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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O BATE-PAPO COM OS AUSENTES

Sinal dos tempos. Você diante de uma pessoa que não fala com você. Prefere mandar palavras escritas e imagens para outra pessoa que não está ali. Nos anos oitenta, isso seria considerado birutice, mas hoje é assim; super maneiro e mega normal.
Por três vezes consecutivas tentei dizer "bonsoir" a uma ex-aluna e não consegui. Eu descendo as escadas e ela subindo, completamente, totalmente e absolutamente conectada. Nem me viu. O negócio dela é falar com os ausentes. Hoje, falar com quem está diante de nós, perdeu a graça. Por que razão eu vou falar com a pessoa presente se eu posso falar  com um montão de gente que eu NUNCA vou ver na vida. Essa é a curtição da pós-modernidade, uma super intimidade com os desconhecidos. Até parece um kardecismo 4G, terreno, cotidiano e banal; uma espécie de espiritismo banda larga. É "sinistro" teclar com as almas penadas não desencarnadas e super conectadas.
Eu acho que o pessoal pirou de vez. Mas quem sou eu? Eu não sou psiquiatra. A minha opinião é desprovida de poder. E mais, é o primado da quantidade. Beijei muito, teclei muito, postei muito. Tudo tem que ser muito. E não adianta muito porque depois de tudo isso, tem que tomar Rivotril.
Teclam muitcho, postam muitcho e sentem-se sós. Ficam às voltas com as agruras da solidão que ainda não aprenderam a aceitar porque são animais de grupo.
Se você acha que está se relacionando com alguém na nefasta conexão internet, você enlouqueceu. Aliás você não é o único. Este é um comportamento da maioria. Então você não enlouqueceu. Todos enlouqueceram, enlouquecemos. E quando a loucura é geral, o pessoal chama isso de normalidade. E eu sou normal porque não quero e não posso lutar sózinho contra a falência geral das faculdades mentais.

MERGULHO EM APNÉIA

Estas frases para mim, valem por  muitos livros.

Fiódor Dostoiévski
Aldous Huxley
Chico Buarque de Holanda
Ariano Suassuna
Anônimo

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

NÃO TOQUE NO MEU TOC

" O homem é tão necessáriamente louco que não ser louco seria outra forma de loucura."
Blaise Pascal
Em 1952, primeira edição do DSM, sigla em inglês para o Manual Diagnóstico e Estatístico  de Transtornos Mentais, a Associação Americana de Psiquiatria catalogou 106 Transtornos Mentais. Na quinta edição, a atual, a mesma Associação identificou 300 transtornos. O psiquiatra americano Allen Frances que colaborou com a quarta edição do Manual, escreveu um livro intitulado "Saving Normal" sem tradução em português, para denunciar esse excesso de maluquices. Pelo vistos somos todos loucos. Concordo em gênero, número e grau. O planeta terra é o hospício da via láctea. Só falta adicionar à lista dos loucos, os membros da Associação Americana de Psiquiatria; todos loucos de pedra sem exceção. Não se esqueçam nunca de Simão Bacamarte protagonista de " O Alienista" de Machado de Assis. Normais, há muitos. Aliás, são a esmagadora maioria. Basta seguir o comportamento da maioria que você é considerado normal. Eu quero saber é quem é SÃO. Quem? Apresentem-me a sanidade porque eu  a desconheço.
Quem é asseado, organizado e tem noções elementares de simetria e harmonia tem T.O.C - Transtorno Obsessivo Compulsivo. E quem é porco, bangunceiro e desleixado, tem o quê? Como se chama esse transtorno que acomete a grande maioria da população mundial? Como a Associação Americana de Psiquiatria denomina esse pessoal negligente, imundo que coleciona teias de aranha no próprio domicílio? Como se chama esse pessoal fétido e  cagado até à alma? Quero uma nomenclatura pejorativa para eles também. Quero que eles também sejam passíveis de terapia. Que porra é essa? 
O T.O.C. moderado nunca deve ser tratado. A eventual terapia privaria o indivíduo das suas melhores qualidades. O T.O.C. moderado é tão positivo e abrangente que até gere com eficácia as finanças do falso paciente. O T.O.C. grave que impede o indivíduo de levar uma vida convencional, é digno de atenção. Como sempre, perpetra-se mais uma injustiça. Sobrecarregam de preconceito e desprezo quem tem qualidades inegáveis de organização e higiene. 
Conheço muita gente acima de qualquer suspeita que é um verdadeiro cocô ambulante porque por onde passa deixa um rastro de sujeira e desordem. Tenho nojo dessa gente sem T.O.C.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

AS ALMAS OBESAS

Existem pessoas medrosas ancoradas em tantas coisas que ficam pesadas. Não avançam porque são almas com obesidade mórbida. Estão apoiadas na família, na religião, na procriação, na balada de sábado à noite, no carro preto do ano, na casa de praia, no capital, no partido político, no clube de futebol e até no cachorro, no piriquito e no papagaio. Para emagrecer, a alma obesa precisa de algumas doses de solidão. Recomendo solidão sem álcool; é melhor para o metabolismo anímico. Só  a solidão termogênica pode livrar essas almas do excesso de peso. Solidão também é saúde mental e existencial. Aliás, pouca saúde há em almas com fobia a si próprias. 
Se você quiser ter uma alma com barriga tanquinho, tome solidão pelo menos duas vezes por semana. E solidão não se compra nas abomináveis Drogarias Pacheco, solidão é você na sua condição mais original. Então tome-se de vez em quando.

sábado, 13 de setembro de 2014

OS ELEMENTARES

Não me refiro aos elementares ou elementais, espíritos da natureza que é uma bobagem com poucos precedentes.
Hoje vou falar dos seres rudimentares, pré-primários, alunos assíduos do extinto Mobral que cruzam o meu caminho e me deixam à beira de um ataque de nervos.
Os elementares por vezes já têm mais 40 anos, estão neste mundo em passeio errático e não entendem absolutamente nada do que acontece com a sua mísera existência. São peritos em repetir frases desprovidas de qualquer sentido, do tipo: "Crescei e multiplicai-vos", " Você está generalizando." "Vai com deus.", "As coisas vão melhorar." "Deus está vendo." " O importante é a beleza interior." " Só o amor constrói." " Quem espera sempre alcança." " Você tem que se casar." " Vai morrer sozinho, hein!" " Um beijo no seu coração." Vamos ser campeões."Enfim...
Os elementares sofrem da Síndrome do Papagaio- Sem-Penas, repetem, repetem e não refletem nunca. Sentem-se confortáveis em excretar frases que dão poeira na língua. Puta que pariu! Ninguém merece esses caras. Ninguém.
Os elementares vivem como autômatos. São a cópia quase fiel do pai, da mãe ou da avó. Não aprenderam porra nenhuma com a puta da vida  e acham que só os otimistas são felizes. Muito pelo contrário, os pessimistas são mais felizes. Pense bem se você não é elementar. Pense. (Pessimismo nunca foi sinônimo de depressão e negatividade.) Todo o pessimista é no mínimo, bem informado e lúcido. Alienação nunca significou felicidade. Alienação é pasmaceira de doidão inalador de cannabis e tomador de cevada.
Os elementares são politicamente corretos porque está na moda. Não dizem puta porque é feio, mas dizem garota de programa como se isso mudasse a condição da piranha. Como se isso recompusesse a mucosa vaginal da desavergonhada. São pegadores inconsequentes de qualquer onda. O negócio dos elementares é reproduzir com esmero e empenho o discurso de todo o mundo. Os elementares não são nada porque estão diluídos no ácido corrosivo da massa. Os elementares têm um medo desmedido da morte porque não fizeram nada da merda das suas vidas. Não encontraram sentido na vida porque nem o procuraram. Alguns até procuraram, mas procuraram em lugar improvável, no Além. São invejosos compulsivos porque só têm sexo, bunda, bolso e boca. Falta-lhes muita coisa. Falta-lhes entre outras coisas, coragem para sofrer e aprender que só o sofrimento é pedagógico. Nunca ninguém aprendeu nada de relevante tendo orgasmos múltiplos e massagem prostática concomitante. Nunca. 
Os elementares são completamente infantilizados. Deixaram-se infantilizar. Têm cara de adultos e emoção de criancinhas insuportáveis. Detesto criancinhas barulhentas e morbidamente egocêntricas.
E para quem diz que eu sou amargo, que passe a língua na minha alma.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O EXERCÍCIO EXAUSTIVO DO PERDÃO

Faltou um ponto de interrogação. JUSTIÇA OU MISERICÓRDIA?
Não gostaria de utilizar a palavra perdão. A forma e o peso desta palavra me assustam. Mas como todo o mundo tem uma deformação católica, esta é a palavra mais fácil. O valor do perdão é muito tênue porque pode levar com frequência à repetição  do erro. Para escapar às implicações confusionais  deste substantivo é melhor utilizar o verbo RELEVAR. Se você não relevar as ações dos outros, resta-te a "punheta da ilha deserta."
O ser humano é um engano, um erro cósmico colossal. Só não vê isto quem desfruta irresponsavelmente dos prazeres públicos da alienação. O ser humano foi criado, se é que há de fato um  criador, para fazer merda. Se você não relevar, você não convive com ninguém porque somos todos eméritos cagantes.
Você quase se deixa sodomizar pelo seu patrão. Tudo o que o maldito patrão determina, você faz. Até trabalhar aos domingos, você acha razoável pensando na merreca do final do mês. Permite tudo ao patrão e é implacável com os amigos. Não deixa passar nada. Reconsidere.  Seja mais flexível com os amigos e faça-se respeitar pelo patrão. Afinal a merreca é só uma parte importante da sua  grande servidão consentida.

O ORGULHO REBATIZADO

Auto-estima - O novo nome do orgulho.
De acordo com o escritor italiano Dante Alighieri, em sua obra "A Divina Comédia", os orgulhosos estão no ponto mais distante de deus. Culturas antigas como a greco-romana, consideram o orgulho uma doença da alma. O tempo passou, mas o orgulho do homem permanece nele. Junto a toda essa nossa empáfia existencial, carregamos outros males intrínsecos. É por esta soberba que nos corrompemos com mentiras, enganações, invejas e obsessões. O impacto da soberba no mundo pode ser verificado em toda a história da humanidade, desde muito antes de Cristo, passando pela Segunda Grande Guerra, até os dias de hoje.
Meryl Streepe em " O Diabo veste Prada"
No poema de Dante Alighieri, “A Divina Comédia”, o purgatório principal é composto por sete círculos, os quais representam os sete pecados capitais. No primeiro círculo encontram-se os “orgulhosos” (ou os soberbos). A penitência para eles é o exercício da humildade.
Hoje, o orgulho é o grande objetivo a ser alcançado por todos e mudou de nome, chama-se auto-estima. Acho que fui longe demais ao citar Dante. Nos anos oitenta, as pessoas eram muito mais gentis e cordiais porque não tinham a obsessão da auto-estima para azucriná-los. Hoje, ser orgulhoso é ter uma grande qualidade e ser metido a besta é o máximo.
Todos falam em auto-estima como se fosse a redenção de todos os males. A maioria dos problemas existem porque a pessoa não tem auto-estima, argumentam os idiotas cheios de pretensão. Mas afinal, o que é ter auto-estima? Será que ter auto-estima é pretender chegar à auto-suficiência? Não sei. Sei apenas que com este nível de arrogância, as relações humanas estão cada vez mais emperradas e conflituosas. Ninguém desce do seu pedestal.  Desta forma, os relacionamentos se tornam quase impossíveis e  relacionamentos dignos desse nome, só acontecem abaixo do pedestal. Para quem não quer nunca descer do pedestal, só resta a punheta sexual e existencial. É uma ótima opção mas um tanto ou quanto enfadonha.
O cara está na merda mas nunca confessa porque não é mais uma pessoa. É viciado em representar para os outros e para si próprio. Apesar de todas as evidências em contrário, nunca se salvaguardaram tanto as aparências. Odeio personagens. Eu só consigo gostar de pessoas. Já notaram que gosto de pouca gente.
Atualmente, a caminhada e a auto-estima são boas para tudo, resolvem qualquer problema. Esta é a síntese pós-moderna do bem-estar.

sábado, 6 de setembro de 2014

A VIDA PÓS-GENITAL

"Quanta coisa se faz para continuarmos na mesma."
Joaquim ESTEVES 
 
Não acredito na vida após a morte, nem acredito em vidas múltiplas. Para mim, esta vida já me basta. Acredito entretanto, em vida pós-xereca ou pós-pinto. Sei que não posso lutar contra a cultura pró-pinto. Como diria Chico Xavier quem está muito enredado com os afazeres genitais, nem imagina que também há vida depois da libido. Risos.
Ninguém se dá conta da escravidão libidinal. O indivíduo fica mobilizado a vida inteira pela sua dopamina e testosterona combinadas e nem suspeita que isso não passa de química,  de programação animal e primitiva. Acha que é assim mesmo até morrer. Que química boa, dirão os babacas. Mas há muito mais além dessa programação imbecil. Ou será que você nunca tentou viver feliz fora da libido? Experimente. Seja livre.
Aos escravos do buraco e às escravas da ereção, eu diria que também há muita felicidade fora da junção das coxas. Que gente bitolada! ( Esta é a única sociedade que rejeita a escravidão e ao mesmo tempo faz apologia da escravidão sexual.)
Você que não tem um pingo de vida interior está condenado a gozar até morrer. Que condenação! Goze. Goze. E daí? E depois? Que significa esse ato mecânico e quase involuntário? Você ainda não se cansou ? Você ainda não sabe o que é monotonia.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A ZONA DE DESCONFORTO

Hoje, todo mundo insiste em te tirar da zona de conforto.
É mesmo?! Que raio de vida será essa?

Eu prefiro assim. Este é o meu gurú.
E se eu quiser ficar no porto. O barco é meu, porra!

Esta é a minha zona de conforto.
Não sou tão hedonista quanto gostaria de ser, mas querer me tirar da minha zona de conforto é demais.





Mais uma maluquice da modernidade líquida, sair da zona de conforto. Mas por que cargas d'água sairia eu da  minha zona de conforto? Não tenho a ambição desmesurada dos babacas oficiais de plantão e exatamente por isso sou mais feliz. Não quero conquistar essas merdas todas que dizem trazer a felicidade. Eu já sou feliz. Deixem-me em paz na minha zona de conforto por favor.
P.S.- De onde vocês acham que vem essa ideia mirabolante de sair da zona de conforto? Isso é coisa de capitalista americano infeliz e aloprado. Rigorosamente, o que nós temos a ver com a problemática psiquiátrica americana? E olha que são eles que redigem o DSM, a bíblia dos transtornos mentais. Leiam a DSM5 e vejam como a Associação Psiquiátrica Americana é insana. Não tenho esperanças de aumentar a minha zona de conforto e não quero correr riscos. Estou bem assim, obrigado.

sábado, 30 de agosto de 2014

OS SONHOS PODRES

Há mais de meio século que respiro este ar fétido composto pelas moléculas dos sonhos da maioria. Como é possível que tantas pessoas sejam felizes nos mesmos lugares e nas mesmas circunstâncias? Não acredito na felicidade coletiva do rebanho. Acredito nas ovelhas negras que trilham caminhos próprios. E até acredito nas ovelhas cinza que como eu, descobriram sonhos um pouco mais originais.
É insuportável assistir a este espetáculo patético onde todos disputam um espaço no falso oásis para beber da água barrenta. Todos acham felicidade nos sonhos puídos da maioria. Que lindo! Seria comovente se não fosse uma grande fraude.
Casar, fazer criancinhas, trabalhar muito para ganhar muito dinheiro, ser bonito e sedutor, ter um amor hormonal e acumular milhões de orgasmos, adquirir uma casa na praia à prestação, comprar o carro do ano de cor preta e outras porcarias mais, é sonho ou é pesadelo? É impossível ser feliz nos pesadelos. A maior tristeza do mundo é morrer sem saber quem somos. A grande maioria morre pensando ser o que os outros sugeriram ou determinaram. Acreditar no que os outros dizem a nosso respeito caracteriza uma completa falta de estratégia existencial. É uma lástima, morrer como estranhos de nós mesmos.
Parem de procurar a felicidade onde ela não está. Desejo que tenham a coragem de romper com a maioria. Este é o atalho florido para a felicidade. É uma pena que covardia e infelicidade se unam num matrimônio estúpido e banal.
Chute o pau da barraca, vire a mesa e descubra onde é que sua alma se sente realmente muito bem. Duvido que a sua alma se sinta bem cercada e oprimida por todos estes sonhadores compulsivos e viciados que sonham sonhos gagás com cara de insônia.

sábado, 23 de agosto de 2014

O DANO CIVILIZATÓRIO

Civilizar é entre outras coisas, acostumar através da opressão sistemática seres humanos a fazer o que eles não querem fazer. Muito cedo, somos obrigados sob pena de mil retaliações a vestir a indumentária civilizadora. Orquestrada por uma panóplia de promessas vãs, a dita civilização, seduz os incautos para a sua teia caranguejeira. Já sei. O primeiros críticos das singelas frases que acabei de escrever vão dizer: - Você prefere a babárie? Eu não prefiro porra nenhuma. Eu só quero denunciar o custo civilizatório. Só isso.
Considerando o que nos é dado a usufruir por esta civilização venal, o custo civilizatório é injusto e impagável. E olha que eu ainda usufruo de algumas merdas que esta pseudo-civilização me disponibiliza. Penso nos que não recebem nada desta civilização sórdida e patológica. Não sou muito dado a pieguices, mas a maioria absoluta da população da terra é contemplada com algumas migalhas risíveis que eles chamam demagógicamente de direitos humanos. A safadeza é tão grande que nem esses direitos que constituem  o mínimo a  se oferecer a quem tem o azar de viver em sociedade, são  respeitados.
O dano civilizatório muitas vezes se transforma num baita dano psicológico ou psíquico. É isso o que ganham os que são aceitos cerimonialmente pela civilização desonesta. Não há só vantagens em fazer parte de alguma forma do sistema. Há gente que acha um barato participar desta comédia pastelão. Nem vou falar nos chamados excluídos. Esses nem deveriam ter sido gerados. Acho que já está na hora de se falar de crime procriativo. Certos nascimentos são criminosos. E neste caso os criminosos têm o beneplácito da civilização.  E ainda há babacas no mundo que citam a frase bíblica absurda e anacrônica:-"Crescei e multiplicai-vos"!. Crescei e multiplicai-vos, com mais de sete bilhões de loucos internados neste manicômio das iniquidades? Quanta babaquice!
Ser civilizado por judeus e cristãos é uma falta de sorte monumental. Ninguém merece civilizadores tão traumatizados pela história, tão insanos, tão fracos, tão alucinados pelo improvável Além, tão longe das verdades mais elementares, tão fanáticos pelo poder, tão tiranos, tão impunes e tão primatas. Ninguém merece.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A FAXINA EXISTENCIAL

Quantas faxinas existenciais você já fez? Você não limpa a sua casa com uma certa regularidade? Não me diga que você é porco. Se você nunca limpou a sua alma, você está cagado até não poder mais. Se você nunca questionou e eventualmente se libertou de certos conceitos, ideias, posturas. comportamentos, você é o rei da porcaria.
Faxinar-se existencialmente significa refletir sobre as práticas culturais da maioria que constituem unanimidade. Se tiver disposição e energia para iniciar a faxina, você vai descobrir muita coisa. Você vai constatar que o que chamam de amizade na imensa maioria das vezes é uma grande balela. Amor, balela é. Solidariedade é só mais uma falácia. Justiça não passa de um ideal puído e ridículo.  A família que você tanto reverencia, usa os mesmos mecanismos da máfia. A bondade do ser  humano é uma gigantesca construção cultural porque o ser humano é mau. Ou será que você está tão sujo que não consegue enxergar os diabinhos sem rabo que te cercam?
Igualdade é um delírio da revolução francesa. Deus não passa de uma boa ideia e só. Vida eterna, além de ser um saco é uma maluquice sem tamanho dos que são fracos para enfrentar o absurdo da condição humana. Patriotismo é para gente menor que não consegue ter uma visão planetária. Os seus queridos filhos são vítimas inocentes da sua libido. O capitalismo é a única merda que nos resta. O futebol é uma forma tardia de exercer a sua puerilidade. As drogas são a fuga de quem não tem mais coragem para suportar a doideira geral.
Bom, acho que vou parar por aqui. Esta postagem pode ser uma overdose de verdade e você pode ter um treco. Na realidade, ao mesmo tempo, sou tão lúcido que sei que você nem vai ler esta merda e vai cagar e andar. Mas enfim, quem sabe quando eu morrer você me ache interessante. Sim, porque a humanidade nos adora mortos, enterrados e em decomposição.
Mas voltando à faxina. Se teve o bom senso de fazer a sua faxina e sobraram muitas pessoas, você fez uma péssima faxina. Você continua muito cagado. Se fez a sua faxina e sobraram algumas pessoas, você tem um futuro promissor como faxineiro. Agora, se ao fazer a sua faxina, só tiver sobrado VOCÊ, surpreso e feliz, você ganhou o prêmio nobel da faxina. Parabéns.
P.S.- Só faz faxina quem consegue ver a sujeira.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

ARTILHARIA SEXUAL

Artilheiras - As novas pistoleiras
Eu até entendo a razão pela qual em certas regiões do planeta, a artilharia sexual tem que ser moderada. Se não houver o mínimo de bom senso é fogo sexual para todos os ângulos. Fico abilolado e porque não dizer abestalhado, ao ver essa queima de fogos diária e excessiva. A mulherada não está mais soltando a franga; a franga é um animal frágil, ancestral e ridículo, a mulherada está soltando mísseis eróticos para tudo quanto é lado. Isto mais parece o Hamas Uterino sem fronteiras.
Sempre foi assim, mas na era dos excessos, a mulherada exagera. As mulheres são as maiores fogueteiras da galáxia. E depois de soltarem todos os projéteis, depois de lançarem todos os morteiros carnais, dizem que o negócio é o coração,  os sentimentos,  o afeto e outras presepadas mais. Artilharia, tudo bem, mas vamos assumir o estrondo dos petardos e não atribuir isso a outra coisa que não seja desejo sexual difuso, libido ou puro sexo, porra! Que caras de pau!  O curioso é que essa logística vem dando certo há milênios.
A artilharia está a serviço da  mulher e as indústrias bélico-sexuais faturam bilhões de dólares em armamentos cosméticos, cirúrgicos, estéticos, capilares, vestimentais, etc, etc.
O investimento é quase todo feito em sexo e depois queixam-se que os homens só as veem como objetos sexuais. Surpreendente e paradoxal! Claro que as mulheres também investem no capitalismo. Estão nas faculdades em maior número e como em tudo que fazem capricham na execução. Mas nos bancos escolares, continuam insistindo na única forma de sedução que conhecem: sexo.
Diante deste investimento absurdo em sexo e nas  recompensas sexuais diretas e indiretas, querem ser vistas como grandes intelectuais ou seres dotados de grande sensibilidade e nobres sentimentos. Não dá, né?! Assim fica muito difícil.
Não sei se vocês têm o que merecem, mas parece-me  muito lógico que vocês sejam vistas exatamente como se mostram.
P.S- Ressalve-se que como em tudo na vida, há exceções.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O MELHOR DA PIOR IDADE

Se aos quarenta anos, a sua visão de mundo não tiver mudado significativamente é porque você não aprendeu porra nenhuma com a puta da vida.
A única vantagem de envelhecer é saber mais que os outros em relação ao funcionamento dos mecanismos que regem o ato de viver em sociedade. Se você aos quarenta, cinquenta anos, não sabe mais que os outros e repete as velhas falácias que irritam e ensurdecem quem teve o privilégio de aprender com a vida que sempre é uma excelente e paciente professora, é melhor morrer antes de envelhecer.
Só vale a pena envelhecer se você conseguiu se despir do manto de hipocrisia, mentira e estupidez que caracteriza a espécie humana. Se o tempo não teve a capacidade de ir retirando as vendas que cobrem os seus olhos. Se você continuar a ver mal como via quando era mais novo. Se os véus não tiverem sido dissipados, você nunca vai  abarcar a realidade que te cerca e corre o grande risco de morrer completamente míope.
Se você não conseguiu aprender que a vida é muito pior que você imaginava e que mesmo assim é um bem maravilhoso. Se você ainda continua tendo um medo mortal da solidão. Se ainda acha que são os outros podem te trazer a felicidade. Se você não desenvolveu uma grande autonomia e ainda conta com os outros para o que quer que seja, então é preferível que você morra logo. É horrível envelhecer nas condições tradicionais e falsas. Para quem não aprende de jeito nenhum e ainda induz os outros a erro, morrer antes de envelhecer é um ótimo negócio. E antes que me esqueça, "melhor idade" é o cacete!

terça-feira, 29 de julho de 2014

LIVRA-ME DE MIM

Se de fato existe um criador, coisa que eu duvido e faço pouco, ele fez uma grande cagada metafísica: Nosotros. O  suposto criador deu consciência a um pobre animal com tripas - nosotros. Que cagada! Isso não se faz. Não se dá consciência absoluta a um animal  intrincado, frágil e finito. Gostaria mesmo que esse tal criador existisse para poder bater um papo com um cara tão cruel e incompetente. Criadores à parte, acho que a espécie humana é um erro clamoroso. E nada a fazer, uma vez que esse erro se repete bilhões de vezes porque está programado por esse criador muito do filho puta a se reproduzir sem parar por força das dopaminas, testosteronas e outras merdas mais. 
O erro é tão flagrante que essa criatura que somos todos nós, entre outras coisas produz ANGÚSTIA. Kierkegaard dizia que a angústia é o preço da liberdade humana. Mas que preço exorbitante Kierke! Ninguém merece. Entre outras programações, também fomos programados para viver em grupo e neste sentido coexiste uma incomensurável programação cultural.
Produtoras imbatíveis de angústia, as pessoas estão sempre  desesperadas para se verem livres delas mesmas. Todos têm que viver em grupo, casar-se, procriar, sair todos os sábados à noite, não faltar a nenhum churrasco, aumentar a barriga no chopp com os amigos da onça e depois dazer um regime, ver todos os filmes em cartaz, ir ao maracanã, evadir-se, viajar, viajar e viajar sempre. Fugir de si próprio porque ninguém se aguenta em estado natural tal qual foi feito e programado pelo criador irresponsável e pela cultura babaca. Nem vou falar em outras formas de fuga. Só falo das lícitas. Das ilícitas posso falar em outra postagem. 
E depois os grandes especialistas da porra toda ainda se perguntam por que as pessoas se drogam. Mas é óbvio. Elas se drogam porque é muito penoso viver neste organismo made in china. Será que esse tal criador era chinês?
Então é isso. As pessoas fazem de tudo e mais alguma coisa para se verem livres delas mesmas. Solidão é Satanás. Elas não se aguentam. Eu entendo muito bem. Quem consegue se curtir sem apelar para essas fugas todas que a sociedade colocou sagazmente à nossa disposição  é considerado meio maluco. Mas se ele pode e deve fugir por que não foge? - indagam. Por que esse tipo de maluco é  feliz na prisão e já fez as pazes com a sua própria angústia. Coitados dos que ainda não conseguiram ser malucos.
P.S.- " O homem é uma corda atada entre o animal e o além-do-homem."

Friedrich Nietzsche 

Ou seja o homem não é porra nenhuma; é um grande impasse.

sábado, 26 de julho de 2014

OS ROMÂNTICOS

" Os românticos têm mais é que se foder."
Antônio Abujamra

Campanha contra as Drogas
Tão bonito e tão improvável. Tão irresistível e tão ineficiente. Dois passam a ser um só. É a vida uterina revisitada com orgasmos e tudo. Uma maravilha! 
O romântico tem que estar apaixonado ou seja meio drogado pela descarga de Dopamina que caracteriza as paixões. Drogado, ele passa a ver coisas que ninguém vê. E quem vê o que não existe, tem mais é que se foder "memo." Ah, também tem que estar com a libido em dia. Sem libido não há romance, nem romantismo, ao contrário do que pensam alguns delirantes.
A paixão é alucinógena. O pior é quando passa o efeito da droga. Aí, é um chororô danado.  É o sofrimento atroz pela síndrome de abstinência.
Como todo adicto, o apaixonado pode passar a vida inteira procurando drogas-paixões. A paixão é uma cocaína interna. Aliás, a cocaína é muito procurada e viciante porque produz uma descarga abrupta e colossal de dopamina, o neuro-transmissor do prazer. A paixão desencadeia exatamente o mesmo mecanismo com menos efeitos colaterais, talvez.
Que pena! Tem gente faturando alto por conta do romantismo delirante. Vide o "trago a pessoa amada em três dias", "a terapia do amor" da igreja universal e os psicólogos e psicanalistas que enchem os bolsos graças ao romantismo. O romantismo é um projeto que sempre fracassa; é só uma questão de tempo. 
A juventude é a principal vítima desta praga civilizatória. Hoje, verifico no entanto, uma desintoxicação progressiva dessa calamidade. Atualmente, os jovens resistem mais aos falsos apelos da romantocaína, mas ainda se viciam.
Não há mais propaganda de cigarros nas mídias em geral. Entretanto, recrudescem as publicidades do amor fácil e decadente chamado romantismo. Somos bombardeados todos os dias por músicas e outras estratégias que induzem as pessoas ao vício.  É muito penoso e até impossível, combater esta catástrofe globalizada. Só a O.M.S. para nos ajudar.
Creio na possibilidade de relações humanas,  mais honestas, mais maduras, mais sóbrias, mais frugais,  e por isso mesmo, mais reais e menos folclóricas. Sonho com relacionamentos desprovidos desses temperos químicos e culturais, deletérios e ancestrais que provocam muitas distorções trágicas e muito sofrimento inútil.