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segunda-feira, 7 de abril de 2014

O AMOR JÁ TEM CURA

O Amor pode ter cura 

Cientistas propõem o uso de remédios e de outras intervenções para acabar com o sentimento quando ele traz mais sofrimento do que alegria

Cilene Pereira (cilene@istoe.com.br)

É difícil encontrar alguém que nunca sofreu por amor. E que no auge de sua dor não tenha imaginado como seria ótimo se existisse uma pílula, algo que pudesse ser comprado logo ali, na farmácia, para acabar com o sofrimento. Na opinião de um respeitado time de cientistas, esses remédios existem. Alguns já estão disponíveis, outros em estudo. Juntos, eles formam um arsenal capaz de curar amor – e devem começar a ser usados sempre que necessário. A proposta está sendo feita por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, uma das mais renomadas do mundo. Por seu teor polêmico, a proposição iniciou um grande debate entre os cientistas sobre a oportunidade de se recorrer a recursos para encerrar um amor – seria mesmo adequado tratar o sentimento como se lida com uma gripe, uma gastrite? – e as consequências éticas que podem advir do uso do que os estudiosos ingleses estão chamando de biotecnologia antiamor.
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No olhar do grupo de Oxford, porém, trata-se de lidar com o tema sob uma perspectiva diferente da convencional. Existe o amor de Platão, de Shakespeare. Fala-se aqui do ideal, do sentimento arrebatador, que nasce sem muita explicação e gera histórias inesquecíveis. E existe o amor entendido pela ciência. Nesse caso, não há espaço para romantismo. A emoção seria produto de respostas fisiológicas desencadeadas no cérebro a partir de um estímulo. Sua geração faria parte do arcabouço de emoções que a espécie humana desenvolveu ao longo de sua evolução com o objetivo de garantir sua sobrevivência. O medo, por exemplo, nos ajudou a ter reações de fuga diante de predadores. O amor, por sua vez, foi o sentimento que garantiu a continuidade da reprodução da espécie. E hoje, defendem os cientistas, é possível interferir nas etapas desse processo com a finalidade de interrompê-lo. “A neurociência está nos apresentando um entendimento novo do amor”, disse à ISTOÉ o pesquisador Brian Earp, de Oxford, coordenador do grupo que estuda os tratamentos para o sentimento. “Portanto, se pensarmos que ele é algo que emerge da química cerebral, começa a fazer sentido falar em cura.”
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SEM LIGAÇÃO
Em suas pesquisas com cobaias, Young conseguiu impedir a criação de laço afetivo
O consenso científico sobre o amor é o de que ele é dividido em três fases. A primeira é chamada de luxúria e caracteriza-se pelo desejo sexual. A segunda é a atração. As duas fases formam a paixão. Elas são associadas aos hormônios estrogênio e testosterona – responsáveis, respectivamente, pelas características femininas e masculinas. Também há o foco no objeto da paixão, podendo ocorrer inclusive pensamentos obsessivos a seu respeito. “Os apaixonados e os pacientes que sofrem de Transtorno Obsessivo Compulsivo dividem um mesmo tipo de pensamento. Os primeiros são focados nos parceiros, e os segundos, em suas obsessões”, disse à ISTOÉ a pesquisadora italiana Donatella Marazziti, da Universidade de Piza, na Itália. Ela é autora de um trabalho exemplar sobre esse aspecto. Primeiro, Donatella selecionou 20 voluntários em pleno estado da paixão e 20 portadores do transtorno. Ela quantificou nos dois grupos a concentração de uma proteína envolvida no transporte da serotonina, substância cerebral relacionada à regulação do humor. Tanto apaixonados quanto pacientes tinham baixa quantidade da proteína, o que significa que havia pouca disposição de serotonina. Um ano depois, seu nível já havia subido entre os amantes. E eles não manifestavam mais obsessão pelo parceiro.
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CAUTELA
Marchant, da Universidade do Arizona, teme o uso abusivo das drogas antiamor
As estruturas cerebrais acionadas nessas duas fases são as que compõem o sistema de recompensa. Ele é ativado quando se vive algo que dá prazer. Ao entrar em ação, há a liberação de dopamina. O composto é a base química que está por trás da alegria que sentimos quando desfrutamos de uma situação prazerosa. Esse sistema é o mesmo acionado nos casos de dependência, como a de drogas ou de álcool. No caso do amor, a recompensa é o prazer proporcionado pelo parceiro. É por essa razão que há o entendimento de que o amor pode se tornar um vício. “Há teorias sobre adição que sugerem que qualquer substância, comportamento ou relacionamento que apresente potencial de recompensa pode desencadear dependência”, diz Earp.
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No artigo que publicaram sobre o tema na revista científica “The American Journal of Bioethics”, os pesquisadores ingleses elencaram várias categorias de remédios que poderiam ser usadas para interromper a evolução da paixão. Os antidepressivos, por exemplo, reequilibram as concentrações de serotonina, reduzem pensamentos obsessivos, interferem na liberação de dopamina – portanto, haveria menos euforia diante do amado – e têm entre seus efeitos colaterais a queda da libido. Outras opções seriam as medicações que impedem a ação da testosterona, provocando diminuição do desejo. Apontam também a naltrexona, usada para tratar a dependência de opioides (receitados contra a dor) e contra o alcoolismo.
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A terceira etapa do amor é a do vínculo. Trata-se aqui do sentimento a longo prazo, sem o impulso da paixão, marcado por sensação de segurança e de proteção ao parceiro. Nessa fase, agem duas substâncias: a ocitocina e a vasopressina. A primeira é um hormônio envolvido na formação de laços afetivos e de fidelidade. “Ele é liberado quando há contato íntimo, um toque carinhoso”, explicou à ISTOÉ o americano Larry Young, diretor da Divisão de Neurociência Comportamental do Centro de Pesquisa Yerkes, da Emory University (Eua). Já a vasopressina atua na formação de vínculos nos cérebros masculinos. “Em outras espécies, ela é responsável por um comportamento associado à proteção de território”, disse Young. “Mas em espécies monogâmicas está relacionada a vínculo, provavelmente porque o cérebro masculino considera a fêmea parte de seu território.” Nessa química, também opera uma molécula chamada CRF, que ajuda a manter a relação por longos períodos. “Quando os amantes estão separados, a CRF os faz ter sentimentos negativos, até depressão”, completou Young.
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O americano é um dos mais proeminentes estudiosos da neurofisiologia do amor. Pesquisa o tema há 20 anos, usando como cobaias um tipo de ratazana cujo comportamento familiar se assemelha ao humano, mantendo longas relações com apenas um parceiro. Nas suas experiências, porém, ele provou que é possível manipular esse comportamento simplesmente agindo sobre as substâncias associadas ao vínculo. “Podemos bloquear qualquer um desses compostos e evitar que as cobaias construam laços ou se sintam mal quando um parceiro vai embora”, afirmou Young. Em um dos experimentos, ele usou um composto para impedir a ação da ocitocina nas fêmeas. Elas não criaram ligação com um parceiro e tornaram-se polígamas. “Teoricamente, drogas semelhantes poderão ser dadas às pessoas para manipular seu amor por seus companheiros”, disse o pesquisador.
O inglês Brian Earp, de Oxford, está otimista quanto à criação de mais recursos anti-amor. “Conforme o conhecimento do mecanismo cerebral por trás do sentimento se aprofundar, a tecnologia antiamor se tornará ainda mais poderosa”, acredita. Não se descarta, inclusive, a manipulação da memória por meio do emprego de técnicas adotadas hoje no tratamento de estresse pós-traumático. Nesse caso, o que se quer é apagar as lembranças ruins associadas ao evento que levou ao trauma. Um dos recursos é o uso do anti-hipertensivo propranolol. E mais opções estão em estudo, envolvendo treinamentos específicos e outras medicações. No caso do amor, os métodos seriam usados para fazê-lo desaparecer. “Pode-se imaginar terapia similar sendo usada para apagar a memória do amor”, afirmou a antropóloga Helen Fisher, da Rutgers University (Eua), também investigadora importante da área.
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MEMÓRIA
Estudiosa do amor no cérebro, Helen acha possível
apagar a lembrança do sentimento
Os pesquisadores defendem o uso de armas como essa para todos os casos nos quais a relação é claramente prejudicial e precisa ter um ponto final. “Imagine uma pessoa em um relacionamento violento. Ela sabe que precisa sair dessa situação, mas seu sentimento de vínculo é tão forte que não consegue”, disse Earp. “Se ela pudesse usar um remédio que possibilitasse uma separação emocional do parceiro, seria um uso possível.” O cientista cita outra circunstância. “Pense em alguém atraído por outra pessoa que não o seu parceiro, mas que quer continuar fiel”, exemplifica. “A tecnologia antiamor pode ajudá-lo a diminuir seus sentimentos de atração pelo outro.” Indivíduos com dificuldade para se recuperar de um rompimento e partir para outra experiência também se beneficiariam. Segundo Earp, em Israel já houve a adoção de uma das armas. Por determinação de rabinos, antidepressivos foram dados a jovens para aplacar sua libido de forma que ficasse mais fácil, no entendimento dos religiosos, seguir as normas da religião sobre o comportamento sexual.
A proposta de curar o amor desencadeou intensas reações na comunidade científica. Após a publicação do artigo do grupo inglês, pensadores de várias partes do mundo iniciaram um debate sobre as repercussões da proposta. A professora Kristina Gupta, da Universidade Georgetown (Eua), foi uma delas. Estudiosa da sexualidade humana, ela vê benefícios na aplicação de tecnologias para aplacar o sentimento. “Acho válido em alguns casos, como para alguém que quer terminar uma relação com um marido violento”, afirmou à ISTOÉ. “Mas é preciso se certificar de que os recursos não sejam usados para eliminar tipos de relacionamentos somente porque não são considerados aceitáveis pela sociedade. Um exemplo são as relações homossexuais”, completou.
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quinta-feira, 3 de abril de 2014

A FRAGILIDADE E A ESTUPIDEZ DO INTERNAUTA

Punheteiras chinesas não existem
A seguinte notícia vem sendo veiculada com alguma insistência na Internet.

China regulamenta profissão de Punheteira e a classifica como grau de risco 4

Profissão: masturbação
Em algumas clínicas nos Estados Unidos, para coleta de material destinado a espermograma, eles dão aos pacientes umas revistas pornográficas. No Brasil é entregue um recipiente em uma sala isolada. Mas na China há um cargo profissional regulamentado exclusivamente para mulheres denominado Punheteira (coletora de esperma).
Benefícios
Os salários das Punheteiras são de R$3.700 (aqui já convertido em real). A classificação dessa função relativa à segurança no trabalho é Grau de Risco 4. Alguém pode estar se perguntando: que risco haveria em tal tarefa? Segundo a Norma Regulamentadora nº 32, na China, as funcionárias estão expostas a grandes riscos, podendo adquirir lesão por esforço repetitivo (LER).

A VERDADE SOBRE ESTA SACANAGEM

Profissionais colhendo sêmen de pacientes manualmente. A profissão intitulada Punheteira que é regulamentada na China? Será que é verdade ou mentira?

Profissão Punheteira - Verdade ou mentira?Profissão Punheteira - Verdade ou mentira?Profissão Punheteira - Verdade ou mentira?
No início deste ano o S1 Notícias, sites e vários outros veículos publicaram a história para lá de inusitada na China que há profissionais especializadas na coleta de sêmen. Na busca para obtermos autenticidade dos fatos encontramos menções a esse fato, com algumas imagens.
De acordo com a notícia, a profissional denominado Punheteira (coletora de sêmen) é uma profissão reconhecida na China com salário de cerca de R$ 3.700,00 mensais.
As fotos mostram algumas moças uniformizadas e usando luvas de látex para fazer o colhimento de material dos doadores através de masturbação.
Verdadeiro ou farsa?
A história é falsa!
O site chegou a uma conclusão; O história não surgiu só aqui no Brasil, mas também em diversos outros países, com pequenas modificações. Na versão em inglês, por exemplo, é citado até o nome de um hospital em Xangai onde estariam fazendo a coleta assistida.
O rumor foi tão forte que o banco de sêmen de Xangai teve que vir a público se pronunciar, avisando que tudo não passou de mais um boato da web.
Em entrevista ao China.org.cn, Li Jin – um funcionário do hospital Renji – afirmou que lá “no hospital” nunca houve enfermeiras para ajudar na coleta de esperma. E que isso é feito pelo próprio doador, sozinho em uma sala especial, “para proteger a privacidade do doador, não é permitido tirar fotos ou filmar no banco de esperma.”
De acordo com o China.org, o banco de sêmen de Xangai foi criado em 2003 e nos cinco anos de existência, havia ajudado cerca de 700 mulheres a engravidar.
As fotos
As imagens que acompanham a notícia falsa são trechos de um filme pornográfico produzido pela Soft On Demand, uma empresa japonesa de filmes. Sua divisão para filmes adultos, a SOD Create, faz e distribui filmes pornográficos desde 1999.
Conclusão
História falsa. Não existe a profissão Punheteira (coletora de sêmen) humano na China.
ESTE FATO EVIDENCIA VÁRIOS ASPECTOS E PROMOVE AS SEGUINTES REFLEXÕES: 

1- O quanto em pleno século vinte e um, depois de desmistificado o sexo, (sexo não é mais tabu) as pessoas ainda estão profundamente ligadas a qualquer referência alusiva ao assunto.

2- O caráter emburrecedor da Internet que altera consideravelmente os percursos sinápticos e faz com que as pessoas sejam incapazes de refletir. Pensar, todos pensam; refletir é para muitíssimo poucos.

3- Uma reflexão miserável desmentiria essa notícia ridícula. Num país que exporta gente para trabalhar na África, numa ditadura de proletariado onde as pessoas não têm direitos e tudo lhes é imposto, como o governo chinês se daria ao luxo de pagar um salário para extrair sêmen?

4- Como o esperma poderia ser coletado por enfermeiras se ele literalmente jorra? Muito inverossímel.

5- Num país onde  se pratica o controle da natalidade de forma sistemática e fascista, para que diabos serviriam os supostos bancos de esperma?

6- Como já afirmei em postagens anteriores, graças à riqueza e à diversidade pornográfica da internet, nunca na história deste planeta, se tocou tanta punheta e o seu correspondente feminino, a mítica e misteriosa siririca. Ao verem a palavra punheta, todos se sentiram atraídos e identificados com o que julgo tratar-se de uma excêntrica manifestação sexual.

7- Mea Culpa. Num primeiro momento, eu também caí na pegadinha dessa notícia esdrúxula. Esta é uma crítica com efusiva e entusiástica  autocrítica.

8- Eu poderia continuar enumerando, mas tenho que trabalhar amanhã porque infelizmente o regime é capitalista, cruel e desumano. Temos que dar um basta à punheta e revalorizar a phoda arcaica.

A TORTURA ELETRÔNICA

Não ecoam mais os gritos dos torturados da Idade Média. Já faz muito tempo. É inconcebível o que já se fez em nome de deus. Na época da Cruzadas corriam "rios de sangue" e isto não é uma metáfora.
A Igreja Católica continua fazendo merda. A Inquisição hoje chama-se Congregação para a Doutrina da Fé.
A Tortura só mudou os meios, mas nunca saiu de moda. Você com certeza absoluta, acha que eu sou uma hipérbole ambulante. Pois, não sou.
Vou provar que a Tortura continua na ordem do dia. Senão, faça o seguinte teste elementar: num mesmo dia, ligue para o Detran R.J. e escute 30 minutos de autopropaganda do tipo, "o Detran está sempre se reinventando para servir melhor", tudo mentira, depois no mesmo dia, tente cancelar o seu cartão de crédito, em seguida, ligue para 1746 e para finalizar este teste básico, rápido e frugal entre em contato com a Oi para consertar o seu velox.
Se você não tiver sido torturado mental e emocionalmente, eu faço haraquiri em sinal de penitência.
A crueldade e a tortura são as maiores especialidades do ser humano. Passe em revista a sua existência com honestidade e coragem de ver e renda-se às evidências.
Hoje, somos torturados eletronicamente todos os dias. A tortura eletrônica já faz parte dos nossos hábitos. Quase tudo o que é feito para nos servir não funciona. Nada funciona e quem detém o poder nos mais diversos setores tripudia da nossa santa paciência e da nossa dignidade. Depois ainda falam em vandalismo. Os Vândalos estão no poder, aqui e em qualquer parte do planeta. Quem não é vândalo, nem se habilita a exercer determinados cargos. Malgrado as obviedades em contrário, muitos ainda insistem em acreditar nesta espécie fracassada.
Mas afinal, o que funciona no Brasil? Parece que nada funciona. Os serviços públicos e privados são muito piores que uma calamidade. Entretanto, há coisas que funcionam muito bem no Brasil e no mundo. Quando se tratar de tirar o dinheiro do teu bolso para pagar essa coisa infeliz e inútil para os tributados (contribuinte é o cacete!) chamada imposto, tudo funciona às mil maravilhas. Por acaso, você conhece alguma instituição mais eficaz e refinadamente sádica que a receita federal. Deixa de colocar os centavos exatos para ver o que te acontece! És apanhado como um animal vadio na conhecidíssima "malha fina". Quando é para nos enrabar, funciona tudo muito bem. Quando é para nos prejudicar há muita competência. Quando é para ferrar o cidadão há alta tecnologia impecável.
Se você ainda acha que eu exagero. Posso te dar mais um teste simples para fazer. Faz o seguinte: deixa de pagar a tua conta de luz por uma semana. Vai dar até Serasa na tua porta. É foda, véio!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

A TRICENTÉSIMA POSTAGEM

Mais de 100 mil Visualizações em Um ano e Dois Meses com Texto Autoral para um público que não gosta muito de ler e num mundo essencialmente feito de imagens.
Joaquim ESTEVES 
Estou prosa. Obrigado.




segunda-feira, 31 de março de 2014

DEUS - O LADRÃO DE MÉRITOS

Pela escala de valores vigente, ninguém tem méritos. O mérito sempre é desse deus que inventaram. Quando se trata de uma grande descoberta científica, os cientistas não têm mérito porque simplesmente foi Ele que lhes deu a inteligência. E a estupidez e a burrice, quem a criou? Ele não é o criador de todas as coisas?
Quando as coisas dão errado, dizem que é obra do demônio. Então o demônio também é cultuado.
Somos politeístas ou pelo menos cultuam-se dois deuses; deus, o próprio, e o capeta. 
O cara se submete a todos os tratamentos inventados pelo homem para a cura do câncer: radioterapia, quimioterapia e o escambau e quando o cara é curado, foi deus que o curou. Pelo amor de deus! Ninguém merece uma sacanagem destas!
Quando é que vai acabar essa apelação? Quando vão ter coragem para encarar o que não faz sentido e curar essa obsessão ontológica?
Os nossos esforços, penas e sofrimentos, nunca são o bastante. Parece que temos que sofrer sempre um pouquinho mais para agradar a esse deus colério e mal humorado.
As pessoas realizam a proeza de encontrar Jesus que viveu há milênios na longínqua e improvável Galiléia e são absolutamente incapazes de se encontrar. Dá nisso. Quem ainda não se encontrou, quer encontrar alguém ou alguma coisa como tábua de salvação. Não existe salvação. Ficam negociando a salvação após a morte ao invés de se preocuparem com a vida que pulsa. Que loucura! Está salvo quem é feliz em vida. Por favor me poupem desses desvarios.
Obs- Os Cátaros que viveram no sul da França acreditavam que o mundo era obra do diabo. Segundo eles deus não poderia ter criado coisas tão perecíveis. Os Cátaros tinham uma concepção elevada de deus. Pesquise sobre Catarismo no pai Google de Aruanda. 

sábado, 29 de março de 2014

A VERDADE É UMA GROSSERIA

"Representamos o papel de herói porque somos covardes, o de santo porque somos maus. E o de assassino porque sempre existe alguém que gostaríamos de matar. Representamos, em suma, porque desde o momento que se nasce não se faz outra coisa senão mentir."  Jean Paul Sartre

Quanto mais nos aproximamos da verdade, menos os outros gostam de nós. Quanto mais denunciamos a animalidade do ser humano, mais gente nos olhará com desconfiança e raiva. Temos que compactuar desta mentiralhada toda para sermos bem quistos. Este planeta é um mentiródromo.
Toda a palavra que é considerada palavrão faz invariavelmente referência ao animal que teimam em esconder. O palavrão é o dedo-duro da nossa real condição. Por isso tantos têm verdadeira ojeriza ao palavrão. Não vou repetir os palavrões. Digam um palavrão e verifiquem se ele não se refere a sexo, defecação, micção, vomição e outras coisas que nos caracterizam. 
Quiseram me convencer durante décadas que todos eram quase anjos; anjos que cagam, naturalmente. Em última análise educar uma pessoa é ensiná-la a mentir.
Você é obrigado a mentir e se eventualmente você mente mal, é chamado de mentiroso. Quem mente e mente as mesmas mentiras de todo mundo é gente finíssima.
Parece que a mentira nos protege do pior. Todavia, a mentira também adia consideravelmente o nosso amadurecimento. Bem educado é quem aceita passivamente continuar a viver no mundo das criancinhas, onde tudo parece mas não é. Sentimo-mos bem assim fingindo que não sabemos das verdades mais elementares. Isso nos traz conforto e alguma serenidade.
Não gosto de criaturas muito finas. Por vezes, o véu de civilização camufla e boicota o melhor que há num ser humano.
Hoje mais do que nunca, diante de toda a hipocrisia de que sou vítima, diante do politicamente correto e outras merdas afins, tenho certeza absoluta que dizer a verdade é mesmo a pior das grosserias.

terça-feira, 25 de março de 2014

O DESENCANTO COM O OUTRO

"Como todos os sonhadores, confundi o desencanto com a verdade."
Jean-Paul SARTRE
A geração atual, a geração superficial, sonha com moderação porque é politicamente correta. A geração de Sartre e a minha geração sonhavam desbragada e indecentemente. Queríamos mudar o mundo. Grávidos de ilusões, parímos mais desencantos que quaisquer outras gerações.
Hoje quase ninguém tira os pés do solo. A minha geração Solar deu origem a esta gente sem graça nenhuma que só pensa em trabalhar, ganhar dinheiro e consumir. Ninguém acredita mais que o outro possa trazer elementos existenciais importantes para a redenção pessoal. Preservados do desencanto, privam-se também do encantamento. Temos que fazer o trajeto por inteiro. Não podemos começar pelo desencanto.
Vivi encantado décadas a fio e foi ótimo. Hoje vivo feliz o meu desencanto. Não comecei pelo fim. Sou um ser completo. Pobres dos que começam pelo desencantamento e pela descrença contumaz.
Acreditei no poder redentor do outro. Delirei com o amor e o afeto. Fiz do sonho uma profissão de fé. Toquei toda a epiderme aveludada da esperança e gordo de esperança, esparramei  os meus melhores trunfos em dias melhores.
Hoje sigo o curso do rio sem nunca negar as margens. Defronto-me com a verdade e o desencanto que são a mesma coisa. E sou puro contentamento porque apesar das evidências em contrário, fiz todo o percurso acreditando e colaborando sempre para um mundo melhor.

quarta-feira, 19 de março de 2014

OS REFÉNS DA MAIORIA

 BREVE ENSAIO SOBRE A LOUCURA E O PODER
Os acadêmicos que eu odeio, usam palavras, expressões e nomenclaturas muito rebuscadas para dizer o que eu vou dizer didaticamente em algumas frases. Uma minoria com muito poder controla uma maioria sem poder que por sua vez também controla uma minoria sem poder. Não existem apenas os três poderes de Montesquieu. Existem os três poderes de Montesquieu mais o quarto que são as mídias, mais o quinto que é a internet, mais o sexto que são as religiões, mais o sétimo que são os grandes Capitalistas, mais o oitavo que é o mais fraquinho(hoje) e que se chama família. Depois temos o poder dos poderes, o supra-sumo do poder que é a publicidade. Todos os poderes acima citados se servem da publicidade. Existem bilhões e bilhões dólares investidos em propaganda. A propaganda não só é a alma do negócio como é o que determina tudo. O inferno pós-moderno são os grandes conglomerados econômico-financeiros mancomunados com as agências de publicidade. O demônio habita entre nós.
Também existem os sub-poderes que são outorgados pelos poderes já referidos. A Escola é um poder e o academicismo um derivado. As Convenções sociais também constituem um sub-poder difuso e traiçoeiro. Esses sub-poderes se diluem no poder acachapante da maioria.
O ser humano é muito sensível à repetição e ao condicionamento. O grande injustiçado dos pensadores sem ser pensador, é o Fisiologista  Ivan Petrovich PAVLOV. Quando se referem a ele, falam de cachorros. Deveriam falar de seres humanos porque as susceptibilidades ao condicionamento são as mesmas.
A maldita publicidade lança moda, determina comportamentos e indiretamente promove muitas desgraças humanas. Como nos experimentos de Pavlov, ela é repetitiva  à exaustão. Quase ninguém resiste. Os que resistem têm a cabeça feita e são cobras criadas.

Aqui estamos nós, reféns desse encadeamento de poderes, sem poder fazer quase nada. Toda a forma de dominação é nojenta. E esses poderes pretendem apenas dominar, impor e vencer, nada mais.
Você que se considera parte integrante da minoria sem poder, não pode fazer grandes coisas. É um sistema sórdido e imbecil que nos domina e que pode nos conduzir ao grande infortúnio.
Nunca pensei, nunca reagi, nunca percebi, nunca intuí, nunca gostei de me comportar  como todo mundo. Nunca gostei das  músicas que todo  mundo gostava. Nunca gostei dos filmes que todo mundo adorava. Nunca comunguei das visões alucinadas da maioria. (E nem parece alucinação porque são bilhões alucinados.) Nunca me disse nada esta massa amorfa que me cerca. Nunca simpatizei com a multidão. 
E aí? Você acha que eu sou louco ou metido a besta? Nem uma coisa nem outra. Eu sou apenas um refém da maioria.

segunda-feira, 17 de março de 2014

O ROMANTISMO DAS CANTORAS

Domingo passado ficou muito claro pra mim que o amor entre homens e mulheres não passa de um delírio hormonal. Trata-se de uma elocubração sentimental feita de hormônios e químicas correlatas.
Ao escutar mais atentamente certas músicas americanas, descobri que as soi-disant cantoras dos Estados Unidos gemem mais do que cantam. O que é exportado como música romântica é na realidade, um gemedouro interminável. Um amor gemido assim, parece-me muito mais afeito à esfera puramente sexual  do que a esse bem querer sem penetração que as pessoas rotulam de amor romântico.
As pseudo-cantoras brasileiras gemem menos. É sempre assim, as americanas são sempre as campeãs. A efervescência e os esguiços dos hormônios produzem sensações muito próximas do afeto, mas não é afeto. É um interesse momentâneo para produzir as inadiáveis descargas orgânicas, elétricas e não só.
Compreendo muito bem as confusões mentais e emocionais que os hormônios criam nas mentes dos mais jovens. Afinal, os jovens são os maiores produtores de ereções e lubrificações.

Nada como envelhecer um pouco, refletir um pouco, para concluir definitivamente que somos todos enganados pela natureza para procriarmos e reproduzirmos o erro. 
É tudo muito mais tesão que outra coisa minha gente boa. É bom que o tesão não morra, mas esse tesão idiotizante, fissurado e avassalador que você sente agora também passará. O tempo se encarregará de te desintoxicar.
P.S. Como dizia o velho e desacreditado Sigmundo é tudo sexo. 

DO PERECÍVEL AO DESCARTÁVEL


Os mais lúcidos já estão mais ou menos acostumados com o perecível. O efêmero nos persegue e nos caracteriza desde tempos imemoriais. A convivência cotidiana com o tansitório é muito penosa. A grande maioria foge e finge que as coisas são eternas. O "para sempre" é irresístivel. É agradável supor que é para sempre. Adoro os "Para Sempre" Outra palavra que me seduz é "nunca." "Sempre e nunca", duas paixões adolescentes.
Como se pode deduzir, sou um ser feito para durar e amante do que dura. Por vezes, até o sofrimento deve durar. Não sou masoquista, mas acredito no poder transformador do sofrimento duradouro. Note-se que sofrimento só é válido para quem é bom aluno e por isso tem capacidade de aprender . Para os outros, sofrimento é a coisa mais cruel e inútil que existe. A vida é ótima professora. Quanto aos alunos, a grande maioria é relapsa e negligente. Não aprende porra nenhuma.
Há muito tempo que passamos também a conviver com o descartável. O descartável é muito pior que o perecível. Sou da geração do perecível e agora vejo-me um tanto atrapalhado com a massificação do descartável. Primeiro, descartavam-se coisas, hoje descartam-se coisas e pessoas. É uma delícia jogar fora e pegar um novo em folha... Com o advento da insana vida virtual e suas consequências lógicas, o deletar, o bloquear, o denunciar, o excluir, a coisificação das pessoas ficou muito mais óbvia. A coisificação virtual é a escravidão pós-moderna. Os escravos tecnológicos atualizam a doença mental.
Com a explosão demográfica e a péssima distribuição populacional, o ser humano perdeu muito do seu valor intrínseco. Se você não quiser, há milhões que querem. Com a hiper-concentração da riqueza, a coisificação hedionda ficou obscena.
Diante da saturação das opções, a qualquer momento você pode dançar. Esteja preparado. Se você não servir a certos interesses e às vezes são apenas interesses emocionais, súbitamente, você tá fora.
Neste ponto, eu alcanço o meu velho e puído discurso. Não espere ser coisificado. Faça as pazes consigo mesmo, vacine-se contra as mazelas do grupo, insista em continuar humano e exija ser tratado com dignidade. Viva o presencial e foda-se o virtual.