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quinta-feira, 18 de junho de 2015

A MENTIRA DO LIVRE-ARBÍTRIO

Existem centenas de tratados escritos sobre o livre- arbítrio. É um dos temas favoritos dos teólogos. A invenção do livre-arbítrio é uma tentativa exitosa de culpar o indivíduo pelas desditas da existência.
Se bem analisado, o arbítrio nunca é livre. Arbítrio, sim. Livre, nunca. Ninguém escolhe e delibera em condições ideias de pressão, temperatura, oxigênio e umidade. Logo o arbítrio não é livre; é condicionado (amarrado) a múltiplos fatores, muitas vezes trágicos e dramáticos.
Qaundo eu nasci, já estava tudo pronto. Todos os códigos, regulamentos e convenções já haviam sido criados. Que arbítrio tenho eu para contestar essa quantidade incomensurável de práticas culturais asquerosas que se sedimentaram na sociedade humana? A extensão da liberdade do meu arbítrio é ínfima e precária.
Os defensores do livre-arbítrio querem que eu assuma toda a responsabilidade pelas desgraças que eventualmente se abaterem sobre mim. Eu refuto esta responsabilidade. Eu não responsável ou culpado sózinho. Muito mais culpada é esta parafernália de valores confusos, condutas infelizes, códigos absurdos e regras idiotas contra as quais eu não tenho nenhum arbítrio; muito menos livre- arbítrio.
Os nossos companheiros de infortúnio também chamados de nossos "semelhantes", enchem a boca para falar de livre-arbítrio e com este argumento ridículo pretendem encerrar qualquer polêmica. A polêmica está muito longe  de acabar.
A nossa capacidade de decidir raríssimas vezes é livre. Que se mude a expressão e que se passe a denominar esta faceta da atividade humana de "arbítrio condicionado ou arbítrio acorrentado."

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Não diga besteira