Lágrimas de crocodilo
Esta expressão, que quer dizer choro fingido, falso. Vem
da própria natureza do crocodilo. Quando ele come, o alimento pressiona o céu
da boca e comprime suas glândulas lacrimais. Por isso, enquanto devora sua
presa, o crocodilo chora. Mas isso não tem nada a ver com emoção ou dor. Por
isso, a expressão dá a ideia de choro de mentira, sem sentimento.
Feito nas coxas
Algo mal acabado, feito de
qualquer jeito, é o que chamamos de “feito nas coxas”. A expressão vem do
período da escravidão no País, época em que as telhas de barro eram feitas
manualmente. Quem as fabricavam eram os escravos que moldavam a argila sobre as
pernas para dar forma. Por isso, as telhas não ficavam exatamente iguais, já
que cada pessoa tem as coxas de um tamanho diferente.
Queimar as pestanas
Durante muito tempo, antes da chegada da eletricidade, a
principal fonte de iluminação eram as velas. Como não iluminavam muito, para
ler, por exemplo, era necessário colocar bem perto para enxergar e não era raro
acabar queimando as pestanas (cílios). A expressão hoje é usada para falar de
alguém que tem que ler ou estudar muito.
Santo do pau oco
Quando uma pessoa passa a
imagem de ser correta, mas acaba mostrando que não é, costumamos dizer que é um
"santo do pau oco". A expressão provavelmente surgiu no século 18,
época na qual os contrabandistas usavam imagens sacras ocas para levar ouro e
pedras preciosas roubadas das colônias para revender na Europa.
Com as mãos abanando
A expressão vem do início do século passado, época de
grande imigração no Brasil. Muitos estrangeiros que chegavam e buscavam trabalho
no campo tinham suas próprias ferramentas. E para os donos das terras, aqueles
que chegavam sem nada, de mãos vazias, pareciam não querer saber de trabalho e
acabavam sendo menos favorecidos na hora da contratação.
Cair no conto do vigário
Conta a história que duas igrejas em Ouro Preto, Minas
Gerais, receberam de presente a imagem de uma santa. Sem saber como definir
qual das duas ficaria com ela, deixaram a vontade divina decidir: colocaram a
imagem sobre o lombo de um burro no meio do caminho entre as duas paróquias e,
para onde fosse o burro, estaria decidido quem ficava com a santa. Dito e
feito, decidiram o vencedor. Depois, descobriram que o vigário da igreja
vencedora tinha treinado o animal para voltar à sua congregação. Assim, até
hoje a expressão é sinônimo de ser vítima de golpes e vigaristas.
Arroz de festa
Todo mundo tem aquele amigo que não perde uma festinha,
que está em todo evento, o famoso “arroz de festa”. Esse dito vem do costume de
jogar arroz nos noivos após a cerimônia, como símbolo do desejo de prosperidade
para o novo casal. Também era comum, nos casamentos portugueses, ter vários
pratos preparados com o grão.
De pequenino é que se torce o pepino
É normal que apareçam uns “olhinhos” (pequenas
deformações) no pepino quando ele começa a crescer e, para dar melhor aspecto
ao legume, os agricultores costumam cortar estas partes, que deixam a planta
feia e podem alterar seu sabor. A expressão acabou sendo associada à educação
das crianças, querendo dizer que, desde pequenos, temos que ensinar valores e
ajudar a formar um bom caráter.
Elefante branco
Costumamos dizer que algo grande, sem utilidade e que
atrapalha é um elefante branco. A ideia vem de um antigo hábito do rei de Sião
(onde hoje é a Tailândia) que costumava dar um elefante branco aos súditos que
tinham problemas, como uma forma de benção. Como o elefante é um animal sagrado
em sua cultura, não podiam usar o animal para trabalhar e nem vender, já que
era um presente do rei. Restava ao “felizardo”, cuidar e alimentar o animal,
sem que este servisse para nada mais que ocupar espaço e dar trabalho.
Casa da mãe Joana
Um lugar sem regras, onde se faz o que quiser, é para nós a “casa da mãe Joana”. Há duas versões para a origem da expressão. A primeira teria se passado na época do Segundo Império do Brasil. Os homens importantes se encontravam nos bordéis cariocas e um dos preferidos era de uma senhora chamada Joana. A segunda teria vindo da época do reinado de Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença (1326-1382). Ela teria autorizado o funcionamento dos prostíbulos em Avignon, que passou a se chamar “paço de mãe Joana”. No Brasil, ficou “casa da mãe Joana”.
Legal a origem das expressões, algumas eu já sabia, outras não. Está de parabéns pelo texto.
ResponderExcluirObrigado pelo seu comentário, Leandro.
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