.

.

.

.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Felicidade com hora marcada

Hoje é um dia para ser feliz. É natal. Quem ousaria ser infeliz neste dia maravilhoso. O cara nasceu. O cara mudou o mundo e o mundo não mudou nem milímetro no que há de essencial. Vamos comemorar este mundo paralisado há milênios. Vamos comemorar  este ser humano que insiste em não mudar absolutamente nada. Alegria!
Aliás, quantas vezes você é feliz por ano? A sociedade de controle determina tudo, até os dias em que você tem a obrigação de ser feliz. Vamos contar então. Você é feliz no natal, no réveillon, no carnaval, no dia do seu aniversário, no dia da promoção no trabalho, no dia em que os outros te elogiam, no dia do seu casamento, no dia do nascimento do seu filho, no dia que seu time ganha. Vou parar por aqui. São muitos dias, sem dúvida, mas dá pra contar. Isto é um péssimo sinal. Se os seus dias de felicidade são tão previsíveis assim, você está no caminho da maioria, você está no caminho mais árduo e insano.
Tenho outra perspectiva da felicidade e de ser feliz.  A felicidade jorra dentro de mim a despeito das movimentações exteriores. A agitação exterior pode turvar a minha felicidade, mas nunca consegue destruí-la. Nunca, jamais, em tempo algum. A minha felicidade é um pacto secreto com o meu menino e com as minúcias da minha história que só eu conheço.
Então,  que bom! Você consegue ser feliz no natal, no carnaval ou quando toma umas e outras. Que bom! Fico feliz, mas a sua felicidade não chega a me contagiar porque amanhã de manhã, você estará de novo perdido, sem saber quem é, o que quer e o que faz neste planeta lindo e infecto.

Os demônios risonhos

Gostei de ter nascido aqui neste lugar. Que lugar bonito! Gosto de quase tudo o que vejo. Gosto muito de chuva e felizmente não sou mais romântico.
Por vezes, tudo vira de cabeça para baixo. O planeta lindo em que eu nasci, fica doido. As tempestades, as inundações, os vulcões e toda a sorte de catástrofes me fazem pensar que é a loucura que comanda o multiverso. Mas tudo se ronova, tudo se transforma e reconstitui. A beleza de outros movimentos do planeta vivo compensa o predomínio momentâneo da insanidade. (Tenho muita pena de quem acha que há sentido para todas as coisas.)
Está tudo bem com o planeta, mas há algo de muito errado com o ser humano. A filosofia surgiu por causa dessa percepção óbvia. Que ser estranho é esse que dominou tudo? Que ser bizarro é esse que tomou conta de tudo?
Estanco aqui as minhas divagações para dizer o que me interessa dizer. 
Conheço uma categoria de pessoas que sorriem enquanto te sodomizam. (Não posso mais usar as palavras exatas sob pena de ser execrado.) Em geral, têm poder hierárquico, político ou econômico, mas também podem não ter nenhuma ascendência sobre você. Quanto ainda terei que padecer por não suportar a teatralidade do cotidiano?
Essa categoria de pessoas finge o tempo todo. Quando será que essa gente para de representar? Será que conseguem mentir para o próprio travesseiro? Na minha época, travesseiro não aceitava grandes mentiras, mas as coisas mudaram tanto que ninguém molha mais os travesseiros com lágrimas de introspecção.
O que mais me intriga é que essa gente ri. Será que fazer o mal é engraçado ou será fazer o mal dá muito prazer? Tenho quase certeza que ferrar os outros deve dar um prazer mórbido, muito superior ao do orgasmo. A prova disso é a explosão demográfica dos demônios sorridentes. 
P.S. - Em alemão, esse prazer inefável chama-se Shadenfreude.

sábado, 19 de dezembro de 2015

A cilada existencial

  Illusions perdues
Para mim, atualmente, é muito fácil e muito claro.  Primeiro, temos o concurso dos hormônios e a procriação só acontece por causa deles. Sem testosterona não há vida humana. As pessoas procriam porque são instadas a isso pela carga hormonal acachapante.
Feita a besteira, é preciso remediá-la. O pobre infeliz sem consulta prévia, de repente, aparece no planeta azul. Por aqui, quase nada faz sentido. Como justificar a concepção? Como tornar o planeta  aliciante? Como convencer a vítima a continuar viva? Como tornar o absurdo lógico? Como? Como explicar o mau jeito? Como? Enchendo o pobre coitado de ilusões e não só. 
A educação é um processo em que o individuo é cevado de mitos, ilusões e meias verdades. E quando ele está bem gordo, está no ponto, está pronto pra se ferrar.
Hoje, a juventude é bem mais magra de ilusões. Eu e a minha geração sofremos de obesidade ilusória. Quanta babaquice nos enfiaram goela abaixo!
Se a vida não conseguiu te desiludir, ela não terá cumprido o seu papel principal. A função principal da vida é te livrar das ilusões. Se tu tens mais de quarenta anos e não te desiludiste, também não viveste, vegetaste à sombra das tuas ilusões. Os indianos já sabem disso há milênios. Para os ocidentais, isso ainda não está nada claro.
Só despido de ilusões e existencialmente nú, podes começar a ser feliz. Só quando perdes grande parte dessa parafernália cultural de sobrevivência mental, te recuperas da cilada e podes eventualmente te encontrar.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Sem mentira não há vida social

A mentira é a senha para se viver em sociedade. Nunca se mentiu tanto. Com o advento das redes sociais, não temos mais  a voz com todas as suas modulações, não temos mais o corpo que sempre é muito eloquente, temos apenas palavras escritas e as palavras servem muito mais para mentir do que para dizer a verdade.
Aparentemente, todos sabem disso, mas fingem não saber. Sempre me pergunto, por onde andam os mentirosos se todos dizem dizer a verdade e somente a verdade. Por onde andam os ladrões, se todos se dizem profundamente honestos. Por onde andam os maus, se todos são irrepreensívelmente bons. Por andam os culpados, se todos são inocentes.
Se as pessoas fossem o que dizem ser, com certeza teríamos um mundo bem melhor. Todos se queixam e ninguém se enxerga.
Estou cansado do circo e não tenho vocação para palhaço, embora tenha sido palhaço a maior parte da minha vida. Adoram nos fazer de palhaços. Sempre acalentei a ideia secreta de fugir do circo. Também cheguei a pensar em tacar fogo no circo, mas nunca tive fósforos suficientes. O circo tem o tamanho de tudo. 
Haverá vida sem circo? Haverá vida, sem palhaçada? O que acontece com quem se recusa a participar da palhaçada?
Em tempo, todos já sabem, mas não custa repetir que persona em latim significa máscara.
Aproveito a oportunidade para oferecer a quem me lê, algumas frases sobre este tema que eu achei muito pitorescas e divertidas.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A doença boa

 A doença mental epidêmica
O trabalho cuja etimologia está ligada a um instrumento de tortura medieval chamado "Tripalium", hoje é guindado à categoria de melhor atividade para o ser humano normal.
Sou dono de uma das imaginações mais férteis de que se tem notícia, não obstante,  jamais poderia supor que alguém um dia se viciaria em trabalhar. Isto ultrapassou sobejamente todos os limites da minha capacidade de devanear.
Todos os viciados em trabalho, acham sem exceções que são as pessoas mais saudáveis do mundo porque trabalhar é bom, é digno, enobrece, engrandece e outras baboseiras culturais repetidas à exaustão.
Se um determinado indivíduo não consegue viver e ser feliz sem trabalhar, se até aos domingos trabalha, se também trabalha nas férias e se apenas o trabalho lhe faculta bem-estar, esse cara está enfermo. E o pior desta patologia esdrúxula é que esses doentes por exercerem na grande maioria das vezes, cargos de mando, condenam toda a instituição à enfermidade. Em outras palavras, se o chefe é maluco, todo mundo tem que se tornar maluco urgentemente para agradar ao chefinho doidão. É um círculo vicioso e uma bola de neve. Parece que o Aedes aegypti do trabalho picou todo mundo.
Atualmente, só se fala em corpo. Como alimentar o corpo, como cuidar do corpo, como embelezar o corpo, como usufruir do corpo e como ser um corpo que tem um sistema nervoso central. Fala-se também, exagerada e obsessivamente em trabalhar porque o neoliberalismo nos roubou o tempo livre, o tempo de viver. Há uma relação óbvia entre o capitalismo cruel e desalmado e o trabalho-doença. E no meio desta relação está sentada a dona ganância.
As pessoas fazem uma confusão enorme entre trabalhar e viver porque estão doentes. Trabalhar  também passou a fazer parte da vida, mas viver não é trabalhar. Há milhões de coisas muito mais interessantes e saudáveis a fazer e com pouco dinheiro. Só um doente muitíssimo grave pode extraír do trabalho que estressa, desgasta, extenua, humilha, maltratada e violenta, a única e maior fonte de prazer. 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Só usamos 10% do cérebro: verdade ou mito?


Nós só usamos 10% da capacidade do nosso cérebro: verdade ou mito?
A voz de Morgan Freeman faz com que qualquer coisa pareça verdade, seja ela cientificamente plausível ou não. No filme Lucy, o personagem de Freeman cita o “fato” de que os humanos usam apenas 10% dos seus recursos cerebrais. E isso não poderia estar mais errado. Mas se está errado, por que esse mito continua sendo divulgado? E quanto da capacidade do nosso cérebro nós realmente usamos?
As origens do mito dos 10%
A ideia que os seres humanos operam com apenas um décimo de uma capacidade cerebral está por aí desde a Era Vitoriana, quando a medicina moderna ainda estava cambaleando entre ciências como a frenologia (o estudo dos crânios) ou a medicina manipulativa osteopática (holística). E como acontece com muitas das lendas urbanas, a raiz do mito dos 10% tem nada menos que meia dúzia de possíveis inventores.
A fonte em potencial mais antiga vem do trabalho de Jean Pierre Flourens, um dos pais fundadores da ciência cognitiva moderna, inventor da anestesia e o homem que provou que a consciência reside no cérebro, e não no coração. Seu trabalho pioneiro em demonstrar as funcionalidades regionais dos hemisférios do cérebro frequentemente chama uma grande parte da massa cinzenta de “córtex silencioso”, o que pode ter influenciado os pesquisadores que vieram depois a acreditar que essa região, agora conhecida como córtex associativo, não tinha função alguma.
Outra fonte do mito poderia ser o charlatanismo da Teoria da Reserva de Energia, apresentada pelos psicólogos de Harvard William James e Boris Sidis na década de 1890. A pesquisa deles, que consistiu em elevar a prodígio o filho de Sidis, William (a criança tinha um QI relatado entre 250 e 300, quase o dobro dos 160 pontos de Einstein) num ambiente de desenvolvimento acelerado. Os pesquisadores levaram o enorme intelecto da criança como prova de que todo ser humano deveria ter algumas reservas escondidas de energia mental e física. Em um ensaio chamado The Energies of Men, James afirma: “Nós só estamos fazendo uso de uma pequena parte dos nossos recursos mentais e físicos”. Essa ideia foi popularizada mais tarde por Lowell Thomas no prefácio do livro Como fazer amigos e influenciar pessoas: “O Professor William James de Harvard costumava dizer que o homem comum desenvolve apenas dez por cento de sua habilidade mental latente”.
O mito dos 10% acabou ganhando ainda mais credibilidade nas décadas de 1920 e 1930, por conta do trabalho psicólogo americano Karl Lashley. Através de suas tentativas de quantificar a relação entre massa e função no cérebro, Lashley descobriu que ratos poderiam reaprender tarefas específicas depois de terem sofrido danos no córtex cerebral. No entanto, nosso entendimento da função cerebral naquela época ainda era muito verde e as conexões que ele sugere entre a ação de massa (o aprendizado é governado pelo córtex cerebral como um todo, e não há regiões específicas para ele) e equipotencialidade (a percepção sensorial pode ser reaprendida por outras regiões do cérebro depois do dano) podem ter dado origem ao mito.
Como nós sabemos que usamos mais de 10% do nosso cérebro?
Felizmente, o campo da neurociência avançou aos trancos e barrancos desde a primeira metade do século passado e nós aprendemos que, assim como acontece com o esperma, cada célula cerebral é extremamente importante.
O cérebro humano constitui 1/40 da massa total de um ser humano, em média, mas consome um quinto das calorias que ingerimos. Do ponto de vista evolutivo, no qual todos os nossos órgãos foram criados e naturalmente selecionados ao longo de eras para a eficiência, ter um cérebro que suga 20% de nossas reservas energéticas diárias para ter uma eficiência de 10% simplesmente não faz nenhum sentido.
Pesquisas clínicas feitas nos últimos 80 anos têm trazido evidências similares. Mesmo um pequeno dano a qualquer região da sua massa cinzenta — causado por um AVC, por uma lesão ou doença — pode resultar em declínios neurológicos catastróficos. “Vários tipos de estudos de imagem cerebral mostram que nenhuma área do cérebro é completamente silenciosa ou inativa”, dizem a Dra. Rachel C. Vreeman e o Dr. Aaron E. Carrol em um estudo sobre os mitos médicos. “Uma sondagem detalhada do cérebro não foi capaz de identificar os 90% que não funcionam”.
Por outro lado, as terapias de estimulação elétrica ainda precisam descobrir quaisquer reservas de intelecto, embora a prática venha mostrando promessas para o tratamento de epilepsia e de um pequeno número de outras doenças neurológicas. Um estudo de 2008 publicado na Scientific American por Barry Gordon, um neurologista da Escola John Hopkins de Medicina, afirma inequivocamente que “virtualmente, nós usamos cada parte do nosso cérebro, e [a maior parte] do cérebro está ativa quase o tempo todo”. De fato, pesquisas com ressonância magnética e outras tecnologias de imagem têm mostrado que todo o cérebro está ativo quase o tempo todo — mesmo quando estamos fazendo tarefas de rotina.
“Vamos colocar dessa forma”, ele disse à Scientific American. “O cérebro representa 3% do peso do corpo humano e usa 20% da energia do corpo”.
Então o que aconteceria se nós realmente só usássemos 10% dos nossos cérebros?
Digamos que remover 90% do seu cérebro não fosse te matar de imediato. O que aconteceria? De acordo com a Universidade de Washington, os resultados não seriam nada legais.
Em média o cérebro humano pesa cerca de 1.400 gramas. Se 90% dele fosse removido, sobrariam cerca de 140 gramas de tecido cerebral, o que é mais ou menos do tamanho do cérebro de uma ovelha. É sabido que o dano causado a uma área relativamente pequena do cérebro — como o que acontece quando alguém tem um derrame –, pode causar deficiências devastadoras. Algumas doenças neurológicas, como o Parkinson, também afetam áreas específicas do cérebro. O dano causado por essas doenças é bem menor do que a remoção de 90% do cérebro, é óbvio.
Então é isso: elimine 90% do cérebro e você pode ser oficialmente reclassificado como uma ovelha.
Então quando você assistir a esse filme com a Scarlett Johansson ganhando poderes telecinéticos enquanto ela vai “destravando” mais e mais de seu potencial cerebral, saiba que isso é só mais uma lenda que um roteirista resolveu usar como parte de um roteiro.
Scientific American - John Hopkins University

Não gosto de conselhos nem de conselheiros

A maioria dos conselheiros e conselheiras de plantão que conheço, resolvem a vida dos outros com meia dúzia de frases. Todavia, escamoteiam uma vida privada de grandes agruras, dúvidas, perdição e infelicidade. No meu entender, trata-se de mais um transtorno, desses que ainda não foi catalogado pela DSM da Associação Americana de Psiquiatria.
O que mais me causa indignação é que o conselheiro compulsivo não está no meu lugar, físico, mental, emocional, existencial e temporal. Com que direito, uma pessoa que desconhece completamente o meu lugar ou o imagina, pode tecer comentários solenes sobre os passos do meu caminho? Seria uma forma de arrogância se não fosse já uma agressão.
O conselheiro de uma forma geral, se promove às custas das dificuldades alheias. Ao dar conselhos aos borbotões, ele se sente fortalecido, afinal, ele tem a capacidade de resolver todos os problemas do outros.( Só que os dele....) 
Os conselhos dados, ativam o sistema do seu recompensas do cérebro e o sábio de araque se beneficia com a dopamina que produz.
Mas o conselheiro tem boas intenções. Pode tê-las, mas isso não muda nada no essencial da questão.
O conselheiro compulsivo não espera que lhe peçam conselhos, ele os oferece sempre e em qualquer circunstância.
Podemos fazer comentários sobre os mais diversos assuntos. Podemos expressar sempre o nosso ponto de vista. Isto é bom e desejável.
Fazer dos comentários e opiniões emitidas, pérolas de grande saber definitivo, é o que caracteriza o conselho e é por esta razão que ele é detestável. Uma outra característica que o torna execrável é que ele é genérico, geral, comum, banal, baseado nos pressentimentos do Status Quo e por isso mesmo, ineficaz.
Há pessoas que são viciadas em conselhos porque adoram viver por procuração e têm a falsa sensação de estar usufruindo de riscos em grande promoção. Não há Black Friday para riscos existenciais. A vida dessas pessoas, geralmente é uma merda.
Com frequência, as pérolas de grande saber dos conselheiros não conseguem cair no lugar em que eu me encontro - o meu lugar.
Descobri o meu lugar no mundo ou descobri os meus lugares no mundo e a partir desta premissa, decidi o que fazer e paguei o preço do risco e continuarei a pagá-lo. Os conselhos não tornam o risco mais barato; isso é mais uma ilusão.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Ninguém se importa muito com você

Cada um de nós carrega esta culpa. Desde o momento em que acordamos, passamos os dias das nossas vidas nos importando muito mais com o que os outros pensam do que com aquilo que realmente queremos. O resultado disso é deixar de fazer muitas coisas de que gostamos, adiar sonhos ou simplesmente esquecê-los, no intuito único de agradar aos outros.
Ninguém se importa com você e isso é libertador
Em muitos momentos, nossas vidas se tornam moldadas pela forma como nós pensamos que outras pessoas nos enxergam. Será que esta roupa vai agradar aquela garota? O que meus colegas vão achar do que eu disse no Facebook? Por que será que aquelas pessoas estão falando mal de mim pelas costas? Se eu deixar este emprego, o que minha esposa, amigos e família pensarão de mim?
Com esta verdade libertadora em mãos, você precisa parar de se importar. Viver uma vida que segue padrões ideais do que as outras pessoas acham é uma péssima maneira de viver.
Isso transforma você num espectador covarde que espera as outras pessoas agirem primeiro. Faz com que você se torne um seguidor. E o pior de tudo, faz você se tornar alguém que não consegue tomar uma posição face ao que quer que seja.
Que tal transformar este dia, no último dia em que vive uma vida ditada pelos outros. A partir de hoje, você precisa seguir você mesmo. Hoje, é o momento ideal para tacar um foda-se para o que os outros pensam. Quer saber o porquê?
Por que ninguém realmente se importa com sua vida?
Você não é um cara especial. Já disse por aqui que você não foi, não é e nunca será o centro do universo; nem eu. Passamos nossos dias pensando  como outras pessoas podem estar nos julgando. Mas a verdade é que você não é tão relevante assim para atrair a atenção e os pensamentos das pessoas por muito tempo.
Um estudo feito pela National Science Foundation – dos Estados Unidos, comprovou isto. Ela descobriu que as pessoas têm, em média, 50 mil pensamentos por dia. Isto significa que, mesmo se alguém pensou em você dez vezes em 24 horas, isto representaria apenas 0,02% dos seus pensamentos diários.
Além disso, uma pessoa normal filtra seu mundo através do seu ego, o que significa que ela pensa na maioria das coisas relativas ao “eu” ou “meu”. A menos que você tenha feito algo que afete diretamente a outra pessoa, ela não vai gastar muito tempo com você em mente.
Esqueça todos e pense em alguns
É impossível viver de acordo com as expectativas de todos. Haverá sempre pessoas que iremos agradar e outras que estarão prontas a julgar nossas atitudes. Você nunca será capaz de impedir que as pessoas te julguem, mas você pode não se afetar por esses julgamentos.
Faça o prático exercício de levantar causas e opiniões sobre qualquer coisa. Você vai encontrar, em seus grupos de conhecidos, pessoas que discordam de você sempre e de qualquer maneira. Então por que não expressar o que você sente verdadeiramente?
É melhor ter o amor e o respeito de algumas pessoas de quem você gosta, do que buscar uma pseudo-unanimidade. Quem realmente te quer bem, te apoiará pelo que você é e não porque você tem a mesma opinião que ela. No fim das contas, são apenas essas pessoas que importam.
A pior estratégia
Quanto mais você se preocupar no que os outros estão pensando, mais todo mundo vai pensar alguma coisa de você. E mais, você vai se tornar obcecado por uma aprovação alheia para agir. Além de se tornar alguém complacente e conivente com todo mundo, achando que isso vai impedir que façam qualquer tipo de julgamento sobre você. E isso nunca vai acontecer.
Agora que você viu as consequências, pare de se importar com o que as outras pessoas pensam. Pode parecer difícil, mas é bem possível.
Inspirado em The Collective Intelligence

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A vida das mulheres no Estado Islâmico

Cerca de 10% de todos os estrangeiros que entram no "Estado Islâmico" (EI) são mulheres jovens ou meninas menores de idade. Desde meados de janeiro, um manifesto escrito em árabe dá pistas sobre o que aguarda as moças na organização.
O texto é intitulado Mulheres do Estado Islâmico. As autoras são membros das Brigadas Khansaa, uma espécie de polícia de costumes feminina que, por exemplo, prende mulheres na rua que não usam véu no rosto da forma considerada apropriada ou que usam um véu de corpo inteiro tido como fino demais.
A ideologia de gênero do manifesto é amplamente influenciada por outros textos de linha salafista – como um livreto produzido na Arábia Saudita, traduzido ao alemão sob o título Mulheres sob a proteção do Islã" e proibido na Alemanha em 2010, por causa da apologia à violência.
A mensagem central de todos esses textos é a desigualdade entre mulheres e homens e suas consequentes diretrizes para Estado e sociedade. Em Mulheres sob a proteção do islã está escrito, por exemplo: "A sabedoria divina deu às mulheres em geral emoções muito sensíveis, sentimentos suaves, cuidado e amor. Isso torna as mulheres capazes de desempenhar sua tarefa natural de ter filhos, amamentar e cuidar de todas as necessidades da criança pequena."
Muito sentimento/ pouco entendimento
Essa riqueza de sentimentos, segundo o pensamento salafista, tem as suas desvantagens: ela impede que as mulheres pensem claramente e tomem decisões sensatas. Por essa razão, segundo as autoras de ambos os livros, Deus deu ao homem o domínio sobre a mulher.
Ambos os textos mencionam o versículo 4:34 do Alcorão: "Os homens são superiores às mulheres, porque Alá preferiu alguns a outros." O texto saudita cita todo o verso, no qual também se lê: "E, se você tem medo de que as mulheres se rebelem, chame a atenção delas, evite-as na cama e, então, bata nelas."
Chama a atenção que o texto, escrito por mulheres, não só não menciona a legitimação da violência, mas também a restrição dos direitos das mulheres juridicamente, tanto na divisão de heranças, guarda dos filhos ou em relação à poligamia. O texto mais longo, saudita, no entanto, procura ser completo.
O sistema de dominação masculina é justificado de um lado com uma referência à suposta "natureza" de ambos os sexos e, por outro, com referências teológicas, principalmente o Alcorão e a Suna. Ambos os textos são contra a emancipação "ocidental", que seria castradora dos homens e condenaria as mulheres a assumirem tarefas masculinas, as quais, alegam, elas não conseguem realizar.
O texto saudita se refere a supostos déficits intelectuais. O texto sírio vê uma constituição física fraca do sexo feminino. Ele se refere particularmente à menstruação e à gravidez. Em alguns aspectos, o manifesto sírio vai além do texto saudita e afirma que as mulheres são imóveis por natureza: elas preferem permanecer em casa, ao contrário dos homens. Por isso, Alá disse às mulheres no Alcorão: "E fiquem em suas casas".
Separação de homens e mulheres
A partir desta lógica, o direito de mulheres a uma vida profissional é praticamente inexistente. Os autores só permitem a mulheres trabalharem fora de casa por algumas horas – ou como professoras ou como médicas. Para isso, as regras da sharia devem ser seguidas.
Quem não as respeitar pode ter o mesmo destino da jovem dentista Rou'aa Diab, acusada de ter tratado homens. Devido à rígida separação entre homens e mulheres ditada pelo "Estado Islâmico", isto representa um crime capital. Em agosto passado, ela foi presa e executada.
Mulheres do Estado Islâmicoé um texto normativo, que quase não dá pistas da vida real das mulheres na organização. Mas isso pode ser conseguido em incontáveis blogs, fotos, notícias e entrevistas que as jovens postam no Facebook, Twitter e Tumblr.
"Ficamos em casa, cozinhando, cuidando das crianças e do bem-estar de nossos maridos. Se seu marido tiver tempo e disposição, pode acompanhá-la ao mercado ou a um cybercafé. Se ele permitir, você pode ir fazer compras com as irmãs", escreve uma delas.
Outras afirmam que fizeram panquecas ou dão dicas sobre como lavar a roupa de seus maridos com sabão em barra. Não parece coisa particularmente heroica, mesmo quando o destino como dona de casa é, de alguma forma, colocado a serviço de uma causa maior.
Amor e romantismo
Muitos estudiosos acreditam que, na verdade, as jovens são atraídas para a Síria pela esperança de amor ou por um desejo romântico. Esta opinião é corroborada pelas muitas fotos postadas de belos homens que se curvam, sorrindo, para suas mulheres completamente cobertas. "Na terra da jihad, eu te encontrei, meu querido mujahid", diz o texto de uma dessas fotos.
Histórias de amor envolvem essas fotos, sugerindo que as jihadistas na Síria conseguiram exatamente os maridos escolhidos para elas por Deus já na criação do mundo. Muitas mulheres do EI, no entanto, são mais do que bedroom radicals, como alguns chamam cinicamente. Isto é provado pelos longos textos políticos e religiosos que são publicados na internet pelas mulheres. Muitos textos mostram um intenso estudo de fontes islâmicas. Isso não é surpreendente, já que o nível de escolaridade entre as mulheres estrangeiras do EI é alto.
Também em relação ao radicalismo e à crueldade, elas não ficam atrás dos homens. Os textos comemoram execuções de reféns, aprovam crucificações; convocam para ataques em países ocidentais.
Com crueldade rumo ao paraíso
Uma ex-estudante de medicina britânica que mudou seu nome para Mujahidah Bint Usama foi ainda mais longe, posando para uma foto, com uniforme de enfermeira, segurando uma cabeça decepada.
Pode ser que algumas mulheres do EI tenham sido aliciadas com ideias românticas de um amor único. Mas isso não quer dizer necessariamente que elas mantenham distância dos objetivos e práticas dos jihadistas. Como os combatentes do sexo masculino, elas se consideram parte de uma história grandiosa que, esperam, venha a mudar completamente o mundo.
O que acontece, porém, quando algum desapontamento se faz presente, quando a fé nos objetivos do EI desaparece ou quando a mulher fica farta do papel de dona de casa? Isso não conseguimos saber.
Quando chegam à Síria, as mulheres se sujeitam à lei islâmica, perdem sua liberdade de escolha. Sem autorização e companhia masculina, não podem sair de casa e sequer entrar em contato com a família pela internet. Quando o brilho do EI se apagar, as mulheres do EI permanecerão apenas como prisioneiras de um sistema bárbaro. 
Autora: Susanne Schröter
*Susanne Schröter é diretora do Centro de Pesquisa Islã Global de Frankfurt (FFGI)
Edição: Rafael Plaisant

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A era da comilança

Esta foto sintetiza muito bem a loucura atual. A loucura caracteriza o ser humano. Mas cada época tem  a sua loucura própria. Sem loucura, não há humanos. Sem humanos, a loucura ainda sobrevive. Usamos muita lógica inócua para falarmos de um absurdo cercado de mistérios -  a vida na terra.
Chegamos aos píncaros da hiper-valorização do corpo. Como se já não bastassem os cuidados excessivos com a beleza do corpo e os eventuais prazeres daí advindos, agora o corpo, sempre o corpo, também é requisitado para proporcionar uma variante nada inédita de prazer, o prazer gastronômico.
Por vezes, fico enojado com tantos apelos ao corpo.  O narcisismo, marca registrada do terceiro milênio, agora chegou à cozinha. A televisão está entulhada de programas dedicados à soi-disant, " bonne table". 
Não é arte o que se busca, mas o prazer dos sentidos. O que é que toda esta gente vai fazer com tantos orgasmos, tantos deleites e tantas sensações físicas?  Com certeza, vão tomar Rivotril para amenizar a depressão e a insônia. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A origem de 10 ditados populares


Lágrimas de crocodilo

Esta expressão, que quer dizer choro fingido, falso. Vem da própria natureza do crocodilo. Quando ele come, o alimento pressiona o céu da boca e comprime suas glândulas lacrimais. Por isso, enquanto devora sua presa, o crocodilo chora. Mas isso não tem nada a ver com emoção ou dor. Por isso, a expressão dá a ideia de choro de mentira, sem sentimento.

Feito nas coxas


Algo mal acabado, feito de qualquer jeito, é o que chamamos de “feito nas coxas”. A expressão vem do período da escravidão no País, época em que as telhas de barro eram feitas manualmente. Quem as fabricavam eram os escravos que moldavam a argila sobre as pernas para dar forma. Por isso, as telhas não ficavam exatamente iguais, já que cada pessoa tem as coxas de um tamanho diferente.

Queimar as pestanas

Durante muito tempo, antes da chegada da eletricidade, a principal fonte de iluminação eram as velas. Como não iluminavam muito, para ler, por exemplo, era necessário colocar bem perto para enxergar e não era raro acabar queimando as pestanas (cílios). A expressão hoje é usada para falar de alguém que tem que ler ou estudar muito.

Santo do pau oco

Quando uma pessoa passa a imagem de ser correta, mas acaba mostrando que não é, costumamos dizer que é um "santo do pau oco". A expressão provavelmente surgiu no século 18, época na qual os contrabandistas usavam imagens sacras ocas para levar ouro e pedras preciosas roubadas das colônias para revender na Europa.

  Com as mãos abanando

A expressão vem do início do século passado, época de grande imigração no Brasil. Muitos estrangeiros que chegavam e buscavam trabalho no campo tinham suas próprias ferramentas. E para os donos das terras, aqueles que chegavam sem nada, de mãos vazias, pareciam não querer saber de trabalho e acabavam sendo menos favorecidos na hora da contratação.

  Cair no conto do vigário

Conta a história que duas igrejas em Ouro Preto, Minas Gerais, receberam de presente a imagem de uma santa. Sem saber como definir qual das duas ficaria com ela, deixaram a vontade divina decidir: colocaram a imagem sobre o lombo de um burro no meio do caminho entre as duas paróquias e, para onde fosse o burro, estaria decidido quem ficava com a santa. Dito e feito, decidiram o vencedor. Depois, descobriram que o vigário da igreja vencedora tinha treinado o animal para voltar à sua congregação. Assim, até hoje a expressão é sinônimo de ser vítima de golpes e vigaristas.
Arroz de festa

Todo mundo tem aquele amigo que não perde uma festinha, que está em todo evento, o famoso “arroz de festa”. Esse dito vem do costume de jogar arroz nos noivos após a cerimônia, como símbolo do desejo de prosperidade para o novo casal. Também era comum, nos casamentos portugueses, ter vários pratos preparados com o grão.


De pequenino é que se torce o pepino

É normal que apareçam uns “olhinhos” (pequenas deformações) no pepino quando ele começa a crescer e, para dar melhor aspecto ao legume, os agricultores costumam cortar estas partes, que deixam a planta feia e podem alterar seu sabor. A expressão acabou sendo associada à educação das crianças, querendo dizer que, desde pequenos, temos que ensinar valores e ajudar a formar um bom caráter.

Elefante branco

Costumamos dizer que algo grande, sem utilidade e que atrapalha é um elefante branco. A ideia vem de um antigo hábito do rei de Sião (onde hoje é a Tailândia) que costumava dar um elefante branco aos súditos que tinham problemas, como uma forma de benção. Como o elefante é um animal sagrado em sua cultura, não podiam usar o animal para trabalhar e nem vender, já que era um presente do rei. Restava ao “felizardo”, cuidar e alimentar o animal, sem que este servisse para nada mais que ocupar espaço e dar trabalho.

 Casa da mãe Joana

Um lugar sem regras, onde se faz o que quiser, é para nós a “casa da mãe Joana”. Há duas versões para a origem da expressão. A primeira teria se passado na época do Segundo Império do Brasil. Os homens importantes se encontravam nos bordéis cariocas e um dos preferidos era de uma senhora chamada Joana. A segunda teria vindo da época do reinado de Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença (1326-1382). Ela teria autorizado o funcionamento dos prostíbulos em Avignon, que passou a se chamar “paço de mãe Joana”. No Brasil, ficou “casa da mãe Joana”.

domingo, 1 de novembro de 2015

O lamento feliz

Uma certa categoria de pessoas deveria trabalhar na Globo. A capacidade de representar é tão admirável quanto revoltante.
São precisos anos de experiência útil e produtiva para detectar e desmascarar essas numerosas excrecências que povoam nosso cotidiano sem  nossa permissão e amiúde sem a nossa percepção. Esses dejetos bípedes e ambulantes trapaceiam descaradamente no jogo da vida porque mentem, fingem e atropelam  regras tácitas e elementares da convivência humana.
Com frequência, lamentam os nossos fracassos com o coração em réveillon em profusa explosão de fogos de artifício.
E quando se regozijam com os nossos sucessos, choram copiosas lágrimas grossas no recôndito de  seus âmagos. 
Para eliminarmos essa praga de psicopatas livres, impunes e até idolatrados, teríamos que nos livrar  de uma boa parte da humanidade.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Violência doméstica contra homens


A violência doméstica praticada contra homens é um assunto pouco debatido em nosso país. Entretanto, estamos diante de uma dura e triste realidade, a cada dia mais e mais perceptível.
Há dificuldades para se identificar essa violência. Também há resistência e até mesmo vergonha de muitos homens para admitir serem vítimas dessa espécie de violência.
De fato, à semelhança do que ocorria com as mulheres, os homens tendem a esconder ou disfarçar essa situação.
Considera-se violência doméstica todo e qualquer tipo de agressão, seja ela física ou psicológica, ou ainda, conduta controladora, frases insultantes, frases depreciativas, ameaças, tapas, pontapés ou golpes.
Podemos citar, de forma não exaustiva, alguns exemplos de violência doméstica:
a) insultos, utilização de nomes vulgares atingindo a auto-estima do seu companheiro;
b) atitudes ciumentas ou possessivas;
c) ameaças, com violência ou grave ameaça;
d) agressões físicas (empurrões, chutes, tapas, choques ou quaisquer outras ações que possam machucar o companheiro, seu patrimônio, objetos, filhos, ou animais de estimação); e
e) prática de relações ou atos sexuais contra a vontade do companheiro.
O homem, vítima de violência doméstica praticada pela sua companheira, em geral, apresenta pouca auto-estima, vergonha e até sentimento de culpa pelo acontecimento.
As consequências dessa espécie de violência são gravíssimas podendo inclusive, devastar uma relação, face aos danos físicos e psicológicos que causa.
Alguns estudos apontam o ciúme como uma das principais causas dessa violência.
Eduardo Ferreira Santos, em sua obra “Ciúme, o lado amargo do amor” define a pessoa ciumenta da seguinte forma:
“A pessoa ciumenta é tida como alguém que interfere na vida do outro, alguém que cerceia as liberdades individuais, pois o ciumento realmente vasculha bolsos e bolsas, acha-se no direito de abrir correspondência “suspeita”, revisa os números de telefone discados pelo outro, procura ouvir conversar na extensão e muito mais.”
Atualmente no Brasil inexiste norma específica que trate da violência doméstica praticada contra homens, ao contrário do que ocorre com as mulheres, desde o advento da Lei 11.340/06, também conhecida como Lei Maria da Penha.
Muito se discute quanto à possibilidade de extensão e aplicação dessa Lei aos homens vítimas de violência doméstica.
A princípio, temos que a Lei Maria da Penha buscou tutelar de forma específica a mulher vítima de violência doméstica, familiar e de relacionamento íntimo, instituindo tratamento jurídicociúme diverso daquele contido no Código Penal, porque delimita, quanto à sua aplicação, o sujeito passivo das modalidades de agressão, que só pode ser a mulher.
Todavia, interpretando-se de maneira mais profunda os termos dessa Lei e a teor do que dispõe o § 9º do art. 129 do Código Penal, que não faz restrição a respeito das qualidades de gênero do sujeito passivo, pode alcançar ambos os sexos.
Luis Flavio Gomes entende por essa extensão desde que se constate alguma analogia fática, impondo-se a analogia in bonam partem.
Pessoalmente, este articulador partilha da opinião daqueles que entendem que os benefícios dessa Lei devem ser estendidos a todos os homens que solicitarem proteção ao Judiciário, caso a caso, pois há interesse de agir, e o Judiciário não pode negar a prestação jurisdicional.
De qualquer forma, temos que a extensão da aplicação dessa Lei aos homens ainda encontra um posicionamento iniciante em nossa jurisprudência que, apenas em casos isolados, beneficiou e os protegeu contra as arbitrariedades cometidas por suas companheiras. 
 Yves Zamataro

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A decepção é inevitável

Com toda a publicidade que as pessoas fazem de si próprias, somos induzidos ao erro. Ninguém tem defeitos, todos são o máximo. Sempre falta falar da fraude que a grande maioria das pessoas representa.
Esperar pouco, não é desistir; é um acautelamento.
O amontoado macrabro de decepções é proporcional ao otimismo, ao deslumbramento, ao romantismo maionézico, à dependência e à carência afetiva piegas de todos nós. Decepção não mata, mas causa danos ou até pode ajudar a virar a mesa, a viver sem mesas e a comer no chão.
O mundo está repleto de fraudes bípedes, bímanas e "racionais" e de psicopatas. E ainda assim, todos sem exceção, são encorajados a cair na arapuca dos sonhos. E ai de quem disser que sonho não é para todos! Essa democracia do sonho é uma furada que só dura o tempo necessário para você acender outro sonho como se acendesse mais um "bagulho".
"Molduras boas não salvam quadros ruins". Não multiplique expectativas. Não vai acontecer nada de tão interessante. O que você tem é o prato já muito conhecido do meio-dia. Não vá muito além disso, se você não quiser se ferrar demais. E o prato comum do meio-dia é bom, alimenta, dá segurança e alguma paz. O prato prosaico do meio dia é o que você tem de mais certo, mas não dá para alucinar, berrar, vibrar, nem ter larica.
E não venha me falar de grandes aventuras porque endorfinas e adrenalina, são coisas que apenas passam pela sua corrente sanguínea.
Louve os seus inimigos pois eles nunca vão te decepcionar. Desconfie dos seus amigos porque eles podem ser os responsáveis pela tua frieza, pela  tua indiferença e pela tua placa de "FODA-SE" toda iluminada, nas curvas e nos melhores trechos do teu caminho.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

As 9 mulheres mais poderosas de todos os tempos


Cleópatra

Cléopatra foi a última governante do Egito Antigo. Brilhante estrategista, a rainha se associou com os imperadores romanos Júlio César e Marco Antônio, inclusive como amante, para garantir que se manteria no trono de um Egito independente. Isso porque, no auge da consolidação do Império Romano, as terras próximas ao Rio Nilo eram consideradas valiosas. Ela teve êxito até à conquista de Roma por Otaviano, que culminou no suicídio de Marco Antônio e da rainha Cleópatra, aos 39 anos de idade, em 69 a.C.

Imperatriz Viúva Tseu-Hi 

A Imperatriz Viúva Tseu-Hi nunca foi coroada governante da China, mas se tornou regente em 1861, por um desvio na linha sucessória. Concubina do imperador Xiangfeng, foi a única a gerar um filho — o imperador Tongzhi, herdeiro do trono. Xiangfeng morreu, seis anos depois, e o menino foi coroado. Tseu-Hi seguiu no poder mesmo após a morte de seu herdeiro, em 1875, ao emplacar seu sobrinho menor de idade como Imperador. Deixou a função em 1908, depois de um papel de destaque na resistência chinesa à dominação britânica, principalmente no Levante dos Boxers (1900-1901).

Catarina, a Grande

Catarina, a Grande nasceu na Prússia, região que hoje pertence à Alemanha, e chegou ao trono da Rússia por um golpe de estado que matou seu marido, Pedro 2°, após a Guerra dos Sete Anos (1754-1763). A czarina foi responsável por um período de bonança no país que se tornou uma das grandes potências europeias. Ela incentivou a modernização russa, seguindo os passos do marido. Hoje, é sabido que Catarina trocou correspondências com o filósofo francês Voltaire sobre os principais temas em voga durante o Iluminismo e chegou a abrir uma faculdade para mulheres na Rússia.

Elizabeth 1ª

Elizabeth 1ª era filha do rei Henrique 8°, criador da Igreja Anglicana, com Ana Bolena. Após o nascimento da herdeira, o rei acusou a esposa de conspiração e a matou. Quando Elizabeth ascendeu ao trono, em 1558, decidiu não se casar — contrariando a prática comum na época, de casamentos arranjados para consolidar alianças entre reinos. Um de seus principais êxitos políticos foi a humilhante derrota imposta à Armada da Espanha em 1588, quando os ibéricos tentaram conquistar as ilhas britânicas. Elizabeth 1ª morreu em 1603, aos 69 anos.

Vitória

A rainha Vitória teve o reinado mais longo de toda a história da Inglaterra, de 1837 a 1901. Mãe de nove filhos, que se casaram com diversos monarcas europeus, ela foi apelidada na época de "A avó da Europa". Vitória foi a rainha que conduziu o Reino Unido ao seu período de maior riqueza, com a conquista de colônias por todo o mundo e expansão do império ao Oriente, para regiões como a Índia e a China. O período vitoriano também teve implicações na cultura, na arquitetura e nas artes, marcadas pelo conservadorismo estético e nos costumes.

Maria Teresa da Áustria

O rei Carlos 6° da Áustria passou boa parte da vida tentando assegurar que sua filha, Maria Teresa, herdasse a coroa. Contudo, após sua morte em 1740, a França e reinos germânicos repudiaram a decisão e iniciaram a Guerra de Sucessão Austríaca, que durou nove anos. Vitoriosa, Maria Teresa promoveu a agricultura, reformas financeiras e de educação (inclusive introduzindo o ensino da língua alemã) e reorganizou o exército. Ela, porém, não permitiu liberdade de culto além do catolicismo. Maria Teresa foi mãe de Maria Antonieta, rainha da França retratada no filme homônimo, da cineasta norte-americana Sofia Coppola.

Wu Zetian, imperatriz chinesa 

Wu Zetian nasceu no ano de 625 e foi a única mulher a ocupar oficialmente o trono chinês em mais de quatro mil anos de história. Oriunda de uma família próxima aos círculos do poder, ela se tornou imperatriz em 690, desafiando os confucionistas. Por causa disso, um de seus grandes legados foi a difusão do budismo na China, doutrina que legitimava sua permanência no trono. Ela fundou sua própria dinastia, Zhou, e ficou conhecida como Imperatriz Wu. Os registros históricos mostram que o reinado dela foi pautado pela crueldade e perseguição aos opositores.

Imperatriz Teodora

Mesmo com a queda de Roma, o império romano seguiu forte na sua porção oriental, em Constantinopla (atual Istambul). Em 527, subiu ao trono o Imperador Justiniano, que deu poderes de regente à esposa, a Imperatriz Teodora. Bizâncio se tornou uma das mais ricas e modernas capitais imperiais à época. Sob o comando de Teodora, a cidade foi renovada — a Basílica de Santa Sofia é uma das construções do período. Teodora foi determinante na ascensão da atual Turquia como uma nação poderosa mundialmente, condição que manteve até o fim do Império Otomano.

Isabel de Castela

Isabel de Castela, ao contrário da rainha Elizabeth 1ª, usou o casamento para consolidar sua posição de poder na Europa. Ela se casou com Fernando, rei de Leão, e a aliança permitiu importantes feitos. Um deles foi a expulsão dos mouros de Granada, em 1492, que permitiu a unificação do país com limites parecidos com os que conhecemos hoje. Os "reis cristãos", como eram conhecidos, também financiaram a esquadra de Colombo que encontrou a América naquele mesmo ano. Isabel teve um papel decisivo na história ao contribuir para a expansão do império espanhol, cujo apogeu foi no século 16.
Fonte: eHow - Brasil

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O complô dos canalhas

Aproveitando-se desta frouxidão na escala de valores que já vigora há largas décadas, todos os canalhas do Brasil que já povoam o maior covil de ladrões de que se tem notícia, foram arrancados dos seus esconderijos ao mesmo tempo.
É tanto dejeto, tanto excremento, tanto fedor, que vivemos uma das maiores indigestões morais da história do Brasil.
Detesto chover no molhado e para não dizer o que muitos já disseram, acrescento apenas que agora tenho certeza absoluta que certas almas também defecam. O espírito humano evolui a tal ponto, que na pós-modernidade, até adquiriu a capacidade de soltar flatulências e evacuar. E quem não tiver ânsias de vômito está com a alma doente.