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sábado, 13 de junho de 2015

PALAVRAS LIMPAS E MENTES VAZIAS

OS LUSTRADORES DE PALAVRAS
Vivemos uma época final. Esgotadas todas as tentativas  de mudança verdadeira de pensamentos e comportamentos, resolveu-se não sei por que cargas d'água, atacar as palavras.
Imagina-se que ao mudar uma palavra ou expressão, muda-se por milagre e automáticamente o  pensamento e/ou comportamento atrelado a esse vocabulário.
Encontraram a solução mais fácil, infantil e falsa. A palavra afro-descendente não é capaz por si só de atenuar ou aniquilar o preconceito racial. Delira quem acha o contrário. E o delírio não só é permitido como é estimulado. A expressão " portador de necessidades especiais" não altera absolutamente nada na mente e na memória de quem discrimina gente diferente. Há centenas de exemplos como estes, mas vou ficar por aqui.
O cúmulo da loucura é pretender revolucionar pelo invólucro. Estamos em plena "Revolução da Embalagem". ( E esta revolução fajuta não atinge apenas as palavras. Atinge quase todo o campo da atividade humana.) 
Querem nos obrigar a aceitar que não existe mais nada além do papel de presente. E  importa muito pouco se o papel de presente esconde a merda.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

terça-feira, 9 de junho de 2015

OITO COISAS BIZARRAS SOBRE O AMOR

8 pesquisas descobriram coisas bizarras sobre o "amor"
Ah, "o amor"… Ao contrário do que a maioria dos filmes e livros indicam, não é sempre bonito, não é sempre duradouro, não é sempre satisfatório e muitas vezes é simplesmente bizarro.
Obs: A palavra amor é aqui utilizada como designação geral convencional. Na realidade, trata-se de desejo e sexo com as suas inexoráveis implicações afetivas. As pesquisas que se seguem testam comportamentos sexuais, afetivos e amorosos.
8. O apelo da lingerie
experimentos científicos bizarros amor 8
Assim como lingerie pode ser muito atraente para humanos, pequenas “jaquetas” excitam ratos machos. Como sabemos disso?
Em um estudo estranho da Universidade de Montreal (Canadá), pesquisadores deixaram ratos machos virgens terem relações sexuais com fêmeas vestindo “jaquetas” especiais para roedores. Mais tarde, quando os cientistas deram aos machos a oportunidade de acasalar novamente, os animais preferiram as fêmeas vestindo jaqueta do que as despidas.
Os resultados sugerem que podemos aprender a associar sexo com uma variedade de pistas contextuais, incluindo roupa.
7. Amor de mãe
experimentos científicos bizarros amor 7
O Dr. Harry Harlow ficou conhecido por ser um cientista que absolutamente não ligava para animais. Sendo assim, conduziu uma série de testes com eles, sem se preocupar com seu bem-estar ou conforto. Apesar de não justificar os maltratos, alguns desses estudos foram importantes para nossa compreensão da psicologia humana.
Por exemplo, quando na Universidade de Wisconsin (EUA), Harlow decidiu determinar se e como macacos eram emocionalmente ligados a suas mães. Em um experimento, ele colocou os animais com duas “mães”: um robô que lhes dava leite, mais era frio e mecânico, e outra “mãe” de textura mais suave, que lembrava mais um macaco, mas não dava comida.
A mãe de pano não tinha leite, por isso, quando os jovens tinham fome, corriam até a mãe mais dura e, em seguida, corriam de volta para a segurança da mãe macia.
Harlow estabeleceu, assim, que o amor vem do toque e não do sustento, por isso que, quando o leite materno seca, a criança continua a amar sua mãe. Esse amor é reformulado de modo que cada interação é uma repetição e uma revisão deste contato precoce.
Seguindo essa linha, outro de seus testes mostrou que, se um macaco bebê é separado da mãe durante os primeiros nove meses, seu vínculo emocional pode nunca mais ser o mesmo.
6. Interesse sexual mínimo
experimentos científicos bizarros amor 6
Perus machos, quando apresentados a um modelo realista de uma fêmea, tentam acasalar tão avidamente quanto fariam com a coisa real. Esta observação intrigou Martin Schein e Edgar Hale, da Universidade da Pensilvânia (EUA), que resolveram estudar qual o estímulo mínimo necessário para excitar um peru. Eles embarcaram em uma série de experimentos que envolveu a remoção de partes de um modelo de peru fêmea, um por um, para determinar quando o macho perderia o interesse no acasalamento.
Eles removeram o rabo, pés e asas do modelo, mas ainda assim o pássaro gingava até ele, fazia sons e tentava conquistá-lo. Por fim, apenas uma cabeça em uma vara permaneceu. E, para a surpresa dos pesquisadores, o peru macho ainda mostrou grande interesse na “fêmea”. Na verdade, ele preferiu a cabeça em uma vara do que o corpo sem cabeça. ??
5. A fantasia masculina mais fantasiosa
experimentos científicos bizarros amor 5
A fantasia sexual de muitos e o tema mais recorrente de pornôs é um completo estranho vindo em direção a você e lhe pedindo para fazer sexo com ele ou ela. Mas há alguma chance de isso acontecer na vida real?
Pesquisadores tentaram descobrir. Em 1978, o psicólogo Russell Clark pediu a um homem e uma mulher atraentes para caminhar pelo campus da Universidade Estadual da Flórida (EUA), ir até um membro do sexo oposto e dizer: “Eu tenho observado você pelo campus. Te achei atraente”, para em seguida adicionar uma das três perguntas: “Você quer sair comigo?”, “Quer ir até meu apartamento?” ou simplesmente “Quer ir pra cama comigo esta noite?”.
Enquanto homens e mulheres tinham ambos probabilidade de 50% de aceitar ir em um encontro romântico, apenas 6% das mulheres concordaram em ir para o apartamento ao contrário de 69% dos homens. E gritantes 75% dos homens disseram sim à oferta sexual imediata, enquanto exatamente zero mulheres concordaram. Surpresa? Nenhuma.
4. Como se apaixonar
experimentos científicos bizarros amor 4
O Dr. Arthur Aaron queria descobrir a mecânica de se apaixonar. Para isso, realizou uma experiência em 1996 envolvendo 33 homens e mulheres que não se conheciam, emparelhados aleatoriamente. Cada par teve que responder a 36 questões que iam desde perguntas mundanas até umas muito pessoais, divididas em três sessões de 45 minutos. Depois, foram instruídos a olhar o outro nos olhos por quatro minutos. Enquanto a maioria dos participantes disse que sentiu uma sensação de proximidade ou intimidade com esta nova pessoa que mal conheciam, houve uma feliz surpresa: um dos pares se casou seis meses mais tarde e até convidou o pessoal do laboratório para o casamento.

3. Amor humano-animal

experimentos científicos bizarros amor 3
Em 1965, o cientista John C. Lilly queria ver se era possível ensinar um golfinho a compreender e se comunicar em inglês. Para fazer isso, pediu a sua assistente de 23 anos de idade Margaret Howe para viver com Peter, um golfinho, no Caribe durante 10 semanas.
A casa foi inundada com água do mar no primeiro andar, para que eles pudessem interagir o tempo todo. No começo, Margaret tentou ensinar Peter a imitar palavras, com muito pouco sucesso. No entanto, ao longo do tempo, ela e o golfinho ficaram muito próximos, e ele começou a demonstrar “interesse sexual” pela professora, tentando conquistá-la. Eventualmente, Peter mostrou seu pênis ereto para Margaret, que mais tarde (muito mais tarde, décadas depois) admitiu ter tido um “encontro íntimo” com o animal.
O financiamento para o projeto foi encerrado e Margaret seguiu com sua vida. Peter, no entanto, morreu de coração partido. Ele foi transferido para um tanque em Miami onde rapidamente sua saúde se deteriorou. Depois de algumas semanas, Margaret recebeu a notícia chocante que o golfinho tinha cometido suicídio ao se recusar a respirar, afundando até o chão do seu tanque.

2. Cheiro e atração

experimentos científicos bizarros amor 2
Em 1995, o geneticista Dr. Claus Wedekind queria descobrir como o odor de homens excitava ou atraía mulheres.
Vários homens diferentes dormiram com a mesma camiseta por 2 noites sem usar desodorante. Em seguida, esses odores foram apresentados às participantes, convidadas a escolher o mais agradável. O estudo mostrou que as mulheres selecionavam cheiros de homens que eram geneticamente diferentes aos seus próprios cheiros (isso pode significar maior variação genética e, portanto, mais chances de uma prole saudável e forte). No entanto, quando essas mulheres começaram a tomar pílulas anticoncepcionais, suas preferências mudaram, o que pode indicar que químicos interferem em odores naturais.
1. Amor e medo
experimentos científicos bizarros amor 1
O Dr. Arthur Aron também fez outro experimento incomum sobre o amor, desta vez envolvendo uma mulher sexy e uma ponte, a Capilano Suspension Bridge (foto acima), localizada em British Columbia (Canadá).
A mulher atraente pedia a homens que tinham acabado de cruzar a ponte cênica superalta para escrever uma breve história baseada em uma imagem dada a eles. Depois, a mulher oferecia ao cara seu número de telefone para uma discussão mais aprofundada. Em seguida, os pesquisadores repetiram o experimento em uma ponte menor e mais resistente nas proximidades.
Nove dos 18 homens que cruzaram a Capilano ligaram para o número mais tarde, enquanto apenas dois dos 18 que atravessaram a ponte menor ligaram. Os cientistas também notaram mais sugestões sexuais nas histórias dos atravessadores da ponte Capilano.
O experimento sugere que os homens – cansados do esforço físico e/ou com medo de atravessar a ponte de suspensão – substituíram esses sentimentos negativos por excitação sexual pela mulher. “Se você quiser que alguém fique atraído por você, pode funcionar fazer com ele ou ela algo que seja um pouco excitante ou assustador”, concluiu o Dr. Aron.  
Fonte: Hype Science

domingo, 7 de junho de 2015

A ORIGEM DE TODO O MAL

 THE ROOT OF ALL EVIL
Já detectei há muito tempo a origem de todo mal. Compartilho com vocês agora a minha quase velha percepção.
Se as pessoas fossem minimamemte felizes, minimamente, eu disse, parariam de encher o saco umas das outras e de infernizar este belo planeta.
Há pessoas infelizes de todas as matizes: casadas, solteiras, ricas, pobres, bonitas, feias, inteligentes, burras, obesas, anoréxicas, presidentas, deputadas, do hemisfério norte, do hemisférios sul, etc, etc. A configuração exterior não é pré-requisito de felicidade.
Já escrevi muito sobre felicidade. Vou repetir para vocês as minhas convicções. Para mim, isto faz sentido. É provável que não faça nenhum sentido para outras pessoas.
Em primeiro lugar, mude os seus paradigmas. Oponha-se ao PENSAMENTO OFICIAL, seja incrédulo. Não acredite nas conclusões absurdas dos outros. Não siga os estapafúrdios conselhos de felicidade do Fantástico e do Globo Repórter. É relativamente fácil. Mude o itinerário. Abandone definitivamente o caminho das receitas prontas e oficializadas e da comparação com os outros. Rigorosamente, você é único e não tem nada a ver com ninguém.
Não é lá fora que tem que procurar, nem no Google +, muito menos no Facebook. Procure dentro de si. Mude um pouquinho. Abandone o vício da outrolatria. Não tente despertar pena ou amor porque o segundo sentimento é ainda muito mais improvável que o primeiro. Não solicite solidariedade porque está em falta. Está  quase tudo em falta: fraternidade, misericórdia, compreensão e muita coisa linda. Aceite e ria do que realmente sobra pra você: uma colossal indiferença.
Queria muito que a humanidade fosse um pouco feliz para que eu pudesse viver ainda melhor, para que a minha felicidade fosse completa. Estou cansado de ser obrigado a conviver com gente infeliz e completamente perdida e que ainda tem a pretensão de achar que eu é que estou no caminho errado. É demais! É dose pra leão de circo que já passou pelo zoológico! É dose pra leão com enredo de novela!
Seguem algumas frases escritas sobre felicidade para refletirmos juntos a respeito do tema.
Para quem puder entender, esta, eu considero a frase mais profunda que já foi escrita sobre o assunto. Admiro Albert Camus. Li muita coisa que ele escreveu e esta frase pode parecer pessimista e sem sentido para quem só sabe respirar na superfície. A esperança é prima-irmã da ilusão. Reduza o número das suas esperanças, expectativas e ilusões a 10%. Você vai viver muito melhor sem o peso insuportável desses ícones culturais. O pensamento oficial sobrevaloriza e sacraliza a esperança e o resultado está aí para quem tiver a honestidade e a capacidade de enxergar e ver: uma humanidade mergulhada na mais robusta infelicidade.
Seguem outros 14 pensamentos.























sábado, 6 de junho de 2015

A INSUFICIÊNCIA DO CONFORTO GREGÁRIO

 AS SUBSTÂNCIAS DA ALMA
Para quem sofre do instinto gregário, estar próximo do outro, desencadeia o sistema de recompensas do sistema límbico e provoca descargas de dopamina, o neurotransmissor associado às sensações de prazer. Acontece que esse formidável conforto gregário não é uma saída existencial. A saída existencial pressupõe muito mais do que estar confortavelmente instalado na pseudo-placenta dos amigos, dos quase amigos ou dos habitantes da sociedade virtual.
Eu, muitas vezes abdico de altas doses de dopamina, abstenho-me do conforto que o grupo pode me proporcionar e prefiro encontrar outras  "drogas" menos ortodoxas de prazer e bem estar que eu mesmo fabrico em contato com a minha história pessoal. Este turismo íntimo habitual redunda em auto-reconhecimento e é muito mais duradouro e confiável que as dopaminas.
No contato viciado com o grupo, além dos conflitos de praxe, a sua alma nunca vai secretar absolutamente nada. As substâncias inefáveis da minha alma são a minha dopamina muito própria e peculiar. Mais neurocientífico do que isto, é impossível.
P. S. - Não sou misantropo. Apenas entro em contato com outros com moderação e parcimônia.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

A PERSEGUIÇÃO IMPLACÁVEL

UM ESPIÃO CHAMADO SMART
COM O ESPIÃO NA MÃO
ACARICIANDO O ESPIÃO
Vou começar pelo epílogo. Acabou a bateria. Quando acaba a bateria é o Apocalipse de João, capítulo zero, versículo último. O alegre perseguido tem a sensação de abandono e desamparo. Como é que ele vai continuar vivo sem todos aqueles "amigos"? Tem que carregar imediatamente o celular. Não há vida sem bateria. 
O perseguido adora a perseguição. Paga para ser perseguido e sente uma felicidade estranha em ser espionado. Aliás, se não for espionado pelo SMART, sente-se vazio e relegado.
Hoje, a vida  transita muito mais no espaço da espionagem e das mensagens automáticas do que na esfera presencial onde o outro é de fato uma pessoa e não um espectro.
O Voyeurismo não sexual está institucionalizado. O voyeur social foi adicionado ao voyeur sexual. Vivemos num mundo de voyeurs de toda a sorte.
O voyeurismo sexual era considerado uma perversão sexual. Atualmente, no jargão do politicamente correto, usa-se o vocábulo Parafilia. E o voyeurismo social? Não será também uma parafilia da sociedade? Não vos passa pela cabeça que uma grave perversão assolou a nossa civilização? 
Como é que alguém pode fazer questão de ser espionado e perseguido e encarar isso como uma manifestação celebrada de grande  consideração e afeto? 
No mundo da perseguição e da espionagem, há espiões light e espiões barra pesada. Os barra pesada, não fazem um único comentário, nem um +, nem uma curtida, nem adicionam, nem nada. O deleite do espião virtual é gozar desbragadamente sem testemunhas. É o punheteiro social por excelência.
A solidão que seria uma espécie de abstinência social, ninguém quer. Todo mundo acha horrível. O contato tête-à-tête ninguém pode porque não tem tempo. O tempo já está todo vendido para o capitalismo a preços módicos. O que nos resta então? Tocar punheta social?
O Facebook é o maior monumento tecnológico à masturbação social made in U.S.A. Eu ainda não tive coragem de me masturbar no Facebook. Por enquanto, vou ficando aqui pelo Google+ onde me parece que o pessoal até toparia a inominável aberração de me conhecer pessoalmente.

terça-feira, 2 de junho de 2015

COMUNISTAS COMEM CRIANCINHAS


VOCÊ SABE DE ONDE VEIO A EXPRESSÃO " COMUNISTAS COMEM CRIANCINHAS" ?

Lênin, a partir de 1919, iniciara uma política de confisco de grãos dos camponeses, que gradualmente levaria uma crise de fome em massa na população. A tentativa de planificar a economia, através do controle de distribuição de alimentos, mediante apropriação forçada dos grãos dos camponeses, a fim de abastecer as cidades, gerou não somente revolta e uma feroz guerra civil no campo, como uma diminuição gradual da produção de cereais na Rússia.

Os camponeses foram proibidos de vender livremente seus excedentes e os bolchevistas, exigindo cotas de produção acima das possibilidades do campo, empobreceu-os radicalmente, gerando escassez de alimentos.

Os bolchevistas, através de uma incrível violência, torturando, matando e saqueando os agricultores, não somente confiscavam tudo que o camponês tinha, como não poupavam nem os grãos guardados para a o replantio de novas safras agrícolas. As regiões mais ricas da Rússia, como Tambov e outros arredores de Moscou, outrora grandes exportadores de cereais, por volta de 1920, ameaçava perecer pela fome.

Os comissários da Tcheka, em memorandos direcionados a Lênin e Molotov, relatavam a incapacidade dos camponeses de oferecem seus grãos, já que não somente o campo tinha se desestabilizado, como simplesmente a produção agrícola decaído.

No entanto, sabendo dessas informações, Lênin radicalizou o processo, obrigando cada vez mais os camponeses a darem suas cotas de produção onde eles não existiam mais.

Antonov-Ovsenko, em uma carta sincera a um correligionário do partido, dizia que as exigências bolcheviques para a agricultura, em milhões de puds de cereais, eram tão além das expectativas da população, que ela simplesmente morreria de fome.

E, de fato, foi o que ocorreu. Por volta de 1921 e 1922, 30 milhões de russos foram atingidos por uma crise de fome monstruosa, prontos a perecerem. O país caiu num caos completo. Rebeliões explodiam por todo a Rússia e arredores. Os marinheiros de Kronstadt se rebelaram e fizeram alianças com os camponeses insurretos e esfomeados. E a fúria da população era tanta, que os " comissários do povo" perdiam o controle de várias cidades russas, já que eram massacrados pela turba enraivecida.

Numa dessas cidades, os grãos de alimentos confiscados apodreciam na estação ferroviária, enquanto a população morrendo de fome, enfrentando os tiros dados pelos soldados do exército vermelho, saqueavam tudo quanto viam.

Em algumas cidades como Bachkiria, Pugachev e Novouzenki era comum pessoas se alimentarem de cadáveres roubados nos cemitérios e até mesmo de cadáveres de parentes que haviam acabado de morrer.

Nos arquivos da Revolução Russa de 1917 o pesquisador Orlando Figes, da Universidade de Cambridge, encontrou o seguinte relato:

"...um homem condenado após ter devorado várias crianças confessou: -Em nossa aldeia ,todos comem carne humana, apenas não revelam. Há inúmeras tavernas na vila e todas, servem pratos à base de crianças. Em Pugachev havia bandos de canibais e de negociantes de carne humana, que davam, preferencia à carne de crianças por ser mais tenra...".
 

sexta-feira, 29 de maio de 2015

MENTES BRILHANTES PRECISAM DE SOLIDÃO

Por que as mentes mais brilhantes precisam de solidão?
Entrar em contato consigo traz benefícios. Darwin recusava todos os convites para festas.  Do isolamento nasceu o primeiro computador Apple.
Segundo o professor Robert Lang, da Universidade de Nevada (Las Vegas), especialista em dinâmicas sociais, muitos de nós acabarão vivendo sozinhos em algum momento, porque a cada dia nos casamos mais tarde, a taxa de divórcio aumenta, e as pessoas vivem mais. A prosperidade também incentiva esse estilo de vida, escolhido na maioria dos casos voluntariamente, pelo luxo que representa. A jornalista Maruja Torres, em sua autobiografia, Mujer en Guerra (da editora Planeta España, não publicada em português), já se vangloriava do prazer que lhe dava cair na cama e dormir sozinha, com pernas e braços em X. A isso se soma a comodidade de dispor do sofá, poder trocar de canal sem ter que negociar, improvisar planos sem avisar nem dar explicações, andar pela casa de qualquer jeito, comer a qualquer hora…
Como se fosse pouco, o sociólogo Eric Klinenberg, da Universidade de Nova York, autor do estudo GOING SOLO: The Extraordinary Rise and Surprising Appeal of Living Alone (ficando só: o extraordinário aumento e surpreendente apelo de viver sozinho, em tradução livre), está convencido de que viver só significa, também, desfrutar de relações com mais qualidade, já que a maioria dos solteiros vê claramente que a solidão é muito melhor que se sentir mal-acompanhado. Há até estudos que asseguram que a solidão facilita o desenvolvimento da empatia. Outra socióloga, Erin Cornwell, da Universidade Cornell, em Ítaca (Nova York), concluiu, depois de diversas análises, que pessoas com mais de 35 anos que moram sozinhas têm maior probabilidade de sair com amigos que as que vivem como casais. O mesmo acontece com as pessoas adultas que, embora vivendo sozinhas, têm uma rede social de amizades tão grande ou maior que a das pessoas da mesma idade que vivem acompanhadas. É a conclusão do estudo feito pelo sociólogo Benjamin Cornwell publicado na American Sociological Review.

A base da criatividade e da inovação

As pessoas são seres sociais, mas depois de passar o dia rodeadas de gente, de reunião em reunião, atentas às redes sociais e ao celular, hiperativas e hiperconectadas, a solidão oferece um espaço de repouso capaz de curar. Uma das conclusões mais surpreendentes é que a solidão é fundamental para a criatividade, a inovação e a boa liderança. Estudo realizado em 1994 por Mihaly Csikszentmihalyi (o grande psicólogo da felicidade) comprovou que os adolescentes que não aguentam a solidão são incapazes de desenvolver seu talento criativo.
Susan Cain, autora do livro Quiet: The Power of Introverts in a World That Can’t Stop Talking (silêncio: o poder dos introvertidos num mundo que não consegue parar de falar), cuja conferência na plataforma de ideias TED Talks é uma das favoritas de Bill Gates, defende ao extremo a riqueza criativa que surge da solidão e pede, pelo bem de todos, que se pratique a introversão. “Sempre me disseram que eu deveria ser mais aberta, embora eu sentisse que ser introvertida não era algo ruim. Durante anos fui a bares lotados, muitos introvertidos fazem isso, o que representa uma perda de criatividade e de liderança que nossa sociedade não pode se permitir. Temos a crença de que toda criatividade e produtividade vem de um lugar particularmente sociável. Só que a solidão é o ingrediente essencial da criatividade. Darwin fazia longas caminhadas pelo bosque e recusava enfaticamente convites para festas. Steve Wozniak inventou o primeiro computador Apple sentado sozinho em um cubículo na Hewlett Packard, onde então trabalhava. Solidão é importante. Para algumas pessoas, inclusive, é o ar que respiram.”
Cain lembra que quando estão rodeadas de gente, as pessoas se limitam a seguir as crenças dos outros, para não romper a dinâmica do grupo. A solidão, por sua vez, significa se abrir ao pensamento próprio e original. Reclama que as sociedades ocidentais privilegiam a pessoa ativa à contemplativa. E pede: “Parem a loucura do trabalho constante em equipe. Vão ao deserto para ter suas próprias revelações”.

A conquista da liberdade

“Só quando estou sozinha me sinto totalmente livre. Reencontro-me comigo mesma e isso é agradável e reparador. É certo que, por inércia, quanto menos só se está, mais difícil é ficá-lo. Mesmo assim, em uma sociedade que obriga a ser enormemente dependente do que é externo, os espaços de solidão representam a única possibilidade se fazer contato novamente consigo. É um movimento de contração necessário para recuperar o equilíbrio”, diz Mireia Darder, autora do livro Nascidas para o Prazer (Ed. Rigden, não publicado em português).
Também o grande filósofo do momento, Byung-Chul Han, autor de A Sociedade do Cansaço (Ed. Relogio D’Agua, de Portugal), defende a necessidade de recuperar nossa capacidade contemplativa para compensar nossa hiperatividade destrutiva. Segundo esse autor, somente tolerando o tédio e o vácuo seremos capazes de desenvolver algo novo e de nos desintoxicarmos de um mundo cheio de estímulos e de sobrecarga informativa. Byung-Chul Han preza as palavras de Catão: “Esquecemos que ninguém está mais ativo do que quando não faz nada, nunca está menos sozinho do que quando está consigo mesmo”.

Autoconsciência e análise interior 

“Para mim a solidão representa a oportunidade de revisar nosso gerenciamento, de projetar o futuro e avaliar a qualidade dos vínculos que construímos. É um espaço para executar uma auditoria existencial e perguntar o que é essencial para nós, além das exigências do ambiente social”, diz o filósofo Francesc Torralba, autor de A Arte de Ficar Só (Ed. Milenio) e diretor da cátedra Ethos da Universidade Ramon Llull. Na solidão deixamos esse espaço em branco para ouvir sem interferências o que sentimos e precisamos. “A solidão nos dá medo porque com ela caem todas as máscaras. Vivemos sempre mantendo as aparências, em busca de reconhecimento, mas raramente tiramos tempo para olhar para dentro”, diz Torralba.

As 5 chaves para desfrutar da solidão

1. Você é sua melhor companhia. A premissa básica é mudar a crença de que quem está acompanhado está melhor.
2. Uma oportunidade para nos conhecermos melhor e descobrir nosso rico mundo interior.
3. Em vez de se torturar, é preciso aproveitar a solidão para ler, pintar ou praticar esporte.
4. Escrever um diário. Ajuda a expressar sentimentos e a contemplar-se com mais conhecimento e carinho.
5. Como indica o psicólogo Javier Urra, com a solidão recuperamos “o gosto pelo silêncio e pelo domínio do tempo”.
Na verdade, a solidão desperta o medo porque costuma ser associada ao vazio e à tristeza, especialmente quando é postergada longamente por uma atividade frenética e anestesiante. Para Mireia Darder, é bom enfrentar esse momento tendo em mente que a tristeza resulta simplesmente do fato de se soltar depois de tanta tensão e de ter feito um esforço enorme para aparentar força e suportar a pressão frente aos que nos cercam. “Não se pode esquecer que para ser realmente independente é preciso aprender a passar pela solidão. O amor não é o contrário da solidão, e sim a solidão compartilhada”, diz Darder.
Em nossa sociedade, a inatividade —que surge com frequência da solidão— é temida e desperta a culpa. Fomos preparados para a ação e para fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas é quando estamos sozinhos que podemos refletir sobre o que fazemos e como o fazemos. O escritor Irvin Yalom, titular de Psiquiatria na Universidade de Stanford, confessava que desde que tinha consciência se sentia “assustado pelos espaços vazios” de seu eu interior. “E minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de outras pessoas. De fato detesto os que me privam da solidão e além disso não me fazem companhia.” Algo que, segundo Francesc Torralba, é muito frequente: “Embora estejamos cercados de gente e de formas de comunicação, há um alto grau de isolamento. Não existe sensação pior de solidão que aquela que se experimenta ao estar em casal ou com gente”.

A SOLIDÃO IDEOLÓGICA

Tantas ideias para rebater o absurdo. Milhões de elucubrações. Bilhões de turistas da maionese, a verdadeira. Quanto mais eles falam, mais o ABSURDO, cresce e se agiganta. Tantos ismos: são comunismos, capitalismos, cristianismos, socialismos, protestantismos, budismos, espiritismos, catolicismos, xamanismos, monoteísmos, hinduísmos, judaísmos, islamismos, maniqueísmos, adventismos, bramanismos, messianismos, xintoísmos, neopentecostalismos, taoísmos, confucionismos, ocultismos, satanismos, gnosticismos, ismos, ismos.
O absurdo já teve tempo e ismos para se tornar um monstro feroz e imbatível que devora todas as moléculas da condição humana.
Eu cá estou sózinho, sem nenhum ismo para engordar o ventre da Besta.
Tenho nas entranhas um ESPANTO que se espreguiça e se alonga nas superfícies da minha perplexidade. Estou só, livre e nú e me surpreendo com tanta gente vestida de ismos e desfilando os seus mitos, suas apostas e delírios. Espanta-me tanta gente vivendo e morrendo pelos seus ismos.
Sinto-me só e feliz porque não acredito nem um pouco nas vestes de quem nem consegue reconhecer o absurdo. Desculpem o mau jeito, estou sem um ismo, mas ofereço-lhes o meu espanto.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

VOCÊ SABE O QUE É UMA CAM MODEL?

O INSTINTO SEXUAL NÃO TEM LIMITES

Transcrevo esta entrevista do BRASIL POST que me parece muito reveladora da época em que vivemos.

A APOLOGIA DA PROSTITUIÇÃO TECNOLÓGICA


“Liguei a câmera, fiz uma graninha em pouco mais de uma hora, adorei e comecei a fazer toda noite”

T.* tem 21 anos e mora em São Paulo, mas milhares de pessoas a conhecem como Gween Black. Cam model há dois anos, passa o dia cuidando de suas redes sociais (que incluem Twitter, Fan Page no Facebook, Tumblr e Snapchat) para, quando a noite cai, sentar-se na frente de um conjunto de webcams e luzes, tudo montado em seu próprio quarto, para entreter plateias que variam em idade, nacionalidade e fetiches.  
Da onde veio a ideia de ser cam model?
Sempre fui exibicionista e usava cosplays em eventos, cada vez com uma fantasia diferente. Uma amiga minha estava passando por problemas financeiros e decidiu fazer isso. Ela veio falar comigo, sabendo que eu tinha muitas perucas. Até então eu achava que isso era mito da internet, mas não é. Chegava a postar algumas fotos minhas no gonewild (uma seção do reddit na qual usuários podem postar nudes apenas pelo prazer do exibicionismo) e alguns caras se ofereciam para me agenciar, mas decidi entrar nos sites especializados por conta própria. Em 26 de junho de 2013, aconteceu. Liguei a câmera, fiz uma graninha em pouco mais de uma hora, adorei e comecei a fazer toda noite.
Você só usa Gwenn Black em entrevistas. É uma questão de segurança?
Sim. Nenhuma modelo fornece nome real ou dados bancários. É a internet, né? Isso já é motivo suficiente.
Como você se sente com o perigo que circunda as sex workers (termo que engloba todas as profissões relacionadas a entretenimento e sexo, desde prostitutas até operadores de disk sexo)? Temos stage names justamente por isso, e às vezes precisamos trocar de nome. Os sites também permitem que você bloqueie um estado ou país se precisar. É uma medida que visa a segurança da menina. Recebo mensagem de ódio toda semana no meu Tumblr falando que sou puta. Estava até falando disso com meu pai, que sempre me apoiou. Parece que essa pessoa nunca abriu um site pornô, né? Até parece que as meninas dos pornôs não são pagas. Você é pago para tudo isso. Troca de serviços define um trabalho. Faço as pessoas rirem ou sentirem algo e, em troca, ganho dinheiro.
Esse exibicionismo da sua época de cosplay também era algo sexual, que te permitiu ir mais facilmente pro show de cam models?
Não, era muito mais uma questão de personagem mesmo. Eu tinha bastante vergonha do meu corpo, achava que era muito feia. Passei minha adolescência sendo zoada por muita gente. Eu era a feia da turma, da escola. Gostava de alguém no colégio e era zoada por isso. Tinha a autoestima muito baixa. Quando comecei a ouvir que as pessoas me achavam bonita, duvidava, até que percebi que se eles não estivessem achando isso, não estariam dando tokens (a moeda corrente nos sites de camming). Eu tinha muito problema com a cor dos meus mamilos, e isso era um problema muito grande pra mim. Quando eu ficava topless, escondia meu corpo, ficava com vergonha, e hoje eles chamam de cocoa nipples (mamilos de cacau, em tradução livre). Eu tive muito problema com aceitação do corpo, mas até me soltar foi uma coisa de espelho – a webcam é isso, né? Sua imagem refletida. Demorou quanto tempo pra isso acontecer?
Seis meses para que eu me sentisse confortável com meu corpo.  
Quando você começou a se sentir mais confortável com seu corpo as gorjetas aumentaram?
Muito! Encontrei meu nicho, porque nesses sites existe todo tipo de modelo. Aquela que não tira a roupa, aquelas que usam três dildos ao mesmo tempo, e eu encontrei o nicho de modelos mais “maluquinhas”, que contam piadas, usam umas roupas meio doidas e se divertem. Eu me visto de dinossauro, tenho fantoches, gosto bastante de fazer isso. Ser uma palhaça. Às vezes até falo que é um maternal pra adultos, porque às vezes eu estou cantando, dançando, com bambolê… Mas pelada. (risos)
Desde o começo você faz shows de cosplay?
Sim, porque eu tinha vergonha. Eu nem conseguia gozar, me masturbar, eu tinha vergonha. Sexta-feira passada eu bati meu recorde de gozadas online: 10 vezes em três horas. E todo mundo dá risada na sala.
Então se vestir de Chewbacca é rotina para você?
Sim! Quarta-feira de madrugada eu posso decidir me vestir de Stormtrooper e me masturbar fazendo sons de Chewbacca.  
Há quanto tempo você é apenas cam girl?
Faz um ano. Até então eu também trabalhava num escritório de contabilidade.
 Qual é o tempo de vida útil de uma cam model? Quanto tempo você acha que dá pra continuar tirando uma grana com isso?
Quanto tempo você quiser, porque tem público pra qualquer faixa etária. Tem modelos de 60 anos muito populares e de 18 também. Gordas, magras, altas, baixas, negras, brancas. Não tem discriminação.
Por quanto tempo você quer continuar nessa indústria?
Até os 30 anos.
Você acha que esse mercado vai chegar no Brasil?
Tem acontecido, mas do jeito que chegou não me atraiu. Meu público ainda é americano e europeu. O problema no Brasil é o preconceito – as pessoas vão tratar essas modelos como prostitutas e na verdade é uma sala digital. Gwenn Black é uma mulher digital, que não existe.
Pedir pra sair, trocar contatos: isso acontece?
Eu recebo um pedido de casamento por mês. (risos)