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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Pela liberdade de sentimentos

 A globalização da ditadura
A patrulha obcecada do politicamente correto está em plena expansão e aprimoramento. De uns tempos a esta parte, não são apenas as palavras que são vigiadas; também se vigiam e controlam os sentimentos.
Todos têm que usar as palavras da moda e todos têm que sentir o que todos sentem. Vivemos num mundo ameaçado. As liberdades correm perigo, mas é tudo muito sutil, subliminar e enigmático como as novas tecnologias. Não é só a liberdade de expressão que corre riscos severos; a liberdade de sentir também é extremamente visada. Pelo que se ouve e lê por aí, até parece que todos gostam e amam.
Começa com o like do Foicebook e acaba no teatro barato de quem não tem a decência de afirmar que odeia visceralmente certas e determinadas coisas, sob pena de ser confundido com a incitação ao ódio. Ninguém mais pode ser indignado, veemente, espontâneo e autêntico. Esqueceram-se que a camada de verniz civilizatório qualquer chuvinha a apaga.
Por existirem os zelosos vigilantes da incitação ao ódio é que usufruímos de um mundo florido e verdejante. Não é mesmo?
O coração é a terra mais sagrada que conheço. Nem eu piso a terra misteriosa e secreta do meu coração. O que é asqueroso e revoltante é que pessoas completamente alheias às batidas e às contrações do meus ventrículos, em nome da hipocrisa institucional, pretendam tomar de assalto o recanto mais primordial do meu ser.

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Não diga besteira