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La Muse Verte - Albert Maigan - 1895
"A musa verde" era o nome poético que se dava
ao absinto consumido na época
Nunca consegui entender muito bem o que é que tantas mulheres semi-nuas fazem nas propagandas de cerveja. A Ambev, esse gigante capitalista sem muitos escrúpulos, pretende insinuar que a cerveja aguça o apetite sexual. Não aguça não. Álcool não aumenta a libido. Pelo contrário, álcool acaba com a libido. Um pouco de álcool descontrai, relaxa e favorece a aproximação sexual e só, acabou. Um pouco. Então viciados em orgasmos de plantão, é melhor parar de beber. (O orgasmo é o maior vício mais ou menos secreto da humanidade.)
O cúmulo do cinismo é que depois de feita a propaganda extremamente enganosa, dizem:- " Beba com moderação." Nestes tempos de EXCESSO e de exagero, quem bebe com moderação? Quem? Quem? Hoje, beber é motivo de orgulho para essa gurizada que anda por aí. Nos anos 60,70 e 80, a moda era fumar. Hoje é beber muito até cair. Ouço alguns idiotas dizerem:-" Bebi muiittto!"
Uma maneira de coibir a auto-destruição hepática é falar de impotência e de baixa libido. Nas campanhas anti-tabaco, funcionou. Eu não sou moralista. Muito pelo contrário. Façam dos vossos fígados, dos vossos cérebros e das vossas genitálias e periferias, o que quiserem. O que eu não suporto é a Ambev enganando os incautos.
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Cerveja que é uma bebida alcoólica, por incrível que pareça, não combina com mulheres nuas e sexo. Sexo vicia, mas álcool vicia mais ainda e é muito mais deletério. A mensagem das marcas de cerveja que se multiplicam a cada dia que passa, é absolutamente falsa. Nunca vimos tanta marca de cerveja. Nos anos setenta e oitenta criava-se uma nova marca de cigarros por mês. Daqui a duas décadas vão fazer campanhas terroristas contra o álcool como agora fazem contra o cigarro. Sou contra o cigarro e também sou contra o terrorismo que é feito contra os fumantes. Terrorismo, nunca. Parafraseando Che," Hay que combatir, pero terrorismo jamás."
Se vocês acham que eu sou um chato e sou do contra, leiam o artigo a seguir e concluam vocês mesmos que querem acabar com o tesão e promover os brochas à categoria de garanhões.
Álcool, drogas e função sexual:
uma revisão.
Alcohol, drugs and sexual
function: a review.
Jordon Peugh
Steven Belenko
National Center on Addiction and Substance Abuse ~ Columbia University (New
York)
Journal of Psychoactive Drugs 2001; 33(3): 223-33.
A visão das drogas como
afrodisíacos sempre esteve presente no imaginário popular. No entanto, as
conexões entre álcool, drogas e função sexual são mais complexas. As
substâncias psicoativas podem afetar a função sexual a partir da alteração de
neurotransmissores (especialmente a serotonina, noradrenalina e dopamina); pela
ação direta ou indireta na liberação de hormônios capazes de aumentar a libido
(testosterona, progesterona e estrógeno); ou por atuarem diretamente sobre o
fluxo sanguíneo ou outros mecanismos fisiológicos dos órgãos sexuais.
Por outro lado, as reações humanas a tais alterações são complexas e
influenciadas por fatores psicológicos e sociais. Isso torna difícil a
quantificação do papel específico das substâncias sobre a função sexual. No presente
artigo, os autores revisaram a literatura trabalhos acerca do tema e os
apresentaram seus achados divididos por substância psicoativa, levando em
consideração seus efeitos agudos e crônicos.
Álcool
O consumo difundido do álcool em nosso meio fez deste a substância mais
estudada quanto a sua ação no desempenho sexual. Seu consumo sempre esteve
associado à facilitação do comportamento e do desejo sexual. Simultaneamente, é
considerado prejudicial à potência e ao desempenho sexual. Já foi sugerida que
a ação depressora do sistema nervoso central causada pelo álcool contribui,
direta ou indiretamente, para a disfunção da ereção, redução da secreção
vaginal, redução do desempenho sexual e outras disfunções sexuais.
Homens
Em doses diminutas, o álcool possui discreta ou nenhuma ação sobre a função
sexual masculina. O desejo sexual pode aumentar quando se utilizam baixas doses
da substância. Doses elevadas, no entanto, prejudicam a ereção, interferem na
ejaculação e causam redução do desejo sexual (libido). Além disso, as
expectativas, os estímulos externos e as relações interpessoais também afetam a
função sexual e interferem nos resultados observados.
O consumo crônico e prolongado, no entanto, prejudica todos os aspectos da
função sexual masculina, em especial a ereção (quadro 1). Disfunções
sexuais chegam a atingir mais de 80% dos dependentes de álcool.
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Quadro 1: Principais complicações sexuais entre os
usuários crônicos de álcool do sexo masculino.
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· Piora da
ereção (tempo e intensidade)
· Redução
dos níveis de testosterona
· Redução
no número de espermatozóides
· Piora
nos testes de desempenho
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Apesar de tais alterações mostrarem-se em parte reversíveis após a abstinência,
queixas de disfunção sexuais podem persistir. Pode haver piora da função
erétil, em decorrência de lesões neurológicas, prejudicando-a definitivamente.
Além disso, o surgimento de complicações, tais como depressão ou a piora do
relacionamento conjugal ao longo dos anos, também afetam diretamente a função
sexual masculina, tornando difícil isolar o papel exclusivo do álcool sobre
esse assunto.
Mulheres
Muitas mulheres afirmam que o álcool aumenta seu prazer sexual. Por outro
lado, estudos com marcadores fisiológicos apontam para o sentido aposto, isto
é, quanto maior a quantidade de álcool, menor o prazer sexual e a capacidade de
atingir o orgasmo.
Há algumas explicações para tal contradição: [1] o impacto da
desinibição desencadeada pelo consumo, [2] a interpretação das
modificações corporais induzidas pelo álcool como aumento do prazer sexual, [3]
a influência das expectativas acerca dos efeitos do álcool, [4]
mensuração inadequada dos marcadores fisiológicos do prazer sexual.
O consumo crônico de álcool traz às mulheres disfunções sexuais e problemas
ginecológicos. A disfunção sexual, por seu turno, também pode ser uma possível
causa de alcoolismo entre elas. Dado a noção cultural de que o álcool aumenta o
prazer, mulheres com disfunção sexual freqüentemente buscam no álcool uma forma
de sanar tais deficiências.
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Quadro 2: Principais complicações sexuais entre os
usuários crônicos de álcool do sexo feminino.
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Inexistência de orgasmo
· Piora da
lubrificação vaginal
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Intercurso sexual doloroso
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