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quarta-feira, 16 de julho de 2014

O BINÔMIO DAS FALÁCIAS

  AMOR E AMIZADE
Este blog é uma experiência de questionamento pessoal. Por extensão, ele poderá ser válido para todos quantos sentem cheiro de queimado no ar ou qualquer pestilência mais sutil e característica, diluída no fedor geral. Para mim, é uma consequência naturalíssima do cronos e não só.
Conceitos facilmente assimilados, com o passar dos anos, parecem inconsistentes, isso para dizer o mínimo. Amor? Mas que merda é essa que as pessoas chamam de amor? Em 95% dos casos, trata-se do prodígio hormonal. A produção hormonal em doses satisfatórias sempre induz as pessoas a erro. Não é amor porra nenhuma. É a imersão do outro num caldo hormonal e cultural adequados para tornar o coito mais civilizado e menos animalesco. Os babacas e a mulherada insuportável, chama isso de "fazer amor". Será que existe expressão mais filha da puta do que esta? É de um cinismo a toda a prova. Vão fazer sexo, porra!  Deixem o amor em paz! Respeitem o amor.  Se é que vocês conhecem esse sentimento! Esse amor xoxotizado, esse amor bráulico me dá nojo.
Por favor me poupem dessas supremas hipocrisias refinadas. Hipocrisia não é uma questão de idade, mas à medida que envelheço estou cada vez mais refratário a teatrinhos, mentirinhas, falsidades e velhacarias. Sou sincero e tudo leva a crer que se não morrer antes, serei um velho de uma frontalidade criminal. Sim porque a verdade sempre ofende o abominável status quo.
No que diz respeito à amizade é a mesma coisa. Quem é verdadeiramente amigo de quem? É o cacete, meu irmão! Vão enganar a puta que pariu! O que as pessoas chamam de amigos são pessoas que só visam interesses próprios. Vampirizam emocionalmente os outros, só pensam neles, só neles e se dizem amigos. Não quero mais amigos desses.
Se amizade verdadeira fosse tão fácil assim, você não teria apenas 3 ou 4. Tudo falso pra cacete!
Todo mundo mergulhado, naufragado e afogado no próprio umbigo e falando de coisas raras e nobres como o amor e a amizade. Vão ver se eu estou na esquina!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

OS ENGANADORES DA SOLIDÃO

Desde o nascimento, tudo se faz para que não nos defrontemos com a solidão. Há todo um aparato civilizatório montado para que o indivíduo nunca tenha acesso direto, real e verdadeiro a si próprio. De tanto nos distrairmos com os outros e os outros são sempre muito envolventes e exigem muita atenção, morremos sem saber quem de fato somos.
Todos os que nos rodeiam nos dão a falsa impressão que não somos sós. O pior é quando a casa cai. Os que nos ajudam a enganar a nossa solidão, podem mudar de ideia e ir cantar em outra freguesia. Ninguém está tão preocupado com você como você imagina. Não se iluda por favor.
A vida é uma cansativa substituição de enganadores. Passamos o tempo de nossa existência trocando de enganadores. Trocamos os pais, pelo casamento e pela procriação, trocamos a namorada por outra enganadora, o amigo pelo enganador mais próximo e assim sucessivamente. Sós é que não ficamos. 
No inconsciente coletivo, solidão é a morte e é mesmo. São muito poucos os que aceitam morrer em vida. E aqui está um dos grandes segredos da humanidade.
Não quero que as pessoas encarem e abarquem o peso das respectivas solidões, isso é só para  quem tem culhões e muita sabedoria. Continuemos assim fugindo sempre e a qualquer hora de nós próprios. Até parece que nós somos os nossos maiores inimigos. Que coisa bizarra!
E quando o cara não consegue mais se enganar ou não tem enganadores por perto, ele fatalmente se droga. Qualquer droga serve. O que não serve é fazer de si próprio o MAIOR amigo. A cultura  judaico-cristã promove e fomenta o divórcio dos indivíduos consigo próprios. Reconcilie-se consigo mesmo. Amigos são sempre os outros. Quanto delírio!
Se existe um criador com certeza ele é onipresente, onisciente, onipotente e SÁDICO. Temos que desenvolver mecanismos à custa de muito sofrimento, para nos tornarmos íntegros e indissolúveis. Não podemos ser sempre o fruto do que está fora de nós. Até parece que temos horror a nós mesmos e o que vale realmente a pena é exterior a nós.
Para quem sabe que tudo é só para nos enganar, a felicidade está a um palmo. 
P.S. - Não faço a apologia da solidão. Eu também aceito enganadores, sabendo que não passam de enganadores...

sábado, 5 de julho de 2014

NEYMAR, O JOGADOR QUE CAI À TOA

VOX POPULI, VOX  DEMO

Não fui eu que descobri, mas toda unanimidade é burra. Eta descoberta genial! Odeio a estupidez da opinião geral. Só merda. Nada que se aproveite.
Durante anos ouvi dizer que esse garoto caía à toa. Há pessoas especializadas em repetir. A humanidade sofre de síndrome de  "meu louro."
Em outros termos, queriam desqualificar o talento do rapaz. De onde será que vem tanta maldade de que  humano é capaz? Os humanos só podem ser filhos do capeta.
É impressionante como nunca se admite o que é positivo sem restrições! Há sempre filhos da puta de plantão para denegrir. O cara é bom e ponto final. É tão difícil assim admitir e louvar o que tem méritos irrefutáveis?
E outra coisa. Futebol é um dos esportes mais violentos do mundo. Prefiro o boxe. No boxe, a agressividade é mais explícita, sincera, autêntica e pura. Odeio futebol. O meu objetivo não é falar de futebol, mas de comportamentos humanos.
Ainda falam em sabedoria popular. Se existe uma coisa que essa porra de povo não tem mesmo é sabedoria. Passam longe da sabedoria. São uns imbecis que que se valem da quantidade e da força para impor e dominar.
Tá aí o esporte das multidões quebrando ossos e dissolvendo consciências. Afinal, qual é o preço do sucesso? Nunca se falou tanto em sucesso como hoje. Que merda é essa de sucesso? Sucesso para mim é ser feliz. E para vocês que negócio é esse de sucesso? Sucesso como sinônimo de felicidade é um percurso muito íntimo. Não está franqueado ao people.  A felicidade-sucesso ostentada, alardeada e publicada é altamente suspeita. Felicidade não precisa de visibilidade e publicidade. A felicidade é uma sensação única, visceral e de usufruto privado. Conquiste a sua felicidade e cague nessas opiniões globalizadas.
O Neymar por ter de um nível elevado no seu campo de atuação é combatido e surrado por idiotas em busca de sucesso a qualquer custo. Agem sem ética e sem  pudor. Vejam Animal Planet, a selvageria é a mesma.
Odeio os animais selvagens de terno e gravata que andam muito apressados pela avenida Rio Branco. Não acredito na civilização dessas mulheres de Tailleur muito maquiadas e com cara de Fevereiro de Carnaval. São os atores em tempo integral que que constituem a grande maioria da população dita civilizada que caiem à toa. Neymar não cai à toa.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

CONTUDO, INFELIZ

Existe o que poderia se chamar de folclore da felicidade. Ouvimos frases do tipo: "Assim não dá para ser feliz" ou "Tem tudo para ser feliz". Parece que a felicidade é um caminho que serve para todos. Por aqui, todos são felizes. Por ali, não. Quando felicidade é sem sombra de dúvidas, um delicado  caminho sutil, muito pessoal e secreto. 
E não faltam as receitas de felicidade e muito menos quem as propague, Globo Repórter, Fantástico, Novelas, Séries, sem falar da Exportação Cultural dos Estados Desunidos e etc.
Felizes com certeza são os que casaram e os que procriaram. Segundo o folclore não dá para ser feliz sózinho. Claro que não falo de isolamento. Confunde-se demais solidão com isolamento. Isolado é impossível ser feliz, mas só, é perfeitamente possível. Se forem contariadas as crendices do folclore popular, ninguém acredita na tua felicidade. Acham que você está mentindo.
Muito tempo e energia são gastos seguindo os preceitos da sociedade despótica. Felizes com certeza, são os que venceram na vida. Há poucas expressões mais idiotas que esta. E por vencer na vida, entende-se tudo o que alude a dinheiro e materialismo.
Então já temos alguns componentes preciosos para a confecção da felicidade: casamento, procriação e grana ou muita grana, para garantir mais felicidade duradoura. Depois, muita vida social, muitos amigos ou falsos amigos, pouco importa. O importante é estar rodeado de gente. Muitas viagens, sim porque sem viajar, ninguém absolutamente ninguém, pode ser feliz. Ai de quem disser que viajar pode ser um porre  monumental! Não, viajar é sempre bom, muito bom e não conteste. Nada de ficar quieto no seu canto. Todos têm que estar sempre num frenesi sem controle, saltando como primatas e fazendo muito barulho. Isso sim tem som de felicidade.  A felicidade nunca pode ser tranquila, preguiçosa e silenciosa. Isso é depressão....
O pior de tudo é que ninguém confessa a sua infelicidade. São todos felizes. Uma felicidade regada a muito álcool, muita maconha, muita cocaína, muitos fármacos psicotrópicos, muita religião alienante, muito copa do mundo e muito trabalho extenuante e sem tréguas.
A merda é quando o cara se dá ao trabalho de  seguir e reverenciar todas estas manifestações do folclore da felicidade e consegue se tornar um padrão exemplar de infelicidade. Aí, ninguém entende. Mas ele tem tudo - dizem. É, tem tudo; tudo o que os outros determinaram.

sábado, 28 de junho de 2014

PREGANDO NO DESERTO

PREGANDO NO DESERTO E NO POLÍGONO DAS SECAS
"Pregando no deserto", gosto muito desta expressão. Ela tem três elementos casados num ménage à trois que são absolutamente irresistíveis: a loucura, o ridículo e o inútil. Mais linda que esta expressão só: "Jogar pérolas aos porcos." Esta também tem os três elementos: o ridículo, a loucura  e a inutilidade. É mais rica que a anterior porque além dos elementos citados, ainda possui a ingenuidade e a estupidez de quem consegue conviver amigavelmente com os porcos e confundi-los com seres de grande sensibilidade.
Eu não sou um grande pregador, muito pelo contrário. Não gosto de desertos e não tenho muitas pérolas para oferecer.
A despeito de todas essas constatações, por vezes, e sem nenhuma pretensão, sinto-me muito seduzido e identificado com estas citações bíblicas.
O meu sonho é de poder um dia pelo menos, pregar ou escrever para a Caatinga. Eu sou humirde.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A HABITUAL TORTURA GREGÁRIA

Quem não estiver de má fé, conhece com profundidade as agruras que o grupo nos impõe para admitir no seu seio a nossa insignificante presença. O grupo é essa massa amorfa e vaga que nos rodeia e com a qual temos que ter alguma forma de contato. O grupo é cruel, injusto, primitivo, impiedoso, nojento, hipócrita, medíocre, indiferente, despótico, criminoso e sem o mais tênue rastro  de compaixão. Ser currado moralmente pela sociedade organizada é lindo e normal. Ser literalmente sodomizado por decreto por todos os governos que nos aterrorizam, é ser cidadão. Não fossem certos direitos individuais que nos são assegurados pela legislação, estaríamos à mercê completa do grupo.
Certos da estupidez e da maldade da maioria que nos domina, deveríamos ser capazes de rejeitar o grupo. E é aí que a porca torce o rabo. A nossa programação química e cultural nos faz  dependentes submissos da porra do grupo. Diante da ditadura dos idiotas que se reproduzem em profusão, com a convicção de que a vida é bela e  de que tudo sempre vale a pena, os que já descobriram a arapuca medonha do bando, não têm forças para se despedir dos grupos, grupelhos, grupitos e falsíssimos amigos.
Não há melhor definição de tortura. Tortura é isto.  Tortura é estar condenado, apesar das evidências que denunciam o caráter nefasto do bando, a viver com ele. Poucos são os que têm a coragem de por em prática o seu sempre incompleto, sempre audacioso, sempre parcial, sempre relativo e sempre proveitoso projeto Robinson Crusoé.
P.S.- Não há nada mais primoroso para configurar e escancarar esta tortura que "Huis Clos"( Entre Quatro Paredes), peça de Jean-Paul Sartre.

terça-feira, 24 de junho de 2014

O PRECONCEITO CONTRA OS ATEUS

Casamento com ateu é rejeitado por metade dos americanos 

Cartaz faz paródia à visão que os americanos têm dos Ateus
Uma nova pesquisa confirmou que o preconceito contra ateus se mantém firme nos Estados Unidos.
O Pew Research constatou que 49% (ou seja, praticamente metade) dos norte-americanos ficariam descontentes se algum membro de sua família se casasse com um ateu ou ateia.
Pela pesquisa feita de janeiro a março de 2014 com 10.013 pessoas, os mais propensos a ficarem chateados com a admissão de um ateu em sua família são os 73% dos americanos que se dizem consistentemente conservadores.
Em seguida, vêm os 64% dos protestantes, incluindo 77% dos brancos não hispânicos evangélicos.
Entre os republicanos, o percentual dos que rejeitam ateus como parentes é de 59%.
Os católicos apresentaram o menor percentual, mas ainda assim mais da metade deles (55%) não gostaria que um parente se unisse a um descrente.
Um terço das perguntas da pesquisa se ateve como a família encara a constituição de casamento entre seus integrantes, do ponto de vista de diferenças de pensamento ou ideológica dos cônjuges.
Houve perguntas sobre qual seria a reação da família diante de união de parente com filiado ao Partido Republicano, ao Partido Democrata, com pessoa de outra religião, com imigrante e com pessoa sem curso superior.
Jocelyn Kiley, do Pew Research, afirmou ter ficado claro que “um ateu é o menos provável de ser acolhido em uma família”, embora 20% dos entrevistados tivessem dito não ter nenhuma identidade religiosa.
O site Religion News Service, que publicou o resultado da pesquisa, alertou: "Prepare-se para uma reação da família se você pretende se casar com um ateu."

segunda-feira, 23 de junho de 2014

MULHERES COM PODER TRAEM MAIS

Pesquisa afirma que pessoas poderosas traem mais

Quem trai mais: o homem ou a mulher? A resposta para esta pergunta costuma ser sempre a mesma. Em coro, afirmamos que o sexo masculino é o mais infiel. Mas parece que as coisas estão mudando. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Tilburg, na Holanda, entre as pessoas que ocupam posições de poder, independente do sexo, o risco de traição é maior. A pesquisa comandada pela equipe do professor Joris Lammers, foi realizada na internet com 1.561 profissionais adultos. Na amostra, 58% das pessoas exerciam funções gerenciais, 22% eram gerentes, 14% diretores e 6% ocupavam os cargos mais altos das empresas. O objetivo era medir força, pedindo aos participantes para indicar, clicando com o mouse, o quão poderoso eles achavam que eram. O grupo de pesquisadores mediu também outras variáveis, como confiança, distância e percepção de risco no que tange a infidelidade. 
A conclusão foi que a relação entre poder e confiança é tão grande quanto a existente entre o poder e a infidelidade. Outra constatação é que entre as pessoas de altos cargos a traição não tem relação com sexo ou com o número de casos anteriores. O terapeuta especializado em relacionamentos amorosos, Sergio Savian, concorda com a pesquisa e afirma que o resultado coincide com a observação que faz em seu consultório. "Homens e mulheres poderosos estão acostumados ao comando e fazer com que as circunstâncias e as relações aconteçam da forma que eles planejam. Além disso, o poder torna o indivíduo mais atraente, magnético e isto facilita a conquista", diz. "Na verdade, a sedução é um jogo de poder, quando o sedutor faz com que os alvos de sua sedução se rendam aos seus encantos".
Sérgio acredita que o estudo tende a colocar a moral convencional em debate, pois a noção de que ninguém manda na vida de ninguém será maior e as pessoas passarão a tomar posse de sua própria sexualidade. "As relações não monogâmicas não serão mais predominantes no sexo masculino e com as mulheres ocupando cada vez mais funções de poder, os comportamentos tendem a se tornar unisex", comenta. "Os homens, que estavam acostumados a deter o poder nas relações, têm agora que se adaptar ao novo comportamento feminino". Outra mudança de comportamento decorrente da pesquisa, na opinião do terapeuta, é o aumento da consciência por parte do sexo feminino, que deve abrir mão da hipocrisia e dos julgamentos para assumir uma atitude mais autêntica. "Durante muito tempo as mulheres acusaram os homens por seu comportamento infiel. Mas agora que experimentam a liberdade de agirem de acordo com sua vontade, transgridem as regras que elas mesmas defendiam até pouco tempo atrás". Savian finaliza defendendo que o poder independe de cargo ou função de comando. Seja no convívio familiar, no trânsito ou na internet, as pessoas querem ter o direito de opinar, de participar. "Vendo desta forma, podemos concluir que os indivíduos na sociedade atual têm cada vez mais noção de seu poder pessoal e seguindo o raciocínio da pesquisa, todos estão mais propensos às relações não monogâmicas."
Fazendo uso de palavras menos científicas e mais autênticas, o poder é tão nefasto que  além de provocar  todas as merdas que já conhecemos, induz as pessoas à promiscuidade. E as mulheres tão cheias de caprichos estranhos, de seletividade genética, de não me toques e de romantismos impositivos, quem diria, acabam se comportando exatamente como os homens. Eta poderzinho danado Sô!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A NULIDADE DAS RELAÇÕES HUMANAS

As relações humanas nunca foram lá essas coisas. Sempre imperou a confusão de sentimentos  e a troca descarada de interesses por vezes escusos. Salvaguardadas as exceções de praxe, as relações humanas foram e  são uma autêntica merda.
Palavras como amizade, afeto e amor são na maioria das vezes utilizadas inadequadamente. Aconselho aos pobres de espírito e de vocabulário a consultar o Aurélio e a consciência. Com frequência as relações passam muito longe da amizade, do afeto e do amor. É um imenso cabo de guerra em que cada um defende com denodo e veemência os seus interesses. Os interesses são legítimos mas numa relação humana que se preze, devemos pelo menos tentar ver a pertinência dos interesses dos outros. Isso quase nunca acontece. É um desfile emproado de interesses os mais diversos, objetivos e subjetivos.
As pessoas se usam mutuamente porque ainda não conseguiram a proeza de estar sozinhas e felizes. É um vergonhoso usufruto escancarado do outro com o rótulo falso de amizade, amor, etc. É um obsceno vampirismo emocional a céu aberto. As pessoas se sugam para serem capazes de permanecer de pé com a seiva dos outros. (Por favor, não estou falando de felação.) Peço discernimento e dignidade ou então qualifiquem as relações com outros vocábulos. Há muitas palavras nos dicionários.
Chamar certas e determinadas relações de amizade ou de amor, é revoltante e nojento. Hoje então os conceitos de amizade e amor beiram as raias do mais perfeito absurdo. Nas redes anti-sociais, todos são amigos de todos e paradoxalmente ninguém é amigo de ninguém. 
A vida é dura por isso precisamos de alguns aliados para sobreviver. Não são necessários muitos. O importante aqui é mesmo a qualidade dos aliados. Vamos parar de delirar com a importância fake e enganadora da quantidade. Um bom e verdadeiro aliado já faz a diferença. O aliado tem que fazer jus a esse nome. Ele existe para te ajudar, para te apoiar, para te compreender, para estar sempre do teu lado, não para competir com você. E  tudo isso é totalmente recíproco. Este é o sentido da sólida e verdadeira aliança com o outro. Quem entra em concorrência direta com o soi-disant amigo não é amigo; é inimigo. Definitivamente uma relação de amizade, de amor ou de afeto não pode nem deve ser nunca uma relação de poder e quase sempre só é para ver quem domina. Tenha peito e expulse da sua vida todos esses falsos amigos e esses amores de araque. Você sabe que eles só trazem estresse, conflito e um prazer mirradinho.
Não desperdice as suas esperanças em coisas vãs. Aposte as suas melhores esperanças na possibilidade de encontrar um aliado.
Quanto a mim, diante desta zona total de valores e princípios, face a este caos na convivência humana, acho que a fauna e a flora sempre constituem uma excelente opção.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

FUTEBOL - UMA RELIGIÃO HETERODOXA

O culto à bola não faz parte das teo-dependências clássicas. Nós, animais de bando programados quimicamente para isso, sentimos uma vontade e necessidade incoercíveis de procurar tudo fora de nós. Somos instados a fazer parte de alguma coisa. Temos que ter pátria, família, religião, comunidades, amigos, associações, partido político e time de futebol. Se você não fizer parte de alguns destes núcleos de adesão, ninguém vai te reconhecer. E ao não ser reconhecido pelos outros, você corre o risco de não ser nada para eles. Como é possível alguém ousar existir sem time de futebol? Desgraçadamente, nunca na história do mundo, houve um movimento planetário que incentivasse as pessoas à introspecção. A frivolidade sempre foi a grande avenida por onde quase todos transitam. 
Desde muito cedo, somos levados a pensar erroneamente que tudo que pode nos proporcionar prazer, satisfação e bem-estar está fora de nós.  A vida se resume numa procura desenfreada e irracional por coisas exteriores. E a grande maioria, nesse empreendimento imitatório  só dá com os burros n'água.
O futebol se insere nessa busca insana e infrutífera. No futebol como nas religiões há adoração e idolatria. O ser humano precisa de ídolos porque não sabe que ele mesmo é o seu maior ídolo. Há uma tendência à mitomania e à mitificação. O deus do futebol é o time. Para completá-lo e dar significação a essa entidade ambígua, temos os jogadores de futebol, uma espécie de Santos ou Orixás que fazem milagres com os pés. Como todas as buscas imprudentes que fazemos fora de nós mesmos, a busca pela vitória do time campeão, também pode nos levar à alienação.
Os "Bolicistas" deliram nos campeonatos e atingem o máximo do delírio na vitória do campeão. Sem ter dado um único toque na bola, o evangélico da religião-futebol, também se considera campeão e ensurdece o mundo com o seu grito histérico. 
A prova irrefutável de que os "Bolicistas" constituem uma seita numerosa ou mesmo uma religião é que quem não tiver se convertido ao Bolicismo não entende nada do que eles dizem. Como nas religiões, têm expressões que só os iniciados podem compreender. São capazes de passar horas intermináveis a recitar mantras que incluem palavras místicas como Pênalti, Impedido, Escanteio, Zagueiro, Pequena Área, Falta e é claro, a mais sonora e orgástica de todas: GOL. Aliás, a língua do futebol é a mais falada no Brasil. Os homens elegeram o futebol como tema favorito para qualquer ocasião. Haja paciência para aturá-los. É preferível ouvir mulheres falarem das técnicas mirabolantes  para se livrarem das olheiras.
Quando ficam viciados em futebol, ocorre o mesmo que acontece nas religiões, o indivíduo fica irredutível, brutalizado e ainda mais estúpido; é o que responde comumente pelo nome de fanatismo. Até o povo na sua proverbial e famosíssima ignorância detecta anomalias no futebol ao dizer por exemplo: -Ele é Flamengo doente.
Como tudo o que vicia, o futebol também é deletério, vide as guerras religiosas da bola que eles chamam de violência das torcidas organizadas. Tirando as drogas, as religiões e a tradição, poucas coisas embrutecem mais que o futebol. O cidadão torna-se monocórdio e só fala de futebol exatamente como os religiosos e  os tóxico-dependentes. O primitivismo do discurso único é o que há de mais insuportável na face da terra.
Várias substâncias endógenas contribuem para a imbecilização. Primeiro nos êxtases do futebol, há uma grande descarga de Dopamina e de Adrenalina, para não falar da testosterona. Podemos combater a heroína e a cocaína com muito mais eficácia do que os vícios fisiológicos pessoais. Há gente absolutamente viciada em Dopamina, em endorfinas, em vasopressina, em testosterona, etc. Não há tratamento para tais dependências.
Deveríamos prestar mais atenção às  substâncias que nós mesmos produzimos e que podem nos levar à "fissura". Não precisamos de drogas externas; já existe um prévio tráfico interno e orgânico de drogas.
Em suma, não creio que a loucura quase mística do futebol possa levar alguém à felicidade. O futebol é mais uma invenção humana para escapar transitoriamente do tédio e da angústia. Existem formas mais eficientes de lidar com esses corolários da condição humana. Ao invés de tentar sempre fugir da sua angústia, adote-a cordialmente.