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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A CLEPTOCRACIA

Sou pessimista há muitos anos. Nunca senti nenhum prazer em ver o futuro desta forma. Não sofro de prazeres mórbidos. Quem tem prazer na morbidez não chega a usufruir, sofre. Torço para que alguém faça alguma coisa que mude a minha visão de mundo e as minhas perspectivas em relação ao que está por vir. Infelizmente, só vejo gente fazendo muita merda.
Ultimamente, estou ficando paranóico. Diante do bombardeio mediático do Petrolão, já acho que todo mundo rouba, sempre roubou e roubará. Não gosto mais do gênero humano. Só das exceções que por sinal são raras.
Criou-se um falso véu de respeitabilidade, de decência e probidade sob o qual se perpetram as piores safadezas. Quem vê esta humanidade na rua nem suspeita do tamanho da cagada bípede.
Ao comportamento dos hipócritas e dos mentirosos, chamam educação. Ele é muito educado. - dizem. Por incrível que pareça os mais educados são os maiores filhos da puta.
Todos esses ladrões que assolam o país, até bem pouco tempo atrás, eram as pessoas mais respeitáveis do vilipendiado espaço Tupiniquim. De repente, a delação premiada que nada mais é que a verdade paga, os transforma nos mais infames gatunos do planeta. Deveriam pagar milhões de dólares pela verdade para que pudéssemos viver num mundo menos sujo. A verdade só vem à tona quando paga. De graça, só temos a mentira de costume e os mentirosos de sempre. É uma merda.
Não sei como o Brasil ainda não acabou e foi incorporado pelos Estados Unidos. Rouba-se neste país desde sempre. Lembro-me agora de uns versinhos da época de D. João VI.
Quem rouba pouco é ladrão
Quem rouba muito é Barão
Quem rouba mais e esconde
Passa de Barão a Visconde.
Não mudou nada. Os títulos de nobreza foram substituídos pelos deputados, senadores, presidentes, ministros, altos executivos, etc. Vivemos um apocalipse institucional e assistimos impávidos ao holocausto da ética. É o fim do futuro.
Acho que nem vomitando  me sentirei aliviado. Com essa roubalheira, cuspiram e escarraram no meu rosto e no rosto de todos quantos trabalham honestamente neste país para ganhar uma mega merreca no final do mês. 
Maldigo todos os minutos as trepadas inconsequentes que lançam neste planetinha milhões de inocentes. Confrontado com a ereção um homem deve fazer tudo para jogar o seu sêmen em recipientes mais convenientes e apropriados que uma vagina. Pênis e vaginas têm feito a desgraça da espécie. Se continuarem assim sem usar nenhum método anticoncepcional, não tenho outra opção. Sou obrigado a admitir que o Tesão é o primeiro e maior mal. 
Ninguém merece vir parar num planetinha tão escroto e nojento. Só pode ser castigo ser obrigado a conviver com a  numerosa corja cotidiana com cara de gente fina. 
Na República dos ladrões, só me resta recolher as minhas parcas esperanças e sonhar com um futuro melhor depois da morte. Tenho certeza que a morte é muito mais do que o nada. E o nada pode ser  bem melhor que toda esta bosta que me suja e me contamina. Falta coragem e indignação neste mundo e neste país. 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

O ETERNO BICHO BOBO

              ABAIXO A TESTOSTERONA
A ciência ainda não provou, mas irá provar um dia que a testosterona imbeciliza e embrutece. A ciência está nos devendo essa. Com dados fidedignos do meu microcosmos, eu já posso provar que esse hormônio provoca considerável retardo mental.
Os sábios nunca são jovens. Não existe nenhum sábio jovem. Para ser sábio, o indivíduo tem que ter uma produção prudente dessa droga. As mulheres, os seres mais pragmáticos da face da terra, só produzem a testosterona suficiente para ter desejo sexual e para gozar, mais nada e ponto final. Para que servem esses nanogramas todos por decilitro de sangue?( O macho humano pode produzir até 800 nanogramas por decilitro de sangue. Há atletas que produzem mil nanogramas.) Esses nanogramas excessivos só servem para fomentar a estupidez e a violência. 
As mulheres, os seres mais racionais da face da terra, sabem muito bem manipular os tolos, vítimas alegres da testosterona. É um regalo vê-los hipnotizados pelos eflúvios mágicos do estrogênio e do útero. A mulherada se compraz em conduzir os testo-babacas para onde elas querem. Isso é público e notório. E as que vivem tendo ataques sucessivos de gostosura aguda, exercitam um certo  sadismo inconfesso estimulado pelos alegres escravos da testosterona.
Dizem que o amor é ridículo. Isso porque confundem sexo com amor. O amor nunca foi nem será ridículo, ridículo é o que o energúmeno é capaz de fazer por causa do seu miserável impulso sexual. E depois, fica numa de acumular orgasmos. Se ainda tivesse um orgasmo de porco que dura alguns minutos, mas não, por ínfimos segundos, o babacão deita tudo a perder. 
Quem analisa o comportamento masculino com seriedade só pode inferir que o cara está drogado ou seja intoxicado de testosterona. Não é possível ser tão idiota de cara limpa.
Mas a testosterona promove as características masculinas como barba e voz grave. Sim, mas não precisamos de 800 nanogramas para ter barba e voz grossa. É um descalabro tanta testosterona circulando nas veias dos infelizes. A agressividade dita natural dos homens deriva dessa maldita droga endógena. E mais, como toda a droga, a testosterona vicia. Há muito meliante por aí viciado na testo. 
O ser humano sempre presta atenção no que lhe é exterior. Por isso combate apenas as drogas exógenas, cocaína, maconha, etc. Mal sabe que ele mesmo é um grande produtor de droga nefasta. A adolescência é um carro na contramão porque o pobre coitado é obrigado a transportar "gramas" de testosterona. Tá f...... e mal pago pela própria natureza que todo mundo diviniza e também é uma bela merda. Ninguém consegue ter neutralidade suficiente nestes assuntos de caráter sexual para constatar de forma inequívoca que se trata apenas de um engodo da natureza para que a vítima procrie. Só isso.
Se existe um criador, o cara queria mesmo que toda a sua "produção artística" continuasse para sempre. Claro que você tem a recompensinha do orgasmo que não passa de uma prosaica descarga de ocitocina, para assegurar a manutenção de todos os erros essenciais.
Então, caros amigos, sábio era o Nelson Rodrigues que ao ser perguntado se tinha algum conselho a dar aos jovens, respondeu: - Envelheçam.

sábado, 15 de novembro de 2014

O MAIS NOVO REPELENTE DE PESSOAS

Um Hino à Punheta
ou
O Planeta dos Pavões
Depois que o orgulho, pela nova nomenclatura do politicamente correto, passou a se chamar autoestima, inauguramos a era da punheta social. O orgulho, nos nossos dias atingiu proporções jamais vistas na história da humanidade. Sob o pseudônimo de autoestima, ele é estimulado e recomendado pelos especialistas em comportamento, psicólogos, psiquiatras, etc. É uma aberração já institucionalizada.
Todo o mundo se pavoneia sobre a importância que julga ter e se compraz numa diuturna masturbação existencial.
Para não parecer que o cara está sozinho, desfrutando de si próprio como um auto-tarado, inventaram-se o que designam por redes sociais. As Redes Sociais são verdadeiras repelentes de pessoas na acepção adequada da palavra pessoa; pessoa em carne e osso. Mas que porra de relação social é essa em que as "pessoas" nunca se veem e nem sequer escutam a voz dos outros? Parece-me que também fizeram um upgrade da psicose e como se trata de um comportamento da maioria, é normal. Que raios de sociabilidade é essa onde as soi-disant pessoas se movimentam e interagem num mundo de fantasmas também chamado de mundo virtual? Os fantasmas mudaram de nome. (Vivemos a época da revolução feita com palavras e expressões, a chamada revolução de araque.) O fantasma agora chama-se avatar ou ente virtual. Graças à tecnologia acessamos o último degrau da nossa loucura.
Que relacionamento é esse onde você só vê fotos e lê frases? Que relacionamento é esse em que as pessoas parecem personagens de um grande filme de horror? O horror pós-moderno é esse, ter a sensação de estar muito acompanhado quando na realidade a solidão já atingiu todas as dimensões possíveis e imagináveis.( Depois, ninguém entende como pode existir tanta depressão no mundo.) O horror é esse, ser gregário e exercer o seu INSTINTO gregário de forma artificial e patológica.
E nem posso continuar escrevendo porque valorizamos o instante, o efêmero, o transitório, o inconsistente, o superficial e o que não presta. Vou parar por aqui, para ver se alguém lê. Se o texto for muito longo assusta os consumidores compulsivos de imagens inúteis e sem sentido que confirmam a valorização da porra nenhuma. 
Para quem só entende mensagens pelo viés da cristandade, ficaria assim: se eu fosse Jesus diria:- Irmãos, olhai uns para os outros. Falai uns com os outros. Tocai uns nos outros.
Essa talvez seja a revolução para um próximo e novo Jesus. "Amai-vos uns aos outros", nem pensar. Vamos viajar na maionese sem fazer no entanto, o fantástico Turismo da Maionese. E olha que eu sou completamente ateu.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ENQUANTO NÃO CHEGA A PRIMAVERA

Quem conta com os ingredientes ideais da primavera para ser feliz, é infeliz. Sob o ponto de vista existencial, a primavera é muito improvável. A verdadeira felicidade que não se confunde nunca com excitação, alegria, contentamento, entusiasmo e prazer, exige criatividade do candidato à felicidade.
A felicidade tem que ser modelada com mãos de artesão, talento de artista e minúcia de ourives. Essa felicidade enlatada made in China que anda por aí, com certeza que não é felicidade pois não resiste ao menor revés.
Faço a minha felicidade com o que não tem a menor importância para a maioria, com o que os outros desprezam por acharem erroneamente que não constitui elemento fundamental na construção do ser feliz. Eu faço a minha felicidade com aquilo que os outros jogam fora. Muitas vezes, o que aparentemente não serve para a felicidade, é a própria felicidade.
Vivemos num planeta de infelizes porque falta invenção e arte. O que elegeram como matéria-prima indispensável na confecção da felicidade não resulta em felicidade.
Para você que não se cansa de esperar com uma felicidade com ares de primavera, os meus pêsames. Você vai morrer antes da primavera chegar. Louvo no entanto, os que no segredo e no silêncio das suas almas, recolhem as coisas mais impróprias e menosprezadas, se apropriam  das estações mais rudes e austeras  para transformá-las numa sensação ímpar de felicidade sem fim. 
P.S.- A felicidade é um estado anímico muito privilegiado que recompensa as mentes muito abertas.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

CRIANÇAS COMO ISCAS DE JACARÉS

Você sabia que os brancos nos Estados Unidos usavam bebês negros como iscas para caçar alligators(jacarés)

Eu sempre soube que a raça humana não prestava, mas isto é o cúmulo…Sinceramente…..
Durante a escravidão e até meados do século vinte, bebês negros foram usados como isca de jacaré no Norte e Centro da Flórida nos Estados Unidos da América.
Os caçadores de jacarés roubavam os filhos quando as mães, muitas delas escravas estavam ocupadas com seus afazeres diários. Algumas seriam crianças de um ano de vida ou menos. Outras crianças eram roubadas à noite mediante ataques brutais contra seus pais, em seguida amarravam uma corda em volta do pescoço e ao redor de seu torso junto de uma árvore no pântano ou deixavam-nas em gaiolas como se fossem galinhas.
Como as crianças choravam e gritavam os jacarés apareciam rápido para devorá-las, em questões de minutos os jacarés estavam sobre elas. O caçador que se mantinha distante não dava conta da presença do jacaré, já que a caça era realizada à noite, então apenas quando o animal atacava a criança e tentava arrastá-la no pântano para a devorar ou quando começava a comê-la viva é que os caçadores conseguiam se aperceber da presença do mesmo através dos movimentos e o esticar da corda. Somente nesta altura que eles partiam em direção ao bebê e matavam o animal.
A revista Time, em 1923, relatou que os caçadores da cidade de Chipley, Flórida, praticavam tais atos, mas a cidade negou-o como "uma mentira boba, falsa e absurda."
A prática tem sido documentada em pelo menos três filmes: "Alligator Bait" (1900) e "O Gator e o pickaninny" (1900). E a história de dois meninos negros que serviam de isca de jacaré foi contada em "Fúria Untamed" (1947).
Na verdade, o termo "isca de jacaré" era comum em todo o Sul dos Estados Unidos. Pelo menos da década de 1860 até ao ano de 1960, foi um insulto racial e uma ameaça que os brancos usavam para "domesticar" as crianças negras resilientes.
Mas na década de 1940 no Harlem, em New York "isca de jacaré" aplicada aos negros de qualquer idade - particularmente aqueles que eram da Flórida.
Finalmente, em termos de iconografia, a partir da década de 1890 até os anos 1960, as crianças negras eram frequentemente retratadas como iscas de jacaré nos brinquedos para as crianças brancas, saboneteiras, escovas de dentes, cinzeiros e especialmente, em cartões postais enviados através do correio dos EUA.
Quem quiser saber mais sobre o assunto é só visitar os links abaixo:

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A FELICIDADE TERCEIRIZADA


É um autêntico ritual coletivo. Desde muito cedo, somos instados e até obrigados a explorar o mundo externo. Ninguém nunca nos sugeriu outro caminho que não fosse para fora de nós mesmos. Todos se comportam como se não houvesse dúvidas que tudo o que existe de realmente importante está fora. Parece que moramos nas ruas, nas praças e nos outros. Até parece que não moramos em nós mesmos.
Vivemos um ostracismo anímico. Somos apátridas do nosso mundo interior. Apostamos as nossas melhores esperanças nas falsas promessas de felicidade que emanam aleatoriamente da atmosfera, das circunstâncias e dos outros, quando a felicidade só pode ser de nossa própria autoria. (Tenho certeza absoluta de que a felicidade está dentro de nós, mas não é tão gratuito assim. Temos que desbravar o caminho que é único para cada indivíduo e que leva a esse estado de espírito.)
Ninguém  nunca se cansa  de percorrer vezes sem conta, a vacuidade inútil e estúpida de tudo o que nos circunda. Palmilhamos todos os espaços do nosso exílio como se esse fosse o único território possível. 
Apesar das evidências em contrário, quase ninguém desiste de trilhar os mesmos caminhos viciados da maioria. Muita gente finge chegar a algum lugar andando pra lugar nenhum. Existe a publicidade massiva  de encontrar algum bem-estar nessas picadas abertas pela boiada histérica e exausta. O fato é que há mais mentira e auto-engano que outra coisa. Não consigo sentir essa felicidade fácil decantada pela Propaganda Oficial do Sistema. Receitas coletivas de felicidade constituem retumbantes fracassos. Jamais em tempo algum, um único caminho pode conduzir bilhões de pessoas à felicidade. Você não acha?
Há uma falta generalizada de coragem. Os covardes alardeiam o conforto da mesmice e as maravilhas da porra nenhuma. Ainda mais hoje em que tudo é Mega. É exatamente isso o que encontram nas esquinas da condição humana; um super-mega NADA.
Para aqueles que já se encheram de andar por aí como robôs nipônicos de última geração, que tal dar uma olhada e ver a sua história, a sua criança, os seus percalços com as suas múltiplas superações, as suas vitórias, o seu valor, os seus erros, as suas percepções, os seus verdadeiros sentimentos, o seu intelecto, a sua pessoa, o seu ser?
Qualquer que seja a sua idade, já está mais do que na hora de mudar a sua trajetória bêbada e errante. Concentre-se e eu não estou propondo nenhuma prática de meditação transcendental, concentre-se o máximo que puder naquilo que você percebe e capta de si mesmo e evite dispersar-se por aí como um idiota que pode morrer a qualquer momento sem nunca ter conhecido a felicidade.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

OS FALSOS ENCONTROS

Os desencontros começaram com a Androginia doida e mitológica de Aristófanes. Estaríamos então fadados a procurar a nossa metade em outro ser. Esse Aristófanes era muito babaca. Como posso encontrar parte de mim noutra pessoa? Se sinto incompletude, tenho que procurar o que me falta em mim mesmo. Só eu posso conter a outra parte de mim. Claro que existem incompletudes de caráter hormonal e sexual. Isso é tesão. Não estou falando disso, estou tentando falar de encontro consigo próprio, autoconhecimento, construção do poder pessoal e de felicidade. Estou tentando falar de coisas mais permanentes e concretas que um orgasminho fugidio.
A história do ser humano independente da cultura, é uma busca incessante por alguma coisa. As pessoas nem sabem o que buscam, mas eu tenho certeza absoluta que procuram a si próprias. Procuram-se no amor romântico, nas religiões, nos amigos, no futebol, no poder, no trabalho, na procriação e em todos os demais atos exercidos no exterior de si mesmas.
O que é que adianta você dizer que encontrou Jesus? (Acho que Jesus já deve estar de saco cheio de ser encontrado por tanta gente, quando de fato ele ainda não encontrou ninguém.) Como você pode achar que achou alguma coisa ao  se deparar de forma abstrata e onírica com um ser estranho e mítico que viveu há mais de dois mil anos em lugar igualmente esquisito? Será que Jesus é a parte que faltava em você? Impossível. O que é que Jesus tem a ver verdadeiramente com o seu ser, com a sua história, com a sua intimidade, com a sua alma? Nunca entendi isso como encontro pessoal. Sempre vi esses encontros pseudo-espirituais como muletas confortáveis para se conseguir viver um pouco melhor. E quem fala de Jesus, também pode falar dos seus concorrentes, Buda, Maomé, Jeová, etc.
O trajeto para dentro de si mesmo é um trajeto muito alardeado. Todo mundo fala disso. As pessoas se empinam e alteram o tom de voz para falar no quão precioso é o que está dentro de nós, mas quase ninguém se dispõe de fato a fazer esse percurso. Pelo contrário, todos os movimentos humanos são para fora. Parece que tudo está fora. Realmente, tudo está fora menos você. Você está dentro. Não subestime a sua vida interior. Não jogue fora todas as coisas maravilhosas que você também pode se oferecer. Fora de você, só existe decepção, infortúnio e muitos problemas para resolver. Problemas que na sua grande maioria, foram criados pela sociedade em que você nasceu para estragar os seus belos dias no planeta lindo e azul.
Se você acha que não é bem assim, continue  se procurando nos outros e no mundo exterior. Tenho certeza que você não vai se encontrar. Em contrapartida, vai encontrar muito divertimento, muita futilidade, muito teatralidade, muito espetáculo inútil, muito conflito, muito maluco insano, muitos mercadores de ilusões, muitos mal-entendidos, muita cerveja e uma maneira formidável e única de matar o seu valioso tempo. E olha que eu não sou Guru.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O LADO POSITIVO DA FOFOCA

Novo estudo sugere que escutar fofocas boas ou ruins sobre os outros suscita autocrítica e pode revelar ameaças em potencial
A fofoca é difundida em nossa sociedade e a propensão para fofocar pode ser encontrada na esmagadora maioria das conversas cotidianas. Mas, por que as pessoas se interessam tanto em ouvir fofocas sobre as conquistas e os fracassos dos outros?
Pesquisadores da Universidade de Groningen, na Holanda, estudaram como fofocas positivas e negativas influenciam quem as escuta, especialmente em relação à avaliação que essas pessoas têm de si e dos outros. O estudo, publicado na revista científica Personality and Social Psychology Bulletin, apontou aspectos interessantes sobre essa característica tão marcante da interação social entre os seres humanos. Por exemplo: apesar de algumas consequências positivas, a fofoca é normalmente vista como destrutiva e negativa. No entanto, os resultados do estudo sugerem que ela pode ajudar as pessoas a se adaptarem a um determinado ambiente social, mostram, de maneira bem ilustrativa, como se tornar uma pessoa melhor e ainda revelam ameaças em potencial.
O estudo
O primeiro experimento conduzido pelos pesquisadores pediu aos participantes para lembrar um incidente em que escutaram uma fofoca positiva ou negativa sobre outra pessoa. Os participantes foram, então, solicitados a responder perguntas que mediam valores como aperfeiçoamento, autopromoção, e valor de autoproteção na informação recebida na fofoca. Os indivíduos que ouviram uma fofoca positiva tiveram escores altos no valor aperfeiçoamento. Os que escutaram uma fofoca negativa tiveram escores altos no valor de autopromoção. As fofocas negativas também aumentaram o valor de autoproteção.
"Por exemplo, ouvir fofocas positivas sobre os outros pode ser informativo, porque pode sugerir a quem escuta, formas de melhorar, de se tornar uma pessoa melhor", explicou a pesquisadora-chefe Elena Martinescu.
"Ouvir fofocas negativas pode ser lisonjeiro porque sugere que os outros (os alvos das fofocas) podem funcionar pior do que nós. No entanto, fofocas negativas também podem ser uma ameaça para o ego, porque sugerem um ambiente social maligno, em que qualquer um pode facilmente ser vítima de injustiças ou de tratamentos negativos."
Leia mais sobre fofoca
Fofocar faz bem (para o fofoqueiro)
Saiba como lidar com o fofoqueiro do seu trabalho
Os participantes de um segundo experimento foram solicitados a fingir que eram agentes de vendas e imaginar que escreviam a mão uma descrição do trabalho que lhes foi apresentado. Os participantes receberam fofocas negativas ou positivas sobre o desempenho de seus pares no trabalho. Este cenário incluía a manipulação de um objetivo a se conquistado com duas condições: na primeira a meta era cumprir a tarefa superando a performance dos outros e na segunda era dominar os conhecimentos e habilidades para cumprir a tarefa com maestria.
Resultados
Consistente com o primeiro estudo, a fofoca positiva suscitava mais auto-aperfeiçoamento em quem a escutava, ao passo que a fofoca negativa levantou preocupações relacionadas à autoproteção, gerando medo e ansiedade – as pessoas temiam se tornar alvos de fofocas negativas no futuro.
O segundo estudo mostrou que os indivíduos cujo objetivo era dominar a tarefa eram mais propensos a aprender com a fofoca positiva do que os que receberam como meta cumprir a tarefa superando o desempenho dos outros. O experimento apontou também que os indivíduos que perseguiram metas de desempenho se sentiram ameaçados pela fofoca positiva, pois o sucesso dos rivais se traduzia, para eles, em fracasso pessoal.
Também foram observadas diferenças de gênero entre homens e mulheres. "As mulheres que ouviram fofocas negativas experimentaram uma maior preocupação com a autoproteção, possivelmente por acreditarem que podem facilmente virar alvo de fofoca, enquanto os homens que escutaram fofocas positivas relataram sentir mais medo, talvez porque as comparações sociais com concorrentes soaram ameaçadoras e eles", disse Elena Martinescu.
Leia também: Como consertar o que falaram sobre você na internet
De acordo com os pesquisadores, a fofoca é crucial para a adaptação humana a seu meio social, pois fornece informações sobre comparações sociais indiretas, algo altamente valorizado por quem a escuta – fornece recursos essenciais para a auto-avaliação.
Em vez de eliminar a fofoca das interações sociais, Elena Martinescu e seus colegas sugerem que as pessoas devem “aceitá-la como uma parte natural da vida e recebê-la com uma atitude crítica em relação às consequências dela sobre nós mesmos e sobre os outros”.
“Escutar fofocas sobre os outros é uma valiosa fonte de conhecimento porque implicitamente nos obriga a fazer comparações entre nós mesmos, os autores e as pessoas sobre as quais se está fofocando. Isso é muito importante para o desenvolvimento humano”.

sábado, 25 de outubro de 2014

IMPRÓPRIO PARA CONSUMO

A SOLIDÃO IDEOLÓGICA
Penoso é aturar esse discurso viciado cheio de frases sem sentido que povoam as bocas e as mentes da maioria.
Nunca se consumiram tantas pessoas quanto agora. Os mesmos que inventaram os Shoppings Centers, criaram os Centros para consumo de humanos, Facebook, Instagram e outras Confusões Tecnológicas Organizadas. O consumo se faz por afinidades. Como no consumo de produtos e mercadorias, o descarte é frequente e rápido. Parece-me que as pessoas da modernidade líquida pretendem realizar o impossível, serem muito iguais e muito diferentes ao mesmo tempo. Piração muito braba! As visões de mundo são muito coincidentes. Teclar com um é quase como teclar com todos. Não há nada de muito novo sob o sol. Procura-se a felicidade exatamente onde ela não está. Mente-se para si e para os outros e na ilusão coletiva, são raros os que não acreditam nas mesmas baboseiras.
Se você destoa apresentando uma visão alternativa, é excluído. Se você não acreditar nesse deus inventado pelas religiões, se não acreditar no mito deletério do amor romântico, se não acreditar que a mulher é frágil, se se opuser à procriação como corolário e paradigma, se afirmar que o sexo masculino é sensível e muito sentimental, se constatar que as mulheres são muito sexualizadas e pragmáticas, se denunciar a ausência de valores, se discordar da excessiva importância atribuída ao físico e à aparência, se apontar os malefícios do gregarismo, se ousar achar que o ser humano é um projeto bioquímico e cultural desastroso e fracassado, se questionar comportamentos e posturas, você estará impróprio para o consumo e sujeito a uma solidão ideológica inevitável. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

ANOREXIA EMOCIONAL

Anorexia é o distúrbio alimentar que traz sérias complicações à saúde por causa da busca pela magreza excessiva. A palavra vem do grego "anorexia", que é formada por "A" - negativo - mais "orexis" - "apetite, desejo", o que significa a negação do desejo, do apetite.

Apesar de fazer referência à alimentação, a palavra vem sendo empregada também para definir um outro contexto: o das pessoas que têm extrema dificuldade de estabelecer vínculos afetivos, chegando a apresentar, inclusive, uma fobia social. E a classificação para isso, segundo especialistas, é "anorexia emocional".

As características desse tipo de problema costumam ser a extrema dificuldade da pessoa se envolver, dar e receber amor, afeto ou carinho. O termo anorexia emocional pode parecer bem estranho, a princípio, e não é uma doença reconhecida no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. Mas especialistas de diferentes áreas a classificam como uma desordem compulsiva em dar e receber que, neste caso, é o do afeto. Segundo Lygia Merini, psiquiatra com extensão em Pesquisa Clínica pela Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, o problema não é reconhecido pela medicina, mas tem sido utilizado habitualmente em textos não técnicos. E isso pode ser notado especialmente quando há trabalhos ligados a grupos de autoajuda, conhecidos como D.A.S.A. (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos).

"Quando falamos em anorexia emocional, falamos de indivíduos que se privam de forma patológica  das relações interpessoais, da formação de vínculos", ressalta Lygia. A anorexia emocional é como uma blindagem emocional. Ela evita criar vínculos afetivos, isolando-se em seus sentimentos por um medo paralisante de ser abandonado, criticado, não retribuído. Abster-se do prazer para evitar a dor. A nomenclatura anorexia emocional não é reconhecida como classificação diagnóstica pela psiquiatria, mas define bem uma desordem compulsiva em evitar o dar e receber.

No caso dos anoréxicos emocionais, a pessoa nega a nutrição social, emocional e sexual, analisa Triana Portal, psicoterapeuta e psicóloga clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Por sua vez, de acordo com o psicanalista especializado em relacionamentos amorosos e em mudança de hábitos, Sergio Savian, o termo é recente e vem sendo utilizado para definir pessoas que têm essa dificuldade para se relacionar amorosamente. "Alguns simplesmente se isolam, fugindo de qualquer contato. Já outros fazem um verdadeiro rodízio sexual e no final das contas, não estabelecem vínculo com ninguém.

Com o advento da internet e dos smartphones, a situação piora, pois muitas pessoas trocam o contato real pelo virtual. E isso nos coloca ainda mais afastados da emoção, analisa o psicanalista que também é autor dos livros "Manual do Êxtase e Amor" e "Sedução para a Mulher do Século XXI". As razões para essa anorexia emocional, aponta o psicólogo Thiago de Almeida, podem ser consequência de algum trauma sofrido na infância relacionado a sentimento, abandono ou mesmo ruptura. "Daí pode surgir essa insegurança, baixa autoestima, o medo de relacionar-se e não ser correspondido, ou ainda de ser abandonado", opina ele, que é especializado em dificuldades encontradas em relacionamentos amorosos como ciúme, infidelidade, timidez e sexualidade. "No entanto, é preciso, antes de mais nada, ressaltar o que diferencia um quadro de anorexia emocional de um caso de timidez quando o assunto são as relações amorosas. Isso porque a timidez é um padrão de comportamento no qual um indivíduo tem dificuldades de se expressar socialmente, mas acredita nas emoções e quer vivenciá-las. Muitas pessoas sentem-se atraídas por quem é tímido, existe até certo charme por trás da timidez. Já quem tem anorexia emocional também pode ser tímida, mas ao contrário dessas, não quer ou tem medo de se relacionar. Há de fato uma rejeição em demonstrar os sentimentos e evita-se vínculos emocionais", explica Thiago que também é autor dos livros "A arte da Paquera - Inspirações à realização afetiva", "Sexualidade, cinema e deficiência" e "Ciúme e suas consequências para os relacionamentos amorosos"
Adaptado do msn.com