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sexta-feira, 8 de maio de 2015

A LENDA DOS TESOUROS TERRENOS

Até agora não achei nada. Quando me catapultaram no mundo, disseram-me que havia muitos tesouros por aqui. Cabia a mim descobri-los e desenterrá-los.
Procurei muito e atualmente não me interesso mais por tesouros. Não encontrei nada. Foi mais uma propaganda enganosa de mamãe.
Mas eu "não tou nem aí" porque hoje eu já consegui saber que eu só vim aqui para me encontrar.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A ATUALIZAÇÃO DO PECADO

ESTE MUNDO JÁ ESTÁ FICANDO CHATO DEMAIS.
Até já acho que o pecado quer nos abandonar, porém, nós adoramos o pecado. Não abandonamos a noção de pecado por nada deste mundo ou do além. O pecado é uma das formas mais eficazes de controle.
No hebraico e no grego comum, pecado tem o sentido de errar, de não atingir o alvo. Em latim, "peccatú" é a desobediência à vontade de Deus. Tenho certeza que Deus é uma invenção de homens que se valeram Dele para dar mais credibilidade e força àquilo que queriam impor aos outros.
A história da humanidade é uma cangorra de imposição e submissão. Quando isso não ocorre, surgem os conflitos de toda a ordem.
O pecado medievalesco ressurge agora de maneira sutil e subreptícia. Pecar fora do contexto religioso, sempre foi desobedecer a esse deus vago e insondável chamado status quo.
Atualmente pecam gravemente os que não obedecem aos sagrados preceitos do politicamente correto. Gradualmente, instalou-se no planeta, portanto, não se trata de uma seita, uma maneira de falar que não é um simples jargão, mas uma postura solene e quase institucional diante da realidade. O politicamente correto, procura a qualquer preço não reconhecer e não nomear adequadamente os diversos componentes do mundo real. Em outras palavras, o politicamente correto, tenta nos infantilizar para nos controlar com mais facilidade e está tendo muito êxito.
Vivemos a Idade Média tecnológica onde pecam os que não acreditam e por isso não repetem as palavras e expressões do Grande Senhor dos Corretos.
Não se pode mais brincar, rir dos outros, o lúdico perdeu o seu sentido primeiro e a hipocrisia ganhou as ruas. Hoje, todo mundo tem que estar em posição de sentido fingindo respeitar o que nos provoca incontroláveis gargalhadas interiores. 
O politicamente correto não consegue dizer nada porque censura e proíbe as palavras que têm o dom e o poder de dizer. O politicamente correto não tem nenhuma legitimidade. É uma enrolação, um amontoado de palavras artificiais inventadas para esconder a verdade dos fatos, das coisas e das pessoas.
Assim, este mundo já está ficando chato demais!

quarta-feira, 6 de maio de 2015

DEZ COISAS BIZARRAS QUE SÓ EXISTEM NO JAPÃO



Inemuri
Já pensou em tirar um cochilo no meio do trabalho? A gente aposta que sim, mas, com certeza o seu chefe não acharia uma boa ideia. Saiba porém, que a prática conhecida como inemuri, é muito conhecida e aceita no Japão. E tem mais: isso pode significar que você é tão dedicado à profissão que simplesmente precisou dar aquela soneca.

Soineya
O termo vem da junção das expressões soine (dormir junto) e ya (loja). Ou seja, os soineyas são, literalmente, estabelecimentos onde os clientes pagam para se deitar com uma garota. Mas não vale pensar besteira! Por lá, você pode apenas dormir - no sentido mais literal da palavra. Pagando um pouco mais, você ainda ganha “privilégios”, como acariciar os cabelos, fazer uma massagem nos pés ou até trocar olhares pelo período de um minuto.

Yaeba
Enquanto na maioria das culturas ocidentais, ter dentes perfeitos é quase que o obrigação, no Japão, a história não é bem assim. Yaeba quer dizer dentes duplos e se refere a mais nova moda entre a mulherada do país - os caninos acentuados. E sim, muita gente paga para alcançar o efeito da foto ao lado.

Aokigahara
A Aokigahara é um floresta nas bases do Monte Fuji que com certeza você não vai querer visitar. O por quê? É que o local é o segundo mais popular no mundo quando o assunto é suicídio, perdendo apenas para a ponte Golden Gate, em São Francisco.

Hadaka Matsuri
O Hadaka Matsuri poderia ser um festival como o Lollapalooza ou o Coachella, tirando o fato de que ele é apenas frequentado por homens, que tem obrigação de ficarem pelados. A brincadeira vem de uma antiga crença japonesa, cuja ideia é de que os homens, quando nus, afastam todos os espíritos malignos.

Ganguro
Todo mundo gosta de pegar um bronze, mas tudo tem limites. Bem, menos no Japão. O ganguro é outra moda entre as garotas japonesas - a de usar toneladas de maquiagem com o intuito de deixar a pele bem escura. Para completar o look, vale pintar os cabelos e o rosto com muita tinta neon.

Hotel-Cápsula
Em um país cada vez mais carente de espaço, dormir em um cubículo não chega a ser uma excentricidade. Os hotéis-cápsula oferecem “quartos” de 1 metro de altura por 1 metro de largura e é sem dúvidas, uma opção barata de hospedagem. O difícil é encarar!

Vending Machines
Ok. A gente está cansado de ver as famosas vending machines espalhadas pelas estações de metrô e outros locais de São Paulo - ou do mundo inteiro. Acontece que no Japão, nas maquininhas, você pode comprar produtos como frutas, ovos e até roupa íntima.

Hikikomori
Você já teve vontade de fugir do mundo e ficar trancado no seu quarto? Se sim, isso com certeza durou apenas alguns dias. Acontece que no Japão, o Hikikomori (isolado em casa) é uma prática cada vez mais em voga e consiste em um extremo isolamento da sociedade. O assunto é sério e já considerado questão de saúde pública no país.

Hikimayu
Mais uma curiosidade sobre os hábitos de beleza das japonesas, o hikimayu é como é conhecido o ato de remover toda a sobrancelha e tatuar uma nova no local.
E MAIS:

Hotel no Japão oferece quartos para mulheres chorarem 
O hotel Mitsui Garden Yotsuya criou quartos especiais para mulheres chorarem confortavelmente e em privacidade.
O Japão é um dos países mais únicos e interessantes do mundo. Para os viajantes que procuram atrações bem diferentes, no lugar encontram cidades fantasma aterrorizantes, a ilha de Okunoshima, com um grande número de coelhos, e até parques de diversão dedicados à famosa personagem Hello Kitty. Os hotéis da cidade de Tóquio também podem ser uma diversão à parte, como o temático do Godzilla.
Outro bastante inusitado é o Mitsui Garden Yotsuya, que criou quartos especiais para mulheres chorarem confortavelmente e em privacidade. O serviço das acomodações incomuns, segundo o estabelecimento, foi pensado para que as mulheres fujam do estresse do dia a dia ou superem problemas emocionais pelos quais possam estar passando.
Para complementar o serviço, no quarto são oferecidos diversos objetos para serem usados na diária. Alguns deles são lenços de papel de alta qualidade, roupas de cama aconchegantes, uma seleção de filmes (como "Forrest Gump: O Contador de Histórias", o japonês "A Tale of Mari and Three Puppies" e o sul-coreano "A Moment to Remember"), removedor de maquiagem, máscara relaxante para olhos e mangás.
O hotel Mitsui Garden Yotsuya já oferece acomodações apenas para mulheres, e as que reservarem os quartos para chorar ficarão no "Ladies Moderate Single". A promoção vai até o dia 31 de agosto de 2015, e uma diária no quarto custa ¥ 10 mil, aproximadamente R$ 256.

VAGINAS PIRATAS

Por razões biológicas e culturais, é notória  a arrogância genital feminina. Os homens topam qualquer parada abaixo da linha da cintura à exceção do orifício controverso. As mulheres parecem ser muito mais seletivas e senhoras de si. Os motivos são naturais ( a escolha ainda que inconsciente dos melhores genes) e principalmente culturais. Até aí, tudo bem.
Revoltante é quando a mulher exagera na sua arrogância genital e você pensa que está diante de uma vulva Louis Vuitton e não é nada disso. Não raros são os homens que investem tudo; tempo, energias e muito dinheiro para ter acesso a uma vagina de luxo, quando na realidade, trata-se apenas de estratégia barata.
Há homens que só frequentam genitálias Chanel, Gucci, Hermès  e Cartier. Triste e devastador é descobrir nas dobras da "piu bella wonderfull" a inscrição MADE IN CHINA.

NECROLATRIA

A necrolatria ou o culto dos mortos não é uma característica apenas de povos primitivos. A nossa sociedade judaico-cristã, neoliberal, pós-moderna do terceiro milênio adota a mesma prática.
Você tem que esperar pela sua morte para ser bom. Qual será o mecanismo mental coletivo que torna todos os mortos excelentes pessoas? 
A morte é uma promoção bizarra. A sociedade que também é bizarra, supervaloriza quem não existe mais e desvaloriza instintiva e compulsivamente os que existem. A proximidade nos afasta e a distância nos aconchega. Preferem que estejamos mortos para poderem nos amar e idolatrar. O amor poucas vezes é presencial. É muito confortável e miserável amar espectros e lembranças.  
Se existir prática mais doida do que esta, me avisem. Eu estou sempre por aqui, a não ser que chegue a minha promoção.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

O ANIVERSÁRIO DE UM ASSASSINATO

Dia primeiro de maio de 2005, morria assassinado no Hospital do Porto o meu pai, Joaquim Esteves Coelho. Tenho debaixo da minha cama pilhas de relatórios sobre o caso. Fiz correr muita tinta. Denunciei o assassinato perpetrado por médicos à imprensa (Televisão e Jornais) e ao Ministério Público. Todos foram considerados inocentes e o meu pai pagou com a própria vida pela negligência, imperícia e ignorância de uma classe que mata impunemente. E continuará matando.
Um número considerável de pessoas, morre do tratamento e não da doença. A doença é sempre considerada a causa da morte. Como não são feitas autópsias, nunca se descobre que muitos tratamentos são fatais.
O meu pai não foi para o céu nem para o inferno. Não me dou a esses luxos  e devaneios. O meu pai está aqui na minha imensa memória. E daqui ele nunca mais sai para ir ao médico.
Enfim.... Fiz dois blogs para o meu pai porque ainda não sei fazer sites. Um dia ele terá um site.
1- http://erromedicochaves.blogs.sapo.pt/
2- http://medicosassassinos.blogspot.com.br/
Para homenageá-lo escrevi um poema no ônibus vindo do meu trabalho enquanto o sol se punha.
E um dia
Sob os auspícios de um sol bizarro
Entardeceu para Sempre.
E nesse dia Expulso da luz  
Em exílio inédito  
Pousou os seus olhinhos alegres na paisagem infame de uma Escuridão INÍQUA.
É um poeminha muito curto e modesto. Para mim que navego como poucos no oceano das palavras, sou prolixo e já escrevi seis livros que nunca ninguém leu, diante da dor de perder o meu pai, fiquei lacônico e fui sucinto.

A MULHER-ABACAXI

O FEMINISMO XIITA
AS FEMINAZI
Ainda hoje tive pesadelos com a mulher-abacaxi. A mulher-abacaxi traumatiza qualquer ser testiculado.
A mulher-abacaxi é feminista fundamentalista-militante, está sempre de clitóris em riste e quer mandar em todos para tentar vingar todo o mal que fizeram aos seres ovarianos. Tem um vocabulário precário e para ela tudo é machismo. Não tem religião convencional, todavia considera a Delegacia de Mulheres um templo e é devota de Maria da Penha.
Ela quer determinar tudo. Desde a maneira como deve ser paquerada até as nuances milimétricas do comportamento masculino. O demônio para ela são todas as pessoas que nasceram de pênis. E o pior é que ela deseja sexualmente o demônio. Ela odeia o que ela também adora. Que situação melindrosa e corrosiva!
A mulher-abacaxi é muito culta, conhece toda a legislação em vigor, estudou em várias faculdades e flerta com o poder político e religioso. Ela quer igualdade a qualquer preço, mas não abre mão de certos privilégios arcaicos como receber flores, ostentar uma falsa fragilidade e não pagar o motel.  Já vem com a coroa na cabeça, a couraça no corpo e quase não tem celulite porque vive em tratamento estético-cosmético. A mulher-abacaxi parece um homem que menstrua.
A mulher-abacaxi ganha muito dinheiro e tem muito dinheiro. Diante da possibilidade de ameaça real ou imaginada, ela saca o cartão de crédito. A vingança tardou, mas chegou com o Mastercard. (Isso não tem preço.) E o Visa que ela também possui, avisa que agora as coisas mudaram. É a vingança do terceiro milênio que chegou junto com o Apocalipse. E neste fim de futuro, salve-se quem puder porque a uterocracia está em todos o lugares. 
Eu não tenho nada a ver com isso. O meu pênis não é culpa minha, eu juro. Apareceu por acaso na minha anatomia. Nunca maltratei nenhum ser que gesta. Eu sou inocente. Aliás, pela minha visão de mundo, pelos meus gostos e pelas críticas que faço ao meu caldo de cultura, nunca ninguém acreditou muito no poder do meu falo.
Peço misericórdia. Não me queimem na fogueira. A minha voz grave é apenas um detalhe. Acreditem. No auge da guerra dos sexos, eu desertei. Pronto. Agora todo mundo já sabe que eu sou um desertor.
P.S.- A mulher-melancia, a mulher-melão, a mulher-pera e todas as outras mulheres do pomar, são caricaturas que ofendem a dignidade feminina, mas para mim, são muito mais saudáveis e descontraídas e me agridem muito menos.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

MINHA ALMA GÊMEA É O TIÃO

À PROCURA DO POSSÍVEL
 
Manuel Soares percorreu léguas e consumiu décadas, preso nas teias do romantismo. Um belo dia, num rasgo de coragem e despreendimento, encontrou uma brecha no delírio.
O romantismo stricto senso ou seja o romantismo hormonal - homem x mulher, é uma espécie de religião planetária que promete salvação e felicidade aos seus fiéis seguidores. Em geral, esse sectarismo redunda em fracasso. O romantismo também uma questão de fé.
Encontrar a alma gêmea num produto cultural díspare, é impossível. Homens e mulheres, além de naturezas muito diferentes, são produtos culturais dissonantes. O folclore e o festival de publicidade que assola a "Bola Louca" e gira em torno do mito romântico, faz com que até pareça possível a um homem achar a sua alma gêmea numa mulher e vice versa. Aliás, eu nem acredito em almas gêmeas. Estou repetindo o que a insanidade coletiva gerou. 
Para não dizerem que sou insuportável, posso até admitir a existência de eventuais almas primas de segundo grau. Todavia, estou farto da apelação que fazem ao músculo cardíaco afogado em testosterona e estrogênio. É o que se poderia chamar de amor infartado. Esse amor fajuto regado a hormônios já está me dando nojo.
Manuel  Soares, dia desses, surpreendeu-me um pouco dizendo-me que a sua alma gêmea era o Sebastião. Manuel é um homem casado com filhos e lúcido. Sebastião, também é casado, tem uma filha e é síndico do prédio de Manuel. Qualquer insinuação sexual entre Tião e Manuel neste caso, é absolutamente descabida, desnecessária e estúpida. Estou escrevendo sério. Não brinco em web sites.
Manuel admira Sebastião porque reconhece nele os seus próprios princípios, valores, pensamentos, ideias, atitudes e comportamentos. A mulher com quem é casado há décadas ainda é para ele um ser esquisito. E a recíproca também deve ser verdadeira.
E é assim com muita gente. Com muita frequência, homens e mulheres embora tenham uma inelutável e inexorável atração sexual, não se reconhecem como seres humanos compatíveis.
Muitas das bodas que comemoram por aí, são bodas  de bijuteria barata sub-paraguaia.

terça-feira, 28 de abril de 2015

DÊ UM SUSTO NO SEU MEDO

Em primeiríssimo lugar, livre-se dos cagões. Os fóbicos e os medrosos têm que tomar remedinho psiquiátrico. Vivemos sob o signo do medo que nos enfraquece e paralisa. Isso pode se tornar uma pandemia. Medo do vizinho, medo do patrão, medo do governo, medo do colega, medo de gato preto, medo de perder, medo da solidão, medo de envelhecer, medo da polícia, medo dos ladrões, medo do desemprego, medo de ganhar, medo de estar muito bem, etc,etc.
Existem medos inatos e medos aprendidos. Certos e determinados medos até podem ser úteis para nos perservar de acessos de coragem intempestiva e prejudicial. O que não dá para tolerar é a proliferação dos cagões. Não aguento mais tanta gente gagada por tudo e por nada. Eles acham que estão se protegendo, eu acho que eles estão me atrapalhando e enfraquecendo a coletividade.
Conheço cagões que acreditam em eternidade. Já pensaram o que é chegar cagado à eternidade? Sim, existem pessoas que morrem do próprio peido. Causa Mortis: o próprio peido - peidou e morreu. Morrer de medo é uma das formas mais indignas de morrer.
Mas afinal pra que serve todo esse medo? Talvez para dar muito poder a quem nos assusta. Sei que a "Bola Louca" é superpovoada de monstros, monstrinhos e monstrões. É chegada a hora de enfrentá-los.
O que é que você tem tanto assim a perder? O bem mais precioso que temos, dizem que é a vida. Há controvérsias. Mas então, considerando que a única coisa realmente fundamental que você parece possuir é  a sua vida, em algumas situações, é melhor perder a vida.  Em certos contextos de extrema humilhação, de grande injustiça e indignidade, a morte é uma enorme recompensa. Quem conseguir deixar de temer a morte está a um passo do êxtase.
Sei que nos dominam pelo medo. Sempre foi assim e sempre será. Os que têm alguma forma de poder por mais ínfima que seja, estão viciadíssimos em usar o medo e o temor para nos chantagear, controlar e dominar. Essa estratégia nunca falhou, sempre funcionou.
Vamos contrariar um pouco a arrogância, a podridão e o abuso dos poderosos, adestrar os nossos esfíncteres e procurar comandar as nossas vidas.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

COM O RABO ENTRE AS PERNAS

 LUTAS MUITO DESIGUAIS
“Covarde” vem do Latim CODA, “cauda”. No Francês havia a palavra COUARD, “de cauda abaixada”. A imagem é muito clara: o animal (ou, metaforicamente, a pessoa) que tem o rabo entre as pernas sinaliza que está desistindo da luta, está com medo, que não tem coragem para enfrentar a situação.
A palavra covarde é uma prova de que não faltam histórias pitorescas no mundo da etimologia séria, o que torna um tanto supérflua a insistência, compartilhada por tantos divulgadores do tema, em espalhar lendas etimológicas por aí.
O vocábulo chegou ao português ainda no século 13, vindo do francês antigo cuard (hoje couard), um termo surgido em torno do ano 1100 com o mesmo sentido. Cuard era derivado de cüe ou coue (atualmente queue), isto é, “cauda, rabo”.
A ideia inicial era, literalmente, a de um animal que, dominado pelo medo, traz a cauda baixa. Ou como se diz ainda hoje em português, numa expressão popular: o covarde é aquele que tem “o rabo entre as pernas”. 
O medo ainda tem alguma utilidade. Se não for exagerado ao ponto de provocar uma profusa diarréia na vítima infeliz, ele ainda pode protegê-la de arroubos intempestivos de coragem suicida. A covardia entretanto, é o outro nome da absoluta falta de dignidade. O covarde é indigno do nosso olhar.  
A covardia é a mãe da crueldade porque o covarde testa a sua força e poder nos fracos e desamparados. Diante dos que estão à sua altura transforma-se num cão encolhido e começa a ganir. O medo é uma questão de imaginação, mas a covardia é uma questão de caráter.
Os covardes são os donos do mundo. Humilham quem não pode enfrentá-los e nem é por falta de coragem dos oprimidos; é pela absoluta impossibilidade de lutar contra monstros gigantes.  Conhecem alguém mais covarde que o poder institucionalizado? Pois então, contra esse covarde não há força nem coragem individual capaz de derrotá-lo. Só o coletivo.
Considero-me refém dos covardes porque a minha coragem ao invés de me libertar pode eventualmente me suicidar.