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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Confirmação e denúncia

Existe uma nuvem de insanidade que cobre todo o planeta. Por vezes, é uma cobertura mista de insanidade e perplexidade. Há alguma coisa muita errada com a espécie humana e ninguém diz nada.
Se você confirmar a insanidade reinante, você é um cara legal e todo mundo diz que você é muito bem educado e todo mundo te adora. O preço da popularidade é módico: confirmar a frivolidade, a mediocridade e a loucura geral.
As pessoas se agarram às próprias máscaras, porque sem elas, não sobra quase nada. Em geral, as pessoas são as próprias máscaras. Desmascará-las é ofendê-las mortalmente; é confrontá-las com o nada e com o vazio. Por isso, é muito fácil fazer inimigos.
Se você repete como um credo as histórias puídas e mentirosas contadas ao longo de gerações, você é bacana. Se você confirma ainda que não concorde, por pura covardia, você até tem a impressão de ser amado pelo grupo. Acontece que o grupo não ama ninguém. Você está iludido e enganado.
Agora, se você denuncia a macacada geral, o teatro a céu aberto, o hospício consentido, a estupidez globalizada, o descalabro metafísico da condição humana, o demônio que mora nos seres humanos, as injustiças banalizadas e o circo institucional, você é do mal. São muito poucos os que te apoiam. Quase ninguém tem coragem de te seguir embora saibam no fundo dos seus íntimos  insondáveis e confusos que você vê, enxerga e se limita ao que realmente tem importância. Todo o resto é para enfrentar o tédio e passar o tempo.

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