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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

SOLIDÃO E LIBERDADE

" Quem não ama a solidão também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre."
Arthur Schopenhauer
É isso mesmo. E ainda há pessoas que não gostam de Schopenhauer. Não gostam porque não o conhecem. Baseiam-se nas falsas reputações. Aliás, todas as reputações são falsas.
Para a maioria que foi educada para depender, esta frase é indeglutível. No culto à dependência, não há lugar para a liberdade, muito menos para a felicidade. "Independência ou morte" não é uma boa frase para a nação brasileira, mas é uma excelente frase para qualquer pessoa.
Jesus impressiona pela sua retórica. Uma frase que me impressiona do Jesus é:" Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." A verdade do Cristo não me interessa, mas a verdade é sempre libertadora, nisso ele tem razão.
Para quem foi treinado para olhar sempre pra fora, esta frase não faz sentido. A grande maioria espera  que tudo venha de fora. Só estão atentos aos movimentos exteriores. Nunca foram educados para introjetar, para se ensimesmar. A cultura oriental favorece muito mais a introjeção. Esta frase dita por um ocidental destoa do padrão de pensamento em vigor há séculos. A humanidade só quer fugir de si mesma e da sua condição e isso não traz bem-estar nenhum. É um caminho perverso e estúpido. Quase todos são fugitivos de si mesmos.
Procuram refúgio na família, na religião, nos amigos, nos negócios, no poder, nas drogas lícitas e ilícitas, nos amores e não conseguem porra nenhuma. Continuam infelizes. Esse folclore cultural de amigos e amores e coisas que tais é uma mentira do cacete.
A verdade é assim: aceite que você é só e se vire da melhor maneira. Continue sorrindo para os outros. Mantenha a convivência mas saiba que eles não passam de moscas sobre a sua angústia. Eles não servem para promover a sua felicidade. Eu não estou realizando um exercício de egocentrismo, eu estou lhe apresentando a única solução existencial segura, confiável e duradoura. Procure refúgio em si mesmo. Para isso, faça-se forte.
Eu não quero fugir de mim mesmo apostando em coisas exógenas. Eu quero ficar cada vez mais concentrado em mim, na minha história, nas minhas experiências e no meu aprendizado. Não me interesso mais pelo que os outros dizem e fazem; é irrelevante pra caralho. Eu quero é saber de mim. E não é por ser um grande egoísta que ajo assim. Eu porque cansei de blá blá blá e lero lero.

sábado, 17 de janeiro de 2015

COMER OU NÃO COMER, EIS A QUESTÃO


"Os romanos agregaram o prefixo "com-" (juntos), por entender que comer é um ato que se pratica preferentemente junto com outras pessoas e a desinência verbal, que no infinitivo era "edere". Formou-se assim o vocábulo "comedere", que nas línguas romances ibéricas foi perdendo a raiz indoeuropéia "ed" e converteu-se primeiro em "comere" e logo em "comer", não só em português como também em castelhano, em galego e em catalão." ( Hoje, contrariamos a origem da palavra. A maioria come só e apressadamente. Não sabemos mais comer ou o Sistema não nos deixa nem comer em paz.)
 O NOVO HAMLET
Há teóricos americanos (e esta tese só poderia ser americana; os mais problemáticos comedores) que defendem a tese segundo a qual o grande objetivo da vida de qualquer ser vivo, inclusive dos humanos, é comer. Para eles, trabalhamos, criamos e vivemos para comer. Comer é a grande razão de viver.
Atualmente comer é um dos maiores tormentos da humanidade. Comer tornou-se um problema muito complexo com múltiplas variáveis. A quantidade de transtornos ligados ao ato de comer, assusta. (Nem vou falar do sobrepeso que atinge bilhões de pessoas.) A obesidade mórbida, a anorexia nervosa, a  bulimia, a ortorexia e a  ebriorexia são alguns dos transtornos já catalogados pela controversa DSM5.
Talvez você nunca tenha ouvido falar de Ortorexia e Ebriorexia. A Ortorexia, caracteriza-se por uma excessiva seleção de alimentos, o que leva a pessoa vítima deste transtorno a não comer quase nada. Já a Ebriorexia, comum entre adolescentes, é a primazia do álcool em detrimento da alimentação. A adolescente, a grande maioria é de mulheres, bebe sem controle e não se alimenta. O objetivo final é ficar magra. 
Os transtornos alimentares que atingem principalmente mulheres estão intimamente ligados à aceitação sexual e social. Comer tornou-se um ato complexíssimo  que não cumpre mais a função nutricional. O comer está a serviço da beleza física, do poder de sedução e é fruto do excessivo culto ao corpo.
Comer é uma forma corriqueira de compensação emocional e busca de prazer fácil, pois trata-se de uma sociedade autômata que só sabe trepar, comer, comprar, trabalhar, acumular, se drogar, dormir mal e se exibir no Face.
Os mais novos esqueceram que isto aqui não é nenhum Shangri-lá. Acham que podem gozar sem limites negando o sofrimento que por vezes é essencial. Falta disciplina e respeito.
Na busca pela aceitação dos outros, muita gente morre por não comer ou por comer demais. Os adolescentes e os adultos jovens são as vítimas preferidas da publicidade e da visão de mundo imposta pela maioria. O que você ainda não assimilou é que os Outros podem te matar. Para tanto, basta que você siga as práticas culturais que estão na moda. O cigarro matou bilhões de pessoas porque estava na moda e era bonito. Milhões de pessoas morreram porque o bronzeado é lindo e sensual. A publicidade fomentadora de modismos é genocida em potencial. Na medida do possível, livre-se dos outros. Com certeza que há gente a mais na sua rede social.
Quando ouço certos diálogos que só valorizam a estampa e a carcaça, tenho vontade de intervir, mas acabo ficando apenas à beira da náusea. Resigno-me com as gargalhadas que vou dar quando a tatuagem sair de moda e as gordurinhas localizadas forem consideradas imprescindíveis à boa saúde por essa medicina suspeita que nos domina.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

OS RESTOS

São muito poucos os que aprenderam a nutrir-se emocionalmente por conta própria. Na inóspita vida gregária, contentamo-nos com os restos dos sentimentos e das emoções que os outros nos concedem a duras penas e chamamos isso de amor e amizade. Recuso-me a chamar de amor e amizade essa troca sórdida de interesses que passa pela chantagem, pela ameaça, pela trapaça e pela dependência
Quando mais jovens até chegamos a pensar que temos uma importância real para os outros, próximos ou distantes, mas é pura ingenuidade.
Quem teve a coragem de amadurecer, já descobriu que os outros, próximos ou distantes, primeiro se empanturram de si próprios, depois, jogam no chão as migalhas do melhor dos seus íntimos para que nós como hienas civilizadas, recolhamos às lambidas, o que sobrou do fausto banquete egocêntrico. E ainda creditamos esta miséria grupal  a uma certa grandeza d'alma. Não faltam adjetivos e substantivos para qualificar e nomear esta desgraça: amor, amizade, generosidade, solidariedade, etc. Vivemos das sobras, pobres hienas tecnológicas!
Eu quero muito mais. Se é para doar que se doe de verdade.

domingo, 11 de janeiro de 2015

AS TEO-DEPENDÊNCIAS

Noventa por cento dos habitantes deste planetinha são fruto de falha contraceptiva. O que é inadmissível, considerando-se a explosão demográfica. Se eu tivesse cometido alguma falha contraceptiva e do meu erro resultasse um ser humano, a primeira coisa que eu diria à vítima inocente, seria:- Foi mal. Desculpa o mau jeito.
Ninguém aceitaria vir para este planetinha infernal. Ninguém. Conhecendo os fatos e as características desta bola linda e maravilhosa com 7 bilhões de loucos alucinados andando e correndo sobre ela, ninguém aceitaria vir para cá. Senão vejamos os fatos:
Dilma, Obama, bispo Macedo, Fausto Silva, Estado Islâmico, o pessoal do Maomé e suas metralhadoras mortíferas, os Capitalistas Desalmados, os ladrões do petróleo, Brasília, o Ebola e o Heszbollah, a Coréia do Norte, os lugares comuns como "Crescei e multiplicai-vos", os papos metereológicos de segunda-feira, os Aiatolás e o retorno à Idade Média, os Talibãs e a loucura armada, Silas Malafaia e Marcos Feliciano, o comunismo retardado de Cuba, o Putin puto com o Gorbachev, os impostos brasileiros, os malucos do politicamente correto, a hipocrisia e o moralismo protestante, o festival de milagres, o Pelé que não dá bola pra nada nem pra teste de DNA, o Roberto Carlos, agora musculoso que nem ele acredita no amor arruinado que canta, a falta de seriedade dos católicos, a amputação do clitóris pelo pessoal de Maomé, a mentira como corolário, os Workaholics e a incapacidade de relaxar, os pastores evangélicos, a cura gay, os viciados em cerveja, futebol e vulva,  o assassinato do senso de humor, Otávio Mesquita, rei da televisão, João Kléber, star da infidelidade, o BBB19, o cantareira,  a falta d'água e o preço da energia elétrica. Ufa! Cansei! Sabendo disto e de algumas coisas mais, ninguém viria para esta bola doidona.
Para as vítimas da falha contraceptiva, existe um Kit de boas vindas que as espera junto com os recepcionistas planetários, papai e mamãe. Não é lindo?! Papai e mamãe que já integram a loucura geral há muitos anos, não se conformaram com o non-sens da existência e durante décadas foram doutrinados e tiveram os seus cérebros esfregados e lavados com os mantras estapafúrdios que fazem parte do KIT. 
O Kit de boas vindas que compõe o Mega kit educacional tem no seu bojo um elemento crucial: Deus. Ao inventarem Deus e lhe atribuírem mil qualidades e poderes, os Megakiteiros têm argumentos fantasiosos para dar algum sentido à vida do pobre bebê. E o bebê cresce ouvindo esse blá blá blá interminável sobre a divindade única e fica muito confuso, a verdade é essa.
De tanto ser obrigado a ouvir os devaneios dos Megakiteiros, a criança começa a ficar viciada  nas pretensas maravilhas de Jeová. Ninguém fala dessa dependência. Só se fala de crack. Claro que o crack é mais nocivo, mas ser viciado em Jeová não é uma coisa positiva. A história está aí para provar que se trata de um vicío muito perigoso. 
O Jeová consegue dar algum sentido a este manicômio cósmico, mas há muitos efeitos adversos e colaterais. Então, se você não puder evitar, por favor,  Deus só com muita moderação.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A FESTA PROCRIATIVA

Acho impossível que na fila do supermercado, do banco ou qualquer outra, neste calor insuportável, você não pense que dois terços daquele pessoal podia ter sido evitado. E os pais daquele gente toda teriam gozado na mesma. Ou será que não?
Será que só eu acho que as relações sexuais quando inevitáveis pela força hercúlea dos hormônios podem redundar em simples orgasmos gratuitos? Será que os orgasmos têm que vir acompanhados de um pobre bebê? Bebê não é boneca pra brincar; é um ser humano digno de muito respeito e que vai acabar se ferrando neste planeta.
Quando você pega o metrô entupido de gente, sem espaço para respirar, você ainda pensa em fazer mais um filhinho? Não chega? Esse que você já fez não serve para te divertir e para dar um sentido à tua vidinha? Têm que ser dois, três, cinco?
Por favor, trepe sem deixar tantos vestígios.

O CORPO COMO CAPITAL

Só investe no corpo quem é muito infantil. É coisa de quem ainda não sabe investir. É coisa de jovem burro. Eu também, quando era muito burro e muito jovem, fiz alguns investimentos no corpo. E olhando para o meu corpo agora, algumas décadas depois, me alegro por não ter insistido muito nesse investimento. Se tivesse insistido, estaria em situação pré-falimentar. (Todo o corpo um dia vai à falência.) Não que o meu corpo seja uma monstruosidade, muito pelo contrário, mas levando em consideração a cartilha de quem investe no corpo pra valer, o meu corpo não dá mais dividendos. O meu corpo virou um grande fracasso. Aliás, todos os corpos são grandes fracassos anunciados. Não é por aí meu amigo.
Se você é muito jovem e um pouco inteligente, diversifique os seus investimentos. A beleza do corpo é admirável, mas não dá para levar muito a sério. Eu juro que nunca me enamorei de uma estátua. O que  pode encantar é o movimento da forma. A forma em si não desperta melhores sentimentos. Desperta outras coisas como libido e tesão e mais nada. Basear a sua vida numa trepada interminável, não me parece um estratégia interessante. A história da humanidade pode ser resumida numa frase: "Condenados a gozar e o que é muito pior, a procriar."
Quando as pessoas descobrirem que sexo é só um grande engodo, aí podemos até pensar em ser felizes. Antes dessa descoberta é só escravidão e pouco mais. Se você conseguir abstrair e incorporar a ideia de que sexo é um comando hormonal poderoso e que você é muito mais que isso, você terá chegado a um terreno propício para a liberdade. Antes disso, o que você denomina liberdade sexual é escravidão muito próxima da escravidão dos hebreus. A humanidade adora uma escravidão. Os escravos das Academias ainda não conseguiram olhar para dentro de si próprios. Só olham pra fora. E quem olha pra fora não se vê com exatidão, só vê os Outros e é escravo das convenções e das ideias estranhas e injustas que os outros inventaram.
Então, grande musculoso, belo corpo, bela figura, saiba que também existem outros tipos de beleza. E se  o seu negócio é beleza e tesão, saiba que também há vida feliz fora dessa sua prisão. E continue malhando; a Academia é deve ser um pouco melhor de Bangú dois.
P.S.- Entendo perfeitamente que os jovens invistam no corpo como  promoção pessoal a curto e médio prazo. O que eu não entendo é velho e principalmente velha coroca que continua investindo na merda do corpo. Isso, eu nunca vou entender. É estupidez demais para os meus pobres neurônios. Chegar aos 50 anos e continuar reivindicando a juventude como único valor supremo é uma lástima.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A CERVEJA E A LIBIDO

La Muse Verte - Albert Maigan - 1895
"A musa verde" era o nome poético que se dava
ao absinto consumido na época 
Nunca consegui entender muito bem o que é que tantas mulheres semi-nuas fazem nas propagandas  de cerveja. A Ambev, esse gigante capitalista sem muitos escrúpulos, pretende insinuar que a cerveja aguça o apetite sexual. Não aguça não. Álcool não aumenta a libido. Pelo contrário, álcool acaba com a libido. Um pouco de álcool descontrai, relaxa e favorece a aproximação sexual e só, acabou. Um pouco. Então viciados em orgasmos de plantão, é melhor  parar de beber. (O orgasmo é o maior vício mais ou menos secreto da humanidade.)
O cúmulo do cinismo é que depois de feita a propaganda extremamente enganosa, dizem:- " Beba com moderação." Nestes tempos  de EXCESSO e de exagero, quem bebe com moderação? Quem? Quem? Hoje, beber é motivo de orgulho para essa gurizada que anda por aí. Nos anos 60,70 e 80, a moda era fumar. Hoje é beber muito até cair. Ouço alguns idiotas dizerem:-" Bebi muiittto!"
Uma maneira de coibir a auto-destruição hepática é falar de impotência e de baixa libido. Nas campanhas anti-tabaco, funcionou. Eu não sou moralista. Muito pelo contrário. Façam dos vossos fígados, dos vossos cérebros e das vossas genitálias e periferias, o que quiserem. O que eu não suporto é a Ambev enganando os incautos.
Cerveja que é uma bebida alcoólica, por incrível que pareça, não combina com mulheres nuas e sexo. Sexo vicia, mas álcool vicia mais ainda e é muito mais deletério. A mensagem das marcas de cerveja que se multiplicam a cada dia que passa, é absolutamente falsa. Nunca vimos tanta marca de cerveja. Nos anos setenta e oitenta criava-se uma nova marca de cigarros por mês. Daqui a duas décadas vão fazer campanhas terroristas contra o álcool como agora fazem contra o cigarro. Sou contra o cigarro e também sou contra o terrorismo que é feito contra os fumantes. Terrorismo, nunca. Parafraseando Che," Hay que combatir, pero terrorismo jamás."
Se vocês acham que eu sou um chato e sou do contra, leiam o artigo a seguir e concluam vocês mesmos que querem acabar com o tesão e promover os brochas à categoria de garanhões.

Álcool, drogas e função sexual: uma revisão. Alcohol, drugs and sexual function: a review.

Jordon Peugh
Steven Belenko
National Center on Addiction and Substance Abuse ~ Columbia University (New York)

Journal of Psychoactive Drugs 2001; 33(3): 223-33.

A visão das drogas como afrodisíacos sempre esteve presente no imaginário popular. No entanto, as conexões entre álcool, drogas e função sexual são mais complexas. As substâncias psicoativas podem afetar a função sexual a partir da alteração de neurotransmissores (especialmente a serotonina, noradrenalina e dopamina); pela ação direta ou indireta na liberação de hormônios capazes de aumentar a libido (testosterona, progesterona e estrógeno); ou por atuarem diretamente sobre o fluxo sanguíneo ou outros mecanismos fisiológicos dos órgãos sexuais.
Por outro lado, as reações humanas a tais alterações são complexas e influenciadas por fatores psicológicos e sociais. Isso torna difícil a quantificação do papel específico das substâncias sobre a função sexual. No presente artigo, os autores revisaram a literatura trabalhos acerca do tema e os apresentaram seus achados divididos por substância psicoativa, levando em consideração seus efeitos agudos e crônicos.
Álcool
O consumo difundido do álcool em nosso meio fez deste a substância mais estudada quanto a sua ação no desempenho sexual. Seu consumo sempre esteve associado à facilitação do comportamento e do desejo sexual. Simultaneamente, é considerado prejudicial à potência e ao desempenho sexual. Já foi sugerida que a ação depressora do sistema nervoso central causada pelo álcool contribui, direta ou indiretamente, para a disfunção da ereção, redução da secreção vaginal, redução do desempenho sexual e outras disfunções sexuais.

Homens
Em doses diminutas, o álcool possui discreta ou nenhuma ação sobre a função sexual masculina. O desejo sexual pode aumentar quando se utilizam baixas doses da substância. Doses elevadas, no entanto, prejudicam a ereção, interferem na ejaculação e causam redução do desejo sexual (libido). Além disso, as expectativas, os estímulos externos e as relações interpessoais também afetam a função sexual e interferem nos resultados observados.

O consumo crônico e prolongado, no entanto, prejudica todos os aspectos da função sexual masculina, em especial a ereção (quadro 1). Disfunções sexuais chegam a atingir mais de 80% dos dependentes de álcool.

Quadro 1: Principais complicações sexuais entre os usuários crônicos de álcool do sexo masculino.
·  Piora da ereção (tempo e intensidade)
·  Redução dos níveis de testosterona
·  Redução no número de espermatozóides
·  Piora nos testes de desempenho


Apesar de tais alterações mostrarem-se em parte reversíveis após a abstinência, queixas de disfunção sexuais podem persistir. Pode haver piora da função erétil, em decorrência de lesões neurológicas, prejudicando-a definitivamente. Além disso, o surgimento de complicações, tais como depressão ou a piora do relacionamento conjugal ao longo dos anos, também afetam diretamente a função sexual masculina, tornando difícil isolar o papel exclusivo do álcool sobre esse assunto.
Mulheres
Muitas mulheres afirmam que o álcool aumenta seu prazer sexual. Por outro lado, estudos com marcadores fisiológicos apontam para o sentido aposto, isto é, quanto maior a quantidade de álcool, menor o prazer sexual e a capacidade de atingir o orgasmo.

Há algumas explicações para tal contradição: [1] o impacto da desinibição desencadeada pelo consumo, [2] a interpretação das modificações corporais induzidas pelo álcool como aumento do prazer sexual, [3] a influência das expectativas acerca dos efeitos do álcool, [4] mensuração inadequada dos marcadores fisiológicos do prazer sexual.

O consumo crônico de álcool traz às mulheres disfunções sexuais e problemas ginecológicos. A disfunção sexual, por seu turno, também pode ser uma possível causa de alcoolismo entre elas. Dado a noção cultural de que o álcool aumenta o prazer, mulheres com disfunção sexual freqüentemente buscam no álcool uma forma de sanar tais deficiências.

Quadro 2: Principais complicações sexuais entre os usuários crônicos de álcool do sexo feminino.
·  Inexistência de orgasmo
·  Piora da lubrificação vaginal
·  Intercurso sexual doloroso



quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

EGOS EMBRIAGADOS

Já se foi a época em que  se falava de Egos inflados. Convivi quase harmoniosamente com gente arrogante durante décadas. O Ego inflado, agora, não está apenas inflado, está completamente bêbado. Um Ego inflado já perde o seu senso de orientação. Imagina um Ego totalmente mamado! É dose, Véio!
Vivemos a era dos Egos ébrios, ébrios de si mesmos e entropecidos por si próprios. Nunca vi tanta gente tão susceptível e orgulhosa. Acontece que a bebebeira do Ego também não é uma boa solução existencial para se chegar à felicidade. Sempre falo em felicidade. Não é repetição. Felicidade é a ÚNICA coisa que me interessa verdadeiramente. O resto é acessório e correlado e eu não valorizo. E garanto-lhes que é possível ser feliz no inferno. Há pessoas que dizem que a vida é bela e que tudo é lindo e são extremamente infelizes. Pessoas com visões romantizadas do mundo nunca serão felizes. Eu, é o contrário, acho que a vida é uma agressão estúpida, desnecessária e perfeitamente evitável e sou feliz.
Voltando aos do Ego bêbado, eles inauguram uma nova forma de autismo; um autismo sofisticado mas que no final das contas compromete a visão da realidade e o relacionamento social tanto quanto o Transtorno de Espectro Autista. É duro relacionar-se com uma pessoa que não te vê. E não faltam neste mundo pessoas que não nos veem. Este mundo está repleto de pessoas que só veem o que lhes interessa ver; o que contribui para a manutenção da sua loucura muito pessoal e do seu autismo. É deprimente falar com uma pessoa que não presta atenção na tua presença, na tua existência, na tua pessoa. Com essas novas tecnologias este mundo virou o paraíso de autistas. Ou as pessoas te respeitam minimamente notando a importância da tua presença ou prefere a solidão que não é tão ruim quanto dizem por aí.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

SÓ PARA QUEM QUER SER FELIZ

POR ONDE A FELICIDADE PODE TRANSITAR
Nesta digressão sobre a Felicidade baseio-me em três pensamentos de diferentes autores. Tenha a paciência de ler.
1- "As pessoas se esquecem sempre que a felicidade humana é uma disposição da mente e não uma condição das circunstâncias".
John Locke

2-
3-

John Locke é um filósofo inglês que morreu no início do século dezoito. Jung, todo mundo conhece, eu suponho e Albert Guinon é um dramaturgo francês falecido em 1923. Guinon é muito conhecido pelos seus aforismos.
Seguindo a ordem, a felicidade é uma construção mental, é uma maneira de pensar. Pouco tem a ver com as coisas exteriores. Estou falando em Felicidade como aquisição definitiva. Não estou falando em excitação, contentamento, alegria, tesão, nada disso. Aliás, 75 por cento da população mundial é muito infeliz. Claro que esta estatística não é oficial. Este dado é fruto da minha observação de cerca de meio século. As estatísticas oficiais apenas reproduzem o que as pessoas dizem e as pessoas mentem ou dizem que são felizes porque seria muito complicado dizer que se é infeliz. Dizer que se é feliz é mais ou menos como dizer: -"Tudo bem." 
Mas se o cara estiver na miséria pode ser feliz?  O que está comprovado pela O.N.U. é que o indivíduo precisa de um mínimo material para ter bem-estar. Eles nem ousam utilizar a palavra felicidade, mas bem-estar. Então o mínimo são 10 mil dólares anuais. O que não significa que o cara que ganhe 11 mil dólares anuais seja mais feliz que o que ganha 10 mil. Trata-se do mínimo. ( Dez mil dólares é uma estimativa muito imprecisa que pode variar muito de país para país.) 
Locke desloca o foco para o interior quando sabemos que a maioria das pessoas fica esperando que a felicidade aconteça por razões exteriores. Essa postura mental não favorece nem o pouco a felicidade. Então a felicidade é construída por você, por mais ninguém. É obra sua. Não delegue responsabilidades, não seja infantil e preguiçoso. E para resolver o seu instinto gregário que é genético, basta-te uma pessoa. Você não precisa de uma multidão.
A frase de Jung é genial. Não tenho muito a comentar. Ela é excessivamente eloquente. A frase de Jung abraça a frase de Locke na medida em que remete e concentra a felicidade no interior da pessoa. Ao ler este texto, tente vivenciar e interiorizar o que eu estou dizendo. Caso contrário, não vale a pena. Procure sentir o que eu estou dizendo. Acabe com o vício da repetição. Repetição de frases, comportamentos e atitudes. Pare com isso. Você não é um orangotango.
O maior problema da humanidade é que as pessoas estão dormindo. E não querem ser despertadas. Eu por exemplo, faço muito barulho no intuito de despertar as pessoas. Se muitas pessoas estiverem despertas, eu terei muitos amigos. O difícil para mim é estabelecer uma relacão humana com alguém que dorme indecentemente na minha frente. Os valores confusos da sociedade baseados na religião e na tradição e os milhões de mitos que povoam os cérebros, fazem as pessoas roncar vergonhosamente. Aqui cabe uma frase do Che Guevara: " Quien abrio los ojos, no volvera a dormir tranquilo." Che abraça Locke e Jung e ainda há um outro que beija os anteriores, é José Saramago em " Ensaio sobre a Cegueira."
Por último, temos o Guinon que também traz a responsabilidade da felicidade à pessoa. Com certeza absoluta que a felicidade não vem dos outros. Você ainda não percebeu que as pessoas não estão nem aí p'ra você? Não? Preste mais atenção. Você só é interessante para o outro quando o outro pode extraír de você alguma coisa nem que seja o seu sêmen
A grande maioria das pessoas que conheço, vive tentando compensar a completa infelicidade tendo crises de alegria que como é óbvio não duram. Compram, casam-se, procuram pessoas como quem caça porque ainda não aceitaram que são sós, viajam com muita frequência, mudam de cidade, frequentam baladas e mais baladas, acumulam muito dinheiro, buscam desesperadamente promoções no trabalho, rendem-se aos ditames da vida familiar e nada disso as faz felizes. A perspectiva está incorreta a meu ver.
Se você não tiver coragem de mudar e a palavra chave é coragem, você não passa daí onde você já está. Covardes que repetem a vida inteira a mesma visão de mundo nunca serão felizes. O aparente conforto de pensar como todo mundo não faz com que você trilhe o caminho da felicidade. A coragem para suportar o preconceito que existe contra quem vê as coisas de maneira diferente é o segredo.
Então, tente seguir  esta prosaica sugestão de atalho e seja feliz.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

COMO FOI DE NATAL?

Como se não bastasse o circo armado nos cinco continentes para comemorar não sei o quê, ainda temos que tentar responder a esta pergunta estranha e irrespondível. Como foi de Natal? Em geral, eu respondo: - Eu fui de Ônibus. Eu não fui de Natal. 
É duro ouvir esta humanidade que nem sabe falar a sua própria língua. Conhecer a língua materna é obrigação inarredável, apesar do sistema educacional de merda e dos linguistas permissivos e desvairados.
O Natal só é bom porque a gente não trabalha e pode meditar em casa no ar condicionado. No mais, é uma presepada gastrônomica fora do contexto geográfico. É uma palhaçada mística que só agrava as compulsividades consumistas. É a exaltação de uma espiritualidade de araque que não convence nem mesmo o babaca mais fanático.
O Natal dos trópicos vale pelo feriadão, pela ausência de neve e de geada e pelas temperaturas acima de zero. No mais...
Aliás, como passou o Natal? Se perguntarem assim, eu aindo posso responder com um monossílabo.  Mas, como foi de Natal? Além de ser um atentado terrorista à frase, é sádico e ofensivo. Há mais de cinquenta anos que escuto esta pergunta e até hoje não sei em que língua ela é formulada. A propósito, o nível das perguntas que os outros nos fazem é de sentar e chorar à beira do mesmo rio em que Paulo Coelho chorou um dia. É cada pergunta! Por que não fazem perguntas mais relevantes do tipo:
-  Está pensando em se suicidar?
- Como está conseguindo suportar a humanidade nesta sexta-feira?
- Em que patamar se encontra a sua indignação diante dos ladrões que roubam tudo em todo este país?
- E o teu chefe também está roubando?
- Você não acha que o Lula deveria operar as cataratas?
- Que soluções encontrou para a desgraça da condição humana?
- E a tua namorada ejacula ou tem orgasmos múltiplos?
- Como você acha que está se sentindo Che Guevara na sua tumba marxista e revolucionária diante desta amizade absconsa entre Cuba e os imperialistas?
É muito melhor que: - Você acha mesmo que vai chover hoje? ou - Papai Noel já visitou você neste Natal? ou - Tu viu aquele pênalti? P.Q.P.!