Existem pessoas muito pudicas em relação às suas almas e completamente despudoradas no que diz respeito à vida sexual. Transam com todos. Têm incontáveis experiências sexuais, conhecem todas as posições, vivem para fornicar, mas no que se refere ao espírito são praticamente virgens. Deram para o mundo inteiro e nunca se deram a ninguém. E eu não estou moralizando, por favor. Estou lamentando apenas.
Nas almas dessas pessoas ninguém penetra. São almas que vivem em segredo, reféns da blindagem que consciente ou inconscientemente criaram para elas próprias. São almas impenetráveis e impenetrantes, o que configura uma uma pobreza irrefutável de espírito. Realizam há décadas o mesmo percurso cerebral, são viciados nas sinapses de sempre. Jamais se envolveram profundamente com ninguém. Jamais tiveram coragem de entregar seus medos, seus fantasmas, suas inseguranças, suas tristezas, o seu afeto, seus fracassos, suas histórias inglórias, suas esperanças vãs, seus projetos imateriais e suas angústias. Têm uma alma obesa e em pânico. Estão presas a grades que elas mesmas edificaram. E assim vivem precariamente.
As almas aprisionadas em cavernas não são dignas de elogios, isso não é pureza d'alma. Pureza d'alma é abrir-se, expor-se, mostrar-se num nível de profundidade que escapa às aparências.
Sempre fui partidário de uma certa promiscuidade anímica. Entrar em contato com várias almas, beneficiar-se dessa experiência pedagógica e redentora e usufruir da beleza imensa que esses contatos proporcionam.
A completude a dois só é possível com intercursos anímicos bilaterais. Quem só penetra orifícios, não penetra o essencial. Mas assim caminha a humanidade, avança no que vê, mas não dá meio passo em direção ao que sente e pressente. Quase ninguém se aventura na carícia do corpo interior.
Proponho mais obscenidades espirituais. Quanto ao resto, façam o que bem lhes aprouver.
Homo Blindatus Foditus Est. - O latim é meu.
As almas aprisionadas em cavernas não são dignas de elogios, isso não é pureza d'alma. Pureza d'alma é abrir-se, expor-se, mostrar-se num nível de profundidade que escapa às aparências.
Sempre fui partidário de uma certa promiscuidade anímica. Entrar em contato com várias almas, beneficiar-se dessa experiência pedagógica e redentora e usufruir da beleza imensa que esses contatos proporcionam.
A completude a dois só é possível com intercursos anímicos bilaterais. Quem só penetra orifícios, não penetra o essencial. Mas assim caminha a humanidade, avança no que vê, mas não dá meio passo em direção ao que sente e pressente. Quase ninguém se aventura na carícia do corpo interior.
Proponho mais obscenidades espirituais. Quanto ao resto, façam o que bem lhes aprouver.
Homo Blindatus Foditus Est. - O latim é meu.