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terça-feira, 8 de outubro de 2013

A CIVILIZAÇÃO PATOGÊNICA

 
"Nada é grande ou pequeno exceto por comparação" 

Aristóteles

O ser humano como PATIFARIA METAFÍSICA que é, já é intrínseca e inexorávelmente patogênico. A Patogenia Civilizatória vem de muito longe. O TACHO CÓSMICO em contato com a civilização produz muitas moléstias. Sempre as produziu.
Atualmente chegamos ao limiar. As enfermidades proliferam, as físicas e as mentais. Algumas já foram quase banidas, mas outras tomam o seu lugar. Há uma lista interminável de novas doenças. Doenças raras, Doenças estranhas, Doenças idiopáticas, novíssimas Doenças psico-emocionais e o velho cancer que não morre.(F.D.P.)
Estou plenamente convencido que no embate diário com toda a parafernália civilizatória, o indivíduo produz mazelas. Em francês se diz "Faire un cancer." Diante da opressão sorrateira da " modernidade líquida" e do neoliberalismo, o indivíduo pós-moderno fabrica cada vez mais moléstias.
Nunca vi o ser humano tão OPRIMIDO. Escravo do trabalho, sem tempo para nada, nem para comer, refém da sociedade de consumo, presa fácil da competição insana e da concorrência exacerbada, fechado irremediávelmente na sua bolha tecnológica, sem noção do que é lazer, (Lazer é ir para a Academia produzir músculos) vítima inocente do Politicamente Correto, ( o que o impede de desabafar, de extravasar, de transbordar) perdido numa sociedade sem valores, servo da estética onde só o corpo parecer poder representá-lo, mais diluído do que nunca na massa amorfa que o cerca, sem senso crítico, sem nenhum projeto, orfão de revoluções, viciado em fármacos psicotrópicos, desconhecedor total de um valor fundamental chamado "Respeito pelo outro", portador de uma Carência Afetiva aflitiva e preocupante, desprovido de personalidade e de qualquer originalidade, espectador de uma crise de criatividade sem precedentes, engolidor profissional de sapos e outros bichos, enfim..... Poderia prosseguir.
Para a solução das patologias, temos uma medicina muito evoluída que NUNCA MATOU TANTO. Quando a medicina era menos metida a besta, curava menos, mas também matava menos. Agora é um festival internacional de erros médicos. Nos Estados Unidos os médicos matam mil vezes mais que as armas de fogo.
Não proponho um retorno à barbárie, mesmo porque seria absolutamente impossível. Reivindico um afrouxamento dos usos e costumes, o direito inalianável à diferença, um relaxamento da loucura neoliberal, o fim do blá blá blá e o respeito efetivo da diversidade, mais aberturas, mais generosidade e mais misericórdia no Bloco Monolítico da Prisão Social  que comumente é chamada de Normalidade.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O DIAGNÓSTICO

Domingo, passeava alegremente no meu possante, um Fusca 78 bege jamaica que muita felicidade já me proporcionou. Adoro o barulho de chaleira do motor fabuloso do Beatle que na França se chama Coccinelle, na Itália Magiolino, na Espanha Escarabajo e em Portugal Carochas.
Súbitamente, invade o meu campo de visão, um baixo humano, fumando e  aos berros. E dizia ele: -Você não tá me vendo porra!
- Impossível não ver o senhor.- retruquei
- Então por que tu tá me fechando?
E encostando o seu rosto, com a barba por fazer, no meu, de dedo em riste, continuava a discursar: - Vou te quebrar os corno, porra!
Diante do fato, fiz um rápido diagnóstico: baixinho, careca, sexagenário, barrigudíssimo, fumante e com traços de álcool no hálito, tratava-se de um saco cheio de infelicidade.
Ao olhar para o lado, vislumbrei aquilo de deveria ser  a mulher dele; a patroa. Esparramada no assento dianteiro, de óculos escuros, deparei-me com um personagem do Discovery Channel, desses que resolvem fazer cirurgia bariátrica filmada para que todos vejam a desgraça, o sórdido e o patético.

Era aquilo que ele carregava no seu KIA. Só via que era um KIA com rodas imensas e uma altura descomunal que para estar na moda do mau gosto, era prata.(Hoje, todos os carros são prata. Quase todas as outras cores foram excluídas. Que triste um mundo sem carros de todas as cores! Reivindico a Inclusão Pictural.)
Então era com aquele ser que mais parecia um repolho de folhas abertas, que ele dormia todas as noites numa cama de ferro reforçado.
E ele continuava a esbravejar. Prossegui calmamente o meu diagnóstico. Pela minha observação apurada, tinha meia polegada de pênis e pelas condições do proprietário nunca conseguia chegar a uma polegada, ou seja com o repolho ele já não trepava há muitos anos. Deveria ter um Pênis tipo boneco de brinquedo onde o pênis quando existe, não serve para absolutamente nada; limita-se à função meramente ilustrativa. O repolho lívido era um prova incontroversa da ação corrosiva do tempo, dos restaurantes a quilos e da angústia de existir.
E ele aproximava-se ainda mais do meu rosto com ar muito ameaçador. Olhei para a minha tranca de volante e pensei por alguns segundos em atenuar a veemência do sub-batráquio. Mas não fiz nada e tampouco disse uma palavra. Estava muito absorto no meu diagnóstico.
Tratava-se efetivamente de uma saco abarrotado de infelicidade. Para camuflar esse mal-estar insuportável, ele deve ter se endividado até à última prega de gordura, para comprar o Carrão Coreano do Sul. Se bem que ele tinha cara de Coreano do Norte.
Como eu dirigia um fusca, ele na sua coreanice achou que me impressionava. As rodas do carro dele, só as rodas tinham a altura do velho fusquinha. Coitado do meu Aguinaldo! Passa por cada uma!
Então é assim pessoal. Quem é FELIZ pode até andar de Fusca. Quem é muito infeliz como o Barril de Pólvora que encontrei domingo passado, só pode andar de KIA.
Entrei no meu fusquinha e acelerei o quanto ele aguentou. Boa noite infelizes.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O POLITICAMENTE CORRETO

OS FAXINEIROS DA LINGUAGEM

Os malucos do Politicamente Correto querem realizar o impossível. Querem desinfetar este planeta imundo cheio de psicopatas e de gente sã. Este planeta não é ASSÉPTICO. Aqui há de tudo. Temos que tentar conviver com tudo o que existe. Nunca se falou tanto em diversidade. Eliminar coisas desagradáveis artificialmente não as faz desaparecer; é ridículo. Tenho muitas esperanças que esta PESTE um dia SUMA.
Encontrei uma definição perfeita para essa doideira do Politicamente Correto. Leiam abaixo:
Na Universidade de Griffith, na Austrália, há um concurso anual sobre a definição mais apropriada para um termo contemporâneo. Neste ano, o termo escolhido foi "politicamente correto". O estudante vencedor escreveu:
"Politicamente correto é uma doutrina, sustentada por uma minoria iludida e sem lógica, que foi rapidamente promovida pela mídia oficial. Ela sustenta a ideia de que é inteiramente possível pegar um pedaço de merda pelo lado limpo."


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O MACHO SOB CONTROLE

As fêmeas sempre foram muito mais controladas que os machos. Não resta a mais exígua sombra de dúvida. Entretanto, também me parece óbvio que os Machos não escapam ao controle social. Esse controle é muito mais sub-reptício e nuanceado.
Senão vejamos. O tesão tem que ser na medida certa. Se o indivíduo tiver um tesão acima do estipulado é chamado de tarado. Tarado não pode. Se o elemento tiver um tesão abaixo da média, pode ser chamado de broxa. Broxa não pode MESMO. Sabendo-se que o mais importante mesmo é o amor. Não é mesmo? Se o cara representa o seu papel de macho com extremo talento, não agrada às mulheres. Tudo tem que ser temperado pela confusão maluca do tácito e do convencionado. É a Célebre Mixórdia Tesão e Sentimentos. Eta GOROROBA requintada e complexa!
O macho pode até ensaiar alguns passos no território do feminino mas há limites vagos, imprecisos e tênues. Se o cara não souber intuitivamente quais são os limites, é viado. E viado não pode de jeito nenhum. Não existe nada que um macho mais tema que pisar na linha que o separa do considerado viado. É uma Viadofobia exacerbada.
É muito difícil ser do agrado das mulheres. Contaminadas pelo Mito revoltante, nocivo e pestilento do Príncipe Encantado, que ainda sobrevive como um vírus atenuado no Inconsciente Coletivo, fica muito complicado para os machos.
As mulheres exaltam as qualidades do homem sensível, mas no fundo desprezam-no. Quanto mais sensível e romântico mais PÉS NA BUNDA. No final das contas, trata-se de  um MACHO INVENTADO que só existe na cabecinha delas. E se reinventar para cada mulher que se conhece e tentar sempre agradar e estar à altura da Ratatouille Emocional das mulheres é dose para vários Leões e outros Animais Selvagens do Parque Nacional do Serengueti.
P.S.- Reconheço que também as mulheres tenham dificuldades homólogas no tempero da Alquimia ideal  do macho.(Mas é muito mais fácil.)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

DIÁLOGOS HORMONAIS

A QUÍMICA  A SERVIÇO DO CONFLITO

Em primeiro lugar gostaria de dizer que não sou viado. Em segundo lugar gostaria de deixar bastante claro que se não fossem os hormônios, os homens morariam nos hemisfério norte e as mulheres no hemisfério sul e não haveria comunicação entre os dois hemisférios.
Os homens são educados para ser uma determinada coisa. As mulheres são educadas para ser uma coisa completamente diversa, logo eles não têm nada a ver. Absolutamente nada a ver. Os papéis culturais são muito diferentes. Diante de programações culturais tão díspares, como se pode exigir que esses dois seres estranhos um ao outro se casem e morem juntos. O casamento é o encontro cultural de dois estranhos. Eles não se reconhecem. Por isso se diz amiúde :- Eu não sabia que Ele era assim! -Eu não sabia que Ela era assim!
A programação genética também é muito diferente. O Óvulo é um gameta imóvel e o espermatozóide  um corredor. O homem é instado a difundir os seus genes e  a mulher seleciona genes. É tudo diferente. Como pretendem que esses dois seres se entendam?
Existe uma propaganda do Status Quo que afirma categóricamente que homens e mulheres foram feitos um para outro. Claro, sob o ponto de vista fisiológico. Acontece que seres humanos transcendem a biologia. 
Na fase pré-matrimônio, o homem se comporta como um verdadeiro político de Brasília. Promete mundos e fundos. Quando o casamento é perpetrado, ele não consegue cumprir o que disse. É óbvio, ele não é monógamo, ele é polígamo. A sua química o obriga a difundir os seus genes.
O casamento é muito mais difícil de suportar para o homem. Há muito homem casado alcoólatra. (Ele não aguenta. Coitado! Sózinho, não se mantem e casado é muito difícil. A fragilidade do macho tem que ser denunciada. A força da fêmea tem que ser institucionalizada.) 
Para a mulher é mais fácil. Aliás, é ela que quase sempre reivindica o casamento. Homem não recuperado pelo Status Quo, não quer se casar de jeito nenhum.
Na menopausa, as coisas ficam mais claras. Os hormônios dão um sossego e dá para refletir. Na andropausa também tudo fica mais claro.(O homem é tão babaca que nem admite a Andropausa.) Gostaria que soubessem que há muita vida, muita felicidade e muita alegria com alguns nanogramas de Testosterona a menos. As injunções hormonais e culturais produzem muito sofrimento e fazem muitos infelizes. 
Para você que é um hormono-dependente e uma vítima da cultura ocidental, saiba que um dia as coisas vão melhorar. Tenha paciência e colabore; pense.

TODOS EM BUSCA DO BÁLSAMO

Prefiro a antipatia da Realidade à beleza do Sonho. Sonhar nesta geografia inóspita da "modernidade líquida" pode ser um salto irreversível no abismo. Sonhar pra quê?
Todos nascem com a dor incerta e difusa da condição humana. A maioria nem sabe porque se sente assim. É uma espécie de erro grave de fabricação. Se há um criador, ele errou feio, nos ingredientes e na preparação.
Todos procuram alívio para a existência. Cada um sabe de si e todos nós pagamos com a angústia o preço da nossa quase liberdade. Todos buscam Bálsamo. Todos, sem exceção. Procura-se bálsamo nas coisas mais esdrúxulas. A sensação de poder pode ser um bálsamo. As drogas, as religiões, o futebol, a novela, o casamento, a procriação, a arte, o dinheiro, o consumo, o trabalho, enfim , tudo isso pode parecer aliviar.
Ainda há os que acreditam que alguém possa estar muito preocupado e aflito com a dor da nossa condição. Todos estão  muito preocupados consigo próprios. Isso é legítimo e assustador. Na verdade, o afeto é um intercâmbio de bálsamos. Sempre pleiteei um intercâmbio honesto, mas nem sempre é assim que acontece. Há muita trapaça neste campo.
Há quem consiga conceber que o bálsamo seja unilateral. Só se for o bálsamo da maternidade. E olha lá!
Na busca de bálsamo, que os outros não sejam a ampliação da dor, mas o acesso  facilitado ao bálsamo. Ou será que eu  estou sonhando de novo?

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

OS ACORRENTADOS


"Nihil noui sub sole" 

Nada de novo sob o sol

Sempre existe alguém que escancara a boca e expõe os dentes para falar do Livre Arbítrio. Eu tenho Livre Arbítrio "pero no mucho." Livre Arbítrio é uma expressão infeliz. Sempre parece que o tal do Livre Arbítrio é exercido diante de uma miríade de opções e que é fruto da razão pura. E não é assim que acontece. Quando eu nasci as coisas já estavam todas aqui. Já estava tudo pronto para me agrilhoar.
"Livre arbítrio é o poder que cada indivíduo tem de escolher suas ações, que caminho seguir. A expressão é utilizada por diversas religiões, como o catolicismo, espíritismo, budismo etc. Cada uma explica seu ponto de vista em relação ao livre arbítrio e se ele realmente existe."
Livre Arbítrio (De Libero Arbitrio) também é uma obra da autoria de Santo Agostinho. Este livro, que tem data de 395, foi escrito na forma de diálogo do autor com o seu amigo Evódio. Nesta obra, Santo Agostinho elabora algumas teses a respeito da liberdade humana e aborda a origem do mal moral. O santo é o campeão de Livre Arbítrio. Sabe tudo.
Eu tenho o Livre Arbítrio de escolher entre o Capitalismo e o Capitalismo, entre acordar às 7 da manhã ou acordar às 7 da manhã, entre pagar impostos injustos ou ser preso, entre entrar no teatrinho social ou ser excluído, entre me omitir pra ficar tudo lindo ou dizer a verdade na lata e ser execrado, entre o Facebook e o Facebook, entre comprar produtos Unilever ou produtos Unilever, entre beber cerveja da Ambev ou tomar cerveja da Ambev, entre engolir a seco as babaquices do meu chefe ou ficar desempregado, entre tolerar o Status Quo ou ser internado como louco, entre me submeter aos valores e injunções da sociedade ou me foder. Tenho muitas escolhas. Chego a ficar perdido com tantas opções. Porra! É muito Livre Arbítrio para uma pessoa só. Eu não aguento. E nem vou falar dos que estão enredados nas correntes  maciças e inquebráveis da testosterona e outros hormonitos mais.
Esse Livre Arbítrio Católico altamente questionável, nos leva a viver uma vida cheia de grilhões. Somos levados a tomar determinadas atitudes. Não as tomamos no exercício íntegro do nosso Livre Arbítrio. Estamos acorrentados e nem nos damos conta. Acorrentar é uma prática cultural automatizada. Quase ninguém nota e ainda dizem esta frase adorável: - Fazê o quê?! Que é uma pergunta e uma interjeição repleta de preguiça, comodismo e sedentarismo emocional.
O cara fica acorrentado à patroa porque não tem coragem de viver só. Vai empurrando com a barriga (que cresceu deveras durante a relação) um relacionamento  que de bom só tem um orgasmo Viagrado por mês. O cara é cheio do Livre Arbítrio. Chega a ficar inchado com tanto arbítrio.
E por aí vai. Para exercer o pouco Livre Arbítrio que lhe resta, o indivíduo tem que ter culhões. Há uma falta generalizada de culhões  assim como há uma grande orfandade de revoluções.
O cara fica acorrentado a qualquer merda que lhe dê um idéia(com acento) de segurança. E não desgruda. E é capaz de passar uma vida inteira todo acorrentado posando de alforriado.
Ninguém tem coragem de se livrar da escravatura. Sim, escravatura. Ou vocês acham que os escravocratas já morreram?
Quem tem coragem de usufruir de uma liberdade digna desse nome? Fala-se tanto em liberdade, mas quem é que é livre? Quem?





P.S.- E ainda há quem fale em "Opção Sexual". Caros amigos, opção sexual não existe. A palavra opção não se aplica no contexto. Existe uma determinada orientação sexual que se descobre em nós. Nunca se opta.

OS MEUS CONCORRENTES

"Se continuarmos assim, um dia, chegaremos ao grunhido."
José SARAMAGO
O Profeta José Saramago acertou o vaticínio. Já chegamos ao GRUNHIDO. Na música Popular Brasileira grunhe-se como nunca antes na história deste país. As onomatopéias tomaram conta dos refrões das lindas canções poéticas bem ao gosto do povo. Tchá, Tchá,Tchuchu, Tchá, Tchá, etc. Muito bom. Muito bonito. Molto bene trovato.
Qualquer MC de araque tem 500 mil visualizações. Qualquer mulher do Pomar tem Um milhão visualizações. Existe até uma cachorra que tem um blog que já chegou a míseras 600 mil visualizações. É uma cachorra inteligentíssima, é claro. Q.I. elevadíssimo. Admirável.
Eu que ainda não cheguei ao nível quase inatingível dessa linda cachorra Yorkshire vestida de rosa, totalmente perfumada, possuidora de um BOUDOIR na casa de sua dona, continuo por aqui na internet, tendo o meu Blog "muito visualizado."
Não gostaria de ser cachorra, mas o que é que essa cachorra tem que eu não tenho? Onde foi que eu errrei? Ó Céus! Será que se eu postasse um vídeo latindo e tentando imitar o mavioso som que essa cachorra emite, faria algum sucesso? Essa cachorra é o meu ídolo feminino. Um dia ainda serei como ela. Esta é a minha maior esperança. Não preciso chegar a 600 mil visualizações. Satisfaço-me com 99 mil 324.
Serei o conhecidíssimo MC BLOG DA CACHORRA. Tenho verdadeiros frissons só de imaginar. A Glória retumbante de CACHORRA me aguarda nos caminhos sinuosos e surpreendentes da Web. Poderia também criar derivativos como o Blog "O CANIL TÁ NA MODA." ou o Blog "AU AU, VOU TE MORDER" ou " VEM DANÇÁ NO CANIL." ou " AU AU AU, A CACHORRA TÁ BOMBANDO." Tudo muito criativo óbviamente. Tudo em altíssimo nível.
Passo meus dias e minhas noites em devaneios frenéticos, transpirados e incoercíveis. Um dia também vou ser famoso e cover de cachorra.

O MEU FUTURO RADIANTE

sábado, 21 de setembro de 2013

OS ESTRANHOS NO NINHO

Pode ser que você já tenha se dado conta que o Modelito que está por aí não serve para você. Esse Modelito puído e surrado com promessas muito improváveis de felicidade é absurdo, despótico e autista.
Para os seguidores desse Maldito Modelito não há felicidade possível fora do casamento, da procriação, do sucesso profissional, da saúde perfeita, do milhão de amigos, do carro do ano, da excursão à Disney e da casa na praia. Esse Modelito de merda é o maior gerador de infelicidade do planeta. A pessoa que não se encaixa no paupérrimo modelo da grande maioria dominante sofre horrores. Eu mesmo lutei anos a fio para me enquadrar nessa bosta de modelo monolítico, hermético e estúpido. Até que criei o meu próprio modelo. Quem não tem PROJETO PRÓPRIO é levado a adotar o Modelito infame. Pertencer a uma família não pode ser a panacéia para todos os males; uma muleta ao alcance da mão. Pode ser bom ter uma família, mas não pode ser uma ligação incondicional.
Sem saír muito do regime hediondo do Capitalismo, adotando modelos existenciais próprios, é possível produzir muitas toneladas de felicidade pura.
Esse modelito de frango com macarrão e salada aos domingos na casa da Vóvó, do clã que briga pra caramba e sofre pra burro, mas continua grudado com Superbonder e modelado com Durepox, traz muitos malefícios à saúde mental. Este fato talvez explique o nível de desordem mental e desalinhamento dos juízos com que sempre nos deparamos. Meu amigo, fuja do convencional, faça  a calibragem, o balanceamento e a cambagem dos seus miolos e seja muito feliz.

O PARASITA INTELECTUAL DA INTERNET

O Homo Digitalis é o copista do século vinte um. Como dizem por aí, abunda a mesma opinião. Parece um macacódromo. Todo o mundo pensa e faz as mesmas coisas. É impressionante como a mesmice contagia.

A cópia não se limita ao copiar/colar, a cópia é de comportamentos e posturas. O ser humano sempre foi um macaco de imitação. Hoje, com os comportamentos mais expostos e as posturas mais ao léu, copiar virou uma epidemia. A internet é uma copiadora célere de gestos, atitudes e posicionamentos. (Pesquisa conduzida pelo Laboratório de Estudos da Emoção e do Autocontrole  da Escola de Psicologia da Universidade de Michigan revela que  a Redes Sociais formam um ser humano triste, solitário, invejoso e radicalizado pelos guetos virtuais.) Esse é o lado melancólico da internet. Também existem muitos aspetos positivos, é claro.
Com a aversão à vida privada. Com essa necessidade mórbida de se mostrar sempre nos mínimos detalhes, a cópia ficou mais fácil. Há um convite insistente à cópia. E para quem tem uma Carência Afetiva grave como uma Fratura Exposta, a cópia é irresistível.
Todos já tiveram um fundo de poço. Mas a maioria foi ao fundo do poço a turismo. De lá não trouxe absolutamente nada. Admiro os que foram ao fundo do poço e conseguiram trazer alguma coisa para a superfície. Infelizmente o fundo de poço da maioria foi uma excursão trivial inútil porque ninguém se demarca; todos copiam.
Admiro também os que sonharam e se espatifaram. Estraçalhar-se também faz parte da beleza do sonho. Os  que aterrissaram suavemente não sonharam; deliraram, alucinaram. Quem conhece o seu fundo de poço e quem sonhou de fato, não copia, tem identidade própria a despeito do circo e dos palhaços.