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sábado, 24 de maio de 2014

TEMPERANDO O SAPO

Todos sabem ou pelo menos deveriam saber que sapo vivo e cru é cancerígeno. Creio mesmo que a longevidade é determinada pela quantidade desses anfíbios ingeridos crus.( Quem engoliu muito sapo tende a morrer mais cedo.) É inominável o desconforto mental e espiritual que a ingestão  desses batráquios civilizatórios provoca.
Com o passar dos anos todos têm a goela anímica dilatada por conta desses anuros. Os sapos são um dos preços exorbitantes que pagamos por vivermos em comunidade.
Com os temperos das convenções e das normas às vezes tácitas, da vida social, alguns sapos até são ingeríveis e digeríveis pois nem parecem sapos. Tornam-se belíssimas e apetitosas rãs. Todavia, com frequência, nos deparamos com um sapo vivo e cru que não podemos evitar. É o sapo do patrão, o sapo do vizinho, o sapo colega de trabalho, o sapo da namorada, o sapo da família, o sapo do governo, etc. Todos esses sapos nos assaltam com o vigor e a força incoercível da sua  saudável fisiologia. Somos violados por sapos com patas e tudo e por vezes até, coaxando. Entra todo o corpo viscoso desse animal cultural repulsivo.
Haverá estratégias para coibir o engolimento de sapos? Desconheço-as. Uma vez engolido o animal, temos que fazer muitas acrobacias para nos desvencilharmos do energúmeno. Quanto mais sapos engulo, menos aniversários comemoro.  Em outros termos, o sapo é quando o outro se manifesta na sua versão mais original, real, brutal e verdadeira. Há os que insistem em disfarçar o Sapo, mas um dia como todos sabem, ele dá o ar da sua graça. Concluo parafraseando Sartre, afinal, os sapos são os outros.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

AS FERAS DO POLITICAMENTE CORRETO

Na minha estatística muito pessoal que nada tem de científica - se é que as outras são científicas? - os hipócritas oficializados, institucionalizados e investidos de poder pelo carimbo infame do politicamente correto, são os mais belicosos. Ao reprimirem a autenticidade, ganham mais tempo para destilar velhas maldades genéticas e ancestrais. Pessoas espontâneas tendem a ser menos perigosas.
Hoje, briga-se por qualquer merdinha. Tudo é razão para brigar. Está todo mundo muito emproado e encastelado e conheço até gente que curte o seu cancer como se nada fora. Está tudo muito avançado. Tudo é superável e nada nos detem. A tecnologia, padroeira de grande parte desta babaquice, "tá aí mesmo" para resolver qualquer parada. Eta gente besta sô!
A tal da auto-estima é motivo para se fazer qualquer coisa. Nada pode afetar a auto-estima de ninguém. Até os maiores idiotas falam nessa tal  de auto-estima. A Auto-estima é um modismo como as tatuagens e os alargadores de orelha. Carregam tanto nas tintas da auto-estima que ela é explicação e justificativa para desrespeitar os outros. Auto-estima é isso? Mas que conceito babaca!
Não acredito em modéstia porque toda a modéstia é falsa, mas reivindico um pouco mais de consciência para essa gente com síndrome de "ROI SOLEIL". Na verdade, somos muito mais frágeis do que supomos. Qualquer vírus insignificante acaba conosco. Se você não respeita mais nada nem ninguém, pelo menos tente respeitar os micro-organismos.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O HORROR À POESIA

  POEMOFOBIA - A CENSURA DA ALMA
" A poesia é a endiabrada tentativa de pintar a cor do vento."
Esqueci o nome do autor
Poucas vezes vi um mundo tão sem alma. A poesia está proscrita. Os que têm alguma necessidade poética, nutrem-se da poesia do passado. Aos que dizem que eu exagero, eu provo-lhes o contrário. Quem lê poesia atualmente? Quem ousa escrever poesia hoje em dia? Quem? Uma das condições para que um Agregador de Blogs aprove um blog é que este não seja de forma nenhuma um blog de poesias.
Esta atmosfera anti-poema veio se instalando insidiosamente entre nós. Não sei situar o momento exato, mas começou quando os jovens resolveram ficar ao invés de namorar. Os instintos sobrepujaram os sentimentos. Ficar é um comportamento troglodita e pré-histórico. E vocês que achavam  que a pré-história já ia longe; a pré-história nunca nos abandonou.
Com a poesia banida, é uma beleza a menos;um prazer a menos. Encaminhamo-nos céleres para o mono-prazer-uni-gozo. Qualquer dia só nos restarão os gemidos dos orgasmos suspensos no ar e mais nada. Esta humanidade que tanto foge do sofrimento e da angústia, que tanto busca o prazer, boicota-se ao expulsar a poesia.
Hoje, só o corpo se expressa e toma de tatuagem e alargador de orelha e muito músculo! A alma não pode mais se exprimir e se ousar se expressar ninguém ouve e ainda dizem que é cafona. As artes em geral poucas vezes viveram período tão estéril e deserto. Sobram os Rapers de qualidade muito duvidosa e os Funkeiros  abaixo do nível mínimo tolerável. Estes são os poetas da pós-modernidade líquida. Ainda bem que eu nasci num mundo de poetas e de pessoas sensíveis. Para mim, é doloroso ser obrigado a conviver com gente tão líquida e incerta.
É difícil ter contato com almas eletrônicas, de plástico e de silício. É triste assistir inerme ao assalto impiedoso da hiper tecnológica estupidez humana. O que pensar de uma espécie que só tem corpo e se alma tem, está impedida de falar?
Como estão reescrevendo Machado de Assis para uma linguagem mais acessível e barata,  é muito provável que o verdadeiro Machado desapareça e no seu lugar fique esta tradução merdo-asquerosa que estão fazendo da sua obra. Esfaquearam os ossos do Machado.
Não quero fazer vaticínios, mas a continuar assim, Fernando Pessoa, Cecília Meirelles, Mário Quintana, Drummond de Andrade, João Cabral, Augusto dos Anjos, Manuel Bandeira, Pablo Neruda e tantos outros, que se cuidem nas suas tumbas.
Já violaram a tumba de Machado. O precedente está aberto.






quinta-feira, 15 de maio de 2014

MIGUEL TODO VESTIDO DE AMOR

Mais uma vez peguei o caminhão que os cariocas insistem em chamar de ônibus. Há séculos que não circula no Rio de Janeiro um único ônibus. O Rio de Janeiro é uma cidade que transporta pessoas em caminhões de mercadorias. A suspensão é de caminhão, o chassis é de caminhão, a embreagem é de caminhão e até o motorista coitado, é de caminhão.
Pois bem. Estava eu sentado com a minha pasta sobre os joelhos, vociferando com os meus botões, quando entrou no caminhão um garotinho muito lindo de olhos puxadinhos e cabelo castanho claro muito bem cortado. Além de lindo estava esmeradamente vestido. A faixa verde do tênis combinava com a camisa pólo. Aquele garotinho era o reflexo eloquente do mais puro zelo.
A mãe o acompanhava. A mãe também era bonita, mas já tinha estragado o corpo como se diz por aí, com a gravidez do garoto. Tinha uma barriga um pouco pronunciada, comum em algumas mulheres que deram à luz. Usava óculos escuros que lhe ficavam muito bem. Ouvia-a dizer com muita ternura:
- Miguel vem sentar perto da mamãe.
- Não quero. Quero sentar aqui.- Resmungava Miguel
- Você vai cair Miguel.
- Hum. Quero sentar aqui.- Insistia Miguel.
- Assim você não vem mais com a mamãe.-  Ameaçava com muito carinho a mãe amorosa.
- Hum, hum!-  Exclamava Miguel muito chateado.
Chegou a hora de descerem do caminhão. Estava sentado perto da janela e acompanhei toda a cena. A mãe tentava pegar Miguel pela mão e este rejeitava o gesto da mãe, afastando-se dela. Ela tentou várias vezes mas não conseguiu. Miguel estava furioso e  irredutível.
O caminhão continuou o seu percurso inelutável rumo ao meu lugar  de culto. Não sou evangélico, mas trabalho pra caramba. Hoje o trabalho é mais sagrado que o santo sepulcro e bota sepulcro nisso.
Cheguei ao templo do labor sacrossanto e surpreendi-me pensando em Miguel e sua mãe. Mas que garotinho idiota. Idiotice comprensível dada a faixa etária do imbecil. Miguel era o protótipo do garoto Tirano em potencial, desses que povoam e estragam os valores do mundo. 
Imaginei Miguel com 15 anos - um Hitler reencarnado como tantos que conheço que dão ordens aos pais e não conhecem limites.
Considerando a Anestesia Geral da pós-modernidade não sei se todos sentiram o extremado amor daquela mãe. O amor é uma merda mesmo. Que coisa velha e cafona! Por tanto amar aquele monstrinho lindo e irresistível, a mãe de óculos escuros estava cega.
Não sei se todos viram, nem me interessa, mas eu garanto que vi Miguel todo vestido de amor.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

MINHA VIDA POR UM CLIQUE

Ao escrever esta postagem não posso deixar de me lembrar da frase emblemática "Meu Reino por um Cavalo" na peça de Shakespeare Ricardo III. Só o desespero proporciona uma proposta como esta.
Ultrapassados os cavalos e guardadas as devidas proporções, o desespero ainda é o mesmo. Hoje, trocam-se muitos reinos por um clique.
Os aplausos calorosos, a aprovação enfática ou a concordância discreta pessoal do passado, cederam lugar a um ridículo clique. Estão todos ávidos e sôfregos por um clique. Se não tenho cliques, ninguém gosta de mim. A carência afetiva não abandona a espécie humana. Muda-se a casca, mas o núcleo é exatamente o mesmo.
Quanto esforço inglório em busca de cliques. O amor e a estima se medem pelo número de cliques.
Quanto a mim, neste mundo cliquento e clicado, jamais terei os cliques que mereço, aliás ninguém tem o que merece nem para o bem nem para o mal. Os que mereceriam a desgraça, estão nos píncaros e os que mereceriam a glória estão arruinados. Claro que existe o meio termo, mas sempre é muito injusto. Infelizmente ninguém tem o que merece, temos apenas o que aparece e o que acontece.
Não acredito em modéstia. A chamada modéstia não passa de uma estratégia social para colher frutos a posteriori. O modesto se faz convenientemente de tímido para que os outros o encham de elogios. É uma estratégia hedionda que só engana os grandes trouxas. Todos sabem das suas qualidades. Desconhecem os defeitos, mas as qualidades todos as conhecem muito bem.  Não me façam de babaca. Eu não mereço. Só acredito em falsa modéstia.
Voltando aos cliques, vejo que está tudo transformado. O apreço e outros sentimentos nobres são expressos por cliques. Sem contar que hoje os cliques também significam dinheiro. Na ambição pelo vil metal, vale tudo. É uma vergonha depararmo-nos com o caráter apelativo, enganador e sensasionalista da grande maioria dos blogs. É um nojo!
Na minha época, na época boa, escrevíamos longas cartas que selávamos e mandávamos pelo correio para expressar os nossos melhores sentimentos e tudo sem cliques.
Diante dos fatos, sinto-me vítima da distribuição iníqua dos cliques. Tanta gente extremamente medíocre cheia de todos os cliques. E gente de qualidade atropelada impunemente pelo baixíssimo nível.  
Entretanto, isto torna tudo muito mais claro e este é o lado bom da história. Todos sabem abertamente do que as pessoas em geral, realmente gostam. As pessoas gostam muito de superficialidades, aparências, futebol, tatuagens, cosméticos, dinheiro, futilidades, poder, sexo, músculos, maledicências, dinheiro, beleza física, ilusões, futebol, idiotices, sexo, sexo, sexo, inutilidades e meteorologia.

sábado, 3 de maio de 2014

OFENSA PESSOAL


ABRIR OS OLHOS

" Quién abrio los ojos no volvera a dormir tranquilo."
CHE GUEVARA

O RELACIONAMENTO COM AS NOVAS ASSOMBRAÇÕES

OS QUASE-VIVOS OU OS FANTASMAS PÓSMODERNOS

SOCIALIZAR - O CONTATO COM OS ESPECTROS
Atualmente,  as relações humanas situam-se noutro patamar. As pessoas quase não se veem e estão em contato permanente. É um paradoxo psicótico. Para mim, oriundo de uma outra época com outros valores e paradigmas, o relacionamento humano beira as raias do sobrenatural.
Sabem da presença do outro através de fotos e mensagens escritas. A presença física é dispensável visto que quase ninguém tem mais tempo para nada;apenas para trabalhar e consumir.
O contato físico com exceção do sexual é perfeitamente prescindível. O indivíduo tem a falsa sensação de vida social quando na realidade está só. Não creio que fantasmas virtuais possam ser uma boa companhia. E ao que tudo indica, as pessoas estão viciadas em contatos com fantasmas e se recusam ao contato "tête- à-tête".
A expectativa social se reduz a trocar fotos e expôr apenas o que enaltece a pessoa. É uma ficção relacional. As verdadeiras relações humanas correm o risco de se tornarem cafonas e até de serem extintas. Por que razão vou me encontrar com fulano se ele está aqui no meu computador? Este é o raciocínio dos  fantasmas.
Vivemos um mundo assombrado por seres que vivem nos computadores e que têm uma existência tecnológica. Parece que está tudo bem porque ninguém se arrisca a ser sincero.
As relações são massificadas e abrangentes na medida em que uma mensagem serve para milhares de pessoas conectadas. Com esta explosão demográfica, as relações são no atacado. Que saudades da bossa nova, de Vinícius e da época em que a relação humana era ímpar, íntima e particularíssima.
Detesto ser nostálgico e saudosista, mas onde mais posso me refugiar? No futuro?

CONDOMÍNIO - UM CONVITE AO CONFLITO

"Vita Communis paenitentia maxima."
O condomínio (em latim: condominium) ocorre quando existe um domínio de mais de uma pessoa simultaneamente de um determinado bem, ou partes de um bem.
Dificilmente o condomínio é um lugar para se fazer amigos. O amor e a amizade não frutificam quando desgastados pelo contato diário. Se você gostar de alguém, por favor não veja essa pessoa todos os dias. A convivência provoca atritos por vezes irremediáveis. Esta é uma verdade irrefutável.
Para os que precisam de bengalas para estar de pé, o contato permanente com o outro é o preço da debilidade existencial.
Num condomínio, corpos e mentes frequentam os mesmos espaços e geram conflitos que podem chegar às Delegacias de Polícia. Um exemplo significativo do amor condominial são as Assembléias. Quanto ódio é destilado nessas reuniões! E o Síndico? O síndico é o culpado de tudo o que acontece no cosmos e ainda por cima é ladrão. Como alguém pode ser tão ruim?! Um Síndico deveria ganhar tanto quanto um Senador da República. E no entanto ganha uma merreca para enlouquecer pobre.
Creio que não fomos feitos para viver amontoados em condominios. O que as pessoas não sabem é que a explosão demográfica vai acabar com espécie humana. Mas enquanto continuarmos viciados em ocitocina* e não resistirmos aos encantos de um bebê, vamos continuar fazendo vítimas.
* Ocitocina - Se fosse possível fazer uma droga do afeto, a ocitocina seria sem dúvida o principal ingrediente. A ocitocina é um hormônio produzido principalmente pelo hipotálamo (uma região do cérebro do tamanho de uma amêndoa localizada perto do tronco cerebral, que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino através da glândula pituitária). A ocitocina é liberada diretamente no sangue através da glândula pituitária, ou para outras partes do cérebro e da medula espinhal. Embora provavelmente mais conhecida por seu papel no parto e amamentação, a pesquisa mostrou que a ocitocina pode ter muitos efeitos de longo alcance para homens e mulheres em muitas áreas de suas vidas, particularmente quando se trata de relacionamentos e envolvimento emocional.

sábado, 26 de abril de 2014

ESTOU CALVO DE SABER


A INSANA CENSURA DA LINGUAGEM
De repente, todo o mundo ficou suscetível. Subitamente e sutilmente, todos ficaram melindráveis. Tudo magoa, tudo ofende, tudo é inadequado, impróprio e indecente. Não sei mais o que é permitido. Façam um Código de Decência Pública, mas por favor, não coloquem apenas as palavras proibidas, coloquem também as práticas e posturas inadmissíveis. 
A continuar assim, o registro da língua coloquial tende a desaparecer. Nada do que outrora era espontâneo e autêntico é tolerado. Nova indumentária para velhas hipocrisias.
Vivem-se tempos esdrúxulos. O politicamente correto tomou conta do pedaço. "Tomou conta do pedaço". Será que esta expressão ainda é autorizada ou será que já foi banida por ofender o puríssimo decoro da multidão? Paradoxalmente, com toda esta pureza idiomática, nunca se fez tanta merda neste planeta. Eu sei que merda, não pode. Não pode o vocábulo, mas pode a atitude nojenta, o comportamento hediondo, isso pode.
Os macacos de imitação estão imitando o país errado. O desejável seria ser original, mas já que isso é de todo impossível, parem de imitar os americanos puritanos que não têm nada a ver conosco. A cópia já conseguiu introduzir no Brasil essa coisa infame e deletéria chamada silicone. Isso para não falar dos piercings, dos alargadores de rosto, dos alargadores de orelha e da muito questionável "body art".
Já que fazem tanta questão de copiar e colar, copiem a Europa que tem muito mais a ver com as nossas raízes culturais e históricas. Parem de imitar americano maluco, obeso, acumulador, superficial e edipiano. Imitem outros menos enfermos. Querem reproduzir  no Brasil todas as moléstias e mazelas da América do Norte. Nós somos culturalmente muito ricos para nos sujeitarmos a cópias tão estúpidas. 
Agora que tanto falam em democracia, proíbem escritores, conspurcam a literatura de Machado de Assis, mudam letras de músicas infantis, alteram criminosamente as nossas características mais telúricas e o Estado-babysiter não para de intervir indecorosamente na nossa vida privada.
Está sendo perpetrado no Brasil e no mundo um crime de lesa-humanidade que impõe a todos uma única forma de expressão. Por isso nunca vivemos uma época com tamanha falta de criatividade. Escutem as músicas do momento. São um atentado auditivo, bárbaro, primitivo e violento. Leiam os blogs e constatem vocês mesmos. É tudo cópia. Cópia da cópia. É de chorar sentado e com as duas mãos no rosto. É de soluçar alto.
Exatamente no momento em que falam de direitos humanos e de outras mentiras mais. E a liberdade de expressão? Cadê a minha liberdade se sou vítima de gente louca que acha que vai mudar o mundo através de eufemismos e sinônimos?
Estou calvo de saber que este movimento planetário do "me engana que eu gosto" só vai produzir mais neuróticos, frustrados, violentos e infelizes. Calvo de saber, pode. Entendeu?!