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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

AS PROEZAS DO AMOR QUÍMICO

O AMOR SECRETADO

O amor é um sentimento possível, bastante improvável e o mais nobre de que a nossa espécie é capaz. Tendo em vista a nobreza desse sentimento sublime, temos que ser mais exigentes e ter mais respeito por esse sentimento. O amor é a palavra mais repetida pelos carentes de vocabulário. Tudo ou quase tudo responde por esse nome. O amor é o sentimento mais vilipendiado e confundido de que se tem notícia. Fica bem falar de amor. É socialmente correto falar de amor. E o amor, no final das contas é o maior desconhecido. Vide a realidade que nos cerca, nos sufoca e empobrece.
Homens e mulheres enchem-me a santa paciência forçando  a barra e  etiquetando qualquer intumescimento de amor. Será que não se dão conta da armadilha hormonal? O tesão faz maravilhas e engana os de baixa sensibilidade. Será que podemos chamar de amor as carícias que os elefantes trocam antes de acasalar? O tesão tem uma longa estrada. O percurso é sinuoso, nuanceado e cheio de sensações boas e enganadoras. O tesão não culmina imediatamente no ato sexual. Há todo um enredo patrocinado pela química dos hormônios(neste sentido as mulheres têm a química perfeita para nutrir e enfeitar esse enredo) que leva as pessoas a um perigoso estado de confusão mental. Será que existe expressão mais idiota do que "fazer amor"?
Para aperfeiçoar o engano sentimental, ainda temos a insidiosa indústria do amor romântico.(Por aceitarem facilmente o engodo, também acho que  todos românticos tem mais é que se foder.) São os que cantam o "amor" em verso e prosa e perturbam a minha serenidade com palavras viciadas, vazias, repetidas e que não me convencem nem um pouco. Até parece que estou de má vontade com os que dizem e julgam que se amam. Mas não é nada disso.
Façamos uma experiência "jugularizante". Emasculem-se os homens e histerectomizem-se as mulheres para ver se rola esse amor fantástico que anda por aí. Sem testículos e sem ovários não rola nada. Absolutamente nada parecido com esse arremedo de amor que fere os nossos tímpanos, substima a nossa inteligência e humilha os nossos corações.
Só acredito em amor não químico. Creio no poder dessa sensação suave e inexplicável que nos invade quando evocamos o nome ou a memória de quem amamos realmente. Neste caso, não é produzido nenhum hormônio para nos confundir o discernimento. É um bem querer sem limites que se multiplica como o universo, que te enche o peito de enigmas bons e que não quer receber nada, apenas ser dádiva e doação.
Qualquer coisa que eu sinta abaixo do que eu sinto pelo meu pai, é sub-sentimento e não merece o nome de amor. E tenho dito.

Um comentário:

  1. "Só acredito em amor não químico."
    Comentar pra quê? Tudo já foi dito nas palavras acima.
    Grande abraço, Joaquim!

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Não diga besteira