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domingo, 29 de dezembro de 2013

FESTIVAL DE LUGARES-COMUNS

Não vou mais pisar nos lugares-comuns senão vira lama e lama é ótima para os porcos. Por falar em porcos, o último lugar-comum é que o preto suja menos. Todos sabem que a cor preta é a cor do século vinte e um. É tudo preto. O século começou monocromático. Vamos ver como vai acabar. Mas então, dizem por aí e repetem à exaustão que o preto suja menos. Como alguém pode repetir tamanha sandice?! Todas as cores se sujam. Não  se trata de sujar, trata-se da capacidade de esconder a sujeira. Então é assim: a cor preta esconde com mais facilidade a sujeira, nem por isso suja menos. É uma cor ideal para pessoas pouco asseadas. Odeio a cor preta. Em contrapartida, adoro coisas alvas.

No meio do festival permanente de lugares-comuns insuportáveis, há a crença legendária segundo a qual alguém pode te ajudar a pagar o FRETE do teu fardo existencial. Como todos os lugares-comuns, este também é falso e é um dos mais falsos. O relacionamento humano de uma forma geral e o gregarismo, se desenvolvem  em torno desta premissa mentirosa. O namorado(a) vai me ajudar a pagar o frete da condição humana. O amigo(a) vai pagar o frete. A mamãezinha querida vai pagar. Essa é a que mais engana. Todos apostam que ela paga. Não paga. Não vai pagar. NINGUÉM PAGA O FRETE DE NINGUÉM. Nem percentualmente. A sua vida não aceita pagamentos de terceiros. É o próprio indivíduo que tem que pagá-lo integralmente. (Durante décadas andei em busca de quem pagasse o meu F.F.E. Às vezes até parecia que tinha achado, jurava que tinha achado, mas era fake e só me dei mal.) Se as pessoas conseguirem se munir da coragem suficiente para colocar este princípio na cabeça, está carimbado o passaporte para a felicidade.
E por felicidade entendo um estado de espírito duradouro que dificilmente se abala. O que as pessoas chamam de felicidade para mim, é tudo muito fugaz e precário. Esses estados mentais que as pessoas confundem com felicidade, são alegria, excitação, entusiasmo, paixão, curiosidade, interesse, expectativa, tesão, satisfação, etc. Nada disso é felicidade. Quem é feliz é capaz de girar com regularidade e harmonia sobre o seu próprio eixo durante longos períodos.
Quem é feliz porque consegue pagar sozinho o preço do frete do fardo existencial,( o chamado F.F.E.) relaciona-se por acréscimo e não por subtração. A grande maioria dos relacionamentos se caracteriza pela subtração de algo do outro. É uma espécie de roubalheira consensual. E é claro não é nada de material. É tudo emocional, subjetivo e psicológico.
Continue nesse carnaval surrupiativo e você não chegará à felicidade almejada. Eu te subtraio atenção, tempo, paciência, dedicação e você para não ficar atrás, rouba fidelidade, exclusividade, apoio incondicional, etc. É assim que funciona muito mal.
Que cada um tenha coragem para pagar o frete do seu fardo existencial(F.F.E.) e com o frete quitado, ocorre a verdadeira troca e o diálogo verdadeiro. 

sábado, 28 de dezembro de 2013

OS LADRÕES DE DOMINGO

Ao contrário de Charles Aznavour que odiava os domingos " Je hais les dimanches.", eu adoro domingos. Adoro o caráter despojado do dia. Domingo é um dia vazio, só para mim. Por enquanto, o patrão ainda não invadiu os meus domingos. Todos os dias da semana estão cheios de injustiça capitalista. Todos os dias da semana estão corrompidos pelos outros. Domingo é um dia puro como nenhum outro. Domingo é o único dia que tem a minha cara. Não reconheço os outros dias da semana como meus; todos fedem a dinheiro novo.
Não há ninguém nos meus domingos, reino eu soberano de mim mesmo. Não preciso de Jesus para preencher os meus domingos. Não preciso da família para se apossar dos meus domingos. Não preciso mais de macarrão com frango e salada para intoxicar a minha paz. Não preciso de ninguém para usurpar o meu tempo e as minhas energias para nada. Não preciso de barulho para espantar a angústia. Aliás, a angústia não é sensível ao ruído. Domingo é só meu. Não vivo mais de promessas. Não tenho mais expectativas tolas.
Cansei dos ladrões de domingo. Roubavam os meus preciosos domingos, o meu sol, a minha chuva, a minha brisa, a minha solidão, a minha contemplação, o meu silêncio, as minhas melodias e a minha alegria. Hoje sou grande o suficiente para preencher todos os segundos dos meus domingos rápidos e maravilhosos. Domingo cheio. Viva domingo.

SER FELIZ NO INFERNO

É muito fácil ser feliz num mundo inventado e romanesco. Um  mundo onde há um deus que nos protege, uma humanidade cordial e vida eterna para todos os inventores. Contudo, há  pessoas que não têm a menor capacidade para criar mundos imaginários. Há pessoas que se baseiam somente na sua razão  e na sua experiência, para julgar e interpretar o mundo, isso é o outro nome da lucidez. É mais fácil ser feliz no faz-de-conta.  Quero ver ser feliz e lúcido ao mesmo tempo.
Os delirantes têm uma alegria boba, artificial e pueril de palhaços no picadeiro.
O mérito é de  quem não tem talento para acreditar no inverossímel. Não admiro os fracos que se inventaram histórias e contagiaram o mundo inteiro, para suportar a realidade. Como já disse, tudo é uma questão da eficácia da publicidade. A propaganda oficial apoia e  enaltece os alucinados. Nem tudo tem caráter tão interpretativo-pessoal. Há coisas que são como são e ponto final e acabou.

EXCLUINDO A INCLUSÃO

" Não escrevo porque tenho algo a dizer, escrevo porque tenho que dizer algo."
Emil CIORAN
Não vou falar da exclusão do indivíduo pelo grupo. Há gente demais falando disso. Vou falar do contrário, da exclusão do grupo pelo indivíduo. Que arrogância! O que sobra em pretensão, sobra também em coerência. O que é que você faz nesse grupo que não permite que você seja quem de fato você é? O que você faz nesse grupo em que você tem que representar o tempo todo? O que você faz nesse grupo que é ditatorial e injusto? Pare de se achar o errado diante do grupo. Pare com essa postura idiota. Você não está errado. Errado, está o grupo que te conduz à perdição e à infelicidade. Escravo dos ditames do grupo, você é tratado como migalha, ninguém te respeita como pessoa. Só o grupo tem razão. É a ditadura da maioria que cognominaram de democracia. Sai dessa rapaz.
Ainda por cima, enfiaram na tua cabeça que você não é nada sem a aprovação dos outros. O que você faz com a aprovação dos outros? Para que serve a aprovação dos outros? Com a aprovação dos outros, você tem a  falsa ideia da boa acolhida. É falso. Na hora do pega pra capar, o grupo te abandona. O grupo não é solidário. Esse mecanismo psicológico de dependência e demência ancestral tem que ser quebrado. Afirme-se diante do grupo. Afinal, no nosso caso, só o capitalismo é inelutável.
E mesmo no regime capitalista, já é possível uma larga autonomia. O que falta à grande parte das pessoas  é autonomia emocional para não depender do grupo para tudo. Se você pensar com uma certa profundidade descobrirá que os outros não passam de moscas sobre a sua angústia. 
É perfeitamente possível viver  por afinidade em micro-grupos. Ninguém precisa mais da babaquice descomunal da multidão ensandecida. Aprenda a filtrar, não acredite nas palavras. Para dizer a verdade não precisamos de palavras. Basta o que fazemos. Fique ligado na entonação e naquilo que os corpos dizem. Volte a ser criança. Seja independente e experimente a agradável e inigualável sensação de cagar de portas abertas.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A SÍNDROME DA PLAYBOY

Por vezes, o exibicionismo é adiposamente pago. É a suprema babaquice. Por que pagam milhões para quem já se exibe de graça? A vida de uma mulher é um interminável ato de sedução. Quanta energia, quanto tempo e quanta paciência para executar a tarefa da eterna sedutora. E todo o árduo e prazeroso trabalho sedutório só tem o corpo para se exercer. Só o corpo. Quanta valorização do corpo!
O corpo acabou por me cansar. Como são monótonas as mulheres! A falta de criatividade chega a me dar nojo.
Concluo que só o corpo pode seduzir. Diante das circunstâncias, a que outras ilações chegar? Sou do tempo em que os discos tinham duas faces. Isso acabou, mas fica a sugestão, mudem o lado. Ninguém aguenta mais tantas caras e bocas para chegar apenas a uma hiper-prosaico e reles orgasmo.
Considerando que ninguém gosta de ninguém de graça, que há sempre a necessidade de seduzir o oponente, tentem a sedução artística, criativa, intelectual ou até a gastronômica. Tentem as alternativas. Tentem por favor. Há tanta mulher ridícula por aí....  O senso do ridículo também sofreu mudanças importantes.
O mais curioso é que os homens procuram imitar as mulheres, recorrendo às mesmas técnicas sedutórias e isso não funciona. A mulher é um ser muito mais elaborado e sofisticado. Corpo para ela é importante, mas não é fundamental. Ela é muito mais exigente. Imaginem se os homens fossem tão exigentes quanto as mulheres. A maioria das mulheres ia se ferrar completamente. Só o macho é tão elementar.
Somos todos vítimas de práticas culturais preservadas pela tradição e pela estupidez humanas. Todavia, a obrigação sedutória da fêmea humana não é apenas cultural. Nos países árabes, onde as mulheres estão completamente cobertas, elas acham um jeito de usar o corpo para seduzir. Será que vocês já foram objeto de sedução dos OLHOS  de uma mulher educada no alcorão? É impressionante! As mulheres árabes numa mirada deixam os homens de calças na mão. Como outras partes do corpo não podem seduzir, os olhos fazem muito bem o serviço. E dizer que as mulheres são as sentimentais por excelência.....
Deve ser cansativo e frustrante cuidar sempre de um corpo que envelhece e se deforma. Fica portanto a dica: vamos ousar mais nas alternativas. Eu lhes agradeço penhorado.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O LINDO ESPÍRITO DE NATAL

"No hemisfério norte o solstício de verão ocorre por volta do dia 21 de junho e o solstício de inverno por volta do dia 21 de dezembro. Estas datas marcam o início das respectivas estações do ano neste hemisfério. Já no hemisfério sul, o fenômeno é simétrico: o solstício de verão ocorre em dezembro e o solstício de inverno ocorre em junho.
Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do "Sol Vencedor", marcada pelo solstício de inverno. A cultura do Império Romano incorporou a comemoração dessa divindade através do Sol Invictus. Com o enfraquecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do "Sol Vencedor" passaram a referenciar o Natal, numa apropriação destinada a incorporar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas ao cristianismo.
Natal ou Dia de Natal é um feriado e festival religioso cristão comemorado anualmente em 25 de Dezembro (nos países eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro), originalmente destinado a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno (natalis invicti Solis)" e adaptado pela  IGREJA CATÓLICA no terceiro século d.C., para permitir a conversão dos povos pagãos sob o domínio do Império Romano, passando a comemorar o nascimento de JESUS DE NAZARÉ.

  O OUTRO LADO DA NOITE FELIZ

Pelo exposto acima, fica comprovado que o salvador do mundo não nasceu dia 25 de Dezembro. É mais uma das muitas armações da cristandade, aniversário sem aniversariante.
Mas o importante não é isso. Essas considerações de caráter astronômico e histórico não fazem a mínima diferença. O  importante é o espírito de natal que nos invade e nos traz a paz, a concórdia e o amor, esse não poderia faltar. Não é mesmo? Todo mundo fazendo compras estressadíssimo, todo mundo muito bêbado e arrotando peru com bacalhau, engarrafamentos por todos os lados, os acidentes automobilísticos triplicam, gente nervosa no trânsito, gente apostando expectativas estúpidas nesta data maravilhosa e se frustrando, gente mal humorada por falta de sono, a família finalmente reunida para lavar quilos de roupa  muito suja, as emergências dos hospitais cheias de gente que levou porrada porque o natal é tranquilo e maravilhoso, gente que aproveita a verdade trazida pelo álcool (In vino veritas) para dar um pé na bunda do parceiro(a), gente que acha o nascimento do messias tão fundamental para a humanidade, que aproveita o ensejo e se suicida, gente que chora copiosamente porque se lembra de muitas merdas nesta data tão sublime e falaz, gente que toma uma cartela de antidepressivos para aguentar a beleza da noite feliz.
Na verdade, é uma data muito espiritual. Todo mundo no shopping rezando a Nossa Senhora do Bom Crediário. Milhões de pessoas se endividando para darem satisfações a uma data fake. E o Papai Noel suando em bicas, neocolonialista, obeso mórbido e sem a menor noção de geografia. Coitado! Ho, Ho, Ho!
O Natal só é bom mesmo para as crianças. Falo de crianças que ainda não sofreram as sevícias do processo civilizatório. Para elas é legal. Ganhar presentes, rir e brincar. É um engano profícuo.
O pior é que também querem infantilizar gente adulta. Isso é grave. E quando fingimos que acreditamos no carnaval armado com luzinhas made in China e presépios tecnológicos, somos bem vistos pela sociedade. Mas quando, sabendo que se trata de uma descomunal farsa comercial, participamos dela com reservas, somos chatos. Eu sou chato pra cacete!
Então para todos os que ainda têm saco para me ler e especialmente para os meus amigos da Malásia, um "Feliz Natal".
Espero que o Natal passe logo, para poder voltar à realidade. Não gosto de histórias para boi dormir e muito menos de alegria com hora marcada, prefiro todos os inconvenientes da realidade. Feliz Realidade.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

AS EXÉQUIAS DO ÓCIO

OTIUM CUM DIGNITATE
Descanso com dignidade. Expressão de Cícero aplicada aos letrados de seu tempo que dispunham de recursos para levar uma velhice inteiramente dedicada aos livros.

A FELICIDADE DOS VAGABUNDOS

Foi-se o tempo dos vagabundos. Ninguém vaga mais, ninguém divaga mais. Todos sabem para onde têm que ir e o que têm que atingir. Todos têm que atingir a morte com menos prazer e mais estresse.
Quando se ferrar no trabalho e não fazer outra coisa senão trabalhar vira moda e doença, parece que não há alternativas. Quando a maioria se fode, as pessoas se sentem compelidas a se foder também. É uma espécie de comunidade dos ferrados que se consolam uns aos outros dizendo que é mesmo assim.
Mas é muito mais grave que isso. O medo do ócio é o medo de se encontrar consigo próprio e ter desagradáveis surpresas. O medo do ócio é o medo de si mesmo, é o medo de constatar a covardia de seguir o grupo estulto. Ninguém quer ócio, todos preferem o negócio; estar no mundo e não ver o mundo. Seguir a manada com o "esprit moutonnier" que caracteriza a gentalha.

Seguir a manada dá segurança, mas conduz ao atoleiro. Para que serve essa ideia falsa de segurança e de appartenance se você vai sofrer e se frustrar. Foram-se os tempos da ousadia. Ninguém se aventura mais em caminhos pessoais. Abunda a mesma opinião. As polêmicas são as de sempre - até cansa. Que mundo monótono e previsível! Todos na mesma direção.
As pessoas se expõem apenas na medida exata do seu narcisismo. Não passam disso. Não vão além. E com atitudes muito convergentes acabam impondo a todos o atoleiro.
Nem vou falar do Domenico De Masi. As pessoas o citam mas não o seguem. Domenico De Masi não serviu para quase nada porque apesar das suas fantásticas reflexões sobre o ócio criativo, não alterou absolutamente nada no percurso obsessivo dos idiotas.
Alguma coisa muito patológica se instalou entre nós. Gozar no trabalho é a suprema obscenidade. Não há nada mais obsceno do que isso. Se você goza no trabalho vá se tratar. Vá tomar remedinho. Você precisa muito de tratamento.
Na lógica capitalista, o capital te tira o tempo que é a única coisa verdadeiramente importante que você tem e você ainda goza com isso. Você está muito doente. Não podemos mais dizer vai trabalhar vagabundo, mas vai vagabundear trabalhador. Faça isso.
Somente as pessoas imaturas precisam de muito dinheiro para preencher bem seu tempo de folga.” Domenico De Masi 
P.S.- Depois dizem que Chico Buarque não compõe mais como antes. Claro, até ele foi sequestrado pelo "ocupacionismo diurturno e irrestrito". Ninguém mais cria nada que preste. É só trabalhar, acumular e morrer cheio de bagagem para viajar de caixão.

domingo, 15 de dezembro de 2013

O TERMÔMETRO DO OTÁRIO

Quando as caras feias começarem a aumentar à tua volta, quando a lista de inimigos crescer bastante, quando tu tiveres que comparecer a uma audiência no tribunal, estarás começando a furar a casca dura do otarismo. Enquanto tu tiveres uma milhão de amigos, não passas de um discípulo babaca de Roberto Carlos. Enquanto tu tiveres um milhão de amigos, ainda estás no Reino do faz de conta. O Reino do faz de conta é bonito e confortável mas não traz verdadeira felicidade.
Quando a tua autoestima crescer, vão aumentar os desafetos. Com o amor próprio aviltado tu não consegues enfrentar a corja maldita. Na posse da tua alma, do alto do teu poder pessoal, dono do teu nariz e de tudo mais  o que te define, caracteriza e constitui, vais começar a incomodar os filhos da puta. Prepara-te para ser feliz.

sábado, 14 de dezembro de 2013

HOMENS - O LADO GROTESCO

Quando alguns homens se reúnem para tomar cerveja em certos recantos da cidade maravilhosa, o espetáculo é digno da jaula dos macacos. No verão sem camisa, expõem os restos capilares dos primos.  Colocam os dedos nas narinas e coçam-se visando especialmente os testículos. Realizam maquinalmente um ato obsessivo que consiste em beliscar ou pinçar o saco. E o fazem tantas vezes que aos espectadores podem provocar asco. Com as panças grávidas de estupidez fermentada vangloriam-se de serem campeões de futebol sem nunca terem dado um único toque na bola.
Entorpecidos pelo álcool, produzem sons sem nexo que começam pelo futebol, passam pela meteorologia e terminam invariavelmente em insinuações de caráter sexual. É deprimente pertencer à mesma espécie desses quase - orangotangos.
Atribuem especial importância à ereção. Levam a ereção muitíssimo a sério. As mulheres sabem explorar muito bem esses seres absolutamente atrapalhados com as suas ereções contumazes.  A ereção, parece ser a coisa mais formidável de que podem ser capazes. Sem ereção não há mais vida, não há mais nada. Concluo que esses caras são o que posso chamar de UNIGOZO; têm uma única forma de obter prazer. Estimulados pela nossa deplorável cultura desconhecem outras formas de obter prazer. Ainda não descobriram que a ereção é apenas uma armadilha da natureza para perpetuar o Erro Cósmico. É impressionante!
Não sabem muito o que fazer com os seus pintos intumescidos e na falta de imaginação e criatividade, casam-se e fabricam mais M.M. (Macacos Malucos) para povoar a Errolândia.
P.S. - Toda a sociedade e em especial as fábricas de cerveja contribuem para esse embrutecimento generalizado. Por favor, não leve a sua ereção tão a sério ao ponto de chamar isso de amor e de mudar completamente a sua vida  para se casar. Ereção e cerveja combinam muito bem; é uma mistura fatal. Cuidado! Você pode ser levado a pensar que o melhor lugar para a sua ereção é o altar. Atenção! Não beba com moderação, essa merda de moderação não está muito clara, beba MENOS.

 
P.S.(2)- Só em propaganda de cerveja, os caras são muito engraçados, muito bonitos e têm barriga - tanquinho. Só em propaganda de cerveja, as mulheres são todas louras naturais, sem celulite e doidas por lúpulo e cevada. Todos os publicitários sem exceção, estudam nas melhores faculdades ou não, para encontrar a melhor forma de nos fazer de otários. E a maioria é otária mesmo, verdade seja dita.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

FÚTEIS E CRUÉIS

O PREDADOR CANIBAL

O ser humano é o único animal que ainda se permite andar distraído enquanto vive. Em outras espécies estar distraído significa ser comido. Na selva, nenhum animal se distrai. Eles sabem que moram no inferno. Chegamos a um ponto em que temos que ter a selva africana como parâmetro. Temos muito que aprender com as gazelas e com os búfalos. Não pensem que baixou uma nuvem cinza sobre o meu encéfalo. Sobre a minha cabeça não há mais nuvens e nem chove mais; sobre a minha cabeça, há um raro céu de brigadeiro. Estou no exercício da minha mais pura e acurada lucidez. Senão vejamos.
Você constrói a sua vida com muito esforço, tijolo a tijolo, centímetro a centímetro, de sol a sol. Às vezes você quase pira e dá uma d' El ingenioso hidalgo Don Qvixote de La Mancha. Enfrenta o calor dos trópicos e do inferno, engole um cardápio inteiro de sapos vivos, se ferra todo o santo dia diante da incompetência do motorista de ônibus, da ganância dos empresários, do mutismo do porteiro babaca, do absenteísmo da porra da faxineira, da ineficiência da prefeitura, da iniquidade do governo, da falsidade do colega de trabalho e do despotismo do seu chefe. É assim que se vive no inferno. E ainda há gente que acha que pode passar férias por aqui.

Um belo dia e todos os dias são belos, não fosse a praga que os invade, uma colega sua que você já não aguenta mais, que te entulha o saco há anos, que tem atitudes para junta psiquiátrica internacional, mais metida que calcinha de piriguete, chega ao clímax da sua maluquice. Você do alto da sua espontaneidade e indignação, a manda se phoder com ph e tudo.
Ela dá queixa de você porque não tem condições morais e muito menos psíquicas de te enfrentar e é você que está fodido sem ph no RH.  Você mandou-a  se foder e quem se fodeu com verdadeira penetração trespassante foi você. Por que ela não reagiu pessoalmente? Por que precisou da ajuda do poder corporativo?
Por causa de uma frase legítima, respeitável e  tão incontrolável quanto um vômito caudaloso, você será alvo das maiores advertências e ameaças. Ninguém sabe com que dificuldades e sofrimento foram assentados os tijolos da sua construção pessoal. E por causa de um ataque agudo e casado de hipocrisia e pelanca, você passa pelas piores sandices e humilhações. Você finalmente terá descoberto o que é ser fútil, cruel e covarde ao mesmo tempo. Parabéns.