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sábado, 28 de dezembro de 2013

EXCLUINDO A INCLUSÃO

" Não escrevo porque tenho algo a dizer, escrevo porque tenho que dizer algo."
Emil CIORAN
Não vou falar da exclusão do indivíduo pelo grupo. Há gente demais falando disso. Vou falar do contrário, da exclusão do grupo pelo indivíduo. Que arrogância! O que sobra em pretensão, sobra também em coerência. O que é que você faz nesse grupo que não permite que você seja quem de fato você é? O que você faz nesse grupo em que você tem que representar o tempo todo? O que você faz nesse grupo que é ditatorial e injusto? Pare de se achar o errado diante do grupo. Pare com essa postura idiota. Você não está errado. Errado, está o grupo que te conduz à perdição e à infelicidade. Escravo dos ditames do grupo, você é tratado como migalha, ninguém te respeita como pessoa. Só o grupo tem razão. É a ditadura da maioria que cognominaram de democracia. Sai dessa rapaz.
Ainda por cima, enfiaram na tua cabeça que você não é nada sem a aprovação dos outros. O que você faz com a aprovação dos outros? Para que serve a aprovação dos outros? Com a aprovação dos outros, você tem a  falsa ideia da boa acolhida. É falso. Na hora do pega pra capar, o grupo te abandona. O grupo não é solidário. Esse mecanismo psicológico de dependência e demência ancestral tem que ser quebrado. Afirme-se diante do grupo. Afinal, no nosso caso, só o capitalismo é inelutável.
E mesmo no regime capitalista, já é possível uma larga autonomia. O que falta à grande parte das pessoas  é autonomia emocional para não depender do grupo para tudo. Se você pensar com uma certa profundidade descobrirá que os outros não passam de moscas sobre a sua angústia. 
É perfeitamente possível viver  por afinidade em micro-grupos. Ninguém precisa mais da babaquice descomunal da multidão ensandecida. Aprenda a filtrar, não acredite nas palavras. Para dizer a verdade não precisamos de palavras. Basta o que fazemos. Fique ligado na entonação e naquilo que os corpos dizem. Volte a ser criança. Seja independente e experimente a agradável e inigualável sensação de cagar de portas abertas.

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