.

.

.

.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A SÍNDROME DAS VACAS MAGRAS

A ABRANGÊNCIA DO TRAUMA

Conheço algumas pessoas que poderiam ser chamadas de ricas, mas que vivem, agem e se comportam como pobres. Recusam-se a ser enquadrados na categoria de ricos e reúnem todo patrimônio necessário para serem classificados como tal. Sofrem do que eu chamo de Síndrome das Vacas Magras. Vivem como pobres e morrem como ricos. Esta é talvez a maior loucura de que um ser humano é capaz, considerando a brevidade da vida. A pobreza traumatiza.
O meu objetivo não é falar de ricos e pobres, mas da força acachapante do trauma. No traumatizado, não adianta dizer que o perigo já passou. Ele revive todas as sensações do risco iminente.

Na nossa cultura, não há quem não tenha algum trauma. Esta sociedade traumatiza mesmo. Se o trauma for adquirido muito cedo, o indivíduo pode carregá-lo a vida inteira. A estupidez da minha geração gerou muitos traumas. Não sei como se geram os traumas nesta geração Y e Z, as gerações tiranas e superficiais, mas também há traumas.
Não é falando sistematicamente de futebol, carnaval e coleções de vaginas que vamos ajudar quem está traumatizado de alguma forma. Não se esconda atrás do discurso tolo da maioria. Isso não resolve nada. Fale sobre o que sente e do que lhe vai na alma. Esse é um direito mais que fundamental. É aprofundando o diálogo e o debate existencial que poderemos chegar a algum lugar favorável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Não diga besteira