, não é permitido tirar fotos ou filmar no banco de esperma.”
De acordo com o China.org, o banco de sêmen de Xangai foi criado em 2003 e nos cinco anos de existência, havia ajudado cerca de 700 mulheres a engravidar.
As fotos
As imagens que acompanham a notícia falsa são trechos de um filme pornográfico produzido pela Soft On Demand, uma empresa japonesa de filmes. Sua divisão para filmes adultos, a SOD Create, faz e distribui filmes pornográficos desde 1999.
Conclusão
História falsa. Não existe a profissão Punheteira (coletora de sêmen) humano na China.
ESTE FATO EVIDENCIA VÁRIOS ASPECTOS E PROMOVE AS SEGUINTES REFLEXÕES: 

1- O quanto em pleno século vinte e um, depois de desmistificado o sexo, (sexo não é mais tabu) as pessoas ainda estão profundamente ligadas a qualquer referência alusiva ao assunto.

2- O caráter emburrecedor da Internet que altera consideravelmente os percursos sinápticos e faz com que as pessoas sejam incapazes de refletir. Pensar, todos pensam; refletir é para muitíssimo poucos.

3- Uma reflexão miserável desmentiria essa notícia ridícula. Num país que exporta gente para trabalhar na África, numa ditadura de proletariado onde as pessoas não têm direitos e tudo lhes é imposto, como o governo chinês se daria ao luxo de pagar um salário para extrair sêmen?

4- Como o esperma poderia ser coletado por enfermeiras se ele literalmente jorra? Muito inverossímel.

5- Num país onde  se pratica o controle da natalidade de forma sistemática e fascista, para que diabos serviriam os supostos bancos de esperma?

6- Como já afirmei em postagens anteriores, graças à riqueza e à diversidade pornográfica da internet, nunca na história deste planeta, se tocou tanta punheta e o seu correspondente feminino, a mítica e misteriosa siririca. Ao verem a palavra punheta, todos se sentiram atraídos e identificados com o que julgo tratar-se de uma excêntrica manifestação sexual.

7- Mea Culpa. Num primeiro momento, eu também caí na pegadinha dessa notícia esdrúxula. Esta é uma crítica com efusiva e entusiástica  autocrítica.

8- Eu poderia continuar enumerando, mas tenho que trabalhar amanhã porque infelizmente o regime é capitalista, cruel e desumano. Temos que dar um basta à punheta e revalorizar a phoda arcaica.