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sábado, 22 de fevereiro de 2014

ALERGIAS SINÁPTICAS

O CULTO DA ALIENAÇÃO 
Nunca compreendi muito bem essa felicidade que é fruto da fuga de si mesmo. Sempre entendi felicidade como encontro. O people se diz feliz porque foi p'ra Paris, porque o time ganhou, porque a filha casou, porque o neto nasceu, porque o aumento chegou, porque a novela começou.... É tudo fora do indivíduo. Tudo acontece no exterior. No interior da criatura não acontece nada. Essa felicidade me soa a perdição, aventura e dependência. Esse sentimento para mim está mais próximo da paixão, da exaltação, da alegria e do entusiasmo. A felicidade é um sentimento muito mais determinado, autônomo e calmo.
É mais fácil dizer o que a felicidade não é. Felicidade não é alienação, felicidade não é delírio. Já surpreendi certa feita, um ser em pleno delírio gritando:- Mengo! Mengo! Mengo! Isso é felicidade? Delirar é ser feliz? Não me parece.
Quem foge da realidade ou a fantasia compulsivamente não pode ser feliz. Não acredito que se possa ser feliz através do esquecimento e da negação do que é real. E não vamos nos masturbar muito dizendo que a percepção do real depende de cada um. Sim, depende. Mas há coisas que são insofismáveis. Por exemplo, os políticos brasileiros são corruptos. É óbvio que numa afirmação como esta, falamos da maioria. Se fôssemos falar nominalmente precisaríamos de algumas horas para citar todos. Portanto, há facetas do Real que não dependem de interpretação, avaliação ou filtros pessoais. É o que é. Desmentir o calor que faz agora no Rio de Janeiro, seria uma prova irrefutável de demência grave.
Acho que não se pode chamar de felicidade coisas transitórias que ocorrem fora do indivíduo. O meu conceito de felicidade, passa obrigatoriamente por uma construção pessoal mais consistente. Aliás, nunca vivemos tempos tão avessos à introspecção e às sinapses ou seja, nunca vivemos tempos tão infelizes.

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