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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Felicidade obscena

Uma proposta indecente
Há exatos 3 anos e em cerca de 530 postagens, venho propondo o que quase ninguém quer escutar. Nem chega a se tratar de uma pregação no deserto porque eu não sou gurú nem profeta e transito no asfalto e na explosão demográfica. Portanto é muito pior que isso.
Eu afirmo a possibilidade de uma felicidade definitiva e isso soa com insanidade e absurdo. Pois não é.
O ser humano vive, para sempre parecer o que não é. Este é o corolário da existência. Tudo o que é projetado como FUGA da condição humana tem bilhões de seguidores. Eu tenho muito poucos leitores porque não os considero seguidores. Assusta-me a ideia de seguir ou ser seguido por alguém ou por alguma coisa. É uma questão muito pessoal.
O ser humano em qualquer latitude é um fugitivo de si mesmo por excelência. E tudo à sua volta conspira para facilitar a sua fuga. Desgraçamente não há nada que estimule a reflexão e a introspecção para coibir de alguma forma, essa fuga em massa de si próprio.
O que denominam felicidade, inscreve-se neste contexto de evasão. Pretende-se que só há felicidade  no caminho da fuga. Tudo favorece a fuga: a religião, o futebol, a procriação, o trabalho, a criação, as frivolidades, o sexo, as drogas lícitas e ilícitas, a política, o poder, as viagens compulsivas, os modismos, a publicidade, o casamento, etc, etc.
Para mim, fuga e felicidade são incompatíveis. O que se consegue com as fugas é outra coisa. Em geral, as pessoas ficam excitadas, contentes, alegres, motivadas, entusiasmadas, sentindo muito prazer, mas isso está muito aquém do meu conceito de felicidade. 
A minha felicidade se exerce nos limites estritos da condição humana e da metafísica. Eu sou feliz "apesar de" e nunca "porque".
A minha felicidade é fruto da minha lucidez  e não da minha alienação. Com muita frequência se associa alienação à felicidade. A felicidade que é fruto da alienação, da ignorância e da cegueira não é digna desse nome. Consultem os dicionários, por favor. 
Felicidade para mim, é concentração. Para a maioria, é dispersão. Nunca consegui ser feliz, disperso e fragmentado de mil maneiras. Nunca consegui ser feliz, diluído na massa e confundido com os outros. A minha felicidade está intrínsecamente ligada à minha identidade, à minha visão de mundo, ao reconhecimento  de quem verdadeiramente habita o meu âmago e à sintonia com esse antigo morador. 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Seria cômico se não fosse trágico

Além de criar uma série de palavras complicadas e oferecer indenizações milionárias para pessoas que se sentirem ofendidas, esse comportamento tornou-se muito "útil" para desenvolver redações, monografias ou qualquer outro trabalho acadêmico. O politicamente correto, troca palavras simples, claras e curtas por termos longos, rebuscados e obscuros.
Toda pessoa que usar uma linguagem politicamente correta pode passar por sábia diante dos amigos; muitos deles nem irão entender o que ela diz. O politicamente correto é excelente para pessoas que não querem se comunicar com as outras.
Vale lembrar que cada lugar possui seu próprio politicamente correto, por exemplo: em uma academia você pode falar mal dos fast-foods e dos gordos(ou não), mas em uma lanchonete não.
Trocando em miúdos, o politicamente correto nada mais é do que um meio de falar com os  que têm alguma forma de poder sem que eles se irritem muito com você. E em sociedade, todos pretendem ter e  têm alguma forma de poder sobre nós.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Crimes e fobias

Por usar palavras e expressões muito brandas, poucos se dão conta do horror do politicamente correto. Tenho a impressão que fui despejado na Idade Média sem direito a advogado. Cheguei ao futuro da época medieval. Senão vejamos.
O objetivo fundamental e subliminar é acabar com a individualidade, a diferença e a opinião. Não podemos mais dizer que não há mais crimes de opinião. Hoje, a opinião voltou a fazer parte da lista de crimes.
Se você não gosta de alguma coisa e isso me parece bastante legítimo, você é fóbico. E se for considerado fóbico, como a fobia passou do âmbito da psicologia para esfera criminal, você vai ser punido porque não gostar do que todo mundo diz gostar, é crime. No fundo, como a vida é um teatro e uma grande palhaçada, são poucos os que acreditam verdadeiramente no que dizem, mas para não ferir uma humanidade que de repente ficou  extremamente sensível a tudo, o cara mente desbragadamente e tem o apoio de todos.
Em outras palavras, somos estimulados pelo sistema vigente a mentir. Claro que a mentira sempre foi muito sexy e a sociedade só existe porque se mente demais. A diferença é  que a mentira nem sempre foi tão descaradamente admitida. Houve épocas em que a mentira era reprovada. Atualmente, quem pode ser politicamente correto se não for um grande mentiroso? Como todos podem gostar e apoiar as mesmas coisas? Como?
Trata-se de uma estratégia nojenta, urdida para controlar todo mundo sem grande esforço. 
Se você não gostar do seu porteiro e disser isso publicamente, podem acusá-lo de ser porteirofóbico e aí você está completamente ferrado. 
E ouvirá com certeza frases do tipo:
- Mas todo mundo gosta muito do José. Por que você não gosta do José? Ele é um excelente porteiro, fique você sabendo, etc, etc, etc.
As preferências pessoais passaram a ser classificadas como fobia. Se você não gostar muito do seu vizinho, podem rotulá-lo de propínquofóbico, limitrofóbico ou adjacentofóbico. Ao ouvir um palavrão deste quilate, você pode ser levado a crer que todos têm razão. Você é mesmo um propínquofóbico porque esta terminologia é científica, comprovada e procedente. Se não gostar de tatuagens, podem acusá-lo de ser um terrível tamborilofóbico. E aí, você passa a ser um temível monstro urbano e será apontado como grande incitador do ódio.
Cuidado! Vivemos uma das piores ditaduras de que se tem notícia. Somos vítimas ingênuas da mais insidiosa e sutil forma de dominação, embora  tudo pareça muito apropriado, correto, asséptico, saudável e maravilhoso.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Condenados ao silêncio


Muito provavelmente, a maioria de nós já foi enganada pelo politicamente correto. O termo é bonito, soa bem, parece polido, cheio de virtude, digno de ser aprendido e posto em prática. Com o tempo, no entanto, aprendemos que se trata de um embuste, mais uma daquelas novas expressões incluídas em nosso vocabulário para confundir e dar aparência de virtuoso àquilo que é vil, frívolo e indecoroso; roupagem fina para grosseria, ou um lobo em pele de cordeiro. Trata-se, na verdade, da pior ditadura que pode vir a existir: aquela em que os súditos se encarregam de subverter e subjugar os seus próprios comuns ao jugo de um poder tirano.
Essa é a realidade da sociedade contemporânea. Quando conversamos, dialogamos ou expressamos nossas ideias, fazemos o tempo todo como que pisando em ovos. As pessoas tornaram-se extremamente sensíveis a qualquer objeção ou ideia que venham a lhes desagradar. As palavras devem ser cuidadosamente escolhidas, e é preciso ter certeza que ninguém se sentirá ofendido com o que será dito.
O politicamente correto é a versão real da novilíngua, idealizada pelo governo autoritário do livro de ficção “1984”, de George Orwell.* A novilíngua não nascia naturalmente como expressão da cultura e acúmulo de conhecimento do povo, mas pela condensação e remoção dos vocábulos e de seus significados, a fim de limitar o pensamento. Simplesmente não pode estar no universo das pessoas algo que elas não têm palavras para dar sentido pleno. Controlando, portanto, a linguagem, os governantes controlavam os pensamentos e qualquer oposição que pudesse surgir de novas ideias. Logo, não era preciso se preocupar em proibir a menção de coisas, pessoas, ou situações. Bastava diminuir o escopo de construção racional sobre elas.
Da mesma maneira, o politicamente correto quer sugerir verbetes que nos imponham um pedido de autorização para falar sobre determinados assuntos, tornando imoral o uso de sinônimos diversos. Começa-se com coisas simples, aparentemente sem consequências importantes: o aleijado é deficiente físico; o cego é deficiente visual; o relacionamento homossexual é homoafetivo; o viciado é dependente químico, e assim por diante. Por mais que saibamos que existem maneiras discretas de se referir a determinadas situações, tornamo-nos mal educados e incorretos pelo simples fato de usar algumas palavras, que em si nada têm de ofensivas, são apenas descritivas.
No entanto, o mais grave ocorre quando da emissão de opiniões, de ideias ou da consciência. Expressar desacordo tornou-se discurso de ódio, e qualquer parecer contrário aos interesses de um determinado grupo vira “fobia”. Ou seja, opinião é criminalizada sem a necessidade de lei.
O uso constante do sufixo “fobia” é uma clara imposição da novílingua, a aceitação forçada do discurso oficial, bem como o de rotular oposição como discurso de ódio. Na era do politicamente correto, todos nos tornamos, de alguma maneira, fóbicos e odiosos. Se alguém não concorda como o modo de pensar ou de agir de outra pessoa, logo é acusado de ter fobia e odiar aquele a quem se opõe.
Uma demonstração bem clara dessa prática se dá no caso do programa Mais Médicos. Se você argumenta que o Brasil tem meios alternativos de resolver os problemas da saúde pública com seus próprios médicos, e, por isso, é contra a vinda de profissionais cubanos, vão lhe chamar de xenofóbico. Não interessa que você levante bons argumentos racionais, e que você não tenha nada contra os cubanos pelo fato de serem de outra nacionalidade. Você se tornou xenofóbico. Ponto final.
Igualmente, se você é contra determinada ideologia ou partido político, qualquer coisa que vier a falar contra eles, será denunciado como discurso de ódio.
É interessante também notar que isso cria uma armadilha para todos os lados envolvidos no momento que se exterioriza discordância. Veja só um exemplo que gera discussões acaloradas: quando o cristão defende princípios conservadores acerca da sexualidade, ele é rotulado de homofóbico. Ironicamente, a acusação retorna, e os homossexuais são chamados de cristofóbicos. Trata-se, claramente, de um coletivismo generalizado, que não expressa a realidade de nenhum dos grupos.
Note bem, basta acrescentar o sufixo fobia e pronto! Está aí a defesa de tuas ideias. Faça-o de acordo com tua preferência: o importante é dificultar que a outra pessoa construa argumentos, mesmo que para isso seja necessário transformar o diálogo em ataque pessoal, fora do campo da razão. Se alguém tentar argumentar contra uma prática ou uma ideia, não deixe de gritar aos quatro cantos que aquele discurso é cheio de ódio, e aos olhos de muitos, você sairá vencedor.
Quando o debate e a expressão são limitados, em vigia constante de uns sobre os outros acerca do que é certo dizer ou não, sobre quais palavras podem ser usadas e acerca do que se é permitido pensar, o diálogo, o confronto de ideias e a dialética tornam-se impossíveis. Instaura-se, assim, uma ditadura disfarçada e alimentada pelos próprios escravizados.
O que resta é o silêncio: vivemos a tirania do politicamente correto.
Warton Hertz

Os profetas

Poucos viram tão bem o que vivemos hoje: o pós-modernismo, líquido, neoliberal e tatuado.
Só uma palhinha.





sábado, 30 de janeiro de 2016

Lições imorais

Tomaram o mundo de assalto. Os canalhas se apoderaram do planeta.
Hoje, com uma certa frequência, sou convidado pelos sem caráter a ser como eles.
- Para com isso. Você não vai conseguir nada. Você é um masoquista que gosta de dar murro em ponta de faca. Vocé não é melhor do que ninguém. - dizem os filhos da puta.
Na minha época, a época boa, ouvíamos lições de moral. Atualmente, recebo sem pedir e sem querer, lições da mais vil e desprezível imoralidade. Um número crescente de pessoas acha que ter bons princípios  é uma estupidez sem tamanho.
- Por que você quer ser diferente? Você só se dá mal. Vive estressado, querendo ser o que ninguém é. Cai na real. Você não percebe que todo mundo mente, todo mundo é hipócrita, todo mundo finge. Você sabe, todo mundo tem um preço. A vida é assim mesmo. - dizem os filhos da puta
Pois então, no dia em que me for de todo impossível ser igual a mim mesmo, prefiro morrer. É isso mesmo: prefiro a morte. E eu não estou dramatizando porque não sou de fazer gênero.
De que vale viver num mundo em que os demônios com ar civilizado e politicamente correto, venceram de maneira acachapante e inquestionável?
Não se trata de maniqueísmo, é maniqueísmo mesmo, é maniqueísmo puro. Por que têm tanto medo de classificar as pessoas em boas e más? Não suporto as relativizações e o mais ou menos. Ou você tem valores que engrandecem e dignificam a espécie humana ou você é um filho da puta. 
Sei que ser crápula está na moda. Eu sempre fui contra modismos.  Nunca serei crápula, nunca serei cafajeste. A memória do meu pai não permite.
Postagens como esta, representam a perda de cerca de 3 a 4 seguidores. Estou disposto a não ter seguidor nenhum e ser fiel a mim mesmo. Não estou em busca de popularidade, nem estou em condições mentais e emocionais de acalentar as ilusões da maioria que só nos conduzem à confusão, à perdição e à infelicidade. 
Descobri uma maneira terrível e muito pessoal de me vingar do mundo cruel: ser feliz. 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Mórbidas simbioses

Conheço criaturas que estão juntas há muito tempo, que têm um discurso extremamente desfavorável em relação ao outro e ainda assim permanecem juntas.
Ao ouvi-las falar do pretenso amigo ou namorado ou marido, parece que falam de um inimigo repulsivo e execrável.
Por que mantêm laços "afetivos" pessoas que não se prezam? É simples, para esses seres nefastos e nebulosos, é melhor mal acompanhados do que sós. Esse é o pessoal que por horror absoluto a si próprio, teme a solidão e faz qualquer negócio para nunca estar só.
Desprezo profundamente indivíduos desta estirpe. É nojento estar com alguém por não aceitar o que há de mais elementar na condição humana: a solidão. 
Em muitos outros casos, homens e mulheres continuam juntos por pura dependência sexual; é a penitência, o martírio e o suplício dos escravos jubilosos da testosterona.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

62 pessoas têm a mesma riqueza que metade da população mundial

Winnie Byanima
As 62 pessoas mais ricas do mundo têm agora o mesmo dinheiro que a soma de metade da população mundial, o equivalente a cerca de 3,5 bilhões de pessoas, à medida que os super-ricos têm ficado cada vez mais ricos e os pobres mais pobres, disse uma instituição de caridade internacional nesta segunda-feira.
A riqueza dos 62 mais ricos aumentou 44 por cento desde 2010, enquanto a riqueza dos 3,5 bilhões mais pobres caiu 41 por cento, afirmou a Oxfam em um relatório divulgado antes da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Quase metade dos indivíduos super-ricos são dos Estados Unidos, enquanto 17 são da Europa e o restante de países como China, Brasil, México, Japão e Arábia Saudita.
"A preocupação dos líderes mundiais sobre a crescente crise da desigualdade até agora não se traduziu em ações concretas - o mundo se tornou um lugar muito mais desigual e a tendência está se acelerando", disse a diretora-executiva da Oxfam International, Winnie Byanima, em um comunicado que acompanha o estudo.
"Não podemos continuar a permitir que centenas de milhões de pessoas passem fome enquanto os recursos que poderiam ser usados ​​para ajudá-las são sugados por aqueles no topo", acrescentou Byanima.
Winnie Byanyima é diretora-executiva da Oxfam International, em Davos.
Cerca de 7,6 trilhões de dólares dos indivíduos mais ricos estão em paraísos fiscais offshore, e se fosse pago imposto sobre a renda que essa riqueza gera um adicional de 190 bilhões de dólares estaria disponível para os governos a cada ano, segundo Gabriel Zucman, professor assistente da Universidade da Califórnia em Berkeley.
Cerca de 30 por cento de toda a riqueza financeira da África é mantida no exterior, o que representa perdas de 14 bilhões de dólares em receitas fiscais todos os anos, disse a Oxfam, se referindo ao trabalho de Zucman.
Esse dinheiro é o suficiente para pagar pelos cuidados de saúde que poderiam salvar 4 milhões de vidas de crianças por ano e empregar professores suficientes para colocar todas as crianças africanas na escola, de acordo com a Oxfam.
Reuters
Por Alex Whiting

A perversa lógica humana

"Quando você perceber que para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada."
Ayn Rand 
Não sei se você já conseguiu observar o que eu vou lhe dizer. Quando eu era mais jovem não percebia nada. Louvo o meu envelhecimento com maturidade. Não há muitas vantagens em envelhecer a não ser, olhar e ver.
Eu não só vejo como fico indignado, muito indignado, porque eu consegui envelhecer com uma criança no meu coração. O meu coração gesta o meu menino.
O que eu vejo todo mundo vê; é uma evidência revoltante. O que eu vejo, vê-se muito nos ditos locais de trabalho. Nos locais de trabalho, os sem -caráter, os trapaceiros, os hipócritas e os puxa-sacos são premiados com viagens e outros agrados, ao passo que os trabalhadores, sérios, dedicados e corretos, são punidos. Essa é a pervertida lógica humana. É a perversa lógica de quem tem poder político e/ou econômico. 
Os detentores do poder, qualquer que ela seja, querem um poder com séquito, querem um poder monárquico, dinástico e folclórico. Querem pajens, bobos da corte e damas de honra. Qualquer chefinho de merda tem a sua corte.
Tenho vergonha de viver numa sociedade em que para se receber as migalhas dormidas do capital, temos que nos submeter às piores humilhações e vexames. Mas nem a vergonha é mais um sentimento ocidental. No Ocidente, a vergonha é um sentimento ultrapassado e ridículo. Os orientais dão-nos exemplos diários das relações profundas que mantêm com a vergonha e o pudor.
São poucos os judaico-cristãos que ainda sentem alguma vergonha ou têm algum resto de pudor. Vivemos um mundo sem vergonha nenhuma e completamente despudorado. 
Hoje, estou com vontade de sumir desta merda de vida idiota que nos impuseram. Mas logo serei  contaminado pelo torpor geral e pelo conformismo estúpido da maioria.

sábado, 16 de janeiro de 2016

O colapso das relações humanas

Quando cumprimento uma pessoa e ela não responde porque está conectada. Quando tento dar um sonoro bom dia e não consigo porque a pessoa está há uma hora ao celular. Quando as pessaos preferem escrever meia dúzia de palavras fúteis e banais a conversar. Quando as pessoas me cumprimentam (e é cada vez mais raro) e economizam a saudação, fazendo apenas um ligeiro e quase imperceptível meneio de cabeça, tenho a certeza absoluta que de fato ocorreu uma revolução. 
Aconteceu uma revolução infeliz, a revolução do ego doente. Aproveitando a carona de outra revolução infeliz, a revolução do invólucro, a revolução das palavras, a involução do politicamente correto, não chamemos mais de relações sociais o que nada tem de social. 
Hoje, existem relações automáticas, mecânicas e tecnológicas que estão muito longe de ser verdadeiras relações humanas. 
Definitivamente, caímos no precipício da fricção dos egos e não vamos muito além da queda. Estamos todos encurralados no abismo do ego, achando que  nos relacionamos quando na realidade, apenas fazemos movimentos estranhos nos limites da ruína.