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terça-feira, 26 de maio de 2015

A ROSA COMO FANTASIA E DISFARCE

As rosas seduzem a humanidade há mais de cinco mil anos. Há rosas de todas as cores e fascinam pelo perfume e pela beleza. Até as de plástico que são muito cafonas e Made in China, guardam algum encanto sintético. 
Não tenho uma personalidade anti-rosácea, mas colocar rosas onde certamente elas não crescem nem vigoram, perturba a minha paciência ocidental.
Apesar das evidências em contrário, há gente empenhada em confundir minha visão com falsas rosas.
Não é apenas no jardim que a vida é possível com amor, paz e felicidade. A vida também floresce impetuosa e linda  nas frinchas da terra seca.
Tire as suas rosas da minha realidade porque eu não preciso de rosas para sonhar. Tantas rosas assim infectam os meus passos nos caminhos duros da minha segunda-feira. Deixe-me fazer um mundo melhor sem o patrocínio dos seus"bouquets."
Eu não sou viciado em rosas. As minhas flores têm o cheiro do real. Não quero que o perfume das rosas me cause delírios e alucinações. 
Sinto-me confortável sentado no velho canapê do dia a dia. Ainda consigo ver poesia nestes canteiros maltratados pelos loucos da minha espécie.
Então, afaste essas rosas de mim e deixe-me respirar o ar podre do meu planeta. Aliás, você, obsesssiva-compulsiva por rosas, ao invés de me alegrar, está me cravando no peito os espinhos de saudade dos que hoje já são o adubo racional das rosas mais frescas.

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