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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Publicidade e intimidade

Fala-se muito  na "Tirania da intimidade", na " Intimidade como espetáculo" numa clara alusão às redes sociais. Na minha opinião e na de muitos, não se trata de intimidade. Intimidade é uma das sensações mais raras do psiquismo humano.
Nunca houve muita intimidade se considerarmos que a intimidade só acontece quando dois ou mais seres humanos se desarmam, quando os humanos jogam fora toda a parafernália civilizatória criada  para se defenderem do mundo e dos outros. Quando as pessoas aceitam mostrar-se emocionalmente como de fato são, aí e só nesse caso, pode haver intimidade.
O que vemos na pós-modernidade feicebuquiana é pura publicidade.
A intimidade perfeitamente editada jamais poderá ser confundida com o que é íntimo. No latim "intimu" refere-se ao que está dentro. A intimidade à qual todos se referem equivocadamente, está fora. Quando o que está "dentro" aflora amiúde e até compulsivamente, como uma exposição flagrante a milhares de pessoas, parece-me óbvio que isso nunca poderá ser classificado como intimidade.
Há uma onda avassaladora de publicidade e marketing pessoal devidamente ajustada ao momento em que vivemos onde pessoas passaram a ser consumidas como produtos na sociedade de mercado.

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