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sábado, 26 de maio de 2018

Kafka e a boneca viajante

Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular. Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca. 
Kafka ofereceu ajuda para encontrar a boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar. 
Nao tendo encontrado a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e leu para a garotinha quando se encontraram. A carta dizia : “Por favor, não chore por mim, parti numa viagem para ver o mundo. ”. 
Durante três semanas, Kafka entregou pontualmente à menina outras cartas que narravam as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo: Londres, Paris, Madagascar… 
Tudo para que a menina esquecesse a grande tristeza! 
Esta história foi contada para alguns jornais e inspirou um livro de Jordi Sierra i Fabra ( Kafka e a Boneca Viajante ) onde o escritor imagina como teriam sido as conversas e o conteúdo das cartas de Kafka. 
No fim, Kafka presenteou a menina com uma outra boneca. 
Ela era obviamente diferente da boneca original. 
Uma carta anexa explicava: “minhas viagens me transformaram…”. 
Anos depois, a garota encontrou um bilhete enfiado numa abertura escondida da querida boneca substituta. 
O bilhete dizia: 
“Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, o amor retornará em uma forma diferente”.
Franz Kafka e a Boneca Viajante

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Animais do abismo

" A imperfeição da vida nos é insuportável, temos horror em ser animais do abismo, por isso buscamos utopias de perfeição."
Luiz Felipe PONDÉ

sábado, 19 de maio de 2018

Eu não sou culpado

E de repente, o mundo ocidental é tomado por uma onda avassaladora de remorso e arrependimento. Tudo falso, como de costume. O pior é que eu e muitos outros, fomos eleitos bodes expiatórios  para os pecados da maioria.
Só me relaciono com minorias e tenho verdadeiro horror à cultura de massas.
Nunca maltratei mulheres, nunca descriminei homossexuais, nunca humilhei deficientes físicos ou mentais, nunca oprimi negros, ainda mais que eu nasci na África, nunca espanquei transsexuais, nunca ultrajei crianças, nunca me opus ao vegetarianismo, nunca. Agora a patológica civilização ocidental quer me obrigar a reaprender a falar, utilizando termos que adoçam o sentimento de culpa e o crime. Eu não tenho culpa. 
Procurem os culpados. Encontrem-nos e punam-nos. No tribunal desta absoluta confusão mental, eu proclamo a minha inocência.

sábado, 12 de maio de 2018

O advento do pavonismo

É com profundo e extremo pesar que constato a morte do narcisismo. Adeus narcisos, adeus ninfas, adeus mitologia.
Saímos da botânica e entramos na ornitologia. Habito o planeta dos pavões. Pavões tatuados, pavões musculosos, pavões de penas sintéticas, pavões de cativeiro, pavões sabichões, pavões voadores, pavões estressados, pavões senadores, pavões magistrados, revoadas de pavões, pavões...
Darwin estava errado. A involução chegou ao Homo Pavos.